População em situação de rua e Tratamento Diretamente Observado (TDO) para Tuberculose (TB): a percepção dos usuários

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Eduardo Sodré de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-21032012-090003/
Resumo: No Município de São Paulo é significativo e crescente o número de pessoas em situação de rua acometidas por tuberculose, fato que representa um problema de saúde pública relevante. O Tratamento Diretamente Observado (TDO) pode ser uma estratégia importante para o enfrentamento da doença, mas não suficiente para garantir sua adesão. O objetivo deste trabalho foi Identificar significados e percepções sobre a tuberculose (TB) e o Tratamento Diretamente Observado (TDO) junto à população em situação de rua da região central do Município de São Paulo. Participaram desta pesquisa qualitativa, sete pessoas em situação de rua em TDO na UBS Santa Cecília, sendo seis homens e uma mulher. Posteriormente uma entrevista adicional foi realizada com uma auxiliar de enfermagem da mesma unidade de saúde. Todos responderam as entrevistas semi estruturada, com perguntas abertas, que foram gravadas e posteriormente transcritas. A partir da leitura exaustiva e flutuante definimos algumas categorias que nos auxiliaram na interpretação, análise e discussão dos dados obtidos. Dados quantitativos utilizados para caracterizar a UBS, o TDO e os usuários foram obtidos por meio do livro de Registro e Controle de Tratamento dos Casos de Tuberculose, Planilha Diária de Tratamento Supervisionado DOTS; Ficha E; e Relatórios do SIAB. Os resultados mostram que a trajetória de vida nas ruas, as percepções do corpo em relação à doença, a experiência estigmatizante e de violência física e moral, a qualidade da assistência prestada no TDO e o uso de drogas lícitas e ilícitas, interferem no processo de adesão ao tratamento. Por um lado, essa modalidade de tratamento pode assumir caráter estigmatizante e excludente, se apoiado em diretrizes normativas e/ou caritativas; por outro, se garantir um espaço para emancipação e respeitar as diferenças, pode contribuir para o fortalecimento dos usuários para enfrentar o problema e se tornarem responsáveis pela sua própria vida. Criticamos a forma como são organizadas algumas equipes para o atendimento a essa população, que embora necessárias, dependendo da forma como trabalham, podem reforçar ainda mais a exclusão que sofre essa população. Concordamos que o Estado deve prover tais iniciativas focalizadoras, devido à inferiorização que esse sistema produz, mas também deve fazer provisões para políticas universalistas, para incluí-los e torná-los autônomos dentro desse sistema. Assim o TDO possibilitará a mudança do quadro epidemiológico e garantirá um espaço de exercício ou até mesmo de resgate da autonomia e cidadania
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Participaram desta pesquisa qualitativa, sete pessoas em situação de rua em TDO na UBS Santa Cecília, sendo seis homens e uma mulher. Posteriormente uma entrevista adicional foi realizada com uma auxiliar de enfermagem da mesma unidade de saúde. Todos responderam as entrevistas semi estruturada, com perguntas abertas, que foram gravadas e posteriormente transcritas. A partir da leitura exaustiva e flutuante definimos algumas categorias que nos auxiliaram na interpretação, análise e discussão dos dados obtidos. Dados quantitativos utilizados para caracterizar a UBS, o TDO e os usuários foram obtidos por meio do livro de Registro e Controle de Tratamento dos Casos de Tuberculose, Planilha Diária de Tratamento Supervisionado DOTS; Ficha E; e Relatórios do SIAB. Os resultados mostram que a trajetória de vida nas ruas, as percepções do corpo em relação à doença, a experiência estigmatizante e de violência física e moral, a qualidade da assistência prestada no TDO e o uso de drogas lícitas e ilícitas, interferem no processo de adesão ao tratamento. Por um lado, essa modalidade de tratamento pode assumir caráter estigmatizante e excludente, se apoiado em diretrizes normativas e/ou caritativas; por outro, se garantir um espaço para emancipação e respeitar as diferenças, pode contribuir para o fortalecimento dos usuários para enfrentar o problema e se tornarem responsáveis pela sua própria vida. Criticamos a forma como são organizadas algumas equipes para o atendimento a essa população, que embora necessárias, dependendo da forma como trabalham, podem reforçar ainda mais a exclusão que sofre essa população. Concordamos que o Estado deve prover tais iniciativas focalizadoras, devido à inferiorização que esse sistema produz, mas também deve fazer provisões para políticas universalistas, para incluí-los e torná-los autônomos dentro desse sistema. Assim o TDO possibilitará a mudança do quadro epidemiológico e garantirá um espaço de exercício ou até mesmo de resgate da autonomia e cidadaniaIn São Paulo is significant and growing the number of homeless peoples in the street suffering from tuberculosis (TB), a fact which represents a significant public health problem. Directly Observed Treatment (DOT) can be an important strategy for coping with the disease, but not enough to ensure their adherence. The objective was to identify meanings and perceptions about TB DOT in people living in the streets of the central region of São Paulo. Seven homeless people participated in this qualitative study, in DOT at UBS Santa Cecília, six men and one woman. Subsequently an additional interview was conducted with a nursing assistant in the same health service. All responded semi-structured interviews with open questions, which were recorded and later transcribed. From the exhaustive reading and floating were defined some categories that helped us in the interpretation, analysis and discussion of results. Quantitative data used to characterize the UBS, the DOT and the users were obtained through the registry book of Control and Treatment of Cases of Tuberculosis, Spreadsheet Daily DOT; Form E, and Reports of SIAB. The result shows the trajectory of life on the streets, the perceptions of the body in relation with the disease, and stigmatizing experiences of physical and moral quality of care in the DOT and the use of licit and illicit drugs, interfere in the accession process treatment. On the other hand this kind of action may take stigmatizing and exclusionary character, if supported by policy guidelines and / or charities, second, to ensure a space for empowerment and respect differences, can contribute to the strengthening of the users to address the problem and become responsible for their own life. We criticized the form some teams are organized to take care for this population, which although necessary, depending on how they work, can further reinforce the exclusion that this population suffers. We agree that the state must provide such targeted initiative because of the inferiority that this system produces, but also should make provisions for universal policies, to include them and make them autonomous within that system. So, the DOT will give possibility to a change in this epidemiologic situation and ensure a space for exercise or even to rescue the concept of autonomy and citizenshipBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZioni, FabiolaSouza, Eduardo Sodré de2010-10-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-21032012-090003/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-21032012-090003Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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