Avaliação do equilíbrio em pacientes com esclerose múltipla

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vignola, Bruna Antinori Passeggio
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-27082014-105913/
Resumo: As alterações do equilíbrio postural representam um dos principais sintomas relatados pelos pacientes com Esclerose Múltipla (EM), surgem logo no início da doença em pacientes minimamente comprometidos e são consideravelmente incapacitantes . Esses déficits são muitas vezes pouco valorizados pelas avaliações clínicas neurológicas convencionais. Os objetivos desse estudo foram descrever as alterações de equilíbrio em pacientes com diagnóstico de EM e diferenciar as alterações clínicas entre pacientes com e sem queixa de desequilíbrio. Foram avaliados 98 pacientes, classificados através da Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) entre 0 e 4,5. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com a presença da queixa de desequilíbrio (Grupo sem queixa - GS; Grupo com queixa - GQ). O protocolo de avaliação constou de escalas observacionais do equilíbrio (Escala de equilíbrio de BERG: EEB e Índice de marcha dinâmica: DGI), avaliação da percepção de vertical visual subjetiva (VVS), Escala de Severidade da Fadiga (FSS) e através do Inventário Beck de Depressão (BDI). Os grupos GS e GQ foram compostos por 49 pacientes cada um. Não houve diferença estatística na idade dos indivíduos entre os grupos, porém encontramos diferença significativa entre o tempo de diagnóstico da EM entre ambos. Foram encontradas diferenças significativas entre GS e GQ para os valores de EDSS, no entanto ambos os grupos permaneceram dentro da classificação de incapacidade leve da escala. Esse dado reforça a ideia de que o EDSS é insensível para detectar déficits funcionais sutis. Também foram encontradas diferenças significativas nos testes clínicos de equilíbrio, refletindo que o GQ apresenta pior equilíbrio estático e dinâmico, EEB e DGI, respectivamente. O GQ apresentou pior percepção da vertical gravitacional, VVS, com valor estatisticamente significativo, além de um pior relato nas avaliações de fadiga (FSS), e depressão (BDI). Adicionalmente, observamos correlações negativas significantes entre os valores de EDSS os testes de equilíbrio (EEB e DGI), e correlações positivas significantes entre o EDSS e a avaliação da VVS e FSS. Não observamos correlação entre o EDSS e BDI. A relação entre o teste da VVS e os testes observacionais do equilíbrio também se mostrou estatisticamente significante. Os resultados do nosso estudo evidenciaram que vários aspectos devem ser considerados para caracterizarmos adequadamente as alterações de equilíbrio em indivíduos com EM. Os testes clínicos do equilíbrio postural e a avaliação da fadiga devem ser adicionados à avaliação funcional de pacientes com EM, permitindo dessa forma, que os déficits funcionais mais sutis sejam detectados. Nenhum teste clínico isolado é capaz de avaliar com precisão tais alterações. Sendo assim, concluímos que os testes propostos contemplam a avaliação da complexa rede de informações responsáveis pela manutenção do controle postural e contribuem para a melhor caracterização das alterações do equilíbrio postural na EM, facilitando a elaboração de protocolos individuais de reabilitação física e o seguimento do curso clínico da doença.
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Foram avaliados 98 pacientes, classificados através da Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) entre 0 e 4,5. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com a presença da queixa de desequilíbrio (Grupo sem queixa - GS; Grupo com queixa - GQ). O protocolo de avaliação constou de escalas observacionais do equilíbrio (Escala de equilíbrio de BERG: EEB e Índice de marcha dinâmica: DGI), avaliação da percepção de vertical visual subjetiva (VVS), Escala de Severidade da Fadiga (FSS) e através do Inventário Beck de Depressão (BDI). Os grupos GS e GQ foram compostos por 49 pacientes cada um. Não houve diferença estatística na idade dos indivíduos entre os grupos, porém encontramos diferença significativa entre o tempo de diagnóstico da EM entre ambos. Foram encontradas diferenças significativas entre GS e GQ para os valores de EDSS, no entanto ambos os grupos permaneceram dentro da classificação de incapacidade leve da escala. Esse dado reforça a ideia de que o EDSS é insensível para detectar déficits funcionais sutis. Também foram encontradas diferenças significativas nos testes clínicos de equilíbrio, refletindo que o GQ apresenta pior equilíbrio estático e dinâmico, EEB e DGI, respectivamente. O GQ apresentou pior percepção da vertical gravitacional, VVS, com valor estatisticamente significativo, além de um pior relato nas avaliações de fadiga (FSS), e depressão (BDI). Adicionalmente, observamos correlações negativas significantes entre os valores de EDSS os testes de equilíbrio (EEB e DGI), e correlações positivas significantes entre o EDSS e a avaliação da VVS e FSS. Não observamos correlação entre o EDSS e BDI. A relação entre o teste da VVS e os testes observacionais do equilíbrio também se mostrou estatisticamente significante. Os resultados do nosso estudo evidenciaram que vários aspectos devem ser considerados para caracterizarmos adequadamente as alterações de equilíbrio em indivíduos com EM. Os testes clínicos do equilíbrio postural e a avaliação da fadiga devem ser adicionados à avaliação funcional de pacientes com EM, permitindo dessa forma, que os déficits funcionais mais sutis sejam detectados. Nenhum teste clínico isolado é capaz de avaliar com precisão tais alterações. Sendo assim, concluímos que os testes propostos contemplam a avaliação da complexa rede de informações responsáveis pela manutenção do controle postural e contribuem para a melhor caracterização das alterações do equilíbrio postural na EM, facilitando a elaboração de protocolos individuais de reabilitação física e o seguimento do curso clínico da doença.Abnormal balance in patients with Multiple Sclerosis (MS) represents one of the major symptoms reported and emerging since the onset of the disease in MS patients with subtle impairments. These deficits are usually underestimated by common neurological clinical evaluation. In this study, our objective was to report balance alteration in MS patients and distinguish clinical alterations between MS patients with and without balance disorders complaints. Ninety eight MS patients were evaluated, with Expanded Disability Status Scale (EDSS) score between 0 and 4.5. Patients were divided into two groups according to their complaint about balance disorders (Without complaint - GS; with complaint - GQ). Patients were evaluated by qualitative balance assessments (Berg Balance Scale - BERG and Dynamic Gait Index - DGI), perception of subjective visual vertical test (SVV), fatigue severity scale (FSS) and Beck depression inventory (BDI). Both groups were constituted by forty-nine patients. GQ patients had higher EDSS score than GS patients, however, both were classified with mild impairments by the scale. These data reinforce the concept that EDSS is not sensitive to detect subtle impairments. GQ had worse performance in balance clinical tests (BERG and DGI) than GS patients. They had also worse perception of verticality and high levels of fatigue and depression than patients without balance disorders complaints. In addition, significant correlations were found between EDSS and BERG, DGI, SVV test and FSS. EDSS and BDI were not significantly correlated. These results showed that several clinical features must be considered to characterize balance disorders in MS. Balance clinical assessments and fatigue evaluation must be added to functional classification, allowing subtle impairments to be detected. Better characterization of balance disorders in MS improves the development of individual rehabilitation programs and allows the clinical course of disease follow-upBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCallegaro, DagobertoVignola, Bruna Antinori Passeggio2014-07-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-27082014-105913/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-27082014-105913Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Acidentes por quedas
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Depressão
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