Avaliação de uma coorte de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio: avaliação clínica dos hipertensos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Colósimo, Flávia Cortez
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-27082015-150737/
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial tem elevada prevalência em pessoas submetidas à cirurgia de revascularização do miocárdio. Contudo, em nosso meio, pouco se conhece sobre sua influência no resultado pós-operatório. Objetivos: Avaliar associação da hipertensão arterial com desfechos de morbidade e mortalidade após cirurgia de revascularização miocárdica e identificar os preditores de mortalidade nos pacientes hipertensos. Método: Estudo de coorte que utilizou banco de dados institucional de um hospital da cidade de São Paulo-SP incluindo 3010 pacientes submetidos à revascularização miocárdica cirúrgica com acompanhamento dos desfechos aos 30 dias e até um ano após a cirurgia. Os grupos de hipertensos e não hipertensos foram comparados quanto às características pré-operatórias e quanto à morbidade e mortalidade pós-operatórias. Os grupos de hipertensos controlados e hipertensos não controlados foram comparados quanto às características préoperatórias e à ocorrência de morbidade e mortalidade pósoperatória. Para identificação das variáveis preditoras de mortalidade no grupo dos hipertensos procedeu-se a análise multivariada com regressão logística. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial foi de 82,8%. A média de idade dos hipertensos foi de 62,4 anos e 67,8% eram do sexo masculino. Os fatores associados, independentemente, à hipertensão foram (OR- Odds Ratio; ICIntervalo de Confiança 95%): idade (1,01; 1,00-1,02); sexo feminino (1,77; 1,39-2,25), raça parda (1,53; 1,07-2,19), obesidade (1,53;1,13- 2,06), diabetes (1,90; 1,52-2,39), dislipidemia (1,51;1,23-1,85) e creatinina>1,3mg/dL (1,37; 1,09-1,72). Não houve diferença estatisticamente significativa nos desfechos de morbidade e mortalidade entre os grupos de hipertensos e não hipertensos. Cerca da metade dos hipertensos (51,1%) apresentava pressão arterial controlada (PA<140/90 mmHg) na admissão hospitalar. O grupo de hipertensos não controlados apresentou risco significativamente maior do que hipertensos controlados de (Risco Relativo; Intervalo de Confiança 95%): acidente vascular encefálico (2,25; 1,13-4,56), insuficiência cardíaca (1,65; 1,04-2,63), parada cardíaca (1,54; 1,03- 2,31) e óbito (1,59; 1,20-2,10). Após regressão logística múltipla, as variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até 30 dias após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,039; 1,012- 1,066), creatinina sérica, variável contínua (1,245; 1,062-1,459); história familiar de doença coronariana (0,491; 0,265-0,912), dislipidemia (0,512; 0,316-0,829), procedimento de revascularização isolado (0,289; 0,176-0,476) e índice de massa corporal, variável contínua, (0,944; 0,892-0,999). As variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até um ano após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,049; 1,028-1,071), pressão arterial não controlada (1,768; 1,245-2,508), antecedentes de doença renal crônica (2,554; 1,481-4,404), acidente vascular encefálico (2,48; 1,403-4,203), insuficiência arterial periférica (1,894; 1,087-3,300), doença carotídea (3,050; 1,367-6,806), insuficiência cardíaca (4,623; 2,455-8,703), arritmia (1,811; 1,038-3,159), creatinina sérica préoperatória, variável contínua (1,201; 1,017-1,418), glicemia capilar pós-operatória, variável contínua (1,007; 1,002-1,012), história familiar de doença coronariana (0,613; 0,401-0,939), dislipidemia (0,658; 0,463-0,936) e cirurgia de revascularização isolada (0,306; 0,203-0,461) Conclusões: A hipertensão arterial apresentou alta prevalência e se associou a fatores modificáveis e não modificáveis. Entre hipertensos, a falta de controle da pressão arterial foi preditora de mortalidade na avaliação em longo prazo após a cirurgia.
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spelling Avaliação de uma coorte de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio: avaliação clínica dos hipertensosEvaluation of a cohort of patients undergoing coronary artery bypass graft surgery: clinical evolution of hypertensive patientsFatores de riscoHipertensão arterialHypertensionMortalidadeMortalityMyocardial revascularizationRevascularização miocárdicaRisk factorsIntrodução: A hipertensão arterial tem elevada prevalência em pessoas submetidas à cirurgia de revascularização do miocárdio. Contudo, em nosso meio, pouco se conhece sobre sua influência no resultado pós-operatório. Objetivos: Avaliar associação da hipertensão arterial com desfechos de morbidade e mortalidade após cirurgia de revascularização miocárdica e identificar os preditores de mortalidade nos pacientes hipertensos. Método: Estudo de coorte que utilizou banco de dados institucional de um hospital da cidade de São Paulo-SP incluindo 3010 pacientes submetidos à revascularização miocárdica cirúrgica com acompanhamento dos desfechos aos 30 dias e até um ano após a cirurgia. Os grupos de hipertensos e não hipertensos foram comparados quanto às características pré-operatórias e quanto à morbidade e mortalidade pós-operatórias. Os grupos de hipertensos controlados e hipertensos não controlados foram comparados quanto às características préoperatórias e à ocorrência de morbidade e mortalidade pósoperatória. Para identificação das variáveis preditoras de mortalidade no grupo dos hipertensos procedeu-se a análise multivariada com regressão logística. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial foi de 82,8%. A média de idade dos hipertensos foi de 62,4 anos e 67,8% eram do sexo masculino. Os fatores associados, independentemente, à hipertensão foram (OR- Odds Ratio; ICIntervalo de Confiança 95%): idade (1,01; 1,00-1,02); sexo feminino (1,77; 1,39-2,25), raça parda (1,53; 1,07-2,19), obesidade (1,53;1,13- 2,06), diabetes (1,90; 1,52-2,39), dislipidemia (1,51;1,23-1,85) e creatinina>1,3mg/dL (1,37; 1,09-1,72). Não houve diferença estatisticamente significativa nos desfechos de morbidade e mortalidade entre os grupos de hipertensos e não hipertensos. Cerca da metade dos hipertensos (51,1%) apresentava pressão arterial controlada (PA<140/90 mmHg) na admissão hospitalar. O grupo de hipertensos não controlados apresentou risco significativamente maior do que hipertensos controlados de (Risco Relativo; Intervalo de Confiança 95%): acidente vascular encefálico (2,25; 1,13-4,56), insuficiência cardíaca (1,65; 1,04-2,63), parada cardíaca (1,54; 1,03- 2,31) e óbito (1,59; 1,20-2,10). Após regressão logística múltipla, as variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até 30 dias após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,039; 1,012- 1,066), creatinina sérica, variável contínua (1,245; 1,062-1,459); história familiar de doença coronariana (0,491; 0,265-0,912), dislipidemia (0,512; 0,316-0,829), procedimento de revascularização isolado (0,289; 0,176-0,476) e índice de massa corporal, variável contínua, (0,944; 0,892-0,999). As variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até um ano após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,049; 1,028-1,071), pressão arterial não controlada (1,768; 1,245-2,508), antecedentes de doença renal crônica (2,554; 1,481-4,404), acidente vascular encefálico (2,48; 1,403-4,203), insuficiência arterial periférica (1,894; 1,087-3,300), doença carotídea (3,050; 1,367-6,806), insuficiência cardíaca (4,623; 2,455-8,703), arritmia (1,811; 1,038-3,159), creatinina sérica préoperatória, variável contínua (1,201; 1,017-1,418), glicemia capilar pós-operatória, variável contínua (1,007; 1,002-1,012), história familiar de doença coronariana (0,613; 0,401-0,939), dislipidemia (0,658; 0,463-0,936) e cirurgia de revascularização isolada (0,306; 0,203-0,461) Conclusões: A hipertensão arterial apresentou alta prevalência e se associou a fatores modificáveis e não modificáveis. Entre hipertensos, a falta de controle da pressão arterial foi preditora de mortalidade na avaliação em longo prazo após a cirurgia.Introduction: Hypertension is highly prevalent in people undergoing coronary artery bypass graft (CABG) surgery. However, in our field, little is known about its influence on postoperative results. Objectives: To evaluate the association of hypertension with morbidity and mortality outcomes after the coronary artery bypass graft surgery and identify predictors of mortality in hypertensive patients. Method: A cohort study which used the institutional database of a hospital in the city of São Paulo (state of São Paulo) and included 3010 patients undergoing CABG surgery, with monitoring of outcomes at 30 days and one year after surgery. The groups of hypertensive and nonhypertensive patients were compared regarding the preoperative characteristics and the postoperative morbidity and mortality. The groups of controlled hypertensive and uncontrolled hypertensive patients were compared in relation to preoperative characteristics and the occurrence of postoperative morbidity and mortality. A multivariate analysis with logistic regression was used to identify the predictors of mortality in the hypertensive group. Results: The prevalence of hypertension was 82.8%. The average age of hypertensive patients was 62.4 years and 67.8% were male. The factors independently associated with hypertension were the following (OR- odds ratio; CIconfidence interval 95%): age (1.01; 1.00-1.02); female gender (1.77; 1.39-2.25), multiracial (pardo) (1.53; 1.07-2.19), obesity (1.53; 1.13- 2.06), diabetes (1.90; 1.52-2.39), dyslipidemia (1.51; 1.23-1.85) and creatinine>1.3mg/dL (1.37; 1.09-1.72). There was no statistically significant difference in the outcomes of morbidity and mortality among hypertensive and non-hypertensive groups. About half of the hypertensive patients (51.1%) had controlled blood pressure (Pa<140/90 mmHg) at hospital admission. The group of uncontrolled hypertensive patients showed significantly higher risk than the group of controlled hypertensive of the following (RR-Relative Risk; CI 95%): cerebrovascular accident (2.25; 1.13-4.56), heart failure (1.65; 1.04- 2.63), cardiac arrest (1.54; 1.03-2.31) and death (1.59; 1.20-2.10). Using multiple logistic regression, the variables associated with death of hypertensive patients within 30 days after surgery were the following (OR; CI 95%): age, continuous variable (1.039; 1.012-1.066), serum creatinine, continuous variable (1.245; 1.062-1.459); family history of coronary artery disease (0.491; 0.265-0.912), dyslipidemia (0.512; 0.316-0.829), isolated revascularization procedure (0.289; 0.176- 0.476) and body mass index, continuous variable, (0.944; 0.892- 0.999). The following variables were associated to the death of hypertensive patients in up toan year after surgery (OR; CI 95%): age, continuous variable (1.049; 1.028-1.071), uncontrolled blood pressure (1.768; 1.245-2.508), history of chronic kidney disease (2.554; 1.481- 4404), stroke (2.48; 1.403-4.203), peripheral artery disease (1.894; 1.087-3.300), carotid artery disease (3.050; 1.367-6.806), cardiac failure (4.623; 2.455-8.703), arrhythmia (1,811; 1,038-3,159), preoperative serum creatinine, continuous variable (1.201; 1.017- 1.418), postoperative blood glucose, continuous variable (1.007; 1.002-1.012), family history of coronary disease (0.613; 0.401-0.939), dyslipidemia (0.658; 0.463-0.936) and isolated coronary artery bypass graft surgery (0.306; 0.203-0.461). Conclusions: Hypertension showed high prevalence and was associated to modifiable and nonmodifiable factors. Among hypertensive patients, the lack of blood pressure control was predictive of mortality in the long-term evaluation after surgery.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPierin, Angela Maria GeraldoColósimo, Flávia Cortez2015-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-27082015-150737/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-27082015-150737Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Introdução: A hipertensão arterial tem elevada prevalência em pessoas submetidas à cirurgia de revascularização do miocárdio. Contudo, em nosso meio, pouco se conhece sobre sua influência no resultado pós-operatório. Objetivos: Avaliar associação da hipertensão arterial com desfechos de morbidade e mortalidade após cirurgia de revascularização miocárdica e identificar os preditores de mortalidade nos pacientes hipertensos. Método: Estudo de coorte que utilizou banco de dados institucional de um hospital da cidade de São Paulo-SP incluindo 3010 pacientes submetidos à revascularização miocárdica cirúrgica com acompanhamento dos desfechos aos 30 dias e até um ano após a cirurgia. Os grupos de hipertensos e não hipertensos foram comparados quanto às características pré-operatórias e quanto à morbidade e mortalidade pós-operatórias. Os grupos de hipertensos controlados e hipertensos não controlados foram comparados quanto às características préoperatórias e à ocorrência de morbidade e mortalidade pósoperatória. Para identificação das variáveis preditoras de mortalidade no grupo dos hipertensos procedeu-se a análise multivariada com regressão logística. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial foi de 82,8%. A média de idade dos hipertensos foi de 62,4 anos e 67,8% eram do sexo masculino. Os fatores associados, independentemente, à hipertensão foram (OR- Odds Ratio; ICIntervalo de Confiança 95%): idade (1,01; 1,00-1,02); sexo feminino (1,77; 1,39-2,25), raça parda (1,53; 1,07-2,19), obesidade (1,53;1,13- 2,06), diabetes (1,90; 1,52-2,39), dislipidemia (1,51;1,23-1,85) e creatinina>1,3mg/dL (1,37; 1,09-1,72). Não houve diferença estatisticamente significativa nos desfechos de morbidade e mortalidade entre os grupos de hipertensos e não hipertensos. Cerca da metade dos hipertensos (51,1%) apresentava pressão arterial controlada (PA<140/90 mmHg) na admissão hospitalar. O grupo de hipertensos não controlados apresentou risco significativamente maior do que hipertensos controlados de (Risco Relativo; Intervalo de Confiança 95%): acidente vascular encefálico (2,25; 1,13-4,56), insuficiência cardíaca (1,65; 1,04-2,63), parada cardíaca (1,54; 1,03- 2,31) e óbito (1,59; 1,20-2,10). Após regressão logística múltipla, as variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até 30 dias após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,039; 1,012- 1,066), creatinina sérica, variável contínua (1,245; 1,062-1,459); história familiar de doença coronariana (0,491; 0,265-0,912), dislipidemia (0,512; 0,316-0,829), procedimento de revascularização isolado (0,289; 0,176-0,476) e índice de massa corporal, variável contínua, (0,944; 0,892-0,999). As variáveis associadas ao óbito dos hipertensos em até um ano após a cirurgia foram (OR; IC 95%): idade, variável contínua (1,049; 1,028-1,071), pressão arterial não controlada (1,768; 1,245-2,508), antecedentes de doença renal crônica (2,554; 1,481-4,404), acidente vascular encefálico (2,48; 1,403-4,203), insuficiência arterial periférica (1,894; 1,087-3,300), doença carotídea (3,050; 1,367-6,806), insuficiência cardíaca (4,623; 2,455-8,703), arritmia (1,811; 1,038-3,159), creatinina sérica préoperatória, variável contínua (1,201; 1,017-1,418), glicemia capilar pós-operatória, variável contínua (1,007; 1,002-1,012), história familiar de doença coronariana (0,613; 0,401-0,939), dislipidemia (0,658; 0,463-0,936) e cirurgia de revascularização isolada (0,306; 0,203-0,461) Conclusões: A hipertensão arterial apresentou alta prevalência e se associou a fatores modificáveis e não modificáveis. Entre hipertensos, a falta de controle da pressão arterial foi preditora de mortalidade na avaliação em longo prazo após a cirurgia.
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