A poética do detalhe no episódio da lanterna mágica em À la recherche du temps perdu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-29092015-172748/ |
Resumo: | A fortuna crítica de À la recherche du temps perdu sempre teve como um dos seus principais motes a relação da obra com outras artes, ou seja, uma construção estética baseada em uma relação de homologia estrutural com outros sistemas artísticos, dentre eles a música, a arquitetura, a própria literatura e a pintura. Essa construção faz com que a obra venha constantemente acompanhada do epíteto de museu imaginário. Especificamente, o nome do pintor holandês Johannes Ver Meer tem um lugar privilegiado na estética proustiana. Entretanto, nem todas as telas são mencionadas ao longo da narrativa. Somada a isso, a tessitura da escritura de Marcel Proust revela-se como um saber fortemente indiciário. Assim, a partir de índices que percorrem epístolas de Proust, textos críticos e a própria narrativa de À la recherche du temps perdu, esta tese cujo recorte de leitura é especificamente o episódio da lanterna mágica e seus desdobramentos defende que uma das telas de Ver Meer, a saber, A arte da pintura, é uma ausência epistêmica que, no entanto, faz-se presente, deixando inscritos na obra seus efeitos de significação. A fim de compreendermos essa presença-ausente, esta tese recorre ao conceito de letra, conforme o ensino de Jacques Lacan, os textos freudianos nos quais esse conceito estava em latência e os esclarecimentos e avanços feitos por Jacques Derrida, especificamente em seus textos da década de sessenta do século passado. Por efeitos de significação, concebe-se a ideia de que A arte da pintura realiza-se como uma ideia ausente, mas pungente no que tange aos efeitos estéticos de esmero do detalhe e dos processos descritivos, implicando uma relação de similitude entre o narrador em seu quarto, em lincipit de À la recherche du temps perdu e no episódio da lanterna mágica, e um artista em seu ateliê, presente na tela de Ver Meer, que incidirá em uma poética do detalhe. |
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