Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mateus, Aniceto
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-18082023-165452/
Resumo: Introdução: Considerando as evidências segundo as quais o início precoce do TARV, independentemente da contagem do CD4 ou do estágio clínico da OMS, aumenta a sobrevida e a retenção de pacientes em TARV; diminui a morbidade e mortalidade; e reduz a incidência do HIV, a OMS propôs a ETI para países de baixa renda fortemente afetados por HIV/AIDS, no entanto, estudos que avaliam o seu efeito sobre indicadores clínicos e programáticos ainda são escassos em Moçambique. Objetivos: (i) Estimar taxas de mortalidade e de perda no seguimento clínico e psicossocial nas coortes de pacientes submetidos à ETI (DTI) e não submetidos à estratégia (ATI), respectivamente, e compará-las; (ii) Estimar as medianas do tempo e as probabilidades de sobrevida e de retenção nos cuidados de HIV nas duas coortes (ATI e DTI) e compará-las; (iii) Analisar a influência da ETI na sobrevida e na retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, após ajuste para potenciais confundidores. Método: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes em TARV, com idades entre 15 e 49 anos, inscritos nos serviços públicos de saúde do município de Maputo, Moçambique. As variáveis estudadas foram sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, região de residência); clínicas (data do diagnóstico de HIV; óbito; estádio clínico da OMS; contagem de CD4; carga viral; data de início do TARV; perda no seguimento; regime de tratamento; co-infecção HIV/TB; indice de massa corporal); programáticas (serviço de diagnóstico/testagem de HIV; participação nos grupos de apoio para a adesão comunitária; exposição à ETI) e os desfechos de interesse foram óbito e perda no seguimento clínico e psicossocial. Utilizou-se o estimador produto limite de Kaplan-Meier, o modelo de riscos proporcionais de Cox e as estimativas das razões de \"Hazard\" (HR), com respectivos intervalos de confiança a 95%. Estimou-se a FAP para a exposição à ETI, como medida de impacto da estratégia na população. Resultados: A taxa média de mortalidade na coorte ATI foi de 28,1/1000 pessoas-ano, enquanto na coorte DTI foi de 24,5/1000 pessoas-ano. A taxa média de perdas no seguimento clínico e psicossocial na coorte ATI foi de 17,3/1000 pessoas-ano e na coorte DTI de 15,0/1000 pessoas-ano. A MTS na coorte ATI foi de 43,1 meses e na coorte DTI de 50,6 meses. A MTR na coorte ATI foi de 39,8 meses e na coorte DTI de 49,0 meses. Mostraram-se associadas ao tempo de sobrevida, independentemente das demais covariáveis: pertencer à faixa etária de 25-39 (HR=1,52; IC 95% 1,37 - 1,69) e 40-49 (HR=2,16; IC 95% 1,94 - 2,41); ser residente de região suburbana (HR=1,45; IC 95% 1,36 - 1,54); ser do sexo masculino (HR=1,41; IC 95% 1,33 - 1,49); estar em TARV com a II linha (HR=1,19; IC 95% 1,13 - 1,26); estar co-infectado HIV/TB (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,23); pertencer ao estágio clínico IV da OMS (HR=1,93; IC 95% 1,70 - 2,17), ter IMC <18,5 Kg/m2 (HR=1,18; IC 95% 1,07 - 1,29); não estar exposto à ETI (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,22). Mostraram-se associadas ao tempo de retenção nos cuidados, independentemente das outras covariáveis: estar em regime de TARV da II linha (HR = 1,48; IC 95% 1,40 - 1,56); pertencer ao estágio III (HR = 1,28; IC 95% 1,19 - 1,36) e IV (HR = 3,51; IC 95% 3,17 - 3,88) da OMS; não estar exposto à ETI (HR = 1,75; IC 95% 1,65 - 1,85); estar co-infectado HIV/TB (HR = 1,18; IC 95% 11,11 - 1,24); ser do sexo masculino (HR = 1,17; IC 95% 1,11 - 1,24); pertencer aos GAAC (HR = 1,21; IC 95% 1,12 - 1,30). A fração atribuível na população para o grupo exposto à ETI (DTI) foi de 6,4% em relação à sobrevida e 20,0% para a retenção nos cuidados de HIV. Conclusões: No contexto de um país de baixa renda fortemente afetado por HIV/AIDS e situado na região Austral de África, a ETI mostrou impacto relevante no aumento da sobrevida e a retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, bem como na redução da mortalidade e das perdas no seguimento clínico e psicossocial. O estudo também confirmou o papel de fatores associados aos dois desfechos, também identificados em outras regiões da África Subsaariana e do mundo. Estes resultados fortalecem a importância da ETI para países de baixa e média renda fortemente afetados pelo HIV, para acelerar a resposta local e global do HIV/AIDS por via de intervenções nacionais.
id USP_98d6728e8126ad0d8f797604f8651687
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-18082023-165452
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, MoçambiqueHIV/AIDS challenges in low-income country: survival and retention of patients on ART in the \'Era\' of \"Test and Treat\" treatment in Maputo Municipality, Mozambique"Test-and-start""Testar e Iniciar"AIDSAIDSHIVHIVLow-income CountryPaís de Baixa RendaRetençãoRetentionSobrevidaSurvivalIntrodução: Considerando as evidências segundo as quais o início precoce do TARV, independentemente da contagem do CD4 ou do estágio clínico da OMS, aumenta a sobrevida e a retenção de pacientes em TARV; diminui a morbidade e mortalidade; e reduz a incidência do HIV, a OMS propôs a ETI para países de baixa renda fortemente afetados por HIV/AIDS, no entanto, estudos que avaliam o seu efeito sobre indicadores clínicos e programáticos ainda são escassos em Moçambique. Objetivos: (i) Estimar taxas de mortalidade e de perda no seguimento clínico e psicossocial nas coortes de pacientes submetidos à ETI (DTI) e não submetidos à estratégia (ATI), respectivamente, e compará-las; (ii) Estimar as medianas do tempo e as probabilidades de sobrevida e de retenção nos cuidados de HIV nas duas coortes (ATI e DTI) e compará-las; (iii) Analisar a influência da ETI na sobrevida e na retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, após ajuste para potenciais confundidores. Método: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes em TARV, com idades entre 15 e 49 anos, inscritos nos serviços públicos de saúde do município de Maputo, Moçambique. As variáveis estudadas foram sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, região de residência); clínicas (data do diagnóstico de HIV; óbito; estádio clínico da OMS; contagem de CD4; carga viral; data de início do TARV; perda no seguimento; regime de tratamento; co-infecção HIV/TB; indice de massa corporal); programáticas (serviço de diagnóstico/testagem de HIV; participação nos grupos de apoio para a adesão comunitária; exposição à ETI) e os desfechos de interesse foram óbito e perda no seguimento clínico e psicossocial. Utilizou-se o estimador produto limite de Kaplan-Meier, o modelo de riscos proporcionais de Cox e as estimativas das razões de \"Hazard\" (HR), com respectivos intervalos de confiança a 95%. Estimou-se a FAP para a exposição à ETI, como medida de impacto da estratégia na população. Resultados: A taxa média de mortalidade na coorte ATI foi de 28,1/1000 pessoas-ano, enquanto na coorte DTI foi de 24,5/1000 pessoas-ano. A taxa média de perdas no seguimento clínico e psicossocial na coorte ATI foi de 17,3/1000 pessoas-ano e na coorte DTI de 15,0/1000 pessoas-ano. A MTS na coorte ATI foi de 43,1 meses e na coorte DTI de 50,6 meses. A MTR na coorte ATI foi de 39,8 meses e na coorte DTI de 49,0 meses. Mostraram-se associadas ao tempo de sobrevida, independentemente das demais covariáveis: pertencer à faixa etária de 25-39 (HR=1,52; IC 95% 1,37 - 1,69) e 40-49 (HR=2,16; IC 95% 1,94 - 2,41); ser residente de região suburbana (HR=1,45; IC 95% 1,36 - 1,54); ser do sexo masculino (HR=1,41; IC 95% 1,33 - 1,49); estar em TARV com a II linha (HR=1,19; IC 95% 1,13 - 1,26); estar co-infectado HIV/TB (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,23); pertencer ao estágio clínico IV da OMS (HR=1,93; IC 95% 1,70 - 2,17), ter IMC <18,5 Kg/m2 (HR=1,18; IC 95% 1,07 - 1,29); não estar exposto à ETI (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,22). Mostraram-se associadas ao tempo de retenção nos cuidados, independentemente das outras covariáveis: estar em regime de TARV da II linha (HR = 1,48; IC 95% 1,40 - 1,56); pertencer ao estágio III (HR = 1,28; IC 95% 1,19 - 1,36) e IV (HR = 3,51; IC 95% 3,17 - 3,88) da OMS; não estar exposto à ETI (HR = 1,75; IC 95% 1,65 - 1,85); estar co-infectado HIV/TB (HR = 1,18; IC 95% 11,11 - 1,24); ser do sexo masculino (HR = 1,17; IC 95% 1,11 - 1,24); pertencer aos GAAC (HR = 1,21; IC 95% 1,12 - 1,30). A fração atribuível na população para o grupo exposto à ETI (DTI) foi de 6,4% em relação à sobrevida e 20,0% para a retenção nos cuidados de HIV. Conclusões: No contexto de um país de baixa renda fortemente afetado por HIV/AIDS e situado na região Austral de África, a ETI mostrou impacto relevante no aumento da sobrevida e a retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, bem como na redução da mortalidade e das perdas no seguimento clínico e psicossocial. O estudo também confirmou o papel de fatores associados aos dois desfechos, também identificados em outras regiões da África Subsaariana e do mundo. Estes resultados fortalecem a importância da ETI para países de baixa e média renda fortemente afetados pelo HIV, para acelerar a resposta local e global do HIV/AIDS por via de intervenções nacionais.Background: Considering the evidence that early initiation of ART, regardless of CD4 count or WHO clinical stage, increases survival and retention of patients on ART, decreases morbidity and mortality, and reduces HIV incidence, WHO proposed the test-and-treat strategy for low-income countries with a high burden of HIV/AIDS, however, studies evaluating the effect of this strategy on survival and retention of patients on ART are still scarce in Mozambique. Objectives: (i) Estimate the mean rates of mortality and loss in clinical and psychosocial follow-up among the cohorts, respectively, of patients submitted to the strategy (DTI) and not submitted to the strategy (ATI) and compare them; (ii) Estimate the median time and probabilities of survival and retention in HIV care in the two cohorts (ATI and DTI) and compare them; (iii) Analyze the influence of the test-and-start strategy on survival and retention of patients on ART in HIV care, after adjusting for potential confounders. Method: Retrospective cohort study of patients on ART, aged between 15 and 49 years old, enrolled in public health services of Maputo municipality. Variables studied were: sociodemographic (gender, age, education, region of residence); clinical (date of HIV diagnosis; death; WHO clinical stage; CD4 count; viral load; ART initiation date; loss to follow-up; treatment regimen; HIV/TB co-infection; body mass index); programmatic (HIV diagnosis/testing service; participation in support groups for community adherence; exposure to the \"test and treat\" strategy) and the outcomes of interest were death and loss of clinical and psychosocial follow-up. Kaplan-Meier estimator, Cox proportional hazards model and Hazard ratio (HR) estimates were used, with 95% confidence intervals. Attributable fraction in the population for the exposure to the \"test and treat\" strategy was estimated as a measure of the strategy\'s impact on the population. Results: Mean mortality rate in ATI cohort was 28.1/1000 person-years, while in DTI cohort it was 24.5/1000 person-years. Mean rate of loss to clinical and psychosocial follow-up in ATI cohort was 17.3/1000 person-years and in DTI cohort was 15.0/1000 person-years. Median survival time (MTS) in ATI cohort was 43.1 months and in DTI cohort was 50.6 months. Median retention time (MTR) in ATI cohort was 39.8 months and in DTI cohort was 49.0 months. Regardless of the other covariates, the predictors of death were the following: belonging to the age group 25-39 (HR=1.52; CI 95% 1.37 - 1.69) and 40-49 (HR=2.16; CI 95% 1.94 - 2.41); be resident of a suburban region (HR=1.45; 95%CI 1.36 - 1.54); be male (HR=1.41; 95% CI 1.33 - 1.49); be on second-line ART regime (HR=1.19; 95% CI 1.13 - 1.26); be co-infected HIV/TB (HR=1.16; 95% CI 1.10 - 1.23); belonging to WHO clinical stage IV (HR=1.93; 95% CI 1.70 - 2.17), having a BMI <18.5 Kg/m2 (HR=1.18; 95% CI 1.07 - 1 ,29); not being exposed to the test-and-treat strategy (HR=1.16; 95% CI 1.10 - 1.22). Regardless of the other covariates, the predictors of the loss in clinical and psychosocial follow-up were: be on second-line ART regime (HR = 1.48; 95% CI 1.40 - 1.56); belonging to WHO stage III (HR = 1.28; 95% CI 1.19 - 1.36) and IV (HR = 3.51; 95% CI 3.17 - 3.88); not being exposed to the test-and-start strategy (HR = 1.75; 95% CI 1.65 - 1.85); be co-infected with HIV/TB (HR = 1.18; 95% CI 11.11 - 1.24); be male (HR = 1.17; 95% CI 1.11 - 1.24); belonging to the GAAC (HR = 1.21; 95% CI 1.12 - 1.30). Population attributable fraction for the group exposed to the test-and-treat (DTI) strategy was 6.4% for survival and 20.0% for retention in HIV care. Conclusions: In the context of a low-income country strongly affected by HIV/AIDS and located at southern Africa region, the test-and-treat strategy showed a relevant impact on increasing survival and retention time of patients on ART in HIV care, as well as on reducing of mortality and losses in clinical and psychosocial follow-up. The study confirmed, as well, the role of factors associated with the two studied outcomes, also identified in other regions of sub-Saharan Africa and worldwide. These results strengthen the importance of the test-and-treat strategy for low- and middle-income countries heavily affected by HIV, to accelerate local and global HIV/AIDS response through national interventions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWaldman, Eliseu AlvesMateus, Aniceto2023-03-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-18082023-165452/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-29T19:24:03Zoai:teses.usp.br:tde-18082023-165452Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-29T19:24:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
HIV/AIDS challenges in low-income country: survival and retention of patients on ART in the \'Era\' of \"Test and Treat\" treatment in Maputo Municipality, Mozambique
title Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
spellingShingle Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
Mateus, Aniceto
"Test-and-start"
"Testar e Iniciar"
AIDS
AIDS
HIV
HIV
Low-income Country
País de Baixa Renda
Retenção
Retention
Sobrevida
Survival
title_short Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
title_full Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
title_fullStr Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
title_full_unstemmed Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
title_sort Desafios do HIV/AIDS em país de baixa renda: sobrevida e retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV na \'Era\' de \"Testar e Iniciar\" o tratamento no Município de Maputo, Moçambique
author Mateus, Aniceto
author_facet Mateus, Aniceto
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Waldman, Eliseu Alves
dc.contributor.author.fl_str_mv Mateus, Aniceto
dc.subject.por.fl_str_mv "Test-and-start"
"Testar e Iniciar"
AIDS
AIDS
HIV
HIV
Low-income Country
País de Baixa Renda
Retenção
Retention
Sobrevida
Survival
topic "Test-and-start"
"Testar e Iniciar"
AIDS
AIDS
HIV
HIV
Low-income Country
País de Baixa Renda
Retenção
Retention
Sobrevida
Survival
description Introdução: Considerando as evidências segundo as quais o início precoce do TARV, independentemente da contagem do CD4 ou do estágio clínico da OMS, aumenta a sobrevida e a retenção de pacientes em TARV; diminui a morbidade e mortalidade; e reduz a incidência do HIV, a OMS propôs a ETI para países de baixa renda fortemente afetados por HIV/AIDS, no entanto, estudos que avaliam o seu efeito sobre indicadores clínicos e programáticos ainda são escassos em Moçambique. Objetivos: (i) Estimar taxas de mortalidade e de perda no seguimento clínico e psicossocial nas coortes de pacientes submetidos à ETI (DTI) e não submetidos à estratégia (ATI), respectivamente, e compará-las; (ii) Estimar as medianas do tempo e as probabilidades de sobrevida e de retenção nos cuidados de HIV nas duas coortes (ATI e DTI) e compará-las; (iii) Analisar a influência da ETI na sobrevida e na retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, após ajuste para potenciais confundidores. Método: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes em TARV, com idades entre 15 e 49 anos, inscritos nos serviços públicos de saúde do município de Maputo, Moçambique. As variáveis estudadas foram sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, região de residência); clínicas (data do diagnóstico de HIV; óbito; estádio clínico da OMS; contagem de CD4; carga viral; data de início do TARV; perda no seguimento; regime de tratamento; co-infecção HIV/TB; indice de massa corporal); programáticas (serviço de diagnóstico/testagem de HIV; participação nos grupos de apoio para a adesão comunitária; exposição à ETI) e os desfechos de interesse foram óbito e perda no seguimento clínico e psicossocial. Utilizou-se o estimador produto limite de Kaplan-Meier, o modelo de riscos proporcionais de Cox e as estimativas das razões de \"Hazard\" (HR), com respectivos intervalos de confiança a 95%. Estimou-se a FAP para a exposição à ETI, como medida de impacto da estratégia na população. Resultados: A taxa média de mortalidade na coorte ATI foi de 28,1/1000 pessoas-ano, enquanto na coorte DTI foi de 24,5/1000 pessoas-ano. A taxa média de perdas no seguimento clínico e psicossocial na coorte ATI foi de 17,3/1000 pessoas-ano e na coorte DTI de 15,0/1000 pessoas-ano. A MTS na coorte ATI foi de 43,1 meses e na coorte DTI de 50,6 meses. A MTR na coorte ATI foi de 39,8 meses e na coorte DTI de 49,0 meses. Mostraram-se associadas ao tempo de sobrevida, independentemente das demais covariáveis: pertencer à faixa etária de 25-39 (HR=1,52; IC 95% 1,37 - 1,69) e 40-49 (HR=2,16; IC 95% 1,94 - 2,41); ser residente de região suburbana (HR=1,45; IC 95% 1,36 - 1,54); ser do sexo masculino (HR=1,41; IC 95% 1,33 - 1,49); estar em TARV com a II linha (HR=1,19; IC 95% 1,13 - 1,26); estar co-infectado HIV/TB (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,23); pertencer ao estágio clínico IV da OMS (HR=1,93; IC 95% 1,70 - 2,17), ter IMC <18,5 Kg/m2 (HR=1,18; IC 95% 1,07 - 1,29); não estar exposto à ETI (HR=1,16; IC 95% 1,10 - 1,22). Mostraram-se associadas ao tempo de retenção nos cuidados, independentemente das outras covariáveis: estar em regime de TARV da II linha (HR = 1,48; IC 95% 1,40 - 1,56); pertencer ao estágio III (HR = 1,28; IC 95% 1,19 - 1,36) e IV (HR = 3,51; IC 95% 3,17 - 3,88) da OMS; não estar exposto à ETI (HR = 1,75; IC 95% 1,65 - 1,85); estar co-infectado HIV/TB (HR = 1,18; IC 95% 11,11 - 1,24); ser do sexo masculino (HR = 1,17; IC 95% 1,11 - 1,24); pertencer aos GAAC (HR = 1,21; IC 95% 1,12 - 1,30). A fração atribuível na população para o grupo exposto à ETI (DTI) foi de 6,4% em relação à sobrevida e 20,0% para a retenção nos cuidados de HIV. Conclusões: No contexto de um país de baixa renda fortemente afetado por HIV/AIDS e situado na região Austral de África, a ETI mostrou impacto relevante no aumento da sobrevida e a retenção de pacientes em TARV nos cuidados de HIV, bem como na redução da mortalidade e das perdas no seguimento clínico e psicossocial. O estudo também confirmou o papel de fatores associados aos dois desfechos, também identificados em outras regiões da África Subsaariana e do mundo. Estes resultados fortalecem a importância da ETI para países de baixa e média renda fortemente afetados pelo HIV, para acelerar a resposta local e global do HIV/AIDS por via de intervenções nacionais.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-03-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-18082023-165452/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-18082023-165452/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257109041774592