Abelhas coletoras de óleo e suas interações com as flores de Plantaginaceae produtoras de óleo floral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aline Cristina Martins
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.59.2009.tde-23042010-154006
Resumo: Os óleos florais são os recursos alternativos ao pólen e néctar oferecidos por onze famílias de angiospermas às abelhas coletoras de óleo. A produção deste recurso surgiu ao menos 28 vezes e a coleta destes, em cinco linhagens distintas entre as abelhas. Na região Neotropical, Malpighiaceae é a família mais diversa e melhor conhecida em termos de seu sistema de polinização e relação com abelhas coletoras de óleo. Plantaginaceae é conhecida por alguns trabalhos, focados principalmente em Angelonia e Monttea. No presente estudo, são apresentadas as relações entre abelhas coletoras de óleo e flores de Plantaginaceae (cinco espécies de Angelonia e uma de Basistemon), com especial atenção aos aspectos morfológicos de ambos, aspectos comportamentais das abelhas durante a coleta e a sobreposição geográfica entre os parceiros deste mutualismo. Este trabalho apresenta pela primeira vez dados dos visitantes de três espécies: A. eriostachys, A. goyazensis e Basistemon silvaticus; além de dados inéditos sobre espécies já estudadas: A. cornigera, A. integerrima e A. salicariifolia. Foi observado que as estruturas especializadas presentes no labelo de todas as espécies estudadas de Angelonia estão associadas à imposição da postura correta do visitante e sua fixação na flor. As flores de Basistemon são mais simples neste sentido e apresentam apenas um discreto calo mediano. Apesar da morfologia destas estruturas diferirem consideravelmente entre as espécies, é possível estabelecer relações de origem entre elas. A assembléia de visitantes das flores de Angelonia e Basistemon variou entre três a dezoito espécies. Estas espécies foram consideradas polinizadoras ou visitantes ilegítimos. As abelhas do gênero Centris foram consideradas as principais polinizadoras das plantas estudadas, porém, espécies de Tapinotaspidini, em especial o gênero Caenonomada, também detêm esse papel. As abelhas que coletam óleo também coletam pólen, com exceção dos gêneros Centris, Caenonomada e Tapinotaspis, que coletam apenas óleo. O comportamento adequado dos polinizadores de Angelonia e Basistemon, imposto pela morfologia floral, implica na coleta do óleo com as pernas anteriores e o contato com os órgãos férteis na fronte ou mesoscuto em flores com corola mais profunda. Algumas espécies estão morfologicamente adaptadas a coleta nestas flores, como exemplo, as abelhas Centris grupo hyptidis, que possuem aparatos coletores divergentes de todo o padrão apresentado pelo gênero. Quanto à distribuição destas plantas e de seus potenciais polinizadores, em alguns casos, há grande sobreposição e os potenciais polinizadores podem ou não ser especialistas nestas fontes de óleo. Os casos de baixa congruência geográfica mostram que muitos destes potenciais polinizadores não dependem das fontes de óleo de Angelonia e Basistemon.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Abelhas coletoras de óleo e suas interações com as flores de Plantaginaceae produtoras de óleo floral Oil-collecting bees and the interaction with the flowers of oil-producing Plantaginaceae 2009-10-19Isabel Alves dos SantosMaria Cristina GaglianoneEmerson Ricardo PansarinAline Cristina MartinsUniversidade de São PauloEntomologiaUSPBR Angelonia Angelopnia Angiosperma Angiosperms Basistemon Basistemon Neotropical neotropical Polinização pollination Os óleos florais são os recursos alternativos ao pólen e néctar oferecidos por onze famílias de angiospermas às abelhas coletoras de óleo. A produção deste recurso surgiu ao menos 28 vezes e a coleta destes, em cinco linhagens distintas entre as abelhas. Na região Neotropical, Malpighiaceae é a família mais diversa e melhor conhecida em termos de seu sistema de polinização e relação com abelhas coletoras de óleo. Plantaginaceae é conhecida por alguns trabalhos, focados principalmente em Angelonia e Monttea. No presente estudo, são apresentadas as relações entre abelhas coletoras de óleo e flores de Plantaginaceae (cinco espécies de Angelonia e uma de Basistemon), com especial atenção aos aspectos morfológicos de ambos, aspectos comportamentais das abelhas durante a coleta e a sobreposição geográfica entre os parceiros deste mutualismo. Este trabalho apresenta pela primeira vez dados dos visitantes de três espécies: A. eriostachys, A. goyazensis e Basistemon silvaticus; além de dados inéditos sobre espécies já estudadas: A. cornigera, A. integerrima e A. salicariifolia. Foi observado que as estruturas especializadas presentes no labelo de todas as espécies estudadas de Angelonia estão associadas à imposição da postura correta do visitante e sua fixação na flor. As flores de Basistemon são mais simples neste sentido e apresentam apenas um discreto calo mediano. Apesar da morfologia destas estruturas diferirem consideravelmente entre as espécies, é possível estabelecer relações de origem entre elas. A assembléia de visitantes das flores de Angelonia e Basistemon variou entre três a dezoito espécies. Estas espécies foram consideradas polinizadoras ou visitantes ilegítimos. As abelhas do gênero Centris foram consideradas as principais polinizadoras das plantas estudadas, porém, espécies de Tapinotaspidini, em especial o gênero Caenonomada, também detêm esse papel. As abelhas que coletam óleo também coletam pólen, com exceção dos gêneros Centris, Caenonomada e Tapinotaspis, que coletam apenas óleo. O comportamento adequado dos polinizadores de Angelonia e Basistemon, imposto pela morfologia floral, implica na coleta do óleo com as pernas anteriores e o contato com os órgãos férteis na fronte ou mesoscuto em flores com corola mais profunda. Algumas espécies estão morfologicamente adaptadas a coleta nestas flores, como exemplo, as abelhas Centris grupo hyptidis, que possuem aparatos coletores divergentes de todo o padrão apresentado pelo gênero. Quanto à distribuição destas plantas e de seus potenciais polinizadores, em alguns casos, há grande sobreposição e os potenciais polinizadores podem ou não ser especialistas nestas fontes de óleo. Os casos de baixa congruência geográfica mostram que muitos destes potenciais polinizadores não dependem das fontes de óleo de Angelonia e Basistemon. Floral oils are alternative flower reward to pollen and nectar that are offered by eleven families of angiosperms to oil-collecting bees. The production of this resource appeared at least 28 times, and its collection has been observed in five different lineages of bees. In the Neotropical Region, Malpighiaceae is the most diverse and best known family concerning to the pollination system and the interactions with oil-collecting bees. Plantaginaceae is well known due to some studies mostly on Angelonia and Monttea. In this study, the relationship between the oil-collecting bees and the Plantaginaceae flowers (five species of Angelonia and one of Basistemon) is presented, being given special attention to the morphological aspects of both, the bees behavior during the oil collection and the geographical overlap between the partners of this mutualism. This work presents for the first time the visitors of three species (A. eriostachys, A. goyazensis and Basistemon silvaticus), as well as new data on already studied species (A. cornigera, A. integerrima and A. salicariifolia). It was recorded that the specialized structures that are found on the lip (labellum) of all the known species of Angelonia are associated to the imposition of the correct posture of the visitor and their fixation on the flower. The Basistemon flowers are, in this way, less complex and they present only a discrete median callus. Although the morphology of these structures differ considerably among species, it is possible to establish relationships between their origins. The assemblage of visitors of the flowers of Angelonia and Basistemon varied from three to eighteen species. These species were considered pollinators or illegitimate visitors of the studied species. The bees of the genus Centris were considered the main pollinators of these plants; however species of Tapinotaspidini also play this role. These bees collect oil and pollen, in most species, having as exceptions the genera Centris, Caenonomada e Tapinotaspis that collect only oil. The correct behavior of the visitors of Angelonia and Basistemon flowers, imposed by the floral morphology, results the collection of oil with the forelegs and the contact of their fertile organs with their anterior head or dorsal thorax (in flowers with deep corolla). Some species are morphologically adapted to sample in these flowers, for example, the Centris bees group hyptidis, that have collecting apparatus that diverge from the pattern found in the genera. In respect to the distribution of these plants and their potential pollinators, in some cases, there is a large overlap and the potential pollinators may or may not be specialists in these oil sources. The cases of low geographical congruency show that many of these potential pollinators do not depend only on the oil sources of Angelonia and Basistemon. https://doi.org/10.11606/D.59.2009.tde-23042010-154006info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:57:18Zoai:teses.usp.br:tde-23042010-154006Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:10:59.582770Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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