Seqüências deposicionais e evolução paleoambiental do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, Supergrupo Camaquã, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Liliane Janikian
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.44.2004.tde-13112015-160224
Resumo: O Supergrupo Camaquã (Neoproterozóico III-Eopaleozóico) aflora na porção centro-sul do Estado do Rio Grande do Sul e apresenta o registro sedimentar e vulcânico, sem metamorfismo, dos eventos tectônicos e deposicionais ocorridos no período entre as orogenias do Neoproterozóico (Ciclo Brasiliano) e o estabelecimento das grandes bacias intracratônicas paleozóicas. Este supergrupo é composto, do ponto de vista litoestratigráfico, por cinco unidades: Grupo Maricá, Grupo Bom Jardim, Formação Acampamento Velho, Grupo Santa Bárbara e Grupo Guaritas. Os levantamentos geológicos e estratigráficos, desenvolvidos durante os três anos de pesquisa da presente tese, foram realizados nas sucessões sedimentares e vulcanogênicas do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, tendo-se como principais ferramentas análises de fácies e de associações de fácies, análise de proveniência e paleocorrentes, bem como a utilização dos conceitos de estratigrafia de seqüências e datações radiométricas de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas, visando o reconhecimento da evolução paleoambiental destas unidades e a correlação de suas ocorrências, atualmente segmentadas em sub-bacias, denominadas Camaquã Central e Camaquã Ocidental. O Grupo Bom Jardim é composto por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares geradas em ambientes continentais subaéreos e lacustres. A Formação Acampamento Velho é constituída por sucessões vulcânicas e vulcanoclásticas geradas em ambientes subaéreos, que sobrepõe em discordância angular os depósitos do Grupo Bom Jardim. O Grupo Bom Jardim apresenta ótimas exposições na Sub-Bacia Camaquã Central, aflorando nas regiões de Bom Jardim (área-tipo da unidade) e Casa de Pedra, bem como na Sub-Bacia Camaquã Ocidental, principalmente nas regiões que compreendem Lavras do Sul (porção sul) e o flanco W da Serra do Espinilho (porção norte desta sub-bacia). Este grupo é constituído, a partir da base, pelas formações Cerro da Angélica, Hilário e Picada das Graças, tendo sido diagnosticadas seis seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A Formação Cerro da Angélica ocorre somente na Sub-Bacia Camaquã Central e possui cerca de 1.500m de espessura na região de Bom Jardim, que constitui a área-tipo da unidade, e aproximadamente 1.700m na região da Casa de Pedra. Nesta unidade foram diagnosticadas três seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2 e 3. A primeira seqüência (SBJ-l) é caracterizada por sucessões geradas junto à bordas de falhas ativas, em regimes distensivos, representando os estágios iniciais do rifteamento da bacia. As SBJ-2 e SBJ-3 registram o crescente aumento das taxas de geração de espaço de acomodação, representando período de grande atividade tectônica. Os resultados geocronológicos obtidos possibilitaram estabelecer uma idade entre \'DA ORDEM DE\'600-593 Ma para a geração da Formação Cerro da Angélica. Sistemas deposicionais encontrados nestas três primeiras seqüências deposicionais indicam que a região da Casa de Pedra esteve próxima à borda da bacia enquanto que a região de Bom Jardim constituia a área de depocentro. A Formação Hilário, que corresponde à 4ª seqüência deposicional do Grupo Bom Jardim, representa o início da expansão da área da bacia em direção a oeste, causada pela migração das falhas de borda. Esta seqüência é constituída por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares, geradas em ambiente subaquático na região de Bom Jardim (considerada ainda neste período como o depocentro da bacia) e em ambientes subaéreos na região de Lavras do Sul (área de borda da bacia possivelmente próxima aos centros vulcânicos). Datações radiométricas realizadas pelos métodos Ar-Ar e U-Pb em zircões, atestam uma idade de aproximadamente 590 Ma para a geração da Formação Hilário. A Formação Picada das Graças compreende as seqüências BJ-5 e 6. A SBJ-5 é caracterizada pelos depósitos de pró-delta, reconhecidos tanto na Sub-Bacia Camaquã Central quanto na Ocidental, constituindo a continuação da expansão areal da bacia, associada aos últimos estágios de rifteamento e início do predomínio de subsidência termal. A continuidade da subsidência termal é observada na SBJ-6, com a deposição de sucessão conglomerática fluvial na Sub-Bacia Camaquã Ocidental e de deltas dominados por rios na região de Bom Jardim (SBC-Oc). Análises geocronológicas rea1izadas nas unidades sotopostas (Formação Hilário) e sobrepostas (Formação Acampamento Velho) sugerem uma idade aproximada de 580 Ma para a Formação Picada das Graças. Com ocorrência restrita à Sub-Bacia Camaquã Ocidental, a Formação Acampamento Velho constitui-se predominantemente de rochas vulcanoclásticas (piroclásticas primárias e retrabalhadas) e rochas vulcânicas de composição ácida, colocadas em contextos subaéreos, além de subordinadas rochas andesíticas associadas e de basaltos sub-vulcânicos. A unidade, com espessuras superiores a 600m, encontra-se em discordância angular sobre os depósitos flúvio-deltaicos do Grupo Bom Jardim, aflorantes no flanco oeste da Serra do Espinilho, e sobre os depósitos do Grupo Maricá, na parte oeste do Platô da Ramada. A Formação Acampamento Velho inicia-se com tufos grossos gerados por fluxos piroclásticos (ignimbritos), que transicionam para camadas tabulares e maciças de lapilli tufos e, por fim, para brecha tufos, que predominam na sucessão, composta por fragmentos de rochas vulcânicas ácidas e, principalmente, de rochas piroclásticas (tufos). Rochas vulcânicas de composição ácida, classificadas como riolitos, recobrem os depósitos piroclásticos. O topo da Formação Acampamento Velho constitui-se por novas rochas piroclásticas (lapilli tufos) retrabalhadas e por rochas andesíticas. Idades geocronológicas obtitas em riolitos da Formação Acampamento Velho atestam uma idade de 574 Ma para esta unidade
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Seqüências deposicionais e evolução paleoambiental do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, Supergrupo Camaquã, Rio Grande do Sul Not available. 2004-11-10Antonio Romalino Santos Fragoso CesarIan McreathMario Luis AssineGuilherme Pederneiras Raja GabagliaEvandro Fernandes de LimaClaudio RiccominiLiliane JanikianUniversidade de São PauloGeologia SedimentarUSPBR Bacias sedimentares Estratigrafia Not available. Paleoambientais Rio Grande do Sul Sistemas deposicionais O Supergrupo Camaquã (Neoproterozóico III-Eopaleozóico) aflora na porção centro-sul do Estado do Rio Grande do Sul e apresenta o registro sedimentar e vulcânico, sem metamorfismo, dos eventos tectônicos e deposicionais ocorridos no período entre as orogenias do Neoproterozóico (Ciclo Brasiliano) e o estabelecimento das grandes bacias intracratônicas paleozóicas. Este supergrupo é composto, do ponto de vista litoestratigráfico, por cinco unidades: Grupo Maricá, Grupo Bom Jardim, Formação Acampamento Velho, Grupo Santa Bárbara e Grupo Guaritas. Os levantamentos geológicos e estratigráficos, desenvolvidos durante os três anos de pesquisa da presente tese, foram realizados nas sucessões sedimentares e vulcanogênicas do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, tendo-se como principais ferramentas análises de fácies e de associações de fácies, análise de proveniência e paleocorrentes, bem como a utilização dos conceitos de estratigrafia de seqüências e datações radiométricas de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas, visando o reconhecimento da evolução paleoambiental destas unidades e a correlação de suas ocorrências, atualmente segmentadas em sub-bacias, denominadas Camaquã Central e Camaquã Ocidental. O Grupo Bom Jardim é composto por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares geradas em ambientes continentais subaéreos e lacustres. A Formação Acampamento Velho é constituída por sucessões vulcânicas e vulcanoclásticas geradas em ambientes subaéreos, que sobrepõe em discordância angular os depósitos do Grupo Bom Jardim. O Grupo Bom Jardim apresenta ótimas exposições na Sub-Bacia Camaquã Central, aflorando nas regiões de Bom Jardim (área-tipo da unidade) e Casa de Pedra, bem como na Sub-Bacia Camaquã Ocidental, principalmente nas regiões que compreendem Lavras do Sul (porção sul) e o flanco W da Serra do Espinilho (porção norte desta sub-bacia). Este grupo é constituído, a partir da base, pelas formações Cerro da Angélica, Hilário e Picada das Graças, tendo sido diagnosticadas seis seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A Formação Cerro da Angélica ocorre somente na Sub-Bacia Camaquã Central e possui cerca de 1.500m de espessura na região de Bom Jardim, que constitui a área-tipo da unidade, e aproximadamente 1.700m na região da Casa de Pedra. Nesta unidade foram diagnosticadas três seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2 e 3. A primeira seqüência (SBJ-l) é caracterizada por sucessões geradas junto à bordas de falhas ativas, em regimes distensivos, representando os estágios iniciais do rifteamento da bacia. As SBJ-2 e SBJ-3 registram o crescente aumento das taxas de geração de espaço de acomodação, representando período de grande atividade tectônica. Os resultados geocronológicos obtidos possibilitaram estabelecer uma idade entre \'DA ORDEM DE\'600-593 Ma para a geração da Formação Cerro da Angélica. Sistemas deposicionais encontrados nestas três primeiras seqüências deposicionais indicam que a região da Casa de Pedra esteve próxima à borda da bacia enquanto que a região de Bom Jardim constituia a área de depocentro. A Formação Hilário, que corresponde à 4ª seqüência deposicional do Grupo Bom Jardim, representa o início da expansão da área da bacia em direção a oeste, causada pela migração das falhas de borda. Esta seqüência é constituída por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares, geradas em ambiente subaquático na região de Bom Jardim (considerada ainda neste período como o depocentro da bacia) e em ambientes subaéreos na região de Lavras do Sul (área de borda da bacia possivelmente próxima aos centros vulcânicos). Datações radiométricas realizadas pelos métodos Ar-Ar e U-Pb em zircões, atestam uma idade de aproximadamente 590 Ma para a geração da Formação Hilário. A Formação Picada das Graças compreende as seqüências BJ-5 e 6. A SBJ-5 é caracterizada pelos depósitos de pró-delta, reconhecidos tanto na Sub-Bacia Camaquã Central quanto na Ocidental, constituindo a continuação da expansão areal da bacia, associada aos últimos estágios de rifteamento e início do predomínio de subsidência termal. A continuidade da subsidência termal é observada na SBJ-6, com a deposição de sucessão conglomerática fluvial na Sub-Bacia Camaquã Ocidental e de deltas dominados por rios na região de Bom Jardim (SBC-Oc). Análises geocronológicas rea1izadas nas unidades sotopostas (Formação Hilário) e sobrepostas (Formação Acampamento Velho) sugerem uma idade aproximada de 580 Ma para a Formação Picada das Graças. Com ocorrência restrita à Sub-Bacia Camaquã Ocidental, a Formação Acampamento Velho constitui-se predominantemente de rochas vulcanoclásticas (piroclásticas primárias e retrabalhadas) e rochas vulcânicas de composição ácida, colocadas em contextos subaéreos, além de subordinadas rochas andesíticas associadas e de basaltos sub-vulcânicos. A unidade, com espessuras superiores a 600m, encontra-se em discordância angular sobre os depósitos flúvio-deltaicos do Grupo Bom Jardim, aflorantes no flanco oeste da Serra do Espinilho, e sobre os depósitos do Grupo Maricá, na parte oeste do Platô da Ramada. A Formação Acampamento Velho inicia-se com tufos grossos gerados por fluxos piroclásticos (ignimbritos), que transicionam para camadas tabulares e maciças de lapilli tufos e, por fim, para brecha tufos, que predominam na sucessão, composta por fragmentos de rochas vulcânicas ácidas e, principalmente, de rochas piroclásticas (tufos). Rochas vulcânicas de composição ácida, classificadas como riolitos, recobrem os depósitos piroclásticos. O topo da Formação Acampamento Velho constitui-se por novas rochas piroclásticas (lapilli tufos) retrabalhadas e por rochas andesíticas. Idades geocronológicas obtitas em riolitos da Formação Acampamento Velho atestam uma idade de 574 Ma para esta unidade The Camaquã Supergrupo (Neoproterozoic III - Early Paleozoic) crops out in the South-central region of the Rio Grande do Sul State(southern Brazil) and presents the sedimentary and volcanic register, without metamorphism, of the tectonic and depositional events that occurred between the Neoproterozoic orogeny of southeastern South America (Brasiliano Cycle) and the onset of the great paleozoic intracratonic basins. The supergroup is divided, from a lithostratigraphic point of view, into five units: Maricá Group, Bom Jardim Group, Acampamento Velho Formation, Santa Bárbara Group and Guaritas Group. Stratigraphic and geological studies, developed through the three years of research of the present thesis, have focused on the sedimentary and volcanic successions of the Bom Jardim Group and Acampamento Velho Formation. The main methods were facies, paleocurrents and provenance analysis, as well as the application of sequence stratigraphy concepts and radiometric dating of volcanic and volcaniclastic rocks, to reconstitute the paleoenvironmental evolutions of these units and to stablish the stratigraphic correlations between their different outcrop areas, today separated into sub-basins, named Western and Central Camaquã Sub-basins. The Bom Jardim Group is composed of volcanic, pyroclastic and sedimentary rocks formed in continental subaerial and lacustrine environments. The Acampamento Velho Formation is constituted by volcanic and volcaniclastic successions of subaerial environments that overlay the Bom Jardim Group by angular unconformity. The Bom Jardim Group presents good exposures in the Central Camaquã Sub-basin, cropping out in the Bom Jardim (type-area of the unit) and Casa de Pedra regions, as well as in the Western Camaquã Sub-basin, mainly in the regions of Lavras do Sul (southern portion) and the region west of the Espinilho Range (northern portion of Western Camaquã Sub-basin). This group is constituted, from base to top, by the Cerro da Angélica, Hilário and Picada das graças formations, and can be divided into six depositional sequences, named Bom Jardim Sequence 1, 2, 3, 4, 5 and 6. Having its occurrences restricted to the Central Camaquã Sub-basin, the Cerro da Angélica Formation is approximately 1500m thick at its northernmost exposure (Bom Jardim region) and 1700m thick at the southernmost (Casa de Pedra region). There depositional sequences were identified in this unit, named Bom Jardim Sequence 1, 2 and 3. The first sequence is characterized by successions that were generated near the basin margin active normal faults, in the first stages of rifting of the basin. The Bom Jardim sequences 2 and 3 register the progressive increase of the accommodation space generation rates, related to greater tectonic activity. Geochronological results point to a deposition age between \'DA ORDEM DE\'600 and 593 Ma. The depositional environments of those three depositional sequences suggest that the Casa da Pedra region was nearer to the basin border, while the Bom Jardim region was closer to the depocenter. The Hilário Formation, that correspond to the 4th depositional sequence of the Bom Jardim Group, represents the onset of the expansion of the basin area towards the west, caused by the migration of the border faults. This sequence is constituted by volcanic, pyroclastic and sedimentary rocks formed in subaqueous environments in the Bom Jardim region (considered as the depocenter of the basin during this period) and subaerial environments in the Lavras do Sul region (close to the basin\'s border and probably near the volcanic centers). Ar-Ar and U-Pb radiometric dating reveal a crystallizations age of approximately 590Ma. The Picada das Graças Formation contains the Bom Jardim Sequences 5 and 6, the first being characterized by pro-delta deposits on both sub-basins, related to the ongoing expansion of the basin area during the late stages of rifting and the beginning of the dominance of thermal subsidence processes. The thermal subsidence continued during the deposition of the Bom Jardim Sequence 6, marked by the deposition of a fluvial conglomeratic succession in the Western Camaquã Sub-basin and river-dominated deltaic successions in the Bom Jardim region (Central Camaquã Sub-basin). Geochronological analyses of the Hilário and Acampamento Velho formations suggest a depositional age around 580 Ma for the Picada das Graças Formation. With occurrences to the Western Camaquã Sub-basin, the Acampamento Velho Formation (sensu Ribeiro & Fantinel 1978) is composed mainly of volcaniclastic and volcanic tocks of acid composition, formed in subaereous environments, and minor andesitic rocks. The unit is approximately 600m thick and is in angular unconformity with the Bom Jardim and Maricá groups, respectively in the western flank of the Espinilho Range and in the western portion of the Ramada Plateau. The acampamento Velho Formation begins with coarse-grained tuffs formed by pyroclastic flows that grade to tabular massive layers of lapilli tuffs capped by tuff breccias, which are the dominant lithology in the succession, composed by acid volcanic and pyroclastic fragments. Acid volcanic rocks, mainly rhyolites, overlay those pyroclastic deposits. The upper portion of the Acampamento Velho Formation contains new pyroclastic rocks (reworked lapilli tuffs) and minor andesitic volcanics. Geochronological results of the rhyolites point to a crystallization age of approximately 574 Ma for the Acampamento Velho Formation. https://doi.org/10.11606/T.44.2004.tde-13112015-160224info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:53:42Zoai:teses.usp.br:tde-13112015-160224Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:37:18.765264Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Os levantamentos geológicos e estratigráficos, desenvolvidos durante os três anos de pesquisa da presente tese, foram realizados nas sucessões sedimentares e vulcanogênicas do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, tendo-se como principais ferramentas análises de fácies e de associações de fácies, análise de proveniência e paleocorrentes, bem como a utilização dos conceitos de estratigrafia de seqüências e datações radiométricas de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas, visando o reconhecimento da evolução paleoambiental destas unidades e a correlação de suas ocorrências, atualmente segmentadas em sub-bacias, denominadas Camaquã Central e Camaquã Ocidental. O Grupo Bom Jardim é composto por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares geradas em ambientes continentais subaéreos e lacustres. A Formação Acampamento Velho é constituída por sucessões vulcânicas e vulcanoclásticas geradas em ambientes subaéreos, que sobrepõe em discordância angular os depósitos do Grupo Bom Jardim. O Grupo Bom Jardim apresenta ótimas exposições na Sub-Bacia Camaquã Central, aflorando nas regiões de Bom Jardim (área-tipo da unidade) e Casa de Pedra, bem como na Sub-Bacia Camaquã Ocidental, principalmente nas regiões que compreendem Lavras do Sul (porção sul) e o flanco W da Serra do Espinilho (porção norte desta sub-bacia). Este grupo é constituído, a partir da base, pelas formações Cerro da Angélica, Hilário e Picada das Graças, tendo sido diagnosticadas seis seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A Formação Cerro da Angélica ocorre somente na Sub-Bacia Camaquã Central e possui cerca de 1.500m de espessura na região de Bom Jardim, que constitui a área-tipo da unidade, e aproximadamente 1.700m na região da Casa de Pedra. Nesta unidade foram diagnosticadas três seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2 e 3. A primeira seqüência (SBJ-l) é caracterizada por sucessões geradas junto à bordas de falhas ativas, em regimes distensivos, representando os estágios iniciais do rifteamento da bacia. As SBJ-2 e SBJ-3 registram o crescente aumento das taxas de geração de espaço de acomodação, representando período de grande atividade tectônica. Os resultados geocronológicos obtidos possibilitaram estabelecer uma idade entre \'DA ORDEM DE\'600-593 Ma para a geração da Formação Cerro da Angélica. Sistemas deposicionais encontrados nestas três primeiras seqüências deposicionais indicam que a região da Casa de Pedra esteve próxima à borda da bacia enquanto que a região de Bom Jardim constituia a área de depocentro. A Formação Hilário, que corresponde à 4ª seqüência deposicional do Grupo Bom Jardim, representa o início da expansão da área da bacia em direção a oeste, causada pela migração das falhas de borda. Esta seqüência é constituída por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares, geradas em ambiente subaquático na região de Bom Jardim (considerada ainda neste período como o depocentro da bacia) e em ambientes subaéreos na região de Lavras do Sul (área de borda da bacia possivelmente próxima aos centros vulcânicos). Datações radiométricas realizadas pelos métodos Ar-Ar e U-Pb em zircões, atestam uma idade de aproximadamente 590 Ma para a geração da Formação Hilário. A Formação Picada das Graças compreende as seqüências BJ-5 e 6. A SBJ-5 é caracterizada pelos depósitos de pró-delta, reconhecidos tanto na Sub-Bacia Camaquã Central quanto na Ocidental, constituindo a continuação da expansão areal da bacia, associada aos últimos estágios de rifteamento e início do predomínio de subsidência termal. A continuidade da subsidência termal é observada na SBJ-6, com a deposição de sucessão conglomerática fluvial na Sub-Bacia Camaquã Ocidental e de deltas dominados por rios na região de Bom Jardim (SBC-Oc). Análises geocronológicas rea1izadas nas unidades sotopostas (Formação Hilário) e sobrepostas (Formação Acampamento Velho) sugerem uma idade aproximada de 580 Ma para a Formação Picada das Graças. 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