Conexões da Teia Cósmica: vinculando propriedades de aglomerados e filamentos de galáxias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14131/tde-18102021-155445/ |
Resumo: | Em grandes escalas, a matéria no Universo se organiza numa estrutura que se assemelha às teias de aranha, na qual aglomerados de galáxias se conectam por filamentos, os quais circundam regiões quase vazias. A relação destes ambientes e seus efeitos sobre objetos de menor escalas têm sido amplamente discutida nos últimos anos, levando a cenários divergentes. O objetivo deste trabalho é buscar por correlações entre os componentes da distribuição de matéria em escalas de dezenas de Mpc. Especificamente, estudamos as propriedades de aglomerados de galáxias (AG) e da estrutura filamentar ao seu redor, e como elas se relacionam. As características dos aglomerados foram obtidas pela emissão em raios-X do plasma intra-aglomerado. A partir de dados públicos do satélite XMM-Newton derivou-se aspectos como temperatura, massa e estado dinâmico de 14 AGs no intervalo 0,14<z<0,35. A estrutura filamentar ao redor de cada AG foi estudada pela distribuição de galáxias em regiões cilíndricas de raio 35 h^-1Mpc e espessura Delta_z = 0,16, oriunda do SDSS DR14. Em cada campo, aplicamos o algoritmo Cosmic Web Reconstruction para determinar o esqueleto cósmico. O Filamento Principal (FP) foi identificado como aquele cruzando um dos AGs estudados em raios-X. Todas as galáxias mais próximas que 1,5 Mpc desses esqueletos filamentares foram consideradas como membros das estruturas. Analisamos as propriedades dos FPs como cor, comprimento e densidade relativa. Os resultados mostram que filamentos possuem índice de cor (g-i) similares, sem gradiente em direção ao eixo filamentar, apesar da estrutura se tornar mais densa em seu centro. Essas informações acordam com Darvish et. al (2015), que defende que a relação cor-densidade não é relevante nesse tipo de ambiente. Por outro lado, há uma tendência ao avermelhamento na direção do aglomerado mais próximo, apesar de não possuir mudança expressiva na densidade relativa. Além disso, observamos que aglomerados não cool-core mais massivos são mais vermelhos se comparados à cor de seu FP. Ambos resultados indicam que galáxias vermelhas caem mais rapidamente rumo ao AG mais próximo do que as com formação estelar, como proposto por Sarron et.al (2019). Ademais, verificamos que aglomerados de maior massa residem em filamentos menores e menos densos, sugerindo um sistema coevolutivo no qual um filamento menor representa uma estrutura mais colapsada em direção ao aglomerado, tornando o AG mais massivo devido ao fluxo de matéria e reduzindo a densidade filamentar. O próximo passo é avaliar outros componentes como os conteúdos de gás e matéria escura na teia cósmica, os quais proverão novas informações sobre como as maiores estruturas do Universo evoluem e se relacionam. |
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Conexões da Teia Cósmica: vinculando propriedades de aglomerados e filamentos de galáxiasCosmic Web Connections: linking properties of clusters and filaments of galaxiesAglomerados de galáxiasCosmic webEstrutura em larga-escalaFilamentosFilamentsGalaxy clustersLarge-scale structureRaios-XTeia cósmicaX-raysEm grandes escalas, a matéria no Universo se organiza numa estrutura que se assemelha às teias de aranha, na qual aglomerados de galáxias se conectam por filamentos, os quais circundam regiões quase vazias. A relação destes ambientes e seus efeitos sobre objetos de menor escalas têm sido amplamente discutida nos últimos anos, levando a cenários divergentes. O objetivo deste trabalho é buscar por correlações entre os componentes da distribuição de matéria em escalas de dezenas de Mpc. Especificamente, estudamos as propriedades de aglomerados de galáxias (AG) e da estrutura filamentar ao seu redor, e como elas se relacionam. As características dos aglomerados foram obtidas pela emissão em raios-X do plasma intra-aglomerado. A partir de dados públicos do satélite XMM-Newton derivou-se aspectos como temperatura, massa e estado dinâmico de 14 AGs no intervalo 0,14<z<0,35. A estrutura filamentar ao redor de cada AG foi estudada pela distribuição de galáxias em regiões cilíndricas de raio 35 h^-1Mpc e espessura Delta_z = 0,16, oriunda do SDSS DR14. Em cada campo, aplicamos o algoritmo Cosmic Web Reconstruction para determinar o esqueleto cósmico. O Filamento Principal (FP) foi identificado como aquele cruzando um dos AGs estudados em raios-X. Todas as galáxias mais próximas que 1,5 Mpc desses esqueletos filamentares foram consideradas como membros das estruturas. Analisamos as propriedades dos FPs como cor, comprimento e densidade relativa. Os resultados mostram que filamentos possuem índice de cor (g-i) similares, sem gradiente em direção ao eixo filamentar, apesar da estrutura se tornar mais densa em seu centro. Essas informações acordam com Darvish et. al (2015), que defende que a relação cor-densidade não é relevante nesse tipo de ambiente. Por outro lado, há uma tendência ao avermelhamento na direção do aglomerado mais próximo, apesar de não possuir mudança expressiva na densidade relativa. Além disso, observamos que aglomerados não cool-core mais massivos são mais vermelhos se comparados à cor de seu FP. Ambos resultados indicam que galáxias vermelhas caem mais rapidamente rumo ao AG mais próximo do que as com formação estelar, como proposto por Sarron et.al (2019). Ademais, verificamos que aglomerados de maior massa residem em filamentos menores e menos densos, sugerindo um sistema coevolutivo no qual um filamento menor representa uma estrutura mais colapsada em direção ao aglomerado, tornando o AG mais massivo devido ao fluxo de matéria e reduzindo a densidade filamentar. O próximo passo é avaliar outros componentes como os conteúdos de gás e matéria escura na teia cósmica, os quais proverão novas informações sobre como as maiores estruturas do Universo evoluem e se relacionam.At large scales, matter in the Universe is organized in a web-like structure, with clusters of galaxies connected by filaments, enclosing nearly empty regions. The relation of these environments and their effect on smaller-scale objects has been vastly discussed in the last years, leading to diverging scenarios. The main goal of this project is to search for correlations between the components of the matter distribution at scales of tens of Mpc. Specifically, we study whether the properties of galaxy clusters and filamentary structures in its surroundings are linked or not. The cluster properties were obtained from the intra-cluster plasma emission in X-rays. With public data from the XMM-Newton satellite, we derived physical parameters such as temperature, mass and dynamical state of 14 clusters in redshift range 0.14<z<0.35. The filamentary structure around each cluster was studied from the galaxy distribution in cylindrical regions of radius r=35 h^-1 Mpc and thickness Delta_z = 0.16. We applied the Cosmic Web Reconstruction algorithm to determine the web skeleton in each field. The Principal Filament (PF) was identified as the one crossing any of our central clusters, and all galaxies closer than 1.5 Mpc from these filamentary axes were considered as members of the structure. We analyzed PFs properties such as average and gradient colors, length, and relative density. The results show that filaments have similar (g-i) color index, with no gradient in direction to the filamentary axis, although it becomes denser when closer to the structure center. This is in agreement with Darvish et al. (2015), which argues that the color-density relation is not fundamental in these environments. On the other hand, there is a trend of reddening in direction to the closest cluster without expressive change in the relative density. Also, we observe that more massive non cool-core clusters are redder if compared to its filament color. Both results point out to red galaxies falling faster into the cluster than the star forming ones, as proposed by Sarron et. al (2019). Furthermore, we observed that more massive clusters reside in smaller and less dense PF, suggesting a co-evolving system in which smaller filaments are more collapsed towards the cluster, growing the cluster mass through higher matter inflow and reducing the filament density. Further progress may be gained by observing the filamentary gas content, providing more clues as how the largest structures in the Universe evolve.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLima Neto, Gastao Cesar BierrenbachCoco, Natália Crepaldi Del2019-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14131/tde-18102021-155445/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-10-20T17:16:02Zoai:teses.usp.br:tde-18102021-155445Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-10-20T17:16:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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