Correlação entre critério diagnóstico de diabetes mellitus gestacional e prevalência de desfechos adversos perinatais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-23082020-135430/ |
Resumo: | Hiperglicemia é considerada uma das condições médicas mais comumente encontradas durante o ciclo gravídico-puerperal, sendo a diabetes mellitus gestacional (DMG) a apresentação mais frequente. A prevalência desta alteração metabólica varia de acordo com a população estudada e os diferentes critérios diagnósticos propostos na literatura. O objetivo desse estudo é comparar as prevalências de hiperglicemia na gestação (HG) em Ribeirão Preto-SP de acordo com os diferentes critérios diagnósticos e avaliar associação com desfechos adversos perinatais. Realizou-se estudo de coorte retrospectiva baseado na análise de informações de pré-natal e nascimento das gestantes atendidas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) e Centro de Referência em Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER (CRSMRP-MATER) no ano de 2017. A análise consistiu da concordância de diagnóstico entre os diferentes pontos de corte do TOTG 75g de acordo com os seguintes critérios propostos na literatura: glicemia de jejum >= 126 mg/dL associada ou não a glicemia de duas horas pós-sobrecarga >=140 mg/dL proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1998 (OMS98); dois ou mais pontos de glicemia plasmática >= 95 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 155 mg/dl, em jejum, uma e duas horas após sobrecarga de glicose, respectivamente, de acordo com o protocolo proposto pela American Diabetes Association (ADA) em 2003 (ADA03); >= 100 mg/dl em jejum ou >= 140 mg/dl duas horas após sobrecarga de glicose de acordo com National Institute for Health and Care Excellence (NICE) em 2015 (NICE15); um ou mais valores de glicemia para o jejum, uma e duas horas, respectivamente, >= 92 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 153 mg/dl de acordo com os critérios recomendados atualmente pela ADA (2011), OMS (2014) e Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de 2015 (FIGO15). Os valores de cada ponto de corte foram correlacionados com os seguintes desfechos: idade gestacional de nascimento, taxa de cesárea e de primeira cesárea, macrossomia fetal, óbito fetal ou perinatal, internação em unidade de terapia intensiva neonatal, taxa de hipoglicemia neonatal e taxa de icterícia neonatal. Verificou-se que a prevalência de hiperglicemia na gestação por FIGO15 foi maior em comparação aos três outros critérios. As pacientes com diagnóstico de HG por qualquer um dos quatro critérios apresentaram maiores taxas de cesárea e partos antes de 36 semanas, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal em comparação com não DMG e de forma semelhante estre os quatro critérios estudados. FIGO15 e OMS98 também demonstraram associação com o desfecho primeira cesárea. Portanto, conclui-se que há maior prevalência de HG usando o critério diagnóstico FIGO2015 e ele apresentou maior associação com os desfechos: primeira cesárea, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal. |
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Correlação entre critério diagnóstico de diabetes mellitus gestacional e prevalência de desfechos adversos perinataisCorrelation between diagnostic criteria of gestational diabetes mellitus and prevalence of perinatal adverse outcomesCritérios diagnósticosDiabetes mellitus gestacionalDiagnostic criteriaGestaçãoGestational diabetes mellitusPregnancyPrevalencePrevalênciaHiperglicemia é considerada uma das condições médicas mais comumente encontradas durante o ciclo gravídico-puerperal, sendo a diabetes mellitus gestacional (DMG) a apresentação mais frequente. A prevalência desta alteração metabólica varia de acordo com a população estudada e os diferentes critérios diagnósticos propostos na literatura. O objetivo desse estudo é comparar as prevalências de hiperglicemia na gestação (HG) em Ribeirão Preto-SP de acordo com os diferentes critérios diagnósticos e avaliar associação com desfechos adversos perinatais. Realizou-se estudo de coorte retrospectiva baseado na análise de informações de pré-natal e nascimento das gestantes atendidas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) e Centro de Referência em Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER (CRSMRP-MATER) no ano de 2017. A análise consistiu da concordância de diagnóstico entre os diferentes pontos de corte do TOTG 75g de acordo com os seguintes critérios propostos na literatura: glicemia de jejum >= 126 mg/dL associada ou não a glicemia de duas horas pós-sobrecarga >=140 mg/dL proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1998 (OMS98); dois ou mais pontos de glicemia plasmática >= 95 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 155 mg/dl, em jejum, uma e duas horas após sobrecarga de glicose, respectivamente, de acordo com o protocolo proposto pela American Diabetes Association (ADA) em 2003 (ADA03); >= 100 mg/dl em jejum ou >= 140 mg/dl duas horas após sobrecarga de glicose de acordo com National Institute for Health and Care Excellence (NICE) em 2015 (NICE15); um ou mais valores de glicemia para o jejum, uma e duas horas, respectivamente, >= 92 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 153 mg/dl de acordo com os critérios recomendados atualmente pela ADA (2011), OMS (2014) e Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de 2015 (FIGO15). Os valores de cada ponto de corte foram correlacionados com os seguintes desfechos: idade gestacional de nascimento, taxa de cesárea e de primeira cesárea, macrossomia fetal, óbito fetal ou perinatal, internação em unidade de terapia intensiva neonatal, taxa de hipoglicemia neonatal e taxa de icterícia neonatal. Verificou-se que a prevalência de hiperglicemia na gestação por FIGO15 foi maior em comparação aos três outros critérios. As pacientes com diagnóstico de HG por qualquer um dos quatro critérios apresentaram maiores taxas de cesárea e partos antes de 36 semanas, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal em comparação com não DMG e de forma semelhante estre os quatro critérios estudados. FIGO15 e OMS98 também demonstraram associação com o desfecho primeira cesárea. Portanto, conclui-se que há maior prevalência de HG usando o critério diagnóstico FIGO2015 e ele apresentou maior associação com os desfechos: primeira cesárea, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal.Hyperglycemia is considered one of the most commonly encountered medical conditions during the pregnancy-puerperal cycle, being gestacional diabetes mellitus (GDM) the most frequent presentation. The prevalence of this metabolic modification varies according to the studied population and the different diagnostic criteria proposed in the literature. The goal of this study is to compare the prevalence of gestational hyperglycemia (GH) in Ribeirão Preto-SP according to the different diagnostic criteria proposed and to evaluate its association with perinatal adverse outcomes. A retrospective cohort study was attended based on the analysis of prenatal care and birth information of pregnant women at the Clinical Hospital of Ribeirão Preto - University of São Paulo (HCFMRP-USP) and at the Women\'s Reference Health Center of Ribeirão Preto-MATER (CRSMRP-MATER) in the year of 2017. The analysis of the diagnostic concordance rate was performed in the different 75g glucose tolerance test cutoffs according to the following criteria proposed in the literature: fasting blood glucose >= 126 mg / dL associated or not with two-hour post-glucose blood glucose >=140 mg / dL proposed by the World Health Organization (WHO) in 1998 (OMS98); two or more plasma glucose points >= 95 mg / dl, >= 180 mg / dl and >= 155 mg / dl, fasting, one and two hours after glucose overload, respectively, according to the protocol proposed by the American Diabetes Association (ADA) in 2003 (ADA03); >= 100 mg / dl fasting or >= 140 mg / dl two hours after glucose overload according to the National Institute for Health and Care Excellence (NICE) in 2015 (NICE15); one or more fasting blood glucose values, one and two hours, respectively, >= 92 mg / dl, >= 180 mg / dl and >= 153 mg / dl according to the criteria currently recommended by ADA (2011), WHO (2014) and International Federation of Gynecology and Obstetrics 2015 (FIGO15). The values of each cutoff point were correlated with the following outcomes: gestational age at birth, cesarean section and first cesarean section rate, fetal macrosomia, fetal or perinatal death, admission to a neonatal intensive care unit, neonatal hypoglycemia rate and neonatal jaundice rate. Analyzing the results, the prevalence of gestational hyperglycemia by FIGO15 was higher compared to the three other criteria. Patients diagnosed with GH by any of the four criteria had higher cesarean rates, deliveries before 36 weeks, newborn (NB) weight above 90th percentile, neonatal hypoglycemia and neonatal jaundice compared to non-GDM. FIGO15 and OM98 presented higher association with first cesarean section rate. Therefore, concludes that there is a higher prevalence of GDM using the diagnostic criteria FIGO2015 and it\'s associated with adverse outcomes: first cesarean section, NB weight above 90th percentile, hypoglycemia and neonatal jaundice.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoisés, Elaine Christine DantasBernardo, Thaís Mantovani2020-05-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-23082020-135430/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-19T17:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-23082020-135430Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-19T17:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Hiperglicemia é considerada uma das condições médicas mais comumente encontradas durante o ciclo gravídico-puerperal, sendo a diabetes mellitus gestacional (DMG) a apresentação mais frequente. A prevalência desta alteração metabólica varia de acordo com a população estudada e os diferentes critérios diagnósticos propostos na literatura. O objetivo desse estudo é comparar as prevalências de hiperglicemia na gestação (HG) em Ribeirão Preto-SP de acordo com os diferentes critérios diagnósticos e avaliar associação com desfechos adversos perinatais. Realizou-se estudo de coorte retrospectiva baseado na análise de informações de pré-natal e nascimento das gestantes atendidas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) e Centro de Referência em Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-MATER (CRSMRP-MATER) no ano de 2017. A análise consistiu da concordância de diagnóstico entre os diferentes pontos de corte do TOTG 75g de acordo com os seguintes critérios propostos na literatura: glicemia de jejum >= 126 mg/dL associada ou não a glicemia de duas horas pós-sobrecarga >=140 mg/dL proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1998 (OMS98); dois ou mais pontos de glicemia plasmática >= 95 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 155 mg/dl, em jejum, uma e duas horas após sobrecarga de glicose, respectivamente, de acordo com o protocolo proposto pela American Diabetes Association (ADA) em 2003 (ADA03); >= 100 mg/dl em jejum ou >= 140 mg/dl duas horas após sobrecarga de glicose de acordo com National Institute for Health and Care Excellence (NICE) em 2015 (NICE15); um ou mais valores de glicemia para o jejum, uma e duas horas, respectivamente, >= 92 mg/dl, >= 180 mg/dl e >= 153 mg/dl de acordo com os critérios recomendados atualmente pela ADA (2011), OMS (2014) e Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de 2015 (FIGO15). Os valores de cada ponto de corte foram correlacionados com os seguintes desfechos: idade gestacional de nascimento, taxa de cesárea e de primeira cesárea, macrossomia fetal, óbito fetal ou perinatal, internação em unidade de terapia intensiva neonatal, taxa de hipoglicemia neonatal e taxa de icterícia neonatal. Verificou-se que a prevalência de hiperglicemia na gestação por FIGO15 foi maior em comparação aos três outros critérios. As pacientes com diagnóstico de HG por qualquer um dos quatro critérios apresentaram maiores taxas de cesárea e partos antes de 36 semanas, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal em comparação com não DMG e de forma semelhante estre os quatro critérios estudados. FIGO15 e OMS98 também demonstraram associação com o desfecho primeira cesárea. Portanto, conclui-se que há maior prevalência de HG usando o critério diagnóstico FIGO2015 e ele apresentou maior associação com os desfechos: primeira cesárea, peso de RN acima do percentil 90, hipoglicemia e icterícia neonatal. |
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