Ocupações humanas pré-históricas no litoral maranhense: um estudo arqueológico sobre o sambaqui do Bacanga na ilha de São Luís - Maranhão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-26092008-145347/ |
Resumo: | A presente dissertação discorre sobre a ocupação pré-histórica da Ilha de São Luís-Maranhão, a partir do estudo arqueológico realizado no sambaqui do Bacanga, que evidenciou vestígios materiais de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas, que se estabeleceram na região, em torno de 6.600 anos antes do presente e permaneceram habitando esse assentamento até o ano 900 antes do presente. A pesquisa em questão, pautada nos pressupostos teórico-metodológicos da Arqueologia da Paisagem e da Antropologia das Técnicas, aglutinou uma gama de especialidades, que se envolveram na datação de material arqueológico, na análise técnica da cerâmica, na identificação dos vestígios arqueofaunísticos, no levantamento topográfico, altimétrico e na execução de plantas e desenhos da distribuição espacial dos vestígios, bem como na caracterização geoambiental, além da própria análise dos dados arqueológicos, principalmente o material cerâmico. A descrição, interpretação e a correlação das informações obtidas no sambaqui do Bacanga permitiram construir conhecimento inédito sobre os processos ocorridos na préhistória da Ilha de São Luís, ao atestar a existência e permanência, por um longo período de tempo, de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas adaptadas a ambiente estuarino-marinho, cuja dieta envolvia a captura de uma variedade de animais e a coleta de algumas espécies vegetais, mas que contudo, encontrava a sua base de sustentação na pesca e na utilização de crustáceos e moluscos como alimentos. O foco da análise centrou-se na investigação do modo de vida de tais populações, a partir da caracterização técnica e tipológica da cerâmica, uma vez que a presença desse tipo de evidência em sambaquis tem sua área geográfica bastante circunscrita no Brasil, envolvendo majoritariamente algumas regiões do Pará, Maranhão e em menor escala Sergipe e Bahia. Além disso, um aspecto de fundamental importância para arqueologia brasileira e que não se obteve paralelo na literatura analisada relacionou-se à descoberta de um assentamento ceramista pré-sambaqui, cuja localização era a mesma do sambaqui do Bacanga, estando situado nas camadas mais antigas de ocupação, algo entre 6.600 a 5.500 anos antes do presente, com grande concentração de cerâmica, sem, no entanto, apresentar o acúmulo de restos alimentares nos pisos de ocupação. Ao passo que as populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas do sambaqui propriamente dito, assentaram-se entre 5.000 a 900 anos antes do presente. Em síntese, a inserção do sítio em questão, nas escalas espaciais, temporais e ambientais, bem como o estudo dos vestígios arqueológicos estabeleceram parâmetros pioneiros para que futuras pesquisas no Maranhão encontrem referenciais de suporte e levem em consideração a história de longa duração dos primeiros povoadores da Ilha de São Luís. |
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Ocupações humanas pré-históricas no litoral maranhense: um estudo arqueológico sobre o sambaqui do Bacanga na ilha de São Luís - MaranhãoPre-historic ocupations humans at Maranhense coast: an study of Bacanga Shell Midden at São Luís Island-MaranhãoArqueologia da PaisagemCerâmicaChronology ceramicsCronologiaEstratigrafiaLandscape ArchaeologySambaquiSão LuísSão Luís-MAShell moundsA presente dissertação discorre sobre a ocupação pré-histórica da Ilha de São Luís-Maranhão, a partir do estudo arqueológico realizado no sambaqui do Bacanga, que evidenciou vestígios materiais de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas, que se estabeleceram na região, em torno de 6.600 anos antes do presente e permaneceram habitando esse assentamento até o ano 900 antes do presente. A pesquisa em questão, pautada nos pressupostos teórico-metodológicos da Arqueologia da Paisagem e da Antropologia das Técnicas, aglutinou uma gama de especialidades, que se envolveram na datação de material arqueológico, na análise técnica da cerâmica, na identificação dos vestígios arqueofaunísticos, no levantamento topográfico, altimétrico e na execução de plantas e desenhos da distribuição espacial dos vestígios, bem como na caracterização geoambiental, além da própria análise dos dados arqueológicos, principalmente o material cerâmico. A descrição, interpretação e a correlação das informações obtidas no sambaqui do Bacanga permitiram construir conhecimento inédito sobre os processos ocorridos na préhistória da Ilha de São Luís, ao atestar a existência e permanência, por um longo período de tempo, de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas adaptadas a ambiente estuarino-marinho, cuja dieta envolvia a captura de uma variedade de animais e a coleta de algumas espécies vegetais, mas que contudo, encontrava a sua base de sustentação na pesca e na utilização de crustáceos e moluscos como alimentos. O foco da análise centrou-se na investigação do modo de vida de tais populações, a partir da caracterização técnica e tipológica da cerâmica, uma vez que a presença desse tipo de evidência em sambaquis tem sua área geográfica bastante circunscrita no Brasil, envolvendo majoritariamente algumas regiões do Pará, Maranhão e em menor escala Sergipe e Bahia. Além disso, um aspecto de fundamental importância para arqueologia brasileira e que não se obteve paralelo na literatura analisada relacionou-se à descoberta de um assentamento ceramista pré-sambaqui, cuja localização era a mesma do sambaqui do Bacanga, estando situado nas camadas mais antigas de ocupação, algo entre 6.600 a 5.500 anos antes do presente, com grande concentração de cerâmica, sem, no entanto, apresentar o acúmulo de restos alimentares nos pisos de ocupação. Ao passo que as populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas do sambaqui propriamente dito, assentaram-se entre 5.000 a 900 anos antes do presente. Em síntese, a inserção do sítio em questão, nas escalas espaciais, temporais e ambientais, bem como o estudo dos vestígios arqueológicos estabeleceram parâmetros pioneiros para que futuras pesquisas no Maranhão encontrem referenciais de suporte e levem em consideração a história de longa duração dos primeiros povoadores da Ilha de São Luís.The present dissertation discusses about the pre-historic occupation at São Luís Island-Maranhão, from the archaeological study realized at Bacanga Shell Mound, that appointed material vestiges of the fishing-collecting-hunters and ceramists populations that settled in the region, around 6.600 years before present and remained living this settlement until 900 before present. The research, based in theorical-methodological issues of the Landscape Archaeology and the Technicist Anthropology, united a variety of specialties, that were involved in the archaeological material process of date, in the analyses of ceramics, in the identification of archaeofaunistical vestiges, in the topographical, altimetrical research and in the execution of plants and drawings of this site, in the geoenvironmental characterization, besides the analyses of the archaeological information, mainly the ceramics remains. The description, interpretation and co-relation of the information obtained at Bacanga Shell Mound allowed to build inedited knowledge about the processes occurred in the pre-history of São Luís Island, testifying the existence and permanence, for a long period, of fishing-collecting-hunters and ceramists population adapted to estuary-sea environmental, whose diet involved the gathering of a variety of animals and gathering of some vegetable species, but, the, however, found support in the fishing and in the crustacean and mollusks as food. The focus of analyses was centered in the investigation of the way of life of this population, from the technicist and typological characterization of ceramics, considering that the presence of this kind of evidence in shell mounds has its geographical area really circumscribed in Brazil, involving majorly some regions in Pará, Maranhão, and, in a minor scale, Sergipe and Bahia. Besides that, as aspect of fundamental importance to the brazilian archaeology and that does not have parallel in the literature analyzed related to the discovery of a pre-shell mound ceramist settlement, whose, localization was the same of Bacanga shell mound, being localized in the older layers of the settlement, from 6.600 to 5.5000 years before present, with big concentration of ceramics, without, however, presenting an accumulation of food residues in the settlement floors. Making a summary, the insertion of this site, in spatial, temporal, and environmental scales, and the study of archaeological vestiges establish primary parameters to future researches in Maranhão, finding references of support and considering the long duration history of the first population in São Luís Island.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlves, Marcia AngelinaBandeira, Arkley Marques2008-05-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-26092008-145347/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-26092008-145347Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A presente dissertação discorre sobre a ocupação pré-histórica da Ilha de São Luís-Maranhão, a partir do estudo arqueológico realizado no sambaqui do Bacanga, que evidenciou vestígios materiais de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas, que se estabeleceram na região, em torno de 6.600 anos antes do presente e permaneceram habitando esse assentamento até o ano 900 antes do presente. A pesquisa em questão, pautada nos pressupostos teórico-metodológicos da Arqueologia da Paisagem e da Antropologia das Técnicas, aglutinou uma gama de especialidades, que se envolveram na datação de material arqueológico, na análise técnica da cerâmica, na identificação dos vestígios arqueofaunísticos, no levantamento topográfico, altimétrico e na execução de plantas e desenhos da distribuição espacial dos vestígios, bem como na caracterização geoambiental, além da própria análise dos dados arqueológicos, principalmente o material cerâmico. A descrição, interpretação e a correlação das informações obtidas no sambaqui do Bacanga permitiram construir conhecimento inédito sobre os processos ocorridos na préhistória da Ilha de São Luís, ao atestar a existência e permanência, por um longo período de tempo, de populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas adaptadas a ambiente estuarino-marinho, cuja dieta envolvia a captura de uma variedade de animais e a coleta de algumas espécies vegetais, mas que contudo, encontrava a sua base de sustentação na pesca e na utilização de crustáceos e moluscos como alimentos. O foco da análise centrou-se na investigação do modo de vida de tais populações, a partir da caracterização técnica e tipológica da cerâmica, uma vez que a presença desse tipo de evidência em sambaquis tem sua área geográfica bastante circunscrita no Brasil, envolvendo majoritariamente algumas regiões do Pará, Maranhão e em menor escala Sergipe e Bahia. Além disso, um aspecto de fundamental importância para arqueologia brasileira e que não se obteve paralelo na literatura analisada relacionou-se à descoberta de um assentamento ceramista pré-sambaqui, cuja localização era a mesma do sambaqui do Bacanga, estando situado nas camadas mais antigas de ocupação, algo entre 6.600 a 5.500 anos antes do presente, com grande concentração de cerâmica, sem, no entanto, apresentar o acúmulo de restos alimentares nos pisos de ocupação. Ao passo que as populações pescadoras- coletoras- caçadoras e ceramistas do sambaqui propriamente dito, assentaram-se entre 5.000 a 900 anos antes do presente. Em síntese, a inserção do sítio em questão, nas escalas espaciais, temporais e ambientais, bem como o estudo dos vestígios arqueológicos estabeleceram parâmetros pioneiros para que futuras pesquisas no Maranhão encontrem referenciais de suporte e levem em consideração a história de longa duração dos primeiros povoadores da Ilha de São Luís. |
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