Depressão em adultos do Brasil: custos, perfil dos atendimentos e cobertura presumida dos CAPS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-02062023-145443/ |
Resumo: | Introdução: A depressão é um transtorno incapacitante e causa prejuízos funcionais, além de altos custos para o sistema de saúde e previdência social. No Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial são serviços de base comunitária, prioritários para o cuidado, a fim de possibilitar a reinserção social dos sujeitos adoecidos mentalmente. Objetivos: Investigar os custos diretos e indiretos da depressão no Brasil entre 2010 e 2018, e a oferta de cuidados em saúde dos CAPS a indivíduos com depressão, entre 2013-2019. Métodos: Estudo de custo da doença baseado na prevalência, com abordagem top-down, sob a perspectiva da sociedade, e estudo descritivo, ecológico, de série temporal, com dados secundários de bancos de dados nacionais, com adultos de 18 anos ou mais de idade, com diagnóstico de depressão. Foram incluídos custos diretos (hospitalares e ambulatoriais), provenientes dos Sistemas de Informação Hospitalar e Ambulatorial, e indiretos (absenteísmo), do Instituto Nacional de Seguro Social, além dos atendimentos efetuados nos CAPS, provenientes dos Registros das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS psicossocial). Os custos foram calculados por ano, de 2010 a 2018. A cobertura presumida de CAPS foi calculada para 2013 e 2019, com base nos serviços cadastrados e ativos. Resultados: O custo da depressão foi de Int$ 2.288.511.607,39 no período analisado, com custo médio anual de Int$ 254.279.067,49. De 2014 a 2018, houve queda acentuada no custo da depressão (-44,24%), principalmente nos custos indiretos (-55,83%). No período investigado, os custos indiretos representaram 74,85% do custo total. Com o tempo, o ambulatório superou o custo hospitalar. Em 2017 e 2018, os custos ambulatoriais representaram, respectivamente, 43,22% e 39,57% dos custos totais. Em todos os anos analisados, predominaram os custos e atendimentos nos CAPS para o sexo feminino (77%). Houve um aumento de 107% no número de pacientes com depressão atendidos nos CAPS entre 2013 e 2019. Prevaleceram, entre os atendidos, aqueles de cor/raça branca (38%) e parda (34%), na faixa etária de 41-60 anos (49%). Foram mais frequentes o diagnóstico de episódios depressivos (65%) e o atendimento individual (75%). A cobertura presumida dos CAPS foi de 71% e 87% no país em 2013 e 2019, respectivamente, embora com disparidades acentuadas entre os estados. Conclusões: A depressão é uma doença com elevada carga econômica para o sistema de saúde. Foram identificados avanços na implementação dos CAPS no país, no período 2013-2019. No entanto, ainda são necessários investimentos, tal como maior cobertura dos serviços, pois ainda permanecem desigualdades entre as unidades federativas, além de serem reduzidos os atendimentos em grupos e familiares, sendo necessária a capacitação de equipes multiprofissionais e de profissionais de saúde aptos para a atenção psicossocial. |
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Depressão em adultos do Brasil: custos, perfil dos atendimentos e cobertura presumida dos CAPSDepression in adults from Brazil: costs, medical care profile and presumed coverage from CAPSAssistence to healthAssistência à saúdeCusto da doençaDepressãoDepressionDepressive disordersDisease costMental health servicesServiços de saúde mentalTranstornos depressivosIntrodução: A depressão é um transtorno incapacitante e causa prejuízos funcionais, além de altos custos para o sistema de saúde e previdência social. No Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial são serviços de base comunitária, prioritários para o cuidado, a fim de possibilitar a reinserção social dos sujeitos adoecidos mentalmente. Objetivos: Investigar os custos diretos e indiretos da depressão no Brasil entre 2010 e 2018, e a oferta de cuidados em saúde dos CAPS a indivíduos com depressão, entre 2013-2019. Métodos: Estudo de custo da doença baseado na prevalência, com abordagem top-down, sob a perspectiva da sociedade, e estudo descritivo, ecológico, de série temporal, com dados secundários de bancos de dados nacionais, com adultos de 18 anos ou mais de idade, com diagnóstico de depressão. Foram incluídos custos diretos (hospitalares e ambulatoriais), provenientes dos Sistemas de Informação Hospitalar e Ambulatorial, e indiretos (absenteísmo), do Instituto Nacional de Seguro Social, além dos atendimentos efetuados nos CAPS, provenientes dos Registros das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS psicossocial). Os custos foram calculados por ano, de 2010 a 2018. A cobertura presumida de CAPS foi calculada para 2013 e 2019, com base nos serviços cadastrados e ativos. Resultados: O custo da depressão foi de Int$ 2.288.511.607,39 no período analisado, com custo médio anual de Int$ 254.279.067,49. De 2014 a 2018, houve queda acentuada no custo da depressão (-44,24%), principalmente nos custos indiretos (-55,83%). No período investigado, os custos indiretos representaram 74,85% do custo total. Com o tempo, o ambulatório superou o custo hospitalar. Em 2017 e 2018, os custos ambulatoriais representaram, respectivamente, 43,22% e 39,57% dos custos totais. Em todos os anos analisados, predominaram os custos e atendimentos nos CAPS para o sexo feminino (77%). Houve um aumento de 107% no número de pacientes com depressão atendidos nos CAPS entre 2013 e 2019. Prevaleceram, entre os atendidos, aqueles de cor/raça branca (38%) e parda (34%), na faixa etária de 41-60 anos (49%). Foram mais frequentes o diagnóstico de episódios depressivos (65%) e o atendimento individual (75%). A cobertura presumida dos CAPS foi de 71% e 87% no país em 2013 e 2019, respectivamente, embora com disparidades acentuadas entre os estados. Conclusões: A depressão é uma doença com elevada carga econômica para o sistema de saúde. Foram identificados avanços na implementação dos CAPS no país, no período 2013-2019. No entanto, ainda são necessários investimentos, tal como maior cobertura dos serviços, pois ainda permanecem desigualdades entre as unidades federativas, além de serem reduzidos os atendimentos em grupos e familiares, sendo necessária a capacitação de equipes multiprofissionais e de profissionais de saúde aptos para a atenção psicossocial.Introduction: Depression is a disabling disorder and it causes functional damages, in addition to high costs to the health system and social previdence. In Brazil, the Psychosocial Atention Centers are services of communitarian base intented to care and enable the social reinsertion of mentally diseased individuals. Objectives: To investigate depression\'s direct and indirect costs in Brazil between 2010 and 2018, and CAPS\' offer of medical care to individuals with depression, between 2013-2019. Methods: Study of cost based on prevalence, with top-down approach, under the perspective of society, and descriptive, ecological study of temporal series, with secondary data from national data banks, with adults over 18 years old or more, diagnosed with depression. Direct costs (hospital and outpatient) that came from Hospital and Outpatient Information Systems and indirect ones (absenteeism) that came from the National Institute of Social Security were included, in addition to the performed medical cares in CAPS, which can be found on the Records of Outpatient Health Actions (psychosocial RAAS). The costs were calculated by year, from 2010 to 2018. CAPS\' presumed coverage was calculated for 2013 and 2019, based on registered and active services. The cost of depression was from Int$ 2.288.211.607,39 in the analyzed period, with an average annual cost of Int$ 254.279.067,49. From 2014 to 2018, there was an elevated decrease in the cost of depression (-44,24%), mainly in indirect costs (-55,83%). In the investigated period, the indirect costs represented 74,85% of the total cost. With time, the outcare overcame the hospital cost. In 2017 and 2018, outcare costs represented, respectively, 43,22% and 39,57% of total costs. During all the analyzed years, the costs and medical cares in CAPS were mostly for the feminine sex (77%). There was an increase of 107% in the number of patients with depression that received medical care in CAPS between 2013 and 2019. Those that received medical cares the most were of white color-race (38%) and brown (34 %), between the ages of 41 and 60 years old (49%). The diagnose of depressive episodes (65%) and the individual medical care (75%) were most frequent. The presumed CAPS\' coverage was of 71% and 87% in the country, respectively, although with accentuated disparities between the states. Conclusion: Depression is a disease with elevated economical charge to the health system. Advancements were identified in the implementation of CAPS in the country, during 2013-2019. However, investments are still necessary, just as a bigger coverage of the services, because there are still inequalities bwtween the federative unities, in addition to reduced medical cares for groups and families, making the training of multi-professional and professional health teams that are able to pychosocial attention, necessary.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMiasso, Adriana InocentiSilva, Everton Nunes daMercedes, Bruna Paiva do Carmo2023-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-02062023-145443/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-06-12T18:15:35Zoai:teses.usp.br:tde-02062023-145443Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-06-12T18:15:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A depressão é um transtorno incapacitante e causa prejuízos funcionais, além de altos custos para o sistema de saúde e previdência social. No Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial são serviços de base comunitária, prioritários para o cuidado, a fim de possibilitar a reinserção social dos sujeitos adoecidos mentalmente. Objetivos: Investigar os custos diretos e indiretos da depressão no Brasil entre 2010 e 2018, e a oferta de cuidados em saúde dos CAPS a indivíduos com depressão, entre 2013-2019. Métodos: Estudo de custo da doença baseado na prevalência, com abordagem top-down, sob a perspectiva da sociedade, e estudo descritivo, ecológico, de série temporal, com dados secundários de bancos de dados nacionais, com adultos de 18 anos ou mais de idade, com diagnóstico de depressão. Foram incluídos custos diretos (hospitalares e ambulatoriais), provenientes dos Sistemas de Informação Hospitalar e Ambulatorial, e indiretos (absenteísmo), do Instituto Nacional de Seguro Social, além dos atendimentos efetuados nos CAPS, provenientes dos Registros das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS psicossocial). Os custos foram calculados por ano, de 2010 a 2018. A cobertura presumida de CAPS foi calculada para 2013 e 2019, com base nos serviços cadastrados e ativos. Resultados: O custo da depressão foi de Int$ 2.288.511.607,39 no período analisado, com custo médio anual de Int$ 254.279.067,49. De 2014 a 2018, houve queda acentuada no custo da depressão (-44,24%), principalmente nos custos indiretos (-55,83%). No período investigado, os custos indiretos representaram 74,85% do custo total. Com o tempo, o ambulatório superou o custo hospitalar. Em 2017 e 2018, os custos ambulatoriais representaram, respectivamente, 43,22% e 39,57% dos custos totais. Em todos os anos analisados, predominaram os custos e atendimentos nos CAPS para o sexo feminino (77%). Houve um aumento de 107% no número de pacientes com depressão atendidos nos CAPS entre 2013 e 2019. Prevaleceram, entre os atendidos, aqueles de cor/raça branca (38%) e parda (34%), na faixa etária de 41-60 anos (49%). Foram mais frequentes o diagnóstico de episódios depressivos (65%) e o atendimento individual (75%). A cobertura presumida dos CAPS foi de 71% e 87% no país em 2013 e 2019, respectivamente, embora com disparidades acentuadas entre os estados. Conclusões: A depressão é uma doença com elevada carga econômica para o sistema de saúde. Foram identificados avanços na implementação dos CAPS no país, no período 2013-2019. No entanto, ainda são necessários investimentos, tal como maior cobertura dos serviços, pois ainda permanecem desigualdades entre as unidades federativas, além de serem reduzidos os atendimentos em grupos e familiares, sendo necessária a capacitação de equipes multiprofissionais e de profissionais de saúde aptos para a atenção psicossocial. |
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