Estudo comparativo das estruturas do segmento anterior de olhos de cães com catarata, portadores e não portadores de Diabetes mellitus, avaliadas por biomicroscopia ultra-sônica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-21012009-144850/ |
Resumo: | A catarata, opacidade do cristalino ou da sua cápsula, representa uma das principais causas de cegueira em cães. A causa mais comum de catarata em cães é a alteração hereditária no metabolismo protéico da lente e a segunda, alterações metabólicas provocadas pelo Diabetes mellitus (DM). Esta é uma das endocrinopatias mais prevalentes em cães, caracterizada pela absoluta ou relativa deficiência de insulina. Altera o equilíbrio osmótico no interior da lente levando à catarata bilateral, simétrica e aguda, a qual a espécie canina é particularmente suscetível. A biomicroscopia ultra-sônica (UBM) é um método ultra-sonográfico de alta freqüência (50MHz) que permite a obtenção de imagens do modo B de qualidade microscópica. A resolução axial de 37µm, dez vezes maior que o ultra-som convencional, e a penetração limitada de cerca de 5 mm tornam o método adequado para exame das estruturas do segmento anterior ocular mesmo na presença de opacidade dos meios. Córnea, câmara anterior e ângulo iridocorneal podem ser avaliados em tempo real. Este estudo objetivou, por meio do uso da UBM, comparar as estruturas do segmento anterior de olhos de cães com catarata, diabética e não-diabética, para verificar possíveis alterações decorrentes do DM, considerando as particularidades da catarata diabética no cão. Os parâmetros avaliados foram espessura da córnea, profundidade da câmara anterior, aumento de celularidade no interior da câmara anterior e medida do ângulo iridocorneal. Foram realizados exames de 87 olhos de 47 animais da espécie canina (canis familiaris), 19 machos e 28 fêmeas de raças variadas e idade entre 02 e 14 anos, divididos em 3 grupos: grupo controle (GCO), grupo dos diabéticos (GDM) e o grupo de portadores de catarata não-diabéticos (GCAT). Os resultados revelam que o grupo dos diabéticos apresentou maiores espessuras de córnea que os demais grupos, com diferença estatisticamente significante na comparação com GCO e com GCAT. O grupo controle apresenta maiores câmaras anteriores e há diferença estatisticamente significante entre GCO e GCAT. Quando analisadas as medidas do ângulo iridocorneal, não houve diferença estatisticamente significante entre os 3 grupos. No grupo controle não houve registro da presença de ecos puntiformes, indicativos de aumento de celularidade na câmara anterior, que foram encontrados em 34,2% dos cães com catarata não diabética e em 29% dos cães diabéticos. Há, portanto, diferença estatisticamente significante entre o GCO e o GCAT e entre o GCO e GDM. Com base no que foi aferido, permite-se concluir que olhos de cães diabéticos com catarata apresentam maior espessura de córnea central que olhos de cães com catarata de outras etiologias e de cães normais, que há diminuição da câmara anterior em olhos de cães com catarata, quando comparados a cães normais e que não há diferença na medida do ângulo iridocorneal em olhos de cães com catarata, diabética ou não, e de cães normais. |
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Estudo comparativo das estruturas do segmento anterior de olhos de cães com catarata, portadores e não portadores de Diabetes mellitus, avaliadas por biomicroscopia ultra-sônicaComparison of anterior ocular segment structures in dogs with diabetic or no diabetic cataract, by ultrasound biomicroscopyBiomicroscopia ultra-sônicaCãesCataractCatarataDiabetes mellitusDiabetes mellitusDogsUltrasound biomicroscopyA catarata, opacidade do cristalino ou da sua cápsula, representa uma das principais causas de cegueira em cães. A causa mais comum de catarata em cães é a alteração hereditária no metabolismo protéico da lente e a segunda, alterações metabólicas provocadas pelo Diabetes mellitus (DM). Esta é uma das endocrinopatias mais prevalentes em cães, caracterizada pela absoluta ou relativa deficiência de insulina. Altera o equilíbrio osmótico no interior da lente levando à catarata bilateral, simétrica e aguda, a qual a espécie canina é particularmente suscetível. A biomicroscopia ultra-sônica (UBM) é um método ultra-sonográfico de alta freqüência (50MHz) que permite a obtenção de imagens do modo B de qualidade microscópica. A resolução axial de 37µm, dez vezes maior que o ultra-som convencional, e a penetração limitada de cerca de 5 mm tornam o método adequado para exame das estruturas do segmento anterior ocular mesmo na presença de opacidade dos meios. Córnea, câmara anterior e ângulo iridocorneal podem ser avaliados em tempo real. Este estudo objetivou, por meio do uso da UBM, comparar as estruturas do segmento anterior de olhos de cães com catarata, diabética e não-diabética, para verificar possíveis alterações decorrentes do DM, considerando as particularidades da catarata diabética no cão. Os parâmetros avaliados foram espessura da córnea, profundidade da câmara anterior, aumento de celularidade no interior da câmara anterior e medida do ângulo iridocorneal. Foram realizados exames de 87 olhos de 47 animais da espécie canina (canis familiaris), 19 machos e 28 fêmeas de raças variadas e idade entre 02 e 14 anos, divididos em 3 grupos: grupo controle (GCO), grupo dos diabéticos (GDM) e o grupo de portadores de catarata não-diabéticos (GCAT). Os resultados revelam que o grupo dos diabéticos apresentou maiores espessuras de córnea que os demais grupos, com diferença estatisticamente significante na comparação com GCO e com GCAT. O grupo controle apresenta maiores câmaras anteriores e há diferença estatisticamente significante entre GCO e GCAT. Quando analisadas as medidas do ângulo iridocorneal, não houve diferença estatisticamente significante entre os 3 grupos. No grupo controle não houve registro da presença de ecos puntiformes, indicativos de aumento de celularidade na câmara anterior, que foram encontrados em 34,2% dos cães com catarata não diabética e em 29% dos cães diabéticos. Há, portanto, diferença estatisticamente significante entre o GCO e o GCAT e entre o GCO e GDM. Com base no que foi aferido, permite-se concluir que olhos de cães diabéticos com catarata apresentam maior espessura de córnea central que olhos de cães com catarata de outras etiologias e de cães normais, que há diminuição da câmara anterior em olhos de cães com catarata, quando comparados a cães normais e que não há diferença na medida do ângulo iridocorneal em olhos de cães com catarata, diabética ou não, e de cães normais.Cataracts is the opacity of the lens or its capsule and represent the leading cause of blindness in dogs. The most common cause of cataract in dogs is a result of inherited alteration of the lens protein metabolism, metabolic alterations caused by Diabetes mellitus (DM) are the second most common cause. This is one of the most prevalent endocrinopathy in dogs and results from an absolute or relative deficiency of insulin. It changes the osmotic balance inside the lens causing bilateral, symmetric and acute cataracts, which the dog is particularly susceptible to. Ultrasound biomicroscopy (UBM) is a high-frequency (50MHz) ultrasonographic method that produces B mode images of microscopic quality. With a 37µm image axial resolution, which is ten times higher than conventional ultrasound, and penetration restricted to about 5mm, it comprises an adequate method for the examination of structures of the ocular anterior segment, even in cases of opacities. The cornea, the anterior chamber and the iridocorneal angle can be real time evaluated. The objective of this study was, by means of UBM use, to compare the anterior segment structures of the canine eyes, both with diabetic and non-diabetic cataract, in order to detect changes caused by DM, bearing in mind the peculiarities of diabetic cataract in dogs. The parameters evaluated were: cornea thickness, anterior chambers depth, increased cellularity inside the anterior chamber, and iridocorneal angle measurement. Eighty-seven eyes of 47 animals of the canine family (canis familiaris) were examined. Nineteen were males and 28 females of several breeds, from 2 to 14 years of age, divided into three groups: control- without any ocular alteration (GCO), diabetic (GDM), and non-diabetic cataract (GCAT). The results showed that the diabetic group presented a statistically significant higher cornea thickness than the other groups. The control group showed deeper anterior chambers and also a statistically significant difference between GCO and GCAT. When the iridocorneal angle measurements were analyzed, it was found that there were no statistically significant differences between the three groups. The control group showed no punctiform echoes - those are suggestive of the increase in cellularity in the anterior chamber these echoes, however, were found in 34,2% of the dogs with non-diabetic cataract and in 29% of the diabetic ones. There is, therefore, a statistically meaningful difference between the CGO and the other two groups (GCTA and GDM). Based on theses results, we can conclude that: the eyes of diabetic dogs with cataract showed a central cornea higher thickness compared to the eyes of dogs with cataract of different etiologies, and to dogs with normal eyes; there is a decrease of the anterior chamber depth in the eyes of dogs with cataract compared to normal eyes, there is no significant difference between the iridocorneal angle measurement in the eyes of dogs with cataract, diabetic or not, and normal dogs.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBarros, Paulo Sergio de MoraesGalego, Marcia Pansera2008-12-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-21012009-144850/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-21012009-144850Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A catarata, opacidade do cristalino ou da sua cápsula, representa uma das principais causas de cegueira em cães. A causa mais comum de catarata em cães é a alteração hereditária no metabolismo protéico da lente e a segunda, alterações metabólicas provocadas pelo Diabetes mellitus (DM). Esta é uma das endocrinopatias mais prevalentes em cães, caracterizada pela absoluta ou relativa deficiência de insulina. Altera o equilíbrio osmótico no interior da lente levando à catarata bilateral, simétrica e aguda, a qual a espécie canina é particularmente suscetível. A biomicroscopia ultra-sônica (UBM) é um método ultra-sonográfico de alta freqüência (50MHz) que permite a obtenção de imagens do modo B de qualidade microscópica. A resolução axial de 37µm, dez vezes maior que o ultra-som convencional, e a penetração limitada de cerca de 5 mm tornam o método adequado para exame das estruturas do segmento anterior ocular mesmo na presença de opacidade dos meios. Córnea, câmara anterior e ângulo iridocorneal podem ser avaliados em tempo real. Este estudo objetivou, por meio do uso da UBM, comparar as estruturas do segmento anterior de olhos de cães com catarata, diabética e não-diabética, para verificar possíveis alterações decorrentes do DM, considerando as particularidades da catarata diabética no cão. Os parâmetros avaliados foram espessura da córnea, profundidade da câmara anterior, aumento de celularidade no interior da câmara anterior e medida do ângulo iridocorneal. Foram realizados exames de 87 olhos de 47 animais da espécie canina (canis familiaris), 19 machos e 28 fêmeas de raças variadas e idade entre 02 e 14 anos, divididos em 3 grupos: grupo controle (GCO), grupo dos diabéticos (GDM) e o grupo de portadores de catarata não-diabéticos (GCAT). Os resultados revelam que o grupo dos diabéticos apresentou maiores espessuras de córnea que os demais grupos, com diferença estatisticamente significante na comparação com GCO e com GCAT. O grupo controle apresenta maiores câmaras anteriores e há diferença estatisticamente significante entre GCO e GCAT. Quando analisadas as medidas do ângulo iridocorneal, não houve diferença estatisticamente significante entre os 3 grupos. No grupo controle não houve registro da presença de ecos puntiformes, indicativos de aumento de celularidade na câmara anterior, que foram encontrados em 34,2% dos cães com catarata não diabética e em 29% dos cães diabéticos. Há, portanto, diferença estatisticamente significante entre o GCO e o GCAT e entre o GCO e GDM. Com base no que foi aferido, permite-se concluir que olhos de cães diabéticos com catarata apresentam maior espessura de córnea central que olhos de cães com catarata de outras etiologias e de cães normais, que há diminuição da câmara anterior em olhos de cães com catarata, quando comparados a cães normais e que não há diferença na medida do ângulo iridocorneal em olhos de cães com catarata, diabética ou não, e de cães normais. |
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