Garimpo de cassiterita: pesquisa geográfica em Goiás

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Garrido Filha, Irene
Data de Publicação: 1983
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-22092021-172955/
Resumo: O assunto desta tese é o garimpo, especificamente os de cassiterita de Goiás, estudados em pesquisa de campo e focalizados sob o prisma do relacionamento entre a utilização dos recursos naturais e a dos humanos, considerando-se as forças produtivas e as relações de produção. Ressalta-se,desde logo, o baixo grau de mecanização, baseando-se a produção, fundamentalmente, no trabalho braçal, com poucos recursos mecânicos , adaptados às condições naturais. As relações de produção formam uma cadeia, na qual alguns elos se encontram no próprio garimpo, setor não completamente capitalista, e os elos finais são as mineradoras e as metalúrgicas, empresas nitidamente capitalistas. Deste relacionamento resulta uma subordinação da atividade garimpeira ao capital. O garimpo, com origem na \"faiscação\" e na garimpagem ilegal do Brasil colonial, do qual recebeu a denominação, a tradição das técnicas e alguns instrumentos, ainda hoje cria a ilusão do enriquecimento rápido, atraindo populações de posseiros e trabalhadores rurais sem terra, egressos de áreas dominadas pelo latifúndio. O estudo da acumulação do capital no garimpo evidencia o estreitamento da pirâmide de garimpeiros no rumo da ascensão social. No garimpo, praticamente apenas comerciantes e \"donos-de-serviço\" conseguem apropriar-se de parte da mais-valia, que vai concentrar-se no setor capitalista, ao qual se subordina. A figura existente no Código de Mineração não corresponde à do garimpeiro, e ali não consta tampouco a do pequeno minerador. Por isso, o garimpo não tem respaldo legal - seu tratamento deve ser modificado.
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