Uso tópico de componentes da matriz extracelular canina provenientes de derme para cicatrização de ferimentos

• Autor(a) principal: Gelsi, Paulo Roberto Ferreira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-30052022-105007/
• topic: Cicatrização de feridas; Cream; Creme; Epitélio; Epithelium; Lacerations; Pele; Reparo de tecidos; Skin; Wound healing

As lacerações cutâneas na espécie canina são queixas normais na rotina clínica veterinária. Lesões cutâneas graves, como queimaduras extensas, traumas e úlceras crônicas, requerem uma cobertura que proporcione e restaure a função do tecido. Essa cobertura geralmente corresponde ao enxerto de pele. Porém, a retirada de pele para cobertura é uma ação invasiva e dolorosa para o paciente, sendo em alguns casos impossível a obtenção do enxerto, como em pacientes com queimaduras extensas. Tendo em vista os avanços recentes na área da engenharia de tecidos que possibilitaram o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas para reparar lesões com perda de tecido, esta dissertação objetivou avaliar o uso de componentes da matriz extracelular (MEC) para aplicação em feridas caninas para promover a progressão do processo de cicatrização. Inicialmente, peles caninas cadavéricas foram descelularizadas por 12 dias pela ação do detergente iônico dodecil sulfato de sódio (SDS) a uma concentração de 0,5% sob agitação orbital. As análises histológicas, de microscopia eletrônica de varredura e de quantificação de DNA genômico demonstraram redução do conteúdo celular e material genético nas amostras após o processo de descelularização, validando os scaffolds para confecção de creme com derme descelularizada. Subsequentemente, visando avaliar a eficácia do creme de derme canina descelularizada, um total de cinco cadelas (SRD, idade 1-2 anos), que seriam submetidas à cirurgia de esterilização (OSH) eletiva, foram utilizadas para o estudo experimental, sendo que foram realizadas duas pequenas rupturas epiteliais (punch) de aproximadamente 8mm cada, próximas ao local da incisão cirúrgica na linha média. Estas foram avaliadas em quatro tempos (T1-T4) para observação do processo de cicatrização avaliado. Na ruptura mais caudal foi aplicado diariamente durante 8 dias, um creme não iônico (PolawaxTM) como veículo e desprovido de qualquer outro componente (grupo controle), e na ruptura mais cranial foi aplicado o mesmo creme acrescido com componentes da MEC de derme canina descelularizada (grupo experimental). Apesar da MEC apresentar papel fundamental na cicatrização de feridas, o seu uso tópico como um creme com veículo PolawaxTM, não evidenciaram alterações visíveis, no que diz a respeito ao tempo de cicatrização e aparência da ferida, comparada a ferida não tratada com creme a partir da MEC descelularizada.