Perfil clínico e laboratorial de pacientes com anafilaxia à ferroada de formigas (Solenopsis sp) sob tratamento com imunoterapia específica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Watanabe, Alexandra Sayuri
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-22072021-131300/
Resumo: Resumo: veneno de formiga (Solenopsis sp) é uma causa importante de anafilaxia após ferroada desses insetos. Ocorre principalmente em crianças e são poucos dados na literatura sobre tratamento específico. Objetivo: avaliamos as características clínicas e laboratoriais dos pacientes submetidos a imunoterapia com veneno de formigas (Solenopsis sp) após 1 ano da fase de manutenção. Métodos: pacientes que foram atendidos com anafilaxia por veneno de Solenopsis SP no ambulatório de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da FMUSP e foram submetidos à imunoterapia veneno específica. Esses pacientes foram avaliados no período basal e após 1 ano da fase de manutenção em relação aos seguintes parâmetros: avaliação das características clínicas; idade; atopia; gênero; reações prévias; teste cutâneo; determinação sérica de IgE e IgG4 específicas; triptase; reações adversas a Imunoterapia; exposição natural às ferroadas durante o tratamento. Resultados: 33 pacientes que apresentaram reação anafilática grave (grau III e IV de Muller) foram incluídos. A maioria morava em zona urbana e 75,9% dos pacientes tinham menos de 20 anos de idade. Não houve relação da gravidade da reação com gênero, dosagem de triptase, atopia, qualquer reação prévia, concentração do extrato alergênico no teste cutâneo ou nível de IgE específica. Houve diferença estatística significante na razão IgG4/IgE específicas no período basal e durante a imunoterapia. A maioria das reações foram locais e apenas duas reações sistêmicas ocorreram pela imunoterapia, porém foram leves e durante a fase de indução. Vinte pacientes foram ferroados acidentalmente durante o tratamento e apenas 3 apresentaram reações sistêmicas leves (urticária): 1 na fase de indução e 2 no início da fase de manutenção, não houve necessidade de uso de adrenalina intramuscular nessas reações, com melhora após antihistamínicos por via oral. Conclusões: poucos estudos no mundo avaliaram pacientes submetidos à imunoterapia com veneno de Solenopsis sp e esse estudo é inédito na avaliação de dados clínicos e laboratoriais no tratamento com veneno dessas formigas. As lições aprendidas nesse estudo nos ajudaram a entender a tanto a eficácia quanto a manutenção da tolerância ao veneno de formiga induzida pela imunoterapia específica. Seria interessante novos estudos sobre comportamento das células T específicas durante a imunoterapia com veneno de formiga.
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Métodos: pacientes que foram atendidos com anafilaxia por veneno de Solenopsis SP no ambulatório de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da FMUSP e foram submetidos à imunoterapia veneno específica. Esses pacientes foram avaliados no período basal e após 1 ano da fase de manutenção em relação aos seguintes parâmetros: avaliação das características clínicas; idade; atopia; gênero; reações prévias; teste cutâneo; determinação sérica de IgE e IgG4 específicas; triptase; reações adversas a Imunoterapia; exposição natural às ferroadas durante o tratamento. Resultados: 33 pacientes que apresentaram reação anafilática grave (grau III e IV de Muller) foram incluídos. A maioria morava em zona urbana e 75,9% dos pacientes tinham menos de 20 anos de idade. Não houve relação da gravidade da reação com gênero, dosagem de triptase, atopia, qualquer reação prévia, concentração do extrato alergênico no teste cutâneo ou nível de IgE específica. Houve diferença estatística significante na razão IgG4/IgE específicas no período basal e durante a imunoterapia. A maioria das reações foram locais e apenas duas reações sistêmicas ocorreram pela imunoterapia, porém foram leves e durante a fase de indução. Vinte pacientes foram ferroados acidentalmente durante o tratamento e apenas 3 apresentaram reações sistêmicas leves (urticária): 1 na fase de indução e 2 no início da fase de manutenção, não houve necessidade de uso de adrenalina intramuscular nessas reações, com melhora após antihistamínicos por via oral. Conclusões: poucos estudos no mundo avaliaram pacientes submetidos à imunoterapia com veneno de Solenopsis sp e esse estudo é inédito na avaliação de dados clínicos e laboratoriais no tratamento com veneno dessas formigas. As lições aprendidas nesse estudo nos ajudaram a entender a tanto a eficácia quanto a manutenção da tolerância ao veneno de formiga induzida pela imunoterapia específica. Seria interessante novos estudos sobre comportamento das células T específicas durante a imunoterapia com veneno de formiga.Background: Anaphylaxis to fire ant venoms (Solenopsis sp) is a significant cause of systemic allergic reaction caused by Hymenoptera stings in children. There are only few reports about safety and efficacy of specific immunotherapy. Objective: Evaluate clinical characteristics, IgE and IgG4 specific responses of patients undergoing immunotherapy with a whole-body extract of Solenopsis sp after one year of the maintenance phase. Materials and methods: Thirty-three patients were enrolled due to anaphylaxis by fire ant venom (Solenopsis sp) and underwent specific venom immunotherapy. They were assessed at baseline and one year after the beginning of the maintenance phase for: skin test; specific IgE and IgG4 antibodies to fire ant venom; tryptase. Results: All patients included presented severe anaphylactic reaction. Although two patients (6.25%) presented a tryptase level higher than 11.4 ug/ml, systemic mastocytosis was ruled out. There was no relationship between the severity of the reaction with gender, tryptase level, atopy, previous reactions, concentration of the allergen in the skin test or specific IgE level. There was an increase of the specific IgG4/IgE ratio between the two timepoints. Reactions were local with only two mild systemic reactions during the build-up phase. Twenty patients had accidental stings during immunotherapy with 3 presenting only urticaria. Conclusions: This study is unprecedented in the evaluation of clinical and laboratory data in the fire ant immunotherapy. Our results show that after one year of maintenance phase patients do not developed any severe reaction with only few mild reactions and presented a significant production of specific IgG4.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCastro, Fabio Fernandes MoratoWatanabe, Alexandra Sayuri2020-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-22072021-131300/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-07-23T02:54:02Zoai:teses.usp.br:tde-22072021-131300Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-07-23T02:54:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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