Análise qualitativa das curvas da pressão intracraniana por método não-invasivo e sua correlação com prognóstico cirúrgico da descompressão do forame magno na doença de Chiari tipo I
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-04042024-165019/ |
Resumo: | Introdução e objetivos: A fisiopatologia do Chiari Tipo 1 permanece pouco compreendida, e várias hipóteses existem em relação ao desenvolvimento dos sintomas. Uma das hipóteses é a piora na complacência cerebral e no fluxo de líquido cefalorraquidiano na junção crânio-cervical. Recentemente, o monitoramento não invasivo da pressão intracraniana (PIC) possibilitou o estudo da morfologia das curvas da PIC, um indicador da complacência cerebral, em pacientes ambulatoriais. Este estudo tem como objetivo avaliar as formas das curvas de PIC antes e após a descompressão do forame magno para avaliar as mudanças na complacência cerebral. Métodos: Avaliamos a morfologia das curvas da PIC usando um método não invasivo em 30 pacientes sintomáticos com doença do Chiari Tipo 1 (DC1) que foram submetidos à descompressão do forame magno. A razão P2/P1 foi utilizada como desfecho primário e substitutivo para avaliar a complacência cerebral sendo comparada antes e 6 meses após a cirurgia. Os desfechos secundários foram as correlações entre resultados clínicos, a razão P2/P1 e a escala de prognóstica para o Chiari de Chicago. Também desenvolvemos um modelo de previsão utilizando escalas clínicas consideradas adequadas para avaliar desfecho na DC1, juntamente com sinais e sintomas, para determinar a funcionalidade pós-operatória por meio da Escala Prognóstica para o Chiari de Chicago (CCOS). Resultados: Foram incluídos 30 adultos (18-62 anos) com CM1, monitorados nas posições supina, sentada e com manobra de Valsalva. Não foi observada diferença significativa na razão P2/P1 entre os momentos avaliados. Pacientes com invaginação basilar (40%) apresentaram razões P2/P1 mais altas, com melhora significativa após a cirurgia (média de 1,28 versus 1,03 - p = 0,048). Os sinais piramidais foram o único sintoma que previu um CCOS desfavorável. Um modelo de previsão para um pior resultado (CCOS <12) com sinais piramidais (OR = 7,39), SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,2) e escala de coordenação (OR = 1,19) apresentou uma AUROC = 0,94 (IC = 0,86-1) e com coordenação (OR = 1,19, p = 0,03, IC = 1,01-1,4) e SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,17, p = 0,05, IC = 0,99-1,37) apresentou uma AUROC = 0,92 (IC = 0,82-1). Conclusões: A complacência intracraniana pós-operatória não mudou com a descompressão do forame magno, apesar da restauração do fluxo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no forame magno. Essa descoberta pode explicar por que alguns pacientes não tiveram melhora clínica após o procedimento cirúrgico. Também identificamos alguns fatores associados a piores resultados cirúrgicos, como a síndrome piramidal, escala de coordenação e o componente mental do SF-12 |
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Análise qualitativa das curvas da pressão intracraniana por método não-invasivo e sua correlação com prognóstico cirúrgico da descompressão do forame magno na doença de Chiari tipo IQualitative analysis of intracranial pressure waveforms by a noninvasive method and correlation with foramen magnum decompression in Chiari 1 diseaseArnold-Chiari malformationComplacência intracranianaCraniectomia descompressivaCSF flow dynamicsDecompressive craniectomyDinâmica do fluxo de líquido cefalorraquidianoHipertensão intracranianaIntracranial complianceIntracranial hypertensionMalformação de Arnold-ChiariIntrodução e objetivos: A fisiopatologia do Chiari Tipo 1 permanece pouco compreendida, e várias hipóteses existem em relação ao desenvolvimento dos sintomas. Uma das hipóteses é a piora na complacência cerebral e no fluxo de líquido cefalorraquidiano na junção crânio-cervical. Recentemente, o monitoramento não invasivo da pressão intracraniana (PIC) possibilitou o estudo da morfologia das curvas da PIC, um indicador da complacência cerebral, em pacientes ambulatoriais. Este estudo tem como objetivo avaliar as formas das curvas de PIC antes e após a descompressão do forame magno para avaliar as mudanças na complacência cerebral. Métodos: Avaliamos a morfologia das curvas da PIC usando um método não invasivo em 30 pacientes sintomáticos com doença do Chiari Tipo 1 (DC1) que foram submetidos à descompressão do forame magno. A razão P2/P1 foi utilizada como desfecho primário e substitutivo para avaliar a complacência cerebral sendo comparada antes e 6 meses após a cirurgia. Os desfechos secundários foram as correlações entre resultados clínicos, a razão P2/P1 e a escala de prognóstica para o Chiari de Chicago. Também desenvolvemos um modelo de previsão utilizando escalas clínicas consideradas adequadas para avaliar desfecho na DC1, juntamente com sinais e sintomas, para determinar a funcionalidade pós-operatória por meio da Escala Prognóstica para o Chiari de Chicago (CCOS). Resultados: Foram incluídos 30 adultos (18-62 anos) com CM1, monitorados nas posições supina, sentada e com manobra de Valsalva. Não foi observada diferença significativa na razão P2/P1 entre os momentos avaliados. Pacientes com invaginação basilar (40%) apresentaram razões P2/P1 mais altas, com melhora significativa após a cirurgia (média de 1,28 versus 1,03 - p = 0,048). Os sinais piramidais foram o único sintoma que previu um CCOS desfavorável. Um modelo de previsão para um pior resultado (CCOS <12) com sinais piramidais (OR = 7,39), SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,2) e escala de coordenação (OR = 1,19) apresentou uma AUROC = 0,94 (IC = 0,86-1) e com coordenação (OR = 1,19, p = 0,03, IC = 1,01-1,4) e SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,17, p = 0,05, IC = 0,99-1,37) apresentou uma AUROC = 0,92 (IC = 0,82-1). Conclusões: A complacência intracraniana pós-operatória não mudou com a descompressão do forame magno, apesar da restauração do fluxo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no forame magno. Essa descoberta pode explicar por que alguns pacientes não tiveram melhora clínica após o procedimento cirúrgico. Também identificamos alguns fatores associados a piores resultados cirúrgicos, como a síndrome piramidal, escala de coordenação e o componente mental do SF-12Background and Objectives: The pathophysiology of Chiari Type disease 1 (CD1) remains poorly understood, and various hypotheses exist regarding symptom development. One of the hypotheses is due to changes of brain compliance and cerebrospinal fluid flow. Recently, non-invasive intracranial pressure (ICP) monitoring has enabled the examination of waveform morphology, a surrogate of brain compliance, in ambulatory patients. This study aims to evaluate intracranial pressure waveforms pre and post foramen magnum decompression (DFM) to evaluate changes in brain compliance. Methods: We evaluated ICP waveform morphology using a noninvasive method in 30 CD1 patients who underwent FMD. P2/P1 ratio was used to evaluate brain compliances and was compared before and six months after surgery as the primary outcome. As secondary outcomes, we investigated correlations between clinical outcomes, P2/P1 ratio and Chicago Chiari Outcome Scale. We also developed a prediction model employing clinical scales considered suitable for CD1, and signals and symptoms to determine post-operative functionality through the Chicago Chiari Outcome Scale (CCOS) as secondary outcomes. Results: 30 adults (18-62 years) with CM1 were included and were monitored in supine, sitting position and with Valsalva maneuver. No significant difference in P2:P1 ratio was observed among the moments assessed. Patients with basilar invagination (40%) exhibited higher P2:P1 ratios, with significant improvement post-op (mean 1.28 versus 1.03; p = 0.048). Pyramidal signs were the only symptom that predicted unfavorable CCOS. A prediction model for worse outcome (CCOS < 12) with pyramidal signs (OR = 7.39), SF-12 (mental component scale) (OR = 1.2), and coordination scale (OR = 1.19) exhibited an AUROC = 0.94 (IC = 0.86-1) and with coordination (OR = 1.19, p = 0.03, CI = 1.01-1.4) and SF-12 (mental component scale)(OR = 1.17, p = 0.05, CI = 0.99-1.37) exhibited an AUROC = 0.92 (IC = 0.82-1). Conclusions: Post-operative intracranial compliance did not change with FMD, despite restoring cerebrospinal fluid (CSF) flow in the foramem magnum. This finding could explain why some patients did not have clinical improvement after surgical procedure. We also identified some factors associated with worse surgical outcomes as coordination scale and mental component of SF-12. Further studies are necessary to elucidate our findings betterBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmorim, Robson Luis Oliveira deRusafa Neto, Eloy2023-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-04042024-165019/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-04-18T16:15:02Zoai:teses.usp.br:tde-04042024-165019Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-04-18T16:15:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução e objetivos: A fisiopatologia do Chiari Tipo 1 permanece pouco compreendida, e várias hipóteses existem em relação ao desenvolvimento dos sintomas. Uma das hipóteses é a piora na complacência cerebral e no fluxo de líquido cefalorraquidiano na junção crânio-cervical. Recentemente, o monitoramento não invasivo da pressão intracraniana (PIC) possibilitou o estudo da morfologia das curvas da PIC, um indicador da complacência cerebral, em pacientes ambulatoriais. Este estudo tem como objetivo avaliar as formas das curvas de PIC antes e após a descompressão do forame magno para avaliar as mudanças na complacência cerebral. Métodos: Avaliamos a morfologia das curvas da PIC usando um método não invasivo em 30 pacientes sintomáticos com doença do Chiari Tipo 1 (DC1) que foram submetidos à descompressão do forame magno. A razão P2/P1 foi utilizada como desfecho primário e substitutivo para avaliar a complacência cerebral sendo comparada antes e 6 meses após a cirurgia. Os desfechos secundários foram as correlações entre resultados clínicos, a razão P2/P1 e a escala de prognóstica para o Chiari de Chicago. Também desenvolvemos um modelo de previsão utilizando escalas clínicas consideradas adequadas para avaliar desfecho na DC1, juntamente com sinais e sintomas, para determinar a funcionalidade pós-operatória por meio da Escala Prognóstica para o Chiari de Chicago (CCOS). Resultados: Foram incluídos 30 adultos (18-62 anos) com CM1, monitorados nas posições supina, sentada e com manobra de Valsalva. Não foi observada diferença significativa na razão P2/P1 entre os momentos avaliados. Pacientes com invaginação basilar (40%) apresentaram razões P2/P1 mais altas, com melhora significativa após a cirurgia (média de 1,28 versus 1,03 - p = 0,048). Os sinais piramidais foram o único sintoma que previu um CCOS desfavorável. Um modelo de previsão para um pior resultado (CCOS <12) com sinais piramidais (OR = 7,39), SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,2) e escala de coordenação (OR = 1,19) apresentou uma AUROC = 0,94 (IC = 0,86-1) e com coordenação (OR = 1,19, p = 0,03, IC = 1,01-1,4) e SF-12 (escala de componente mental) (OR = 1,17, p = 0,05, IC = 0,99-1,37) apresentou uma AUROC = 0,92 (IC = 0,82-1). Conclusões: A complacência intracraniana pós-operatória não mudou com a descompressão do forame magno, apesar da restauração do fluxo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no forame magno. Essa descoberta pode explicar por que alguns pacientes não tiveram melhora clínica após o procedimento cirúrgico. Também identificamos alguns fatores associados a piores resultados cirúrgicos, como a síndrome piramidal, escala de coordenação e o componente mental do SF-12 |
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