Estudos quantitativos da psicologia das cores: Saliências mentais, preferência por termos básicos e composições complexas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gaddi C. M.; Gaddi, Carlo M.; Gaddi, Carlo Martins
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-10102023-153911/
Resumo: Essa tese tem como objetivo estudar diferentes aspectos psicológicos sobre a cor: quais são as cores mais salientes mentalmente; qual a preferência pessoal das cores mais salientes; como se dá a distribuição colorimétrica dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil; qual a preferência por diferentes configurações colorimétricas dos graffiti. A abordagem psicofísica utilizada para quantificar esses atributos mentais permitiu a construção de escalas intervalares, onde as distâncias entre os pontos são dadas em unidades de desvio padrão, proporcionando um acesso em nível quantitativo à informação, fácil de ser usada em diferentes grupos onde comparações são desejadas. Cento e trinta e oito adultos (idade média = 22,7; DP = 1,9) e duzentas e vinte e cinco crianças (idade média = 8,9; DP = 2,3) concluíram uma tarefa que consistiu em escrever uma lista de nomes de cores que possuíssem apenas um termo. Para crianças em início de alfabetização, o teste foi realizado oralmente, e o pesquisador anotava as respostas. Os dados foram analisados usando o Método do Ranqueamento de Thurstone, o que permitiu aplicar sua Lei do Julgamento Comparativo para a criação de uma escala intervalar onde as distâncias dos pontos medidos são representadas em unidades de desvio padrão da amostra. Para adultos, o termo da cor mais saliente foi azul e a menos, violeta, com 3,51 unidades entre elas. Para crianças, esses dois termos se encontram a 3,67 unidades. Diferenças significantes entre adultos e crianças ocorreram para branco, marrom, rosa, laranja, cinza e violeta. Em um segundo estudo, verificou-se possíveis relações entre os termos das cores mais salientes encontrados em adultos e crianças no estudo anterior com suas respectivas preferências, usando a mesma abordagem metodológica psicofísica. Trezentos adultos concluíram um teste na internet (idade média = 30 anos; DP = 1,02), e cinquenta e duas crianças concluíram o mesmo teste presencialmente (23 com 6 anos de idade; 29 com 7 anos 32 meninas). A tarefa consistiu em ordenar as oito cores mais salientes, exibidas em quadrados, cada um preenchido com uma única cor, na tela de computador, de acordo com a preferência pessoal. Com exceção do vermelho, todas obtiveram valores similares nos dois grupos, indicando uma tendência global em preferir azul e evitar marrom, e esse comportamento é mantido durante a vida. Embora algumas similaridades entre os conceitos mais salientes das cores com suas respectivas preferências foram observados, a baixa significância estatística indica que a preferência pessoal não exerce muito impacto no aprendizado dos termos de cor, e provavelmente está relacionada a outros fatores, como contexto e cultura. Para estudar a preferência por composições colorimétricas complexas, investigou-se o uso das cores dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil, caracterizando-os quantitativamente pela estrutura cromática, a fim de realizar comparações com pinturas tradicionais de museus e fotografias de cenas naturais encontradas previamente na literatura científica. Duzentos e vinte e oito fotografias de graffiti foram coletadas na cidade de São Paulo, Brasil. Suas cores foram representadas no espaço de cor CIELAB e caracterizadas por diferentes parâmetros estatísticos. Foram encontradas diversas similaridades com as pinturas tradicionais, em particular, ambos os estilos possuem maior distribuição ao longo do eixo azul-amarelo, sugerindo uma tendência em mimetizar a distribuição colorimétrica geralmente encontrada na natureza. Os graffiti obtiveram uma área do gamut consideravelmente maior que as pinturas tradicionais, o que foi explicado por uma análise dos pigmentos sintéticos modernos usados por esse estilo artístico, que são mais puros do que os pigmentos tradicionais de pinturas a óleo. Um maior espalhamento na curva do ângulo de orientação do gamut, em comparação com pinturas tradicionais, também foi encontrado, o que indica que os artistas urbanos fazem uso das cores com maior liberdade, produzindo composições menos engessadas que as pinturas tradicionais. Para verificar se existe uma tendência em preferir a configuração cromática original dos graffiti, foi realizado um teste na internet, utilizando quatro fotografias dos graffiti. Como critério de seleção, duas fotografias foram de graffiti com ângulos de orientação do gamut raramente encontrada na natureza, e as outras duas com os ângulos mais comuns. Cada fotografia teve seu ângulo do gamut rotacionado no espaço de cor CIELAB em intervalos de 40°, sendo três no sentido horário e três no sentido anti-horário, totalizando seis condições, mais a original. Essa modificação permite alterar as cores preservando as mesmas proporções, saturação e brilho. Cento e oitenta e nove voluntários (idade média = 24; DP = 1,6) concluíram um procedimento na internet, através de uma rotina 2AFC dividida espacialmente, onde dever-se-ia escolher a condição preferida. Foi utilizada a Lei do Julgamento Comparativo para a construção da escala intervalar para cada um dos graffiti. Os resultados generalizam estudos anteriores similares realizados com pinturas tradicionais, revelando que a composição colorimétrica original é a mais preferida, e que quando essa distribuição é próxima da distribuição geralmente encontrada na natureza, o efeito se torna mais evidente. Espera-se que esse trabalho sirva para encorajar estudos formais na psicologia das cores, através da utilização de metodologias científicas que tenham como base a fisiologia da visão humana, bem como na realização de manipulações digitais adequadas, obedecendo limites de discriminação de cor e espaços de cor dentro da reprodução dos monitores atuais, e no uso de escalas quantitativas com origens na psicofísica, permitindo comparar essas modalidades em um mesmo continuum dimensional, contribuindo para o entendimento de como a informação perceptual é representada psicologicamente.
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spelling Estudos quantitativos da psicologia das cores: Saliências mentais, preferência por termos básicos e composições complexasQuantitative studies of color psychology: mental saliency, preference for basic color terms and complex compositionsColor preferenceColorimetric distributionDistribuição colorimétricaEscala psicofísica intervalarLaw of Comparative JudgmentLei do Julgamento ComparativoMental saliencyPreferência de corPsychophysical interval scaleSaliência mentalEssa tese tem como objetivo estudar diferentes aspectos psicológicos sobre a cor: quais são as cores mais salientes mentalmente; qual a preferência pessoal das cores mais salientes; como se dá a distribuição colorimétrica dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil; qual a preferência por diferentes configurações colorimétricas dos graffiti. A abordagem psicofísica utilizada para quantificar esses atributos mentais permitiu a construção de escalas intervalares, onde as distâncias entre os pontos são dadas em unidades de desvio padrão, proporcionando um acesso em nível quantitativo à informação, fácil de ser usada em diferentes grupos onde comparações são desejadas. Cento e trinta e oito adultos (idade média = 22,7; DP = 1,9) e duzentas e vinte e cinco crianças (idade média = 8,9; DP = 2,3) concluíram uma tarefa que consistiu em escrever uma lista de nomes de cores que possuíssem apenas um termo. Para crianças em início de alfabetização, o teste foi realizado oralmente, e o pesquisador anotava as respostas. Os dados foram analisados usando o Método do Ranqueamento de Thurstone, o que permitiu aplicar sua Lei do Julgamento Comparativo para a criação de uma escala intervalar onde as distâncias dos pontos medidos são representadas em unidades de desvio padrão da amostra. Para adultos, o termo da cor mais saliente foi azul e a menos, violeta, com 3,51 unidades entre elas. Para crianças, esses dois termos se encontram a 3,67 unidades. Diferenças significantes entre adultos e crianças ocorreram para branco, marrom, rosa, laranja, cinza e violeta. Em um segundo estudo, verificou-se possíveis relações entre os termos das cores mais salientes encontrados em adultos e crianças no estudo anterior com suas respectivas preferências, usando a mesma abordagem metodológica psicofísica. Trezentos adultos concluíram um teste na internet (idade média = 30 anos; DP = 1,02), e cinquenta e duas crianças concluíram o mesmo teste presencialmente (23 com 6 anos de idade; 29 com 7 anos 32 meninas). A tarefa consistiu em ordenar as oito cores mais salientes, exibidas em quadrados, cada um preenchido com uma única cor, na tela de computador, de acordo com a preferência pessoal. Com exceção do vermelho, todas obtiveram valores similares nos dois grupos, indicando uma tendência global em preferir azul e evitar marrom, e esse comportamento é mantido durante a vida. Embora algumas similaridades entre os conceitos mais salientes das cores com suas respectivas preferências foram observados, a baixa significância estatística indica que a preferência pessoal não exerce muito impacto no aprendizado dos termos de cor, e provavelmente está relacionada a outros fatores, como contexto e cultura. Para estudar a preferência por composições colorimétricas complexas, investigou-se o uso das cores dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil, caracterizando-os quantitativamente pela estrutura cromática, a fim de realizar comparações com pinturas tradicionais de museus e fotografias de cenas naturais encontradas previamente na literatura científica. Duzentos e vinte e oito fotografias de graffiti foram coletadas na cidade de São Paulo, Brasil. Suas cores foram representadas no espaço de cor CIELAB e caracterizadas por diferentes parâmetros estatísticos. Foram encontradas diversas similaridades com as pinturas tradicionais, em particular, ambos os estilos possuem maior distribuição ao longo do eixo azul-amarelo, sugerindo uma tendência em mimetizar a distribuição colorimétrica geralmente encontrada na natureza. Os graffiti obtiveram uma área do gamut consideravelmente maior que as pinturas tradicionais, o que foi explicado por uma análise dos pigmentos sintéticos modernos usados por esse estilo artístico, que são mais puros do que os pigmentos tradicionais de pinturas a óleo. Um maior espalhamento na curva do ângulo de orientação do gamut, em comparação com pinturas tradicionais, também foi encontrado, o que indica que os artistas urbanos fazem uso das cores com maior liberdade, produzindo composições menos engessadas que as pinturas tradicionais. Para verificar se existe uma tendência em preferir a configuração cromática original dos graffiti, foi realizado um teste na internet, utilizando quatro fotografias dos graffiti. Como critério de seleção, duas fotografias foram de graffiti com ângulos de orientação do gamut raramente encontrada na natureza, e as outras duas com os ângulos mais comuns. Cada fotografia teve seu ângulo do gamut rotacionado no espaço de cor CIELAB em intervalos de 40°, sendo três no sentido horário e três no sentido anti-horário, totalizando seis condições, mais a original. Essa modificação permite alterar as cores preservando as mesmas proporções, saturação e brilho. Cento e oitenta e nove voluntários (idade média = 24; DP = 1,6) concluíram um procedimento na internet, através de uma rotina 2AFC dividida espacialmente, onde dever-se-ia escolher a condição preferida. Foi utilizada a Lei do Julgamento Comparativo para a construção da escala intervalar para cada um dos graffiti. Os resultados generalizam estudos anteriores similares realizados com pinturas tradicionais, revelando que a composição colorimétrica original é a mais preferida, e que quando essa distribuição é próxima da distribuição geralmente encontrada na natureza, o efeito se torna mais evidente. Espera-se que esse trabalho sirva para encorajar estudos formais na psicologia das cores, através da utilização de metodologias científicas que tenham como base a fisiologia da visão humana, bem como na realização de manipulações digitais adequadas, obedecendo limites de discriminação de cor e espaços de cor dentro da reprodução dos monitores atuais, e no uso de escalas quantitativas com origens na psicofísica, permitindo comparar essas modalidades em um mesmo continuum dimensional, contribuindo para o entendimento de como a informação perceptual é representada psicologicamente.This thesis aims to study different psychological aspects of color: what are the most salient colors mentally; what is the personal preference of the most salient colors; how is the colorimetric distribution of urban graffiti in the city of São Paulo, Brazil; what is the preference for different colorimetric graffiti configurations. The psychophysical approach used to quantify these mental attributes allowed the construction of interval scales, where the distances between the points are given in standard deviation units, providing a quantitative level access to information, easy to be used in different groups where comparisons are desired. . One hundred thirty-eight adults (mean age = 22.7; SD = 1.9) and two hundred twentyfive children (mean age = 8.9; SD = 2.3) completed a task consisting of writing a list of color names that had only one term. For children at the beginning of literacy, the test was performed orally, and the researcher wrote down the answers. The data were analyzed using Thurstone\'s Ranking Method, which allowed applying his Law of Comparative Judgment to create an interval scale where the distances of the measured points are represented in units of standard deviation of the sample. For adults, the most salient color term was blue and the least violet, with 3.51 units between them. For children, these two terms meet at 3.67 units. Significant differences between adults and children occurred for white, brown, pink, orange, gray and violet. In a second study, possible relationships between the terms of the most salient colors found in adults and children in the previous study with their respective preferences were verified, using the same psychophysical methodological approach. Three hundred adults completed a internet-based test (mean age = 30 years; SD = 1.02), and fifty-two children completed the same test in person (23 6-year-olds; 29 7-year-olds; 32 girls). The task consisted of ordering the eight most salient colors, displayed in squares, each filled with a single color, on the computer screen, according to personal preference. With the exception of red, all obtained similar values in both groups, indicating a global tendency to prefer blue and avoid brown, and this behavior is maintained throughout life. Although some similarities between the most salient concepts of colors and their respective preferences were observed, the low statistical significance indicates that personal preference does not have much impact on the learning of color terms, and is probably related to other factors, such as context and culture. In order to study the preference for complex colorimetric compositions, the use of colors in urban graffiti in the city of São Paulo, Brazil was investigated, characterizing them quantitatively by chromatin structure, in order to make comparisons with traditional paintings from museums and photographs of natural scenes. previously found in scientific literature. Two hundred and twenty-eight graffiti photographs were collected in the city of São Paulo, Brazil. Their colors were represented in the CIELAB color space and characterized by different statistical parameters. Several similarities with traditional paintings were found, in particular, both styles have greater distribution along the blue-yellow axis, suggesting a tendency to mimic the colorimetric distribution generally found in nature. Graffiti achieved a gamut area considerably larger than traditional paintings, which was explained by an analysis of modern synthetic pigments used by this artistic style, which are purer than traditional pigments in oil paintings. A greater spread in the gamut orientation angle curve, in comparison with traditional paintings, was also found, which indicates that urban artists make use of colors with greater freedom, producing less plastered compositions than traditional paintings. In order to verify if there is a tendency to prefer the original chromatic configuration of the graffiti, a test was carried out on the internet, using four photographs of the graffiti. As a selection criterion, two photographs were of graffiti with gamut orientation angles rarely found in nature, and the other two with the most common angles. Each photograph had its gamut angle rotated in the CIELAB color space at 40° intervals, three clockwise and three counterclockwise, totaling six conditions, plus the original. This modification allows you to change colors while preserving the same proportions, saturation and brightness. One hundred and eighty-nine volunteers (mean age = 24; SD = 1.6) completed a procedure on the internet, through a spatially divided 2AFC routine, where one should choose the preferred condition. The Law of Comparative Judgment was used for the construction.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCosta, Marcelo Fernandes daSantana, Cláudia FeitosaGaddi C. M.; Gaddi, Carlo M.; Gaddi, Carlo Martins2023-07-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-10102023-153911/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-10-26T19:30:02Zoai:teses.usp.br:tde-10102023-153911Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-10-26T19:30:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Para crianças em início de alfabetização, o teste foi realizado oralmente, e o pesquisador anotava as respostas. Os dados foram analisados usando o Método do Ranqueamento de Thurstone, o que permitiu aplicar sua Lei do Julgamento Comparativo para a criação de uma escala intervalar onde as distâncias dos pontos medidos são representadas em unidades de desvio padrão da amostra. Para adultos, o termo da cor mais saliente foi azul e a menos, violeta, com 3,51 unidades entre elas. Para crianças, esses dois termos se encontram a 3,67 unidades. Diferenças significantes entre adultos e crianças ocorreram para branco, marrom, rosa, laranja, cinza e violeta. Em um segundo estudo, verificou-se possíveis relações entre os termos das cores mais salientes encontrados em adultos e crianças no estudo anterior com suas respectivas preferências, usando a mesma abordagem metodológica psicofísica. Trezentos adultos concluíram um teste na internet (idade média = 30 anos; DP = 1,02), e cinquenta e duas crianças concluíram o mesmo teste presencialmente (23 com 6 anos de idade; 29 com 7 anos 32 meninas). A tarefa consistiu em ordenar as oito cores mais salientes, exibidas em quadrados, cada um preenchido com uma única cor, na tela de computador, de acordo com a preferência pessoal. Com exceção do vermelho, todas obtiveram valores similares nos dois grupos, indicando uma tendência global em preferir azul e evitar marrom, e esse comportamento é mantido durante a vida. Embora algumas similaridades entre os conceitos mais salientes das cores com suas respectivas preferências foram observados, a baixa significância estatística indica que a preferência pessoal não exerce muito impacto no aprendizado dos termos de cor, e provavelmente está relacionada a outros fatores, como contexto e cultura. Para estudar a preferência por composições colorimétricas complexas, investigou-se o uso das cores dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil, caracterizando-os quantitativamente pela estrutura cromática, a fim de realizar comparações com pinturas tradicionais de museus e fotografias de cenas naturais encontradas previamente na literatura científica. Duzentos e vinte e oito fotografias de graffiti foram coletadas na cidade de São Paulo, Brasil. Suas cores foram representadas no espaço de cor CIELAB e caracterizadas por diferentes parâmetros estatísticos. Foram encontradas diversas similaridades com as pinturas tradicionais, em particular, ambos os estilos possuem maior distribuição ao longo do eixo azul-amarelo, sugerindo uma tendência em mimetizar a distribuição colorimétrica geralmente encontrada na natureza. Os graffiti obtiveram uma área do gamut consideravelmente maior que as pinturas tradicionais, o que foi explicado por uma análise dos pigmentos sintéticos modernos usados por esse estilo artístico, que são mais puros do que os pigmentos tradicionais de pinturas a óleo. Um maior espalhamento na curva do ângulo de orientação do gamut, em comparação com pinturas tradicionais, também foi encontrado, o que indica que os artistas urbanos fazem uso das cores com maior liberdade, produzindo composições menos engessadas que as pinturas tradicionais. Para verificar se existe uma tendência em preferir a configuração cromática original dos graffiti, foi realizado um teste na internet, utilizando quatro fotografias dos graffiti. Como critério de seleção, duas fotografias foram de graffiti com ângulos de orientação do gamut raramente encontrada na natureza, e as outras duas com os ângulos mais comuns. Cada fotografia teve seu ângulo do gamut rotacionado no espaço de cor CIELAB em intervalos de 40°, sendo três no sentido horário e três no sentido anti-horário, totalizando seis condições, mais a original. Essa modificação permite alterar as cores preservando as mesmas proporções, saturação e brilho. Cento e oitenta e nove voluntários (idade média = 24; DP = 1,6) concluíram um procedimento na internet, através de uma rotina 2AFC dividida espacialmente, onde dever-se-ia escolher a condição preferida. Foi utilizada a Lei do Julgamento Comparativo para a construção da escala intervalar para cada um dos graffiti. Os resultados generalizam estudos anteriores similares realizados com pinturas tradicionais, revelando que a composição colorimétrica original é a mais preferida, e que quando essa distribuição é próxima da distribuição geralmente encontrada na natureza, o efeito se torna mais evidente. Espera-se que esse trabalho sirva para encorajar estudos formais na psicologia das cores, através da utilização de metodologias científicas que tenham como base a fisiologia da visão humana, bem como na realização de manipulações digitais adequadas, obedecendo limites de discriminação de cor e espaços de cor dentro da reprodução dos monitores atuais, e no uso de escalas quantitativas com origens na psicofísica, permitindo comparar essas modalidades em um mesmo continuum dimensional, contribuindo para o entendimento de como a informação perceptual é representada psicologicamente.
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