Atitudes de familiares de portadores de transtornos mentais frente aos transtornos mentais: a influência do grupo de autoajuda
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-29082011-144115/ |
Resumo: | Diferentes pessoas podem ter atitudes diferentes frente a um mesmo objeto, mas esta diversidade de posicionamento não deve ser encarada como características idiossincráticas ou estáveis, não nascem num vazio social, são fruto de interação social, de processo de comparação, identificação e diferenciação social que permite situar uma posição frente a outras em um determinado momento. A família, enquanto grupo, atravessa os tempos passando por inúmeras transformações e críticas, sem se afastar da responsabilidade e das exigências dos papéis socialmente atribuídos a ela. O transtorno mental permanece ainda obscuro, não existindo uma causa que o explique como tão estigmatizante, mas, o adoecer psíquico, é facilmente percebido, pois, os indivíduos que adoecem, apresentam comportamentos diferentes daqueles normalmente aceitos pela sociedade. Os grupos de autoajuda são homogêneos, seus participantes passam pelo mesmo sofrimento, são de apoio mútuo e educacional, a liderança vem do interior do grupo, reporta-se somente a um único evento desestruturador de vida, os membros participam voluntariamente, sem fins lucrativos, objetivam o crescimento pessoal dos integrantes e tem caráter anônimo e confidencial. Partindo-se do princípio de que as atitudes frente aos transtornos mentais e seus portadores são passíveis de serem trabalhadas e modificadas, mesmo sendo necessário um trabalho ao longo de um grande período de tempo, pois envolve aspectos formadores da personalidade, este estudo teve como objetivo mostrar as atitudes frente aos transtornos mentais de familiares de portadores de transtornos mentais que participam de grupo de autoajuda, de familiares que não participam de grupos desta natureza e estudar comparativamente as atitudes destes dois grupos. Para isso, 20 familiares de portadores de transtornos mentais, sendo 10 familiares que participam de um grupo de autoajuda e 10 familiares que nunca participaram de grupo de autoajuda, responderam a um questionário com uma parte sobre os seus dados pessoais e a outra parte com perguntas abertas sobre sua proximidade com o seu parente portador de transtorno mental e a escala de atitudes \"Opiniões Sobre os Transtornos Mentais\" (OTM). Os resultados mostraram que em ambos os grupos a faixa etária dos familiares está acima dos 50 anos, a maioria são mães, casadas, católicas, com tempo de convívio com o parente portador de transtorno mental acima de 5 anos, a esquizofrenia é o transtorno mais frequente, sendo melhor a situação econômica dos familiares participantes do grupo de autoajuda. Os resultados da OTM, analisados de forma estatística utilizando-se o teste de Mann-Whitney U mostraram uma influência positiva do grupo de autoajuda nas atitudes de familiares de portadores de transtornos mentais frente aos transtornos mentais e seus parentes portadores desses transtornos, mas essa influência mostrou-se relativa, pois, os dois grupos, revelaram ainda atitudes autoritárias, restritivas e discriminadoras, levando à conclusão de que o grupo de autoajuda é extremamente importante e uma expressiva ferramenta de apoio, mas para uma real mudança de atitudes nos aspectos considerados, são necessárias modalidades terapêuticas mais específicas e que utilizam intervenções mais focadas. |
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Atitudes de familiares de portadores de transtornos mentais frente aos transtornos mentais: a influência do grupo de autoajudaAttitudes of mental disorder patients\' relatives towards the mental disorders: the influence of a self-help groupAtitudesAttitudesFamíliaFamilyGrupos de autoajudaMental DisorderSelf-help GroupsTranstorno mentalDiferentes pessoas podem ter atitudes diferentes frente a um mesmo objeto, mas esta diversidade de posicionamento não deve ser encarada como características idiossincráticas ou estáveis, não nascem num vazio social, são fruto de interação social, de processo de comparação, identificação e diferenciação social que permite situar uma posição frente a outras em um determinado momento. A família, enquanto grupo, atravessa os tempos passando por inúmeras transformações e críticas, sem se afastar da responsabilidade e das exigências dos papéis socialmente atribuídos a ela. O transtorno mental permanece ainda obscuro, não existindo uma causa que o explique como tão estigmatizante, mas, o adoecer psíquico, é facilmente percebido, pois, os indivíduos que adoecem, apresentam comportamentos diferentes daqueles normalmente aceitos pela sociedade. Os grupos de autoajuda são homogêneos, seus participantes passam pelo mesmo sofrimento, são de apoio mútuo e educacional, a liderança vem do interior do grupo, reporta-se somente a um único evento desestruturador de vida, os membros participam voluntariamente, sem fins lucrativos, objetivam o crescimento pessoal dos integrantes e tem caráter anônimo e confidencial. Partindo-se do princípio de que as atitudes frente aos transtornos mentais e seus portadores são passíveis de serem trabalhadas e modificadas, mesmo sendo necessário um trabalho ao longo de um grande período de tempo, pois envolve aspectos formadores da personalidade, este estudo teve como objetivo mostrar as atitudes frente aos transtornos mentais de familiares de portadores de transtornos mentais que participam de grupo de autoajuda, de familiares que não participam de grupos desta natureza e estudar comparativamente as atitudes destes dois grupos. Para isso, 20 familiares de portadores de transtornos mentais, sendo 10 familiares que participam de um grupo de autoajuda e 10 familiares que nunca participaram de grupo de autoajuda, responderam a um questionário com uma parte sobre os seus dados pessoais e a outra parte com perguntas abertas sobre sua proximidade com o seu parente portador de transtorno mental e a escala de atitudes \"Opiniões Sobre os Transtornos Mentais\" (OTM). Os resultados mostraram que em ambos os grupos a faixa etária dos familiares está acima dos 50 anos, a maioria são mães, casadas, católicas, com tempo de convívio com o parente portador de transtorno mental acima de 5 anos, a esquizofrenia é o transtorno mais frequente, sendo melhor a situação econômica dos familiares participantes do grupo de autoajuda. Os resultados da OTM, analisados de forma estatística utilizando-se o teste de Mann-Whitney U mostraram uma influência positiva do grupo de autoajuda nas atitudes de familiares de portadores de transtornos mentais frente aos transtornos mentais e seus parentes portadores desses transtornos, mas essa influência mostrou-se relativa, pois, os dois grupos, revelaram ainda atitudes autoritárias, restritivas e discriminadoras, levando à conclusão de que o grupo de autoajuda é extremamente importante e uma expressiva ferramenta de apoio, mas para uma real mudança de atitudes nos aspectos considerados, são necessárias modalidades terapêuticas mais específicas e que utilizam intervenções mais focadas.Different people may have different attitudes towards a same object, but this range of positions should not be seen as idiosyncratic or stable characteristics. They are not born in a social void, but are the fruit of social interaction, of a comparison, identification and social distinction process that permits situating one position towards others at a given time. As a group, the family evolves going through countless transformations and criticism, without distancing itself from the responsibility and requirements of the roles it is socially attributed. Mental disorder is still obscure, without a cause to explain the extent of its stigma, but psychic illness is easily perceived, as the people who get ill display behaviors different from what society normally accepts. Self-help groups are homogeneous. Their participants go through the same suffering. The groups provide mutual support and are educational. Leadership comes from within the group, which only refers to a single deconstructive event in life. Members participate voluntarily, without aiming for profit. The groups aim for their members\' personal growth and are anonymous and confidential. Departing from the principle that attitudes towards mental disorders and their patients can be addressed and modified, although demanding long-term work, as it involves personality-building aspects, this study aimed to show the attitudes towards mental disorders of family members of mental disorder patients who participate in a self-help group, of family members who do not participate in this kind of groups, and to comparatively study these two groups\' attitudes. Thus, 20 relatives of mental disorder patients, ten of whom participate in a self-help group and ten who had never participated in a self-help group, answered a questionnaire. One part referred to their personal data, while the other part contained open questions on their proximity with their relative suffering from a mental disorder, as well as the attitude scale \"Opinions on Mental Disorders\" (OMD). The results showed that, in both groups, the relatives\' age range is over 50 years, most are mothers, married, Catholic, have lived with the relative suffering from the mental disorder for more than five years, schizophrenia is the most frequent disorder and the relatives who participate in the self-help group display a better socio-economic situation. Statistical analysis of the OMD results, using Mann-Whitney\'s U-test, showed a positive influence of the self-help group on the attitudes of mental disorder patients\' relatives towards the mental disorders and their relatives suffering from these disorders. This influence revealed to be relative though, as the two groups also revealed authoritarian, restrictive and discriminatory attitudes, leading to the conclusion that the self-help group is extremely important and a meaningful support tool. To achieve an actual change in attitudes towards the aspects under analysis though, more specific therapeutic modes are needed, which use more focused interventions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPedrão, Luiz JorgeMachado, Angelina Moda2011-08-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-29082011-144115/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-29082011-144115Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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