Fatores que influenciam a cardiotocografia computadorizada em gestantes hipertensas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonzales, Marina de Oliveira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-07012020-134808/
Resumo: Objetivo: Avaliar a influência de características clínicas maternas e fetais sobre os parâmetros da frequência cardíaca fetal (FCF) obtidos pela cardiotocografia computadorizada (cCTG) em gestantes hipertensas. Métodos: estudo observacional retrospectivo que incluiu 130 pacientes hipertensas com gestação única, maior de 25 semanas, sem malformações fetais e que realizaram exame de vitalidade fetal com a cCTG e dopplervelocimetria em um intervalo de até 7 dias do parto. As variáveis de possível influência avaliadas foram: idade gestacional, uso de medicações anti-hipertensivas, gravidade da hipertensão, diagnóstico de restrição de crescimento fetal (RCF - definido como peso ao nascer abaixo do percentil 10) e insuficiência placentária (definida como índice de pulsatilidade da artéria umbilical acima do percentil 95). Resultados: a análise linear inicial demonstrou que apenas a gravidade da hipertensão não se correlacionou com os parâmetros da cCTG. A consistência do efeito de cada variável clínica sobre os parâmetros da cCTG foi avaliada por meio de modelos de regressão. A progressão de uma semana na idade gestacional determinou aumento de 38% no número de acelerações transitórias (AT) de 10 bpm e de 0,193 ms no valor de STV (p=0,014 e p=0,032). O uso de betabloqueadores e a RCF isolada levaram à menor chance de apresentar AT de 15 bpm (OR: 0,223, p < 0,001 e OR: 0,348, p=0,040). A insuficiência placentária isolada se associou à queda de 2,251 ms no valor de STV (p=0,030) e à maior chance de apresentar desacelerações menores de 20 bpm (OR: 4,722, p=0,046). O diagnóstico conjunto de RCF e insuficiência placentária levou à queda de 1,655 ms no valor de STV (p=0,033) e à menor chance de apresentar AT 15 bpm e episódios de alta variância (OR: 0,173, p=0,011 e OR: 0,182, p=0,011). Conclusão: a compreensão de como as características clínicas influenciam a FCF em gestantes com hipertensão pode auxiliar na melhora da acurácia da avaliação da vitalidade fetal. Foi demonstrado que a idade gestacional precoce, o uso materno de betabloqueadores e os diagnósticos de RCF e de insuficiência placentária determinaram parâmetros piores de cCTG. Esses fetos podem se beneficiar da avaliação pela cCTG para melhor acurácia no diagnóstico de sofrimento fetal agudo e redução no número de exames falsos-positivos
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As variáveis de possível influência avaliadas foram: idade gestacional, uso de medicações anti-hipertensivas, gravidade da hipertensão, diagnóstico de restrição de crescimento fetal (RCF - definido como peso ao nascer abaixo do percentil 10) e insuficiência placentária (definida como índice de pulsatilidade da artéria umbilical acima do percentil 95). Resultados: a análise linear inicial demonstrou que apenas a gravidade da hipertensão não se correlacionou com os parâmetros da cCTG. A consistência do efeito de cada variável clínica sobre os parâmetros da cCTG foi avaliada por meio de modelos de regressão. A progressão de uma semana na idade gestacional determinou aumento de 38% no número de acelerações transitórias (AT) de 10 bpm e de 0,193 ms no valor de STV (p=0,014 e p=0,032). O uso de betabloqueadores e a RCF isolada levaram à menor chance de apresentar AT de 15 bpm (OR: 0,223, p < 0,001 e OR: 0,348, p=0,040). A insuficiência placentária isolada se associou à queda de 2,251 ms no valor de STV (p=0,030) e à maior chance de apresentar desacelerações menores de 20 bpm (OR: 4,722, p=0,046). O diagnóstico conjunto de RCF e insuficiência placentária levou à queda de 1,655 ms no valor de STV (p=0,033) e à menor chance de apresentar AT 15 bpm e episódios de alta variância (OR: 0,173, p=0,011 e OR: 0,182, p=0,011). Conclusão: a compreensão de como as características clínicas influenciam a FCF em gestantes com hipertensão pode auxiliar na melhora da acurácia da avaliação da vitalidade fetal. Foi demonstrado que a idade gestacional precoce, o uso materno de betabloqueadores e os diagnósticos de RCF e de insuficiência placentária determinaram parâmetros piores de cCTG. Esses fetos podem se beneficiar da avaliação pela cCTG para melhor acurácia no diagnóstico de sofrimento fetal agudo e redução no número de exames falsos-positivosObjective: to evaluate the influence of maternal and fetal characteristics on fetal heart rate (FRH) parameters analyzed by computerized cardiotocography (cCTG) in pregnancies complicated by hypertensive disorders. Methods: this retrospective study included 130 hypertensive patients with singleton pregnancies over 25 weeks gestational age who had antenatal evaluations within seven days before delivery that included cCTG and Doppler analysis. Variables with a possible influence on cCTG were gestational age at the time of the exam, the severity of the hypertensive disorder (severe hypertension was defined as severe preeclampsia or complicated chronic hypertension), maternal use of antihypertensive medications with possible effects on FHR, a diagnosis of fetal growth restriction (defined as a birthweight below the 10th percentile), and a diagnosis of placental insufficiency (defined as an umbilical artery Doppler pulsatility index above the 95th percentile). Results: after the initial marginal analysis, the severity of hypertension was the only variable that did not affect the cCTG results. A multivariable regression analysis evaluated the isolated impact of each clinical feature on cCTG parameters. The progression of one week gestational age determined an increase of 38% in the number of small accelerations and of 0.193 ms in the short-term variation (STV) value (p=0.014; p=0.032). The use of beta-blockers and the diagnosis of FGR led to a smaller chance of presenting large accelerations in cCTG (OR: 0.223, p < 0.001; and OR: 0.348, p=0.04). Isolated placental insufficiency was associated with a decay of 2.251 ms in the STV value (p=0.030) and a higher chance of presenting large decelerations (OR: 4.722, p=0.046). The combination of placental insufficiency and FGR determined a drop of 1.655 ms in the STV value and a smaller chance of presenting large accelerations and high variation episodes (OR: 0.173, p=0.011; and OR: 0.182, p=0.011). Conclusion: an understanding of how clinical features influence FHR in hypertensive patients may help enhance the accuracy of antenatal evaluations. We showed that early gestational age, the use of beta-blockers and a diagnosis of FGR and placental insufficiency are associated with worse cCTG parameters. In these patients, cCTG may be useful to better determine fetal distress and reduce the number of false-positive examsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrancisco, Rossana Pulcineli VieiraGonzales, Marina de Oliveira2019-10-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-07012020-134808/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-01-07T20:30:01Zoai:teses.usp.br:tde-07012020-134808Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-01-07T20:30:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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