Tradução, adaptação transcultural e estudo psicométrico do Teste Multifacetado de Empatia (MET)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-01122022-123031/ |
Resumo: | Introdução: Dentre os domínios que compõem a cognição social, destaca-se a empatia, que pode ser definida como a capacidade de compreender e sentir o que o outro pensa e sente, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento. No que diz respeito a avaliação deste construto, é possível identificar, na literatura científica, a existência de uma série de instrumentos/metodologias com tal propósito, com predomínio das escalas de autoavaliação, que apresentam baixa validade ecológica. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do Multifaceted Empathy Test (MET), fornecendo parâmetros de validade e confiabilidade para o uso na população adulta brasileira em versões computadorizada e online. Método: O estudo foi conduzido em três fases: a) Fase 1 - Processo de tradução e adaptação do MET; b) Fase 2 - Estudo psicométrico do MET - versão computadorizada; c) Fase 3 - Proposição e Estudo psicométrico do MET - versão online. Para conduzir a Fase 1, o instrumento foi traduzido do inglês para o português do Brasil por três tradutores. As versões foram sintetizadas por dois juízes e validada pela autora do teste. Em relação às Fases 2 e 3, as seguintes análises foram conduzidas: confiabilidade (alpha de Cronbach, Ômega de McDonald e teste-reteste); padrões de resposta aos itens (infit e outfit); funcionamento diferencial dos itens; discriminação de grupos conhecidos (sexo), validade convergente (com base nos instrumentos Interpersonal Reactivity Index, Escala Breve de Coping Resiliente, Escala de Estresse Percebido e Tarefa de Reconhecimento de Expressões Faciais). Verificou-se ainda a invariância entre as diferentes versões, com base nas análises do funcionamento diferencial entre os itens e na Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo. Resultados: As amostras da Fase 2 e 3 foram compostas por 142 e 519 participantes, respectivamente, sendo a maioria do sexo feminino (Fase 1: 66,2%; Fase 2: 74,0%). A idade média foi de 32,41 (DP = 14,82) na Fase 1 e 32,29 (DP = 11,83) na Fase 2. A maioria das pessoas possuía mais de 12 anos de estudos (Fase 1: 62,0%; Fase 2: 86,1%). O processo de adaptação transcultural foi conduzido com adequação. As análises psicométricas indicaram que ambas as versões do MET apresentaram bons índices de estabilidade temporal (subescala cognitiva 0,22 - 0,82; subescala afetiva 0,34 - 0,87), coeficientes altos de consistência interna para a subescala afetiva (0,93 - 0,97), índices de infit e outfit adequados, capacidade discriminativa entre sexos (escore mulheres > homens), que reforçaram a validade clínica do instrumento, validade convergente com medidas de empatia (0,17 - 0,36) e com construtos correlatos (coping resiliente: 0,12 - 0,23; estresse: -0,29 - -0,19; reconhecimento de expressões faciais: -0,21 - 0,31). Por outro lado, os coeficientes de consistência interna da subescala cognitiva foram baixos (0,24 - 0,46). A equivalência entre as versões não foi atestada. Conclusões: De modo geral, o MET apresenta bons indicadores psicométricos e pode ser utilizado na população brasileira em contextos clínicos e de pesquisa. Seus pontos frágeis relacionam-se a falta de equivalência entre as versões e à consistência interna da subescala cognitiva, a qual aponta para questões ligadas à estrutura interna do instrumento, que devem ser melhor investigadas por meio de análise fatorial. |
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Tradução, adaptação transcultural e estudo psicométrico do Teste Multifacetado de Empatia (MET)Translation, cross-cultural adaptation and psychometric study of the Multifaceted Test of Empathy (MET)ConfiabilidadeEmpathyEmpatiaPsicometriaPsychometricReliabilityValidadeValidityIntrodução: Dentre os domínios que compõem a cognição social, destaca-se a empatia, que pode ser definida como a capacidade de compreender e sentir o que o outro pensa e sente, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento. No que diz respeito a avaliação deste construto, é possível identificar, na literatura científica, a existência de uma série de instrumentos/metodologias com tal propósito, com predomínio das escalas de autoavaliação, que apresentam baixa validade ecológica. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do Multifaceted Empathy Test (MET), fornecendo parâmetros de validade e confiabilidade para o uso na população adulta brasileira em versões computadorizada e online. Método: O estudo foi conduzido em três fases: a) Fase 1 - Processo de tradução e adaptação do MET; b) Fase 2 - Estudo psicométrico do MET - versão computadorizada; c) Fase 3 - Proposição e Estudo psicométrico do MET - versão online. Para conduzir a Fase 1, o instrumento foi traduzido do inglês para o português do Brasil por três tradutores. As versões foram sintetizadas por dois juízes e validada pela autora do teste. Em relação às Fases 2 e 3, as seguintes análises foram conduzidas: confiabilidade (alpha de Cronbach, Ômega de McDonald e teste-reteste); padrões de resposta aos itens (infit e outfit); funcionamento diferencial dos itens; discriminação de grupos conhecidos (sexo), validade convergente (com base nos instrumentos Interpersonal Reactivity Index, Escala Breve de Coping Resiliente, Escala de Estresse Percebido e Tarefa de Reconhecimento de Expressões Faciais). Verificou-se ainda a invariância entre as diferentes versões, com base nas análises do funcionamento diferencial entre os itens e na Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo. Resultados: As amostras da Fase 2 e 3 foram compostas por 142 e 519 participantes, respectivamente, sendo a maioria do sexo feminino (Fase 1: 66,2%; Fase 2: 74,0%). A idade média foi de 32,41 (DP = 14,82) na Fase 1 e 32,29 (DP = 11,83) na Fase 2. A maioria das pessoas possuía mais de 12 anos de estudos (Fase 1: 62,0%; Fase 2: 86,1%). O processo de adaptação transcultural foi conduzido com adequação. As análises psicométricas indicaram que ambas as versões do MET apresentaram bons índices de estabilidade temporal (subescala cognitiva 0,22 - 0,82; subescala afetiva 0,34 - 0,87), coeficientes altos de consistência interna para a subescala afetiva (0,93 - 0,97), índices de infit e outfit adequados, capacidade discriminativa entre sexos (escore mulheres > homens), que reforçaram a validade clínica do instrumento, validade convergente com medidas de empatia (0,17 - 0,36) e com construtos correlatos (coping resiliente: 0,12 - 0,23; estresse: -0,29 - -0,19; reconhecimento de expressões faciais: -0,21 - 0,31). Por outro lado, os coeficientes de consistência interna da subescala cognitiva foram baixos (0,24 - 0,46). A equivalência entre as versões não foi atestada. Conclusões: De modo geral, o MET apresenta bons indicadores psicométricos e pode ser utilizado na população brasileira em contextos clínicos e de pesquisa. Seus pontos frágeis relacionam-se a falta de equivalência entre as versões e à consistência interna da subescala cognitiva, a qual aponta para questões ligadas à estrutura interna do instrumento, que devem ser melhor investigadas por meio de análise fatorial.Introduction: Among the domains that make up social cognition, empathy is highlighted, which can be defined as the ability to comprehend and feel what the other thinks and feels, properly communicating this understanding and feeling. Regarding the evaluation of this construct, it is possible to identify, in the scientific literature, the existence of a series of instruments/methodologies with this purpose, with a predominance of self-assessment scales, which have low ecological validity. Objective: To realize a transcultural adaptation of the Multifaceted Empathy Test (MET), providing parameters of validity and reliability for use in the Brazilian adult population in computerized and online versions. Method: The study was conducted in three phases: a) Phase 1 - MET translation and adaptation process; b) Phase 2 - Psychometric study of the MET - computerized version; c) Phase 3 - Proposition and Psychometric Study of the MET - online version. To conduct Phase 1, the instrument was translated from English to Brazilian Portuguese by three translators. The versions were synthesized by two judges and validated by the test author. Regarding Phases 2 and 3, the following analyzes were conducted: reliability (Cronbach\'s alpha, McDonald\'s Omega and test retest); response patterns to the items (infit and outfit); differential functioning of the items; discrimination of known groups (gender), convergent validity (based on the instruments Interpersonal Reactivity Index, Resilient Coping Brief Scale, Perceived Stress Scale and Facial Expressions Recognition Task). The invariance between the different versions was also verified, based on the analysis of the differential functioning between the items and the Multigroup Confirmatory Factor Analysis. Results: Phase 2 and 3 samples were composed of 142 and 519 participants, respectively, the majority being female (Phase 1: 66.2%; Phase 2: 74.0%). The average age was 32.41 years (SD = 14.82) in Phase 1 and 32.29 (SD = 11.83) in Phase 2. Most people had more than 12 years of study (Phase 1: 62, 0%; Stage 2: 86.1%). The transcultural adaptation process was conducted appropriately. Psychometric analyzes indicated that both versions of the MET showed good temporal stability indices (cognitive subscale 0.22 - 0.82; affective subscale 0.34 - 0.87), high coefficients of internal consistency for the affective subscale (0, 93 - 0.97), adequate infit and outfit indices, discriminative ability between genders (score women > men), which reinforced the clinical validity of the instrument, convergent validity with measures of empathy (0.17 - 0.36) and with correlated constructs (resilient coping: 0.12 - 0.23; stress: -0.29 - -0.19; facial expressions recognition: -0.21 - 0.31). On the other hand, the coefficients of internal consistency of the cognitive subscale were low (0.24 - 0.46). The equivalence between the versions has not been attested. Conclusions: In general, the MET presents good psychometric indicators and can be used in the Brazilian population in clinical and research contexts. Its weaknesses are related to the lack of equivalence between the versions and the internal consistency of the cognitive subscale, which points to issues related to the instrument\'s internal structure, which should be better investigated through factor analysis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOsorio, Flavia de LimaLima, Felipe Fernandes de2022-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-01122022-123031/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-20T14:25:01Zoai:teses.usp.br:tde-01122022-123031Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-20T14:25:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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