Avaliação dos desfechos virológicos e de adesão ao tratamento antiviral em pacientes portadores de hepatite B crônica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05102017-101708/ |
Resumo: | Introdução: A adesão ao tratamento da hepatite B crônica na vida real tem sido pouco estudada em todo o mundo. Neste estudo, foram avaliados os desfechos virológicos e de adesão ao tratamento antiviral de longo prazo em pacientes monoinfectados com hepatite B crônica. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo de coorte com pacientes portadores de hepatite B crônica (n = 183), tratados com adefovir, entecavir, lamivudina e / ou tenofovir, realizado em um centro de referência terciário brasileiro. A adesão ao tratamento foi avaliada por um questionário validado, denominado CEAT-HBV, em três momentos (2010/2011, 2013/2014 e 2014/2015). As variantes de resistência às drogas para hepatite B e a farmacocinética de um único ponto foram determinadas por sequenciamento e cromatografia líquida com espectrômetro de massa em tandem, respectivamente. Resultados: CEAT-HBV identificou 79/183 (43%) pacientes em não-adesão ao tratamento antiviral e entre esses, 53/79 (67%) tinham maior frequência de HBV DNA positiva. Porém, 38% (70/183) tiveram carga viral positiva sugerindo não resposta ao tratamento. As mais frequentes variantes de resistência aos antivirais foram M204I/V (78%), L180M (59%), L80I (15%), V173L (7%) e Q215H (6%). As principais causas associadas com a ausência de resposta ao tratamento antiviral foram variantes de resistência às drogas (39%), variantes de resistência às drogas e não adesão (23%), não adesão (13%), duração de tratamento insuficiente (10%), e indeterminada (16%). A farmacocinética de dose única indicou 48% (31/65) de não adesão ao antiviral. Dois anos depois da primeira avaliação, o CEAT-HBV indicou que 101/143 (71%) pacientes estavam em adesão ao tratamento, baseado na análise da população per-protocol. Entretanto, 21% (40/183) dos pacientes não puderam ser avaliados e foram excluídos. As principais razões para exclusão foram óbito (20/183), 11 dos 20 óbitos causados pelo carcinoma hepatocelular, perda de seguimento (16/183) e outras (4/183). Todos os participantes receberam nesse momento uma cartilha para orientação do tratamento. A terceira avaliação do CEAT-HBV (2014/2015) mostrou que 112/135 (83%) pacientes estavam em adesão ao tratamento (população per-protocol) e 8/143 (6%) foram excluídos. Desfechos de longo prazo mostraram que a taxa de adesão baseado no CEAT-HBV continua a aumentar após 4 anos (p < 0,001). Conclusões: Nossos dados realçam a importância do monitoramento da avaliação de adesão à terapia para hepatite B crônica. Desfechos de adesão de longo prazo podem ser dinâmicos e é possível aumentar a taxa de migração para o grupo com adesão/HBV DNA negativa |
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Avaliação dos desfechos virológicos e de adesão ao tratamento antiviral em pacientes portadores de hepatite B crônicaEvaluation of virological and adherence outcomes regarding antiviral treatment in chronic hepatitis B patientsAdesão à medicaçãoAntiviraisAntiviral agentsDrug resistance viralFarmacocinéticaFarmacorresistência viralHepatite BHepatitis BMedication adherencePharmacokineticsIntrodução: A adesão ao tratamento da hepatite B crônica na vida real tem sido pouco estudada em todo o mundo. Neste estudo, foram avaliados os desfechos virológicos e de adesão ao tratamento antiviral de longo prazo em pacientes monoinfectados com hepatite B crônica. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo de coorte com pacientes portadores de hepatite B crônica (n = 183), tratados com adefovir, entecavir, lamivudina e / ou tenofovir, realizado em um centro de referência terciário brasileiro. A adesão ao tratamento foi avaliada por um questionário validado, denominado CEAT-HBV, em três momentos (2010/2011, 2013/2014 e 2014/2015). As variantes de resistência às drogas para hepatite B e a farmacocinética de um único ponto foram determinadas por sequenciamento e cromatografia líquida com espectrômetro de massa em tandem, respectivamente. Resultados: CEAT-HBV identificou 79/183 (43%) pacientes em não-adesão ao tratamento antiviral e entre esses, 53/79 (67%) tinham maior frequência de HBV DNA positiva. Porém, 38% (70/183) tiveram carga viral positiva sugerindo não resposta ao tratamento. As mais frequentes variantes de resistência aos antivirais foram M204I/V (78%), L180M (59%), L80I (15%), V173L (7%) e Q215H (6%). As principais causas associadas com a ausência de resposta ao tratamento antiviral foram variantes de resistência às drogas (39%), variantes de resistência às drogas e não adesão (23%), não adesão (13%), duração de tratamento insuficiente (10%), e indeterminada (16%). A farmacocinética de dose única indicou 48% (31/65) de não adesão ao antiviral. Dois anos depois da primeira avaliação, o CEAT-HBV indicou que 101/143 (71%) pacientes estavam em adesão ao tratamento, baseado na análise da população per-protocol. Entretanto, 21% (40/183) dos pacientes não puderam ser avaliados e foram excluídos. As principais razões para exclusão foram óbito (20/183), 11 dos 20 óbitos causados pelo carcinoma hepatocelular, perda de seguimento (16/183) e outras (4/183). Todos os participantes receberam nesse momento uma cartilha para orientação do tratamento. A terceira avaliação do CEAT-HBV (2014/2015) mostrou que 112/135 (83%) pacientes estavam em adesão ao tratamento (população per-protocol) e 8/143 (6%) foram excluídos. Desfechos de longo prazo mostraram que a taxa de adesão baseado no CEAT-HBV continua a aumentar após 4 anos (p < 0,001). Conclusões: Nossos dados realçam a importância do monitoramento da avaliação de adesão à terapia para hepatite B crônica. Desfechos de adesão de longo prazo podem ser dinâmicos e é possível aumentar a taxa de migração para o grupo com adesão/HBV DNA negativaBackground: Chronic hepatitis B (CHB) real-life treatment adherence has been poorly studied worldwide. In this study, it was evaluated long term virological and adherence outcomes regarding antiviral treatment in monoinfected CHB patients. Methods: A prospective cohort study with CHB patients (n=183) treated with adefovir, entecavir, lamivudine and / or tenofovir was performed in a Brazilian reference tertiary center. Treatment adherence was evaluated by a validate questionnaire named CEAT-HBV within three year-periods (2010/2011, 2013/2014 and 2014/2015). HBV drug resistance variants and single-dose pharmacokinetics were determined by sequencing and LC-MS/MS, respectively. Results: CEAT-HBV identified 79/183 (43%) patients with non-adherence to antiviral treatment and among them, 53/79 (67%) were more frequently viral load positive. However, 38% (70/183) had positive viral loads suggesting treatment non-response. Most frequent antiviral resistance variants were M204I/V (78%), L180M (59%), L80I (15%), V173L (7%) and Q215H (6%). The main causes associated with nonresponse to antiviral treatment were drug resistance variants (39%), drug resistance variants and nonadherence together (23%), non-adherence (13%), insufficient treatment duration (10%), and undetermined (16%). Single-dose pharmacokinetics indicated 48% (31/65) antiviral non-adherence. Two years after the first assessment, the CEATHBV indicated that 101/143 (71%) patients were adhered treatment, on basis of an analysis of the per-protocol population. However, 21% (40/183) of the patients could not be evaluated and were excluded. The main reasons for exclusion were death (20/183), 11 out 20 deaths due to hepatocellular carcinoma, loss to follow up (16/183) and others (4/183). HBV booklet was used for medical education. The third CEAT-HBV assessment (2014/2015) showed that 112/135 (83%) patients were on treatment adherence (per-protocol population) and 8/143 (6%) were excluded. Longterm evaluation showed that adherence rate based on CEAT-HBV continue to increase after 4-years (p < 0.001). Conclusions: Our data highlights the importance of CHB therapy adherence assessment monitoring. Long-term adherence outcomes may be dynamic and it is possible to increase the migration rate to adherence/HBV DNA negative groupBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOno, Suzane KiokoSchinazi, Raymond FelixAbreu, Rodrigo Martins2017-07-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05102017-101708/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-05102017-101708Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A adesão ao tratamento da hepatite B crônica na vida real tem sido pouco estudada em todo o mundo. Neste estudo, foram avaliados os desfechos virológicos e de adesão ao tratamento antiviral de longo prazo em pacientes monoinfectados com hepatite B crônica. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo de coorte com pacientes portadores de hepatite B crônica (n = 183), tratados com adefovir, entecavir, lamivudina e / ou tenofovir, realizado em um centro de referência terciário brasileiro. A adesão ao tratamento foi avaliada por um questionário validado, denominado CEAT-HBV, em três momentos (2010/2011, 2013/2014 e 2014/2015). As variantes de resistência às drogas para hepatite B e a farmacocinética de um único ponto foram determinadas por sequenciamento e cromatografia líquida com espectrômetro de massa em tandem, respectivamente. Resultados: CEAT-HBV identificou 79/183 (43%) pacientes em não-adesão ao tratamento antiviral e entre esses, 53/79 (67%) tinham maior frequência de HBV DNA positiva. Porém, 38% (70/183) tiveram carga viral positiva sugerindo não resposta ao tratamento. As mais frequentes variantes de resistência aos antivirais foram M204I/V (78%), L180M (59%), L80I (15%), V173L (7%) e Q215H (6%). As principais causas associadas com a ausência de resposta ao tratamento antiviral foram variantes de resistência às drogas (39%), variantes de resistência às drogas e não adesão (23%), não adesão (13%), duração de tratamento insuficiente (10%), e indeterminada (16%). A farmacocinética de dose única indicou 48% (31/65) de não adesão ao antiviral. Dois anos depois da primeira avaliação, o CEAT-HBV indicou que 101/143 (71%) pacientes estavam em adesão ao tratamento, baseado na análise da população per-protocol. Entretanto, 21% (40/183) dos pacientes não puderam ser avaliados e foram excluídos. As principais razões para exclusão foram óbito (20/183), 11 dos 20 óbitos causados pelo carcinoma hepatocelular, perda de seguimento (16/183) e outras (4/183). Todos os participantes receberam nesse momento uma cartilha para orientação do tratamento. A terceira avaliação do CEAT-HBV (2014/2015) mostrou que 112/135 (83%) pacientes estavam em adesão ao tratamento (população per-protocol) e 8/143 (6%) foram excluídos. Desfechos de longo prazo mostraram que a taxa de adesão baseado no CEAT-HBV continua a aumentar após 4 anos (p < 0,001). Conclusões: Nossos dados realçam a importância do monitoramento da avaliação de adesão à terapia para hepatite B crônica. Desfechos de adesão de longo prazo podem ser dinâmicos e é possível aumentar a taxa de migração para o grupo com adesão/HBV DNA negativa |
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