O efeito da umidade relativa no desempenho cognitivo de idosos saudáveis submetidos a estresse térmico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guedes, Mariana Rodrigues
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-03072019-154834/
Resumo: INTRODUÇÃO. Mudanças de temperatura que afetam a zona de conforto térmico têm influência na saúde da população por diferentes mecanismos. Durante o processo de envelhecimento ocorrem mudanças no mecanismo de termorregulação deixando os idosos mais suscetíveis a essas mudanças ambientais. Em estudos prévios, foi observado uma tendência a ter uma piora no desempenho cognitivo em idosos quando submetidos à calor úmido. OBJETIVOS. Comparar os efeitos do calor úmido com o calor seco do ambiente, no desempenho cognitivo de idosos da comunidade. Avaliar o impacto das intervenções na temperatura corporal, pressão arterial e sensação subjetiva de desconforto térmico e verificar a interação de variáveis sócio-demográficas e exercício físico no desempenho cognitivo. MÉTODOS. Cinquenta e um idosos saudáveis advindos do Ambulatório de Geriatria do HCFMUSP participaram duas baterias de testes de cognição em duas condições ambientais, sendo uma com calor seco de 32.5ºC e 30% de umidade relativa (UR), e outra com o calor úmido de 32.5ºC e 70% de UR. Foram aplicados 5 testes da Bateria Neuropsicológica Automatizada de Testes de Cambridge (CANTAB) com objetivo de avaliar a memória, velocidade de processamento e a atenção. Para a avaliação dos resultados, foi criado um escore composto global utilizando a medida mais representativa de cada um dos 5 testes. Antes de cada sessão foi aferida a pressão, temperatura auricular e a frequência cardíaca. Para a análise de interação foi usada a ANOVA com objetivo de analisar se o efeito da umidade relativa no desempenho cognitivo foi modificado em cada uma das amostras estudadas. RESULTADOS. A média de idade dos participantes foi de 73,27 anos, 72,55 % do sexo feminino, escolaridade média de 11,58 anos. Um pequeno aumento na temperatura auricular foi observado em ambos os protocolos, mas não houve diferença significativa entre eles. A pressão arterial média e a frequência cardíaca não apresentaram alterações significativas. No calor úmido, houve uma sensação subjetiva de desconforto térmico em 3/4 da amostra. Por outro lado, em apenas 1/3 da amostra, foi relatada alguma dificuldade subjetiva na realização dos testes computadorizados. Nenhuma diferença significativa foi encontrada no escore cognitivo global entre calor seco e calor úmido (100,47 ± 8,91, 99,52 ± 7,57, p = 0,4). Além disso, nenhuma diferença significativa foi encontrada em cada um dos testes computadorizados individualizados. O efeito da alta umidade relativa no desempenho cognitivo não foi modificado pela idade (p=0,70), gênero (p=0,24), cor da pele (p=0,19), escolaridade (p=0,92), prática de exercícios físicos (p=0,82), percepção de conforto (p=0,81). CONCLUSÃO. Idosos saudáveis, ativos fisicamente, com boa funcionalidade e alta escolaridade não apresentaram diferenças significativas entre o desempenho cognitivo no calor seco e no calor úmido. Houve um pequeno aumento da temperatura auricular tanto no calor seco e no calor úmido, mas não houve um impacto significativo na pressão arterial e na frequência cardíaca. No estresse térmico úmido, a maioria dos idosos relataram algum grau de desconforto térmico. As variáveis sócio-demográficas e atividade física não tiveram influência na suscetibilidade ao calor úmido
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Avaliar o impacto das intervenções na temperatura corporal, pressão arterial e sensação subjetiva de desconforto térmico e verificar a interação de variáveis sócio-demográficas e exercício físico no desempenho cognitivo. MÉTODOS. Cinquenta e um idosos saudáveis advindos do Ambulatório de Geriatria do HCFMUSP participaram duas baterias de testes de cognição em duas condições ambientais, sendo uma com calor seco de 32.5ºC e 30% de umidade relativa (UR), e outra com o calor úmido de 32.5ºC e 70% de UR. Foram aplicados 5 testes da Bateria Neuropsicológica Automatizada de Testes de Cambridge (CANTAB) com objetivo de avaliar a memória, velocidade de processamento e a atenção. Para a avaliação dos resultados, foi criado um escore composto global utilizando a medida mais representativa de cada um dos 5 testes. Antes de cada sessão foi aferida a pressão, temperatura auricular e a frequência cardíaca. Para a análise de interação foi usada a ANOVA com objetivo de analisar se o efeito da umidade relativa no desempenho cognitivo foi modificado em cada uma das amostras estudadas. RESULTADOS. A média de idade dos participantes foi de 73,27 anos, 72,55 % do sexo feminino, escolaridade média de 11,58 anos. Um pequeno aumento na temperatura auricular foi observado em ambos os protocolos, mas não houve diferença significativa entre eles. A pressão arterial média e a frequência cardíaca não apresentaram alterações significativas. No calor úmido, houve uma sensação subjetiva de desconforto térmico em 3/4 da amostra. Por outro lado, em apenas 1/3 da amostra, foi relatada alguma dificuldade subjetiva na realização dos testes computadorizados. Nenhuma diferença significativa foi encontrada no escore cognitivo global entre calor seco e calor úmido (100,47 ± 8,91, 99,52 ± 7,57, p = 0,4). Além disso, nenhuma diferença significativa foi encontrada em cada um dos testes computadorizados individualizados. O efeito da alta umidade relativa no desempenho cognitivo não foi modificado pela idade (p=0,70), gênero (p=0,24), cor da pele (p=0,19), escolaridade (p=0,92), prática de exercícios físicos (p=0,82), percepção de conforto (p=0,81). CONCLUSÃO. Idosos saudáveis, ativos fisicamente, com boa funcionalidade e alta escolaridade não apresentaram diferenças significativas entre o desempenho cognitivo no calor seco e no calor úmido. Houve um pequeno aumento da temperatura auricular tanto no calor seco e no calor úmido, mas não houve um impacto significativo na pressão arterial e na frequência cardíaca. No estresse térmico úmido, a maioria dos idosos relataram algum grau de desconforto térmico. As variáveis sócio-demográficas e atividade física não tiveram influência na suscetibilidade ao calor úmidoINTRODUCTION. Changes in temperature affecting the thermal comfort range have an influence on the health of the population by different mechanisms. Aging leads to changes in temperature control mechanisms that make elderly people more susceptible to environmental changes. Previous studies have shown a tendency to worsen cognitive performance in the elderly when subjected to moist heat. OBJECTIVES. To compare the effects of moist heat and dry heat in controlled environment on the cognitive performance among community-dwelling older persons. To evaluate the impact of interventions on body temperature, blood pressure and subjective sensation of thermal discomfort and to verify the interaction of socio-demographic variables and physical exercise on cognitive performance. MÉTODOS. Fifty-one healthy older adults from outpatient geriatrics clinic participated in two sets of cognition tests in two environmental conditions, one with dry heat of 32.5ºC and 30% relative humidity (RH), and one with a humid heat of 32.5ºC and 70% RH. Five tests of the Automated Neuropsychological Test Battery of Cambridge (CANTAB) were applied in order to evaluate executive function, processing speed and attention. For the evaluation of the results, a global composite score was created using the most representative measure of each of the 5 tests. Before each session the pressure, atrial temperature and heart rate were measured. For the interaction analysis, ANOVA was used to analyze if the effect of relative humidity on cognitive performance was modified in both samples studied. RESULTS. The mean age was 73.27 years, 72.55 % were female, with a mean educational level of 11.58 years. A small increase in tympanic temperature was observed in both protocols but no significant difference between them. Mean blood pressure and heart rate did not show significant changes. In the moist, there was a subjective sensation of thermal discomfort in 3/4 of the sample; on the other hand, in only 1/3 of the sample, some subjective difficulty in performing the computerized tests was reported. No significant difference was found in the global cognitive score between dry heat and moist heat (100.47 ± 8.91, 99.52 ± 7.57, p = 0.4). Also, no significant difference was found in each of the individualized computerized tests. The effect of high relative humidity on cognitive performance was not modified by age (p = 0.70), gender (p = 0.24), race (p = 0.19), education (p = 0.92), physical exercises (p = 0.82), comfort perception (p = 0.81). CONCLUSIONS. Physically active healthy older adults with preserved functionality and high education did not show significant differences between cognitive performance in dry heat and in moist heat. There was a small increase in tympanic temperature in both dry heat and moist heat, but there was no significant impact on blood pressure and heart rate. In moist heat, most of the elderly reported some degree of thermal discomfort. Socio-demographic variables and physical activity had no influence on susceptibility to moist heatBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBusse, Alexandre LeopoldGuedes, Mariana Rodrigues2019-04-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-03072019-154834/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-07-04T17:50:34Zoai:teses.usp.br:tde-03072019-154834Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-07-04T17:50:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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