"A experiência da terapêutica quimioterápica oncológica na visão do paciente"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anjos, Anna Cláudia Yokoyama dos
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-06052005-094800/
Resumo: Ao longo de minha experiência prática como enfermeira assistencial em um hospital oncológico, pude perceber que a assistência de enfermagem prestada ao paciente submetido a terapêutica quimioterápica oncológica era dirigido basicamente à sua administração e ao fornecimento de informações técnicas. Estas informações eram compostas de tópicos como a periodicidade e efeitos colaterais, o agendamento dos ciclos e a realização dos exames pré-quimioterápicos. Na literatura poucos foram os estudos encontrados que abordassem a assistência de enfermagem direcionada à compreensão da visão do paciente sobre o câncer e seus tratamentos. Desta forma, o objetivo deste estudo foi compreender o significado da terapêutica quimioterápica na visão do paciente. Este trabalho seguiu os pressupostos da antropologia interpretativa e do estudo de caso etnográfico. O caso consistiu de uma paciente de 39 anos, pertencente a classe popular, natural e procedente de Uberaba- MG, separada, mãe de dois filhos, costureira, autônoma, portadora de câncer de mama, já operada e cujo tratamento foi complementado pela terapêutica quimioterápica. A paciente foi submetida a seis ciclos de quimioterapia, durante os quais apresentou períodos de esperança, incertezas, medos, enfrentamento dos efeitos colaterais, bem como do estigma que cerca esta doença. A análise de dados foi realizada em duas etapas: na primeira identificamos as unidades de significado: a descoberta do câncer e a busca pelas alternativas de assistência; os conhecimentos sobre o câncer e seus tratamentos; o estigma do câncer; reações frente ao diagnóstico e a terapêutica quimioterápica; importância das informações e diferentes tipos de comunicação; as representações e simbologias; as redes apoio; o trabalho como critério de normalidade e de estabilidade financeira; a falta de controle da vida e a incerteza quanto ao futuro. Na segunda sintetizamos o significado atribuído pela paciente à experiência da quimioterapia oncológica. O significado foi de que este tratamento leva o indivíduo “a perda do controle da vida". Especificamente neste caso, este significado mostrou-se presente nas alterações da vida diária sofridas pela paciente enquanto realizou o tratamento complementar. Percebeu-se também que a assistência de enfermagem deve ser prestada de forma holística, sendo fundamental o acompanhamento da enfermeira durante todo o processo,buscando conhecer as reais necessidades do paciente e a desmistificação do tratamento onde o principal objetivo, é o melhor controle de vida nesta trajetória permeada por alterações na vida, inseguranças e estigmas.
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spelling "A experiência da terapêutica quimioterápica oncológica na visão do paciente" La experiencia de la terapéutica quimioterápica oncológica en la visión del paciente.antropologiacâncerCáncer Quimioterapia Etnografia AntropologiaetnografiaquimioterapiaAo longo de minha experiência prática como enfermeira assistencial em um hospital oncológico, pude perceber que a assistência de enfermagem prestada ao paciente submetido a terapêutica quimioterápica oncológica era dirigido basicamente à sua administração e ao fornecimento de informações técnicas. Estas informações eram compostas de tópicos como a periodicidade e efeitos colaterais, o agendamento dos ciclos e a realização dos exames pré-quimioterápicos. Na literatura poucos foram os estudos encontrados que abordassem a assistência de enfermagem direcionada à compreensão da visão do paciente sobre o câncer e seus tratamentos. Desta forma, o objetivo deste estudo foi compreender o significado da terapêutica quimioterápica na visão do paciente. Este trabalho seguiu os pressupostos da antropologia interpretativa e do estudo de caso etnográfico. O caso consistiu de uma paciente de 39 anos, pertencente a classe popular, natural e procedente de Uberaba- MG, separada, mãe de dois filhos, costureira, autônoma, portadora de câncer de mama, já operada e cujo tratamento foi complementado pela terapêutica quimioterápica. A paciente foi submetida a seis ciclos de quimioterapia, durante os quais apresentou períodos de esperança, incertezas, medos, enfrentamento dos efeitos colaterais, bem como do estigma que cerca esta doença. A análise de dados foi realizada em duas etapas: na primeira identificamos as unidades de significado: a descoberta do câncer e a busca pelas alternativas de assistência; os conhecimentos sobre o câncer e seus tratamentos; o estigma do câncer; reações frente ao diagnóstico e a terapêutica quimioterápica; importância das informações e diferentes tipos de comunicação; as representações e simbologias; as redes apoio; o trabalho como critério de normalidade e de estabilidade financeira; a falta de controle da vida e a incerteza quanto ao futuro. Na segunda sintetizamos o significado atribuído pela paciente à experiência da quimioterapia oncológica. O significado foi de que este tratamento leva o indivíduo “a perda do controle da vida". Especificamente neste caso, este significado mostrou-se presente nas alterações da vida diária sofridas pela paciente enquanto realizou o tratamento complementar. Percebeu-se também que a assistência de enfermagem deve ser prestada de forma holística, sendo fundamental o acompanhamento da enfermeira durante todo o processo,buscando conhecer as reais necessidades do paciente e a desmistificação do tratamento onde o principal objetivo, é o melhor controle de vida nesta trajetória permeada por alterações na vida, inseguranças e estigmas.A lo largo de mi experiencia práctica como enfermera asistencial de un hospital oncológico, pude percibir que la asistencia de enfermería prestada al paciente sometido a terapéutica quimioterápica era dirigido básicamente a su administración y al suministro de informaciones técnicas. Estas informaciones eran compuestas de tópicos como la periodicidad y efectos colaterales, sobre concertar las citas para los ciclos y la realización de los exámenes prequimioterápicos. La revisión de la literatura pocos fueron los estudios encontrados que abordaran la asistencia de enfermería direccionada a la comprensión de la visión del paciente sobre el cáncer y sus tratamientos. De esta forma, el objetivo de este estudio fue comprender el significado de la terapéutica quimioterápica en la visión del paciente. Este trabajo siguió los supuestos de la antropologia interpretativa y del estudio del caso etnográfico. El caso consistió en una paciente de 39 años, perteneciente a la clase popular, natural y procedente de Uberaba –Minas Gerais, separada, madre de dos hijos, modista, autónoma, portadora de cáncer de mama, ya operada y cuyo tratamiento fue complementado por la terapéutica quimioterápica. La paciente fue sometida a seis ciclos de quimioterapia, durante los cuales presentó períodos de esperanza, incertidumbres, miedos, enfrentamiento a los efectos colaterales, bien como al estigma que cerca a esta enfermedad. El análisis de los datos fue realizado en dos etapas: en la primera identificamos las unidades de significado: el descubrimiento del cáncer y la búsqueda por alternativas de asistencia; los conocimientos sobre el cáncer y sus tratamientos; el estigma del cáncer; reacciones frente al diagnóstico y la terapéutica quimioterápica; importancia de las informaciones y los diferentes tipos de comunicación ; las representaciones y las simbologías; las redes de apoyo; el trabajo como criterio de normalidad y de estabilidad financiera; la falta de control de la vida y la incertidumbre en cuanto al futuro. En la segunda sintetizamos el significado atribuido por la paciente, a la experiencia de la quimioterapia oncológica. El significado fue de que este tratamiento lleva al individuo “ a la pérdida del control de la vida". Específicamente en este caso, este significado se mostró presente en las alteraciones de la vida diaria sufridas por la paciente mientras realizaba el tratamiento complementar. Se percibió también que la asistencia de enfermería debe ser prestada de forma holística, siendo fundamental el acompañamiento de la enfermera durante todo el proceso, buscando conocer las reales necesidades del paciente y la desmitificación del tratamiento, donde el principal objetivo, es el mejor control de la vida con una trayectoria acompañada por alteraciones en la vida, inseguridad y estigmas.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZago, Marcia Maria FontaoAnjos, Anna Cláudia Yokoyama dos2005-01-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-06052005-094800/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-16T20:48:23Zoai:teses.usp.br:tde-06052005-094800Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-16T20:48:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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