Taxonomia do complexo Pyrrhura lepida (Aves: Psittacidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Somenzari, Marina
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18082011-151016/
Resumo: O complexo Pyrrhura lepida, como atualmente definido, é composto por três subespécies, P. l. lepida, P. l. coerulescens e P. l. anerythra, as quais são estreitamente relacionadas a P. perlata. De ocorrência no sul da Amazônia, diferenciam-se dos demais representantes do gênero pela coloração da cauda, cuja face dorsal é vermelho-escuro, enquanto a ventral é negra, além de possuírem as retrizes mais largas. O objetivo deste trabalho foi descrever a variação morfológica presente nesses táxons, revisar sua validade taxonômica e definir sua distribuição geográfica. Foram analisados 69 espécimes de P. lepida e 34 espécimes de P. perlata. A análise dos padrões de coloração de plumagem foi baseada em diversas regiões corpóreas, perfazendo 19 caracteres morfológicos. Quanto à morfometria, foram obtidas medidas de comprimento de asa, de cauda, do cúlmen exposto, largura do bico e comprimento do tarsometatarso. A análise morfológica demonstra a existência de apenas três táxons válidos: o primeiro deles ocorre do rio Madeira até a margem leste do rio Tapajós, é caracterizado por apresentar a região abdominal de coloração vermelho-vivo, região auricular composta de penas escuras com a raque e o ápice esbranquiçados, região superior das bochechas de coloração verde-amarelado e face dorsal da cauda de cor marrom-avermelhado e deve continuar sendo tratado pelo nome P. perlata. O segundo táxon ocorre na região entre os rios Xingu e Araguaia-Tocantins, é caracterizado pela presença de coloração verde-azulada nas coberteiras inferiores das asas e pelo abdômen verde com a presença na região central de uma mancha escamada de coloração vermelho-escura e deve ser chamado P. anerythra. O terceiro táxon, caracterizado principalmente pela coloração geral verde na região abdominal, e pelas coberteiras inferiores das asas vermelhas, reúne as populações a leste do Araguaia-Tocantins incluindo a ilha de Marajó que antes eram tratadas como dois táxons distintos: P. lepida lepida e P. l. coerulescens, e a partir do presente estudo devem ser sinonimizados. A revisão da história nomenclatural dessa população, contudo, revelou a necessidade de algumas mudanças de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura: o nome atual Pyrrhura lepida (Wagler, 1832) deve ter sua autoria corrigida para Pyrrhura lepida (Kuhl, 1820). Entretanto, como o espécime-tipo desse nome é um híbrido, este nome se torna inválido e, como consequência, este táxon deve ser denominado Pyrrhura coerulescens Neumann, 1927, que é o segundo nome mais antigo disponível. Não obstante os grandes afluentes do sul do Amazonas delimitarem os táxons válidos, há uma pequena zona de hibridação entre P. anerythra e P. coerulescens na região de Portel/PA, a oeste da foz do rio Tocantins, mas que aparentemente não compromete o reconhecimento desses dois táxons. Os dados morfométricos não permitiram diagnosticar os táxons dada a sobreposição dos valores e tampouco foi detectado dimorfismo sexual. Conjuntamente, esses três táxons compõem o aqui redefinido complexo perlata-coerulescens.
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Quanto à morfometria, foram obtidas medidas de comprimento de asa, de cauda, do cúlmen exposto, largura do bico e comprimento do tarsometatarso. A análise morfológica demonstra a existência de apenas três táxons válidos: o primeiro deles ocorre do rio Madeira até a margem leste do rio Tapajós, é caracterizado por apresentar a região abdominal de coloração vermelho-vivo, região auricular composta de penas escuras com a raque e o ápice esbranquiçados, região superior das bochechas de coloração verde-amarelado e face dorsal da cauda de cor marrom-avermelhado e deve continuar sendo tratado pelo nome P. perlata. O segundo táxon ocorre na região entre os rios Xingu e Araguaia-Tocantins, é caracterizado pela presença de coloração verde-azulada nas coberteiras inferiores das asas e pelo abdômen verde com a presença na região central de uma mancha escamada de coloração vermelho-escura e deve ser chamado P. anerythra. O terceiro táxon, caracterizado principalmente pela coloração geral verde na região abdominal, e pelas coberteiras inferiores das asas vermelhas, reúne as populações a leste do Araguaia-Tocantins incluindo a ilha de Marajó que antes eram tratadas como dois táxons distintos: P. lepida lepida e P. l. coerulescens, e a partir do presente estudo devem ser sinonimizados. A revisão da história nomenclatural dessa população, contudo, revelou a necessidade de algumas mudanças de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura: o nome atual Pyrrhura lepida (Wagler, 1832) deve ter sua autoria corrigida para Pyrrhura lepida (Kuhl, 1820). Entretanto, como o espécime-tipo desse nome é um híbrido, este nome se torna inválido e, como consequência, este táxon deve ser denominado Pyrrhura coerulescens Neumann, 1927, que é o segundo nome mais antigo disponível. Não obstante os grandes afluentes do sul do Amazonas delimitarem os táxons válidos, há uma pequena zona de hibridação entre P. anerythra e P. coerulescens na região de Portel/PA, a oeste da foz do rio Tocantins, mas que aparentemente não compromete o reconhecimento desses dois táxons. Os dados morfométricos não permitiram diagnosticar os táxons dada a sobreposição dos valores e tampouco foi detectado dimorfismo sexual. Conjuntamente, esses três táxons compõem o aqui redefinido complexo perlata-coerulescens.The species complex of Pyrrhura lepida, as currently defined, is composed of three subspecies: P. l. lepida, P. l. coerulescens e P. l. anerythra, all closely related to P. perlata. Occurring on the southern Amazon forest, the complex differentiates itself from other members of the genus by its tails coloration, which is dark-red on the dorsal side and black on the underside, with wider rectrices. This works objective was to describe the morphological variance in these taxa, revising their taxonomical validity and defining their geographical distribution. In the course of it, 69 specimens of P. lepida and 34 of P. perlata were analyzed. Analysis of the coloration pattern of the birds plumage was based on several corporeal regions, adding up to 19 distinct morphological characters. Regarding morphometry, the utilized measures were closed wing length, tail length, exposed culmen length, beak width and tarsometatarsus length. Morphological analysis show the existence of only three valid taxa: the first, occurring from the Madeira river to the east margin of the Tapajós river, has a distinguishing, vivid red coloration on its abdomen, an auricular region composed of dark feathers with whitened raquis and apex, green-yellow coloration in its upper cheek regions and brown-red on the backside of its tail, and so should continue to be treated by the name of P. perlata. The second taxon occurs in the region between the Xingu and Araguaia-Tocantins rivers. It is characterized by the green-blue coloration in its lower coverts of it wings and green abdomen with scale-like deep-red coloration, and should be named as P. anerythra. The third taxon, mainly characterized by the generally green coloration of its abdomen and red lower coverts on its wings, covers populations located east from Araguaia-Tocantins, including ones in ilha de Marajó, which were before split in two different taxa, P. lepida lepida and P. l. coerulescens. Both taxa should be considered synonyms from now on. Historical nomenclature revision of the populations revealed, however, the necessity of some changes in accordance with the ICZN: the current name Pyrrhura lepida (Wagler, 1832) should have its authorship corrected to Pyrrhura lepida (Kuhl, 1820). However, the type-specimen of that name is a hybrid, invalidating the name and making Pyrrhura coerulescens Neumann, 1927, as the second oldest available name, the correct one. Even though the main contributors of the southern Amazon river define and isolate the valid taxa, there is a small hybridization area between P. anerythra e P. coerulescens near Portel/PA, located to the east of the mouth of the Tocantins river. Still, the hybridization doesnt seem to compromise the characterization and differentiation of these two taxa. Morphometrical data were unable to distinguish between taxa due to juxtaposition of values and averages. Sexual dimorphism was also not detected. Jointly these three taxa form the hereby redefined perlata-coerulescens species complex.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilveira, Luis FábioSomenzari, Marina2011-05-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18082011-151016/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-18082011-151016Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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