Mecanismos inflamatórios e imunológicos na síndrome de Down
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-04032010-175343/ |
Resumo: | Nos últimos anos houve um aumento da expectativa de vida de indivíduos com síndrome de Down, com causas de morte que diferem da população em geral. Alguns estudos mostraram que a resposta imunológica difere ao longo da vida com alterações relacionadas ao envelhecimento. O gene RCAN1 (regulador de calcineurina tipo 1), localizado na região q22.12 no cromossomo 21 é descrito como responsável pelo fenótipo da SD. O gene RCAN1 inibe a ação da calcineurina, responsável pela desfosforilação do fator nuclear de células T ativadas (NFAT), uma etapa essencial para a ativação de genes responsáveis pela expressão de citocinas. A consequência é uma possível diminuição da resposta imune efetora. Em adultos com síndrome de Down as respostas imunes humoral e celular têm sido pouco investigadas. Apesar da superexpressão do gene RCAN1 já ter sido descrita em diversos tecidos, sua expressão em células mononucleares de sangue periférico (PBMC) de adultos não foi ainda avaliada. Os objetivos deste estudo foram avaliar aspectos humorais e celulares da resposta imune, avaliar a expressão quantitativa do gene RCAN1 e relacionar os achados com a produção de citocinas. O grupo de estudo foi composto de adultos com síndrome de Down (SD) com cariótipo de trissomia livre (n=24), um grupo controle (CTR) composto de deficientes mentais com outras etiologias (n=21) e um grupo de indivíduos saudáveis (n=8), como parâmetros para alguns experimentos. Os grupos SD e CTR convivem na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-SP). Foram realizados hemogramas e sorologias para detecção de hepatite B, citomegalovírus, mononucleose infecciosa, toxoplasmose, rubéola, sarampo, PCR, fração de complemento C3, C4, antiestreptolisina O e dosagem de imunoglobulinas IgG, IgM e IgA. Células mononucleares foram obtidas por gradiente de Ficoll-Hypaque e submetidas à cultura celular, análise quantitativa de expressão gênica de RCAN1 e avaliação imunofenotípica por citometria de fluxo. Os sobrenadantes da cultura foram coletados para dosagem das citocinas IL-2, IL-4, IL-5, IL-10, TNF e INF. Os resultados deste estudo mostraram que a frequência de sorologias positivas para os vários agentes infecciosos e os demais parâmetros imunológicos foram comparáveis nos dois grupos de doentes mentais. A análise imunofenotípica dos indivíduos com SD mostrou aumento de células NK, de linfócitos TCD8+, alteração na relação CD4:CD8 (1:1) e diminuição de linfócitos B (CD19+) quando comparados ao grupo controle (p<0,05). A produção espontânea de INF, TNF e IL-10 foi maior no grupo SD em relação ao grupo CTR (p<0,05). Porém, quanto à expressão do gene RCAN1, não foi observada diferença entre os dois grupos analisados. O estudo do perfil imunológico humoral e celular de adultos com síndrome de Down provenientes da APAE-SP permitiu concluir que não houve diferenças quanto aos aspectos humorais avaliados nos dois grupos (SD e CTR). Quanto aos aspectos celulares, a imunofenotipagem sugere um possível sinal de envelhecimento precoce do sistema imune e a produção de citocinas um predomínio de perfil pró-inflamatório. Contudo, o perfil de citocinas não apresenta relação com o nível de expressão do gene RCAN1. |
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Mecanismos inflamatórios e imunológicos na síndrome de DownInflammatory and immunological mechanism in Downs syndromeAgingCitocinasCytokinesDown syndromeEnvelhecimentoExpressão gênicaGene expressionImmune system processesInflamaçãoInflammationProcessos do sistema imunológicoSíndrome de DownNos últimos anos houve um aumento da expectativa de vida de indivíduos com síndrome de Down, com causas de morte que diferem da população em geral. Alguns estudos mostraram que a resposta imunológica difere ao longo da vida com alterações relacionadas ao envelhecimento. O gene RCAN1 (regulador de calcineurina tipo 1), localizado na região q22.12 no cromossomo 21 é descrito como responsável pelo fenótipo da SD. O gene RCAN1 inibe a ação da calcineurina, responsável pela desfosforilação do fator nuclear de células T ativadas (NFAT), uma etapa essencial para a ativação de genes responsáveis pela expressão de citocinas. A consequência é uma possível diminuição da resposta imune efetora. Em adultos com síndrome de Down as respostas imunes humoral e celular têm sido pouco investigadas. Apesar da superexpressão do gene RCAN1 já ter sido descrita em diversos tecidos, sua expressão em células mononucleares de sangue periférico (PBMC) de adultos não foi ainda avaliada. Os objetivos deste estudo foram avaliar aspectos humorais e celulares da resposta imune, avaliar a expressão quantitativa do gene RCAN1 e relacionar os achados com a produção de citocinas. O grupo de estudo foi composto de adultos com síndrome de Down (SD) com cariótipo de trissomia livre (n=24), um grupo controle (CTR) composto de deficientes mentais com outras etiologias (n=21) e um grupo de indivíduos saudáveis (n=8), como parâmetros para alguns experimentos. Os grupos SD e CTR convivem na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-SP). Foram realizados hemogramas e sorologias para detecção de hepatite B, citomegalovírus, mononucleose infecciosa, toxoplasmose, rubéola, sarampo, PCR, fração de complemento C3, C4, antiestreptolisina O e dosagem de imunoglobulinas IgG, IgM e IgA. Células mononucleares foram obtidas por gradiente de Ficoll-Hypaque e submetidas à cultura celular, análise quantitativa de expressão gênica de RCAN1 e avaliação imunofenotípica por citometria de fluxo. Os sobrenadantes da cultura foram coletados para dosagem das citocinas IL-2, IL-4, IL-5, IL-10, TNF e INF. Os resultados deste estudo mostraram que a frequência de sorologias positivas para os vários agentes infecciosos e os demais parâmetros imunológicos foram comparáveis nos dois grupos de doentes mentais. A análise imunofenotípica dos indivíduos com SD mostrou aumento de células NK, de linfócitos TCD8+, alteração na relação CD4:CD8 (1:1) e diminuição de linfócitos B (CD19+) quando comparados ao grupo controle (p<0,05). A produção espontânea de INF, TNF e IL-10 foi maior no grupo SD em relação ao grupo CTR (p<0,05). Porém, quanto à expressão do gene RCAN1, não foi observada diferença entre os dois grupos analisados. O estudo do perfil imunológico humoral e celular de adultos com síndrome de Down provenientes da APAE-SP permitiu concluir que não houve diferenças quanto aos aspectos humorais avaliados nos dois grupos (SD e CTR). Quanto aos aspectos celulares, a imunofenotipagem sugere um possível sinal de envelhecimento precoce do sistema imune e a produção de citocinas um predomínio de perfil pró-inflamatório. Contudo, o perfil de citocinas não apresenta relação com o nível de expressão do gene RCAN1.In recent years there has been an increase in life expectancy of individuals with Down´s syndrome (DS), with death causes differ from the general population. Some studies have shown that the immune response differs throughout life with changes related to aging. The RCAN1 gene (regulator of calcineurin type 1), located in the q22.12 region of chromosome 21 is described as responsible for the phenotype of DS. The gene RCAN1 inhibits the calcineurin activity, responsible for the dephosphorylation of the nuclear factor of activated T cells (NFAT), an essential step for the activation of the genes responsible for cytokines expression. The consequence is a possible reduction of the effector immune response. In adults with DS, the humoral and cellular immune responses have not been throughly investigated. Although the overexpression of the RCAN1 gene has already been described in many tissues, its expression in mononuclear cells of peripheral blood (PBMC) of adults with DS has not been evaluated. The objectives of this study were to evaluate aspects of humoral and cellular immune response, evaluate the quantitative expression of the RCAN1 gene and correlate the findings with the production of cytokines. The study group consisted of adults with Down´s syndrome (DS) with free trisomy karyotype (n = 24), a control group (CTR) composed of the mentally disabled of other etiologies (n = 21) and a group of healthy subjects (n = 8), as parameters for some experiments. The SD and CTR groups are followed in Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-SP). It was evaluated Hemogram and serology for detection of hepatitis B, cytomegalovirus, infectious mononucleosis, toxoplasmosis, rubella, measles, cRP, complement fraction C3, C4, antistreptolysin O and IgG, IgM and IgA immunoglobulin isotypes. The mononuclear cells were obtained by Ficoll-Hypaque gradient and the cells were cultured without stimuli, analyzed for the quantitative gene expression of RCAN1 and evaluated for immunophenotyping by flow cytometry. The culture supernatants were collected for measurement of cytokines IL-2, IL-4, IL-5, IL- 10, TNF and IFN.The results of this study showed that the frequency of positive tests for various infectious agents and other immunological parameters were comparable in both groups (DS and CTR). Immunophenotyping of individuals with DS showed an increase in NK cells, CD8 + lymphocytes, changes in CD4: CD8 ratio (1:1) and decreased B lymphocytes (CD19 +) when compared to the control group (p <0.05). The DS group had a spontaneous production of IFN, TNF and IL-10 higher than the CTR group (p<0.05). However, there was not any difference in RCAN1 gene expression (mRNA) between the two groups of the mentally disabled. The humoral and cellular immune profile in adults with Down´s syndrome from APAE-SP showed that there was no difference in the humoral aspects assessed in both groups (SD and CTR). For the cellular aspects, the immunophenotyping suggests a possible sign of premature aging of the immune system and the cytokine production show a proinflammatory profile. Nevertheless, this cytokines profile is not associated with level of expression of the RCAN1 gene.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAzul, João Batista Costa Carvalho de SerroTrotta, Maria Beatriz Fortunato2009-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-04032010-175343/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:03Zoai:teses.usp.br:tde-04032010-175343Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Nos últimos anos houve um aumento da expectativa de vida de indivíduos com síndrome de Down, com causas de morte que diferem da população em geral. Alguns estudos mostraram que a resposta imunológica difere ao longo da vida com alterações relacionadas ao envelhecimento. O gene RCAN1 (regulador de calcineurina tipo 1), localizado na região q22.12 no cromossomo 21 é descrito como responsável pelo fenótipo da SD. O gene RCAN1 inibe a ação da calcineurina, responsável pela desfosforilação do fator nuclear de células T ativadas (NFAT), uma etapa essencial para a ativação de genes responsáveis pela expressão de citocinas. A consequência é uma possível diminuição da resposta imune efetora. Em adultos com síndrome de Down as respostas imunes humoral e celular têm sido pouco investigadas. Apesar da superexpressão do gene RCAN1 já ter sido descrita em diversos tecidos, sua expressão em células mononucleares de sangue periférico (PBMC) de adultos não foi ainda avaliada. Os objetivos deste estudo foram avaliar aspectos humorais e celulares da resposta imune, avaliar a expressão quantitativa do gene RCAN1 e relacionar os achados com a produção de citocinas. O grupo de estudo foi composto de adultos com síndrome de Down (SD) com cariótipo de trissomia livre (n=24), um grupo controle (CTR) composto de deficientes mentais com outras etiologias (n=21) e um grupo de indivíduos saudáveis (n=8), como parâmetros para alguns experimentos. Os grupos SD e CTR convivem na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-SP). Foram realizados hemogramas e sorologias para detecção de hepatite B, citomegalovírus, mononucleose infecciosa, toxoplasmose, rubéola, sarampo, PCR, fração de complemento C3, C4, antiestreptolisina O e dosagem de imunoglobulinas IgG, IgM e IgA. Células mononucleares foram obtidas por gradiente de Ficoll-Hypaque e submetidas à cultura celular, análise quantitativa de expressão gênica de RCAN1 e avaliação imunofenotípica por citometria de fluxo. Os sobrenadantes da cultura foram coletados para dosagem das citocinas IL-2, IL-4, IL-5, IL-10, TNF e INF. Os resultados deste estudo mostraram que a frequência de sorologias positivas para os vários agentes infecciosos e os demais parâmetros imunológicos foram comparáveis nos dois grupos de doentes mentais. A análise imunofenotípica dos indivíduos com SD mostrou aumento de células NK, de linfócitos TCD8+, alteração na relação CD4:CD8 (1:1) e diminuição de linfócitos B (CD19+) quando comparados ao grupo controle (p<0,05). A produção espontânea de INF, TNF e IL-10 foi maior no grupo SD em relação ao grupo CTR (p<0,05). Porém, quanto à expressão do gene RCAN1, não foi observada diferença entre os dois grupos analisados. O estudo do perfil imunológico humoral e celular de adultos com síndrome de Down provenientes da APAE-SP permitiu concluir que não houve diferenças quanto aos aspectos humorais avaliados nos dois grupos (SD e CTR). Quanto aos aspectos celulares, a imunofenotipagem sugere um possível sinal de envelhecimento precoce do sistema imune e a produção de citocinas um predomínio de perfil pró-inflamatório. Contudo, o perfil de citocinas não apresenta relação com o nível de expressão do gene RCAN1. |
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