Integralidade da atenção e evitabilidade de óbitos perinatais no Município de Fortaleza - Ceará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Jocileide Sales
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20042011-133706/
Resumo: Introdução: Conquistar a integralidade, a mais complexa diretriz do SUS, se constitui um permanente desafio, visto que, ao contrário da universalidade do acesso e da descentralização, parece, ainda, distante de ser alcançada. Objetivo: Caracterizar óbitos perinatais ocorridos em residentes em Fortaleza, 2006, para compreender o potencial da integralidade da atenção no sistema local de saúde. Métodos: Foram utilizados métodos complementares de pesquisa - quantitativa e qualitativa. Na abordagem qualitativa realizaram-se entrevistas individuais às mães de crianças que sobreviveram ao período neonatal e mães que perderam seus conceptos no período perinatal. Estudo transversal que incluiu o universo dos óbitos perinatais, a partir de dados dos sistemas oficiais de informação sobre mortalidade e sobre nascidos vivos e do relacionamento de dados entre os mesmos, consubstanciou a pesquisa quantitativa. Resultados e Discussão: A taxa de mortalidade perinatal foi 17,0/1000 nascidos totais - 8,2 para óbitos fetais e 8,8 para neonatais precoces. As principais causas encontradas foram: asfixia (24por cento ) - 4 vezes maior entre natimortos; baixo peso ao nascer cuja mortalidade foi 30 vezes maior entre os 25por cento com menos de 2500g; prematuridade (32,4por cento ); malformações congênitas (9,5por cento ) e infecções (7,0por cento ) inclusive 03 casos de sífilis congênita. Fatores de risco potenciais, como idade da mãe de 10 -14 anos, mais freqüente entre óbitos neonatais precoces, e de 35 e mais anos entre os fetais. A mortalidade foi mais alta (98,0/1000 nascidos totais) entre filhos de mães com nenhuma escolaridade - risco potencial importante - cuja elevada freqüência foi também percebida nas entrevistas que, por sua vez, evidenciaram uma categoria acrescentada ao estudo: a relação médico-paciente, considerada falha e desatenciosa, na percepção das mães, quanto aos esclarecimentos sobre alto risco na gestação e no parto. Destacou-se, ainda, o sentimento das mães sobre a falta da visita domiciliar na gravidez e de acompanhante no parto. Conclusões e algumas considerações: A baixa escolaridade pareceu um critério de 9 evitabilidade mais apropriado para uso em países em desenvolvimento, como o Brasil, do que aqueles da classificação de Wigglesworth, inclusive de acesso mais complexo nestes países. Para gestantes com baixa ou nenhuma escolaridade, o sistema de saúde poderia ofertar atenção especial, fortalecendo atividades educativas, adotando a interconsulta especializada e acompanhante no parto
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spelling Integralidade da atenção e evitabilidade de óbitos perinatais no Município de Fortaleza - CearáThe integrality of health care and evitability of perinatal deaths in the City of Fortaleza - Ceará, 2006Comprehensive Health CareEarly Neonatal MortalityEvitabilidade de Óbitos PerinataisEvitability of Perinaal DeathsFetal MortalityHealth Information SystemIntegralidade da Atenção em SaúdeMortalidade FetalMortalidade Neonatal PrecoceMortalidade PerinatalPatient-Physician RelationshipPerinatal MortalityRelação Médico-PacienteSistema de Informação em SaúdeIntrodução: Conquistar a integralidade, a mais complexa diretriz do SUS, se constitui um permanente desafio, visto que, ao contrário da universalidade do acesso e da descentralização, parece, ainda, distante de ser alcançada. Objetivo: Caracterizar óbitos perinatais ocorridos em residentes em Fortaleza, 2006, para compreender o potencial da integralidade da atenção no sistema local de saúde. Métodos: Foram utilizados métodos complementares de pesquisa - quantitativa e qualitativa. Na abordagem qualitativa realizaram-se entrevistas individuais às mães de crianças que sobreviveram ao período neonatal e mães que perderam seus conceptos no período perinatal. Estudo transversal que incluiu o universo dos óbitos perinatais, a partir de dados dos sistemas oficiais de informação sobre mortalidade e sobre nascidos vivos e do relacionamento de dados entre os mesmos, consubstanciou a pesquisa quantitativa. Resultados e Discussão: A taxa de mortalidade perinatal foi 17,0/1000 nascidos totais - 8,2 para óbitos fetais e 8,8 para neonatais precoces. As principais causas encontradas foram: asfixia (24por cento ) - 4 vezes maior entre natimortos; baixo peso ao nascer cuja mortalidade foi 30 vezes maior entre os 25por cento com menos de 2500g; prematuridade (32,4por cento ); malformações congênitas (9,5por cento ) e infecções (7,0por cento ) inclusive 03 casos de sífilis congênita. Fatores de risco potenciais, como idade da mãe de 10 -14 anos, mais freqüente entre óbitos neonatais precoces, e de 35 e mais anos entre os fetais. A mortalidade foi mais alta (98,0/1000 nascidos totais) entre filhos de mães com nenhuma escolaridade - risco potencial importante - cuja elevada freqüência foi também percebida nas entrevistas que, por sua vez, evidenciaram uma categoria acrescentada ao estudo: a relação médico-paciente, considerada falha e desatenciosa, na percepção das mães, quanto aos esclarecimentos sobre alto risco na gestação e no parto. Destacou-se, ainda, o sentimento das mães sobre a falta da visita domiciliar na gravidez e de acompanhante no parto. Conclusões e algumas considerações: A baixa escolaridade pareceu um critério de 9 evitabilidade mais apropriado para uso em países em desenvolvimento, como o Brasil, do que aqueles da classificação de Wigglesworth, inclusive de acesso mais complexo nestes países. Para gestantes com baixa ou nenhuma escolaridade, o sistema de saúde poderia ofertar atenção especial, fortalecendo atividades educativas, adotando a interconsulta especializada e acompanhante no partoIntroduction - To achieve the integrality (comprehensive health care), the more complex SUS guideline, is an ongoing challenge, because, unlike the universality of access and decentralization, it still seems very far. Objective - To characterize perinatal deaths occurred among residents in Fortaleza, 2006, in order to understand the potential of the integrality of the care in the health system. Methods - It was adopted both, quantitative and qualitative methodologies that are complementary one to another. In the qualitative approach, individual interviews were carried out to mothers of children who survived the neonatal period and mothers who lost their babies in the perinatal period. A cross-sectional study that included the universe of perinatal deaths, based on data from official systems of information on births and deaths and also using the relationship of data between them, embodied quantitative research. Results and discussion - The perinatal mortality rate was 17.0 / 1,000 births - 8.2 to 8.8 for stillbirths and early neonatal deaths, respectively. The main causes were: asphyxia (24per cent ) - four times higher among stillbirths; low birth weight whose mortality was 30 times higher among the 25per cent weighting less than 2500g; prematurity (32.4per cent ); congenital malformations (9.5per cent ) and infections (7.0per cent ) including three cases of congenital syphilis. Potential risk factors such as maternal age of 10 -14 years old, more frequent among early neonatal deaths, while the fetal deaths occurred more among mothers are 35 and more. Mortality was highest (98.0/1,000 births) among children of mothers with no education - important potential risk factor which high frequency was also seen among the interviewee that, in turn, added a new category to the study as doctor-patient relationship considered failure and disrespectful on the perception of mothers regarding the details of high risk in pregnancy and childbirth. Was highlighted, too, the feeling of mothers about the lack of home visit by community health work during pregnancy and, also, of companion at childbirth. Conclusion and considerations - The low 11 educational level seemed a criterion more suitable for use in developing countries like Brazil, to avoid perinatal deaths, than those of Wigglesworth\'s classification, which is more difficult to obtain in these countries. For pregnant women with low/no education, the health system could strength health educational activities, adopt specialized attention and companion at hospitalBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJorge, Maria Helena Prado de MelloCampos, Jocileide Sales2010-10-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20042011-133706/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-20042011-133706Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Introdução: Conquistar a integralidade, a mais complexa diretriz do SUS, se constitui um permanente desafio, visto que, ao contrário da universalidade do acesso e da descentralização, parece, ainda, distante de ser alcançada. Objetivo: Caracterizar óbitos perinatais ocorridos em residentes em Fortaleza, 2006, para compreender o potencial da integralidade da atenção no sistema local de saúde. Métodos: Foram utilizados métodos complementares de pesquisa - quantitativa e qualitativa. Na abordagem qualitativa realizaram-se entrevistas individuais às mães de crianças que sobreviveram ao período neonatal e mães que perderam seus conceptos no período perinatal. Estudo transversal que incluiu o universo dos óbitos perinatais, a partir de dados dos sistemas oficiais de informação sobre mortalidade e sobre nascidos vivos e do relacionamento de dados entre os mesmos, consubstanciou a pesquisa quantitativa. Resultados e Discussão: A taxa de mortalidade perinatal foi 17,0/1000 nascidos totais - 8,2 para óbitos fetais e 8,8 para neonatais precoces. As principais causas encontradas foram: asfixia (24por cento ) - 4 vezes maior entre natimortos; baixo peso ao nascer cuja mortalidade foi 30 vezes maior entre os 25por cento com menos de 2500g; prematuridade (32,4por cento ); malformações congênitas (9,5por cento ) e infecções (7,0por cento ) inclusive 03 casos de sífilis congênita. Fatores de risco potenciais, como idade da mãe de 10 -14 anos, mais freqüente entre óbitos neonatais precoces, e de 35 e mais anos entre os fetais. A mortalidade foi mais alta (98,0/1000 nascidos totais) entre filhos de mães com nenhuma escolaridade - risco potencial importante - cuja elevada freqüência foi também percebida nas entrevistas que, por sua vez, evidenciaram uma categoria acrescentada ao estudo: a relação médico-paciente, considerada falha e desatenciosa, na percepção das mães, quanto aos esclarecimentos sobre alto risco na gestação e no parto. Destacou-se, ainda, o sentimento das mães sobre a falta da visita domiciliar na gravidez e de acompanhante no parto. Conclusões e algumas considerações: A baixa escolaridade pareceu um critério de 9 evitabilidade mais apropriado para uso em países em desenvolvimento, como o Brasil, do que aqueles da classificação de Wigglesworth, inclusive de acesso mais complexo nestes países. Para gestantes com baixa ou nenhuma escolaridade, o sistema de saúde poderia ofertar atenção especial, fortalecendo atividades educativas, adotando a interconsulta especializada e acompanhante no parto
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