Gênese e Evolução de uma feição deltaica na foz do rio Amazonas: o delta Breves-Boiuçu – Pará
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-27062024-105816/ |
Resumo: | A gênese e a formação das feições fluviais no Rio Amazonas (Norte do Brasil) têm sido comumente associadas apenas às mudanças do nível médio do mar ocorridas no Quaternário. Além disso, ainda são poucos os trabalhos que levam em consideração a possível influência da Neotectônica na formação dessas feições, como o Delta Breves-Boiuçu, foz do Rio Amazonas, localizado a Sudoeste da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. O delta em questão teria sido formado durante regressão marinha ocorrida por volta de 5000 anos AP; porém, registros de estruturas tectônicas em ambientes de sedimentação Holocênica sugerem a reativação de falhas desde o Mioceno, tais como o Arco do Gurupá. Nesse sentido, com base na hipótese de que o Delta Breves-Boiuçu estaria sendo formado pela contribuição do aporte sedimentar das baías de Caxiuanã e Melgaço, cujas causas estariam relacionadas às formações dos paleocanais e estruturas tectônicas reativadas desde o Mioceno, o objetivo desta pesquisa é compreender a dinâmica do delta e entender a sua evolução Quaternária, considerando a evolução da linha de costa segundo suas progradações e os controles (Neo) tectônicos exercidos na área. Os resultados da análise dos domínios dos lineamentos à escala regional e local apontam para dois possíveis modelos tectônicos. De acordo com o primeiro modelo, o corredor de cisalhamento dextral E-W caracteriza a área investigada com orientação Shmax NW-SE. Falhas normais, juntas e fraturas em T seguem esta última orientação, enquanto as estruturas mapeadas E-W e N-S correspondem, respectivamente, a falhas Y (dextrais) e X (sinistrais). No segundo modelo, existe uma zona de cisalhamento dextral orientada no sentido NE-SW, e as estruturas E-W correspondem a fraturas T, enquanto as estruturas N-S são falhas P dextrais. A análise das anomalias de drenagem e paleocanais na área de estudo mostrou que a rede de drenagem é controlada por atividade tectônica com drenagem retilínea, vale assimétrico, cotovelos e ângulo de junção em 90°, identificandose paleocanal que aponta a existência de um antigo paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas, além de haver também indícios de capturas fluviais nas principais baías que fornecem sedimentos ao delta atual. A detecção de alteração da linha de costa do Delta mostrou que no intervalo de 33 anos (1986 - 2019) o delta sofreu progradações em sua parte frontal e sofreu erosão na zona distributária. Com base nos resultados, que corroboram com a hipótese levantada, é possível inferir que existe um paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas e que este foi abandonado devido a capturas fluviais ocorridas nas baía de Caxiuanã e Melgaço, decorrentes da ação do corredor de cisalhamento dextral E-W após a reativação do Arco de Gurupá. Posterior ao abandono do paleodelta, foi formado ao norte da baía de Melgaço o Delta Breves-Boiuçu, que tem se comportado de forma ativa nos últimos 30 anos |
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Gênese e Evolução de uma feição deltaica na foz do rio Amazonas: o delta Breves-Boiuçu – ParáOrigin and development of a delta landscape in the mouth of the Amazonas River: the Breves-Boiuçu Delta – Northern BrazilAmazon DeltaDelta do AmazonasFluvial GeomorphologyGeomorfologia FluvialNeotectônicaNeotectonicsA gênese e a formação das feições fluviais no Rio Amazonas (Norte do Brasil) têm sido comumente associadas apenas às mudanças do nível médio do mar ocorridas no Quaternário. Além disso, ainda são poucos os trabalhos que levam em consideração a possível influência da Neotectônica na formação dessas feições, como o Delta Breves-Boiuçu, foz do Rio Amazonas, localizado a Sudoeste da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. O delta em questão teria sido formado durante regressão marinha ocorrida por volta de 5000 anos AP; porém, registros de estruturas tectônicas em ambientes de sedimentação Holocênica sugerem a reativação de falhas desde o Mioceno, tais como o Arco do Gurupá. Nesse sentido, com base na hipótese de que o Delta Breves-Boiuçu estaria sendo formado pela contribuição do aporte sedimentar das baías de Caxiuanã e Melgaço, cujas causas estariam relacionadas às formações dos paleocanais e estruturas tectônicas reativadas desde o Mioceno, o objetivo desta pesquisa é compreender a dinâmica do delta e entender a sua evolução Quaternária, considerando a evolução da linha de costa segundo suas progradações e os controles (Neo) tectônicos exercidos na área. Os resultados da análise dos domínios dos lineamentos à escala regional e local apontam para dois possíveis modelos tectônicos. De acordo com o primeiro modelo, o corredor de cisalhamento dextral E-W caracteriza a área investigada com orientação Shmax NW-SE. Falhas normais, juntas e fraturas em T seguem esta última orientação, enquanto as estruturas mapeadas E-W e N-S correspondem, respectivamente, a falhas Y (dextrais) e X (sinistrais). No segundo modelo, existe uma zona de cisalhamento dextral orientada no sentido NE-SW, e as estruturas E-W correspondem a fraturas T, enquanto as estruturas N-S são falhas P dextrais. A análise das anomalias de drenagem e paleocanais na área de estudo mostrou que a rede de drenagem é controlada por atividade tectônica com drenagem retilínea, vale assimétrico, cotovelos e ângulo de junção em 90°, identificandose paleocanal que aponta a existência de um antigo paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas, além de haver também indícios de capturas fluviais nas principais baías que fornecem sedimentos ao delta atual. A detecção de alteração da linha de costa do Delta mostrou que no intervalo de 33 anos (1986 - 2019) o delta sofreu progradações em sua parte frontal e sofreu erosão na zona distributária. Com base nos resultados, que corroboram com a hipótese levantada, é possível inferir que existe um paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas e que este foi abandonado devido a capturas fluviais ocorridas nas baía de Caxiuanã e Melgaço, decorrentes da ação do corredor de cisalhamento dextral E-W após a reativação do Arco de Gurupá. Posterior ao abandono do paleodelta, foi formado ao norte da baía de Melgaço o Delta Breves-Boiuçu, que tem se comportado de forma ativa nos últimos 30 anosThe genesis and formation of river features in the Amazon River (Northern Brazil) have been commonly associated only with changes in the mean sea level that occurred in the Quaternary. In addition, there are still few works that take into account the possible influence of Neotectonics in the formation of these features, such as the Delta Breves-Boiuçu, in the mouth of the Amazon River, located in the southwestern part of the Marajó Island, in the State of Pará. The delta in question would have been formed during a marine regression that occurred around 5000 years BP; however, records of tectonic structures in Holocene sedimentary environments suggest the reactivation of faults since the Miocene, such as the Arch of Gurupá. In this sense, based on the hypothesis that the Delta Breves-Boiuçu was being formed by the contribution of sedimentary input from Caxiuanã and Melgaço bays, whose causes would be related to the formation of paleochannels and tectonic structures reactivated since the Miocene, the aim of this work is to understand the delta dynamics and comprehend its Quaternary evolution, considering the coastline development according to its progradations and the (Neo) tectonic controls exerted in the area. The result analysis of lineament domains at regional and local scales point to two possible tectonic models. According to the first model, the E-W dextral shear corridor characterizes the investigated area with Shmax NW-SE orientation. Normal faults, joints and Tfractures follow this last orientation, while the mapped E-W and N-S structures correspond, respectively, to Y (dextral) and X (sinistral) faults. In the second model, there is a dextral shear zone oriented in the NE-SW direction, and the EW structures correspond to T fractures, while the N-S structures are dextral P faults. The analysis of drainage anomalies and paleochannels in the study area showed that the drainage network is controlled by tectonic activity with rectilinear drainage, asymmetrical valley, elbows and 90° junction angle, identifying a paleochannel that points to the existence of an ancient paleodelta between the Pará River and the Amazon River, besides the evidence of river captures in the main bays that supply sediments to the current delta. The Delta coastline alteration detection showed that in the 33-year interval (1986 - 2019) the delta suffered progradations in its frontal part and erosion in the distributary zone. Based on the results, which corroborate the hypothesis raised, it is possible to infer that there is a paleodelta between the Pará and Amazonas rivers and that this was abandoned due to river captures occurred in the bays of Caxiuanã and Melgaço, resulting from the action of the E-W dextral shear corridor after reactivation of the Arch of Gurupá. After the abandonment of the paleodelta, the Delta Breves-Boiuçu was formed on the north of the Melgaço Bay, which has been behaving actively over the last 30 yearsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPinheiro, Marcos RobertoVillela, Fernando Nadal JunqueiraMachado, Helen Graciane Ruela2023-10-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-27062024-105816/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-06-27T19:40:02Zoai:teses.usp.br:tde-27062024-105816Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-06-27T19:40:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A gênese e a formação das feições fluviais no Rio Amazonas (Norte do Brasil) têm sido comumente associadas apenas às mudanças do nível médio do mar ocorridas no Quaternário. Além disso, ainda são poucos os trabalhos que levam em consideração a possível influência da Neotectônica na formação dessas feições, como o Delta Breves-Boiuçu, foz do Rio Amazonas, localizado a Sudoeste da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. O delta em questão teria sido formado durante regressão marinha ocorrida por volta de 5000 anos AP; porém, registros de estruturas tectônicas em ambientes de sedimentação Holocênica sugerem a reativação de falhas desde o Mioceno, tais como o Arco do Gurupá. Nesse sentido, com base na hipótese de que o Delta Breves-Boiuçu estaria sendo formado pela contribuição do aporte sedimentar das baías de Caxiuanã e Melgaço, cujas causas estariam relacionadas às formações dos paleocanais e estruturas tectônicas reativadas desde o Mioceno, o objetivo desta pesquisa é compreender a dinâmica do delta e entender a sua evolução Quaternária, considerando a evolução da linha de costa segundo suas progradações e os controles (Neo) tectônicos exercidos na área. Os resultados da análise dos domínios dos lineamentos à escala regional e local apontam para dois possíveis modelos tectônicos. De acordo com o primeiro modelo, o corredor de cisalhamento dextral E-W caracteriza a área investigada com orientação Shmax NW-SE. Falhas normais, juntas e fraturas em T seguem esta última orientação, enquanto as estruturas mapeadas E-W e N-S correspondem, respectivamente, a falhas Y (dextrais) e X (sinistrais). No segundo modelo, existe uma zona de cisalhamento dextral orientada no sentido NE-SW, e as estruturas E-W correspondem a fraturas T, enquanto as estruturas N-S são falhas P dextrais. A análise das anomalias de drenagem e paleocanais na área de estudo mostrou que a rede de drenagem é controlada por atividade tectônica com drenagem retilínea, vale assimétrico, cotovelos e ângulo de junção em 90°, identificandose paleocanal que aponta a existência de um antigo paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas, além de haver também indícios de capturas fluviais nas principais baías que fornecem sedimentos ao delta atual. A detecção de alteração da linha de costa do Delta mostrou que no intervalo de 33 anos (1986 - 2019) o delta sofreu progradações em sua parte frontal e sofreu erosão na zona distributária. Com base nos resultados, que corroboram com a hipótese levantada, é possível inferir que existe um paleodelta entre o rio Pará e o rio Amazonas e que este foi abandonado devido a capturas fluviais ocorridas nas baía de Caxiuanã e Melgaço, decorrentes da ação do corredor de cisalhamento dextral E-W após a reativação do Arco de Gurupá. Posterior ao abandono do paleodelta, foi formado ao norte da baía de Melgaço o Delta Breves-Boiuçu, que tem se comportado de forma ativa nos últimos 30 anos |
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