Revisão taxonômica de Picramnia Sw. (Simaroubaceae) no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pirani, Jose Rubens
Data de Publicação: 1989
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-04092023-073100/
Resumo: O presente trabalho constitui o estudo morfológico e a revisão taxonômica das espécies do gênero neotropical Picramnia Sw. (Simaroubaceae) ocorrentes no Brasil. O estudo foi baseado em materiais coletados pelo autor, observações de populações na natureza e principalmente na revisão de coleções de herbários brasileiros e estrangeiros. Aos dados obtidos através do estudo de morfologia externa, somaram-se aqueles encontrados na análise de aspectos da anatomia foliar e de padrões de venação foliar. Confrontados estes estudos com a literatura, procedeu-se ao tratamento taxonômico, onde foram reconhecidas para o Brasil 19 espécies e 8 subespécies, das quais são exclusivamente brasileiras aquelas assinaladas com asterisco: P. Sellowii Planchon subsp. sellowii e subsp. spruceana (Engler) Pirani, P. caracasana Engler, P. latifolia Tulasne, P. ramiflora Planchon (∗), P. magnifolia Macbride, P. juniniana Macbride, P. elliptica Kuhlmann ex Pirani & Thomas (∗), P. gardneri Planchon subsp. gardneri (∗) e subsp. septentrionalis Pirani (*), P. grandífolia Engler (∗), P. guianensis (Aublet) Jansen-Jacobs, P. ferrea Pirani & Thomas (∗), P. oreadica Pirani subsp. oreadica (∗) e subsp. penduliflora Pirani (∗), P. campestris Rizzini & Occhioni (∗) , P. parvifolia Engler, P. excelsa Kuhlmann ex Pirani (∗), P. andrade-limae Pirani (∗) , P. bahiensis Turczaninow (∗), P. glazioviana Engler subsp. glazioviana (∗) e subsp. amplifoliola Pirani e P. ciliata Martius (∗). São apresentadas 2 espécies novas para a Ciência, P. oreadica do Brasil Central e P. andrade-limae, do Nordeste, e é proposta a distinção de subespécies em P. sellowii, P. gardneri, P. oreadica e P. glazioviana. No estabelecimento da identidade ou circunscrição das espécies, foram revistas as delimitações taxonômicas constantes da literatura, com conseqüente proposta de sinonimizações novas: 2 táxons foram sinonimizados em P. ramflora, P. latífolia, P. magnifolia, 1 em P. gardneri, p. bahiensis e P. caracasana, e 7 em P. sellowii. São fornecidas chaves analíticas para identificação das espécies e subespécies brasileiras, descrições e ilustrações das mesmas, dados e mapas de distribuição geográfica, fenologia, além de análise crítica dos aspectos morfológicos e taxonômicos importantes em cada caso ou complexo. Com relação à distribuição geográfica das espécies estudadas, em consonância com o grau de diferenciação interespecífica, variabilidade interna e ecologia, reconheceram-se as seguintes categorias de espécies: monotípicas taxonomicamente isoladas; pares ou grupos de espécies proximamente relacionadas; politípicas e complexas. Em termos biogeográficos, distinguiram-se no Brasil 5 regiões onde estão concentrados diferentes conjuntos de espécies de Picramnia: Amazônia ( 8 spp), Centro e Nordeste (6 spp) , região litorânea da Paraíba a Alagoas (5 spp), costa da Bahia a São Paulo (7 spp) e Brasil Meridional (4 spp). Uma vez que no Brasil Central apenas 2 espécies constituem endemismos regionais, sendo as demais extensões de espécies de áreas adjacentes, sobressaem a Amazônia e a floresta atlântica como os centros de diversidade genética do gênero no Brasil. Os padrões de distribuição das espécies, analisados juntamente com suas relações de parentesco, foram confrontados com teorias propostas por outros autores sobre a biogeografia da América do Sul, especialmente a teoria dos refúgios. Após o estudo morfológico e taxonômico das espécies, foram estabelecidas com bases comparativas infra e supragenéricas, uma série de tendências evolutivas no gênero Picramnia. As principais tendências de evolução floral podem ser assim resumidas: flores 5-meras → flores 3-4-meras; petalas lanceoladas → espatuladas; longos estames exsertos → inclusos; carpelos 2 → 3. Na inflorescência foi postulado para Picramnia um padrão primitivamente flexível, ainda preservado em várias espécies atuais, o tirso ramoso terminal (diplotirso); a partir desse padrão básico estabeleceram-se tendências à redução da ramificação resultando no tirso simples (monotirso) atê racemo, ou ao aumento do grau de ramificação originando ramos de 2° ordem (pleiotirso), e paralelamente à evolução dos tirsos simples, houve a passagem da posição terminal para subterminal e lateral até exclusivamente lateral (em ramifloria ou caulifloria). Com relação ao hábito e folhas, ressalta-se o distinto caráter adaptativo de uma série de especializações relacionadas com o processo de ocupação de formações savânicas ou rupestres, efetuado por algumas espécies dentro de um gênero essencialmente florestal. São apresentados os dados que se prestam como corroboração das ideias postuladas, e discutidas as possibilidades de ocorrência de paralelismos e reversões, juntamente com as restrições de aplicabilidade das variações descritas na taxonomia infragenérica.
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spelling Revisão taxonômica de Picramnia Sw. (Simaroubaceae) no BrasilTaxonomic review of Picramnia Sw (Simaroubaceae) in BrazilEudicotiledôneasEudicotsFlora neotropicalNeotropical floraPicramniaceaePicramniaceaePlant SystematicsSistemática vegetalTaxonomiaTaxonomyO presente trabalho constitui o estudo morfológico e a revisão taxonômica das espécies do gênero neotropical Picramnia Sw. (Simaroubaceae) ocorrentes no Brasil. O estudo foi baseado em materiais coletados pelo autor, observações de populações na natureza e principalmente na revisão de coleções de herbários brasileiros e estrangeiros. Aos dados obtidos através do estudo de morfologia externa, somaram-se aqueles encontrados na análise de aspectos da anatomia foliar e de padrões de venação foliar. Confrontados estes estudos com a literatura, procedeu-se ao tratamento taxonômico, onde foram reconhecidas para o Brasil 19 espécies e 8 subespécies, das quais são exclusivamente brasileiras aquelas assinaladas com asterisco: P. Sellowii Planchon subsp. sellowii e subsp. spruceana (Engler) Pirani, P. caracasana Engler, P. latifolia Tulasne, P. ramiflora Planchon (∗), P. magnifolia Macbride, P. juniniana Macbride, P. elliptica Kuhlmann ex Pirani & Thomas (∗), P. gardneri Planchon subsp. gardneri (∗) e subsp. septentrionalis Pirani (*), P. grandífolia Engler (∗), P. guianensis (Aublet) Jansen-Jacobs, P. ferrea Pirani & Thomas (∗), P. oreadica Pirani subsp. oreadica (∗) e subsp. penduliflora Pirani (∗), P. campestris Rizzini & Occhioni (∗) , P. parvifolia Engler, P. excelsa Kuhlmann ex Pirani (∗), P. andrade-limae Pirani (∗) , P. bahiensis Turczaninow (∗), P. glazioviana Engler subsp. glazioviana (∗) e subsp. amplifoliola Pirani e P. ciliata Martius (∗). São apresentadas 2 espécies novas para a Ciência, P. oreadica do Brasil Central e P. andrade-limae, do Nordeste, e é proposta a distinção de subespécies em P. sellowii, P. gardneri, P. oreadica e P. glazioviana. No estabelecimento da identidade ou circunscrição das espécies, foram revistas as delimitações taxonômicas constantes da literatura, com conseqüente proposta de sinonimizações novas: 2 táxons foram sinonimizados em P. ramflora, P. latífolia, P. magnifolia, 1 em P. gardneri, p. bahiensis e P. caracasana, e 7 em P. sellowii. São fornecidas chaves analíticas para identificação das espécies e subespécies brasileiras, descrições e ilustrações das mesmas, dados e mapas de distribuição geográfica, fenologia, além de análise crítica dos aspectos morfológicos e taxonômicos importantes em cada caso ou complexo. Com relação à distribuição geográfica das espécies estudadas, em consonância com o grau de diferenciação interespecífica, variabilidade interna e ecologia, reconheceram-se as seguintes categorias de espécies: monotípicas taxonomicamente isoladas; pares ou grupos de espécies proximamente relacionadas; politípicas e complexas. Em termos biogeográficos, distinguiram-se no Brasil 5 regiões onde estão concentrados diferentes conjuntos de espécies de Picramnia: Amazônia ( 8 spp), Centro e Nordeste (6 spp) , região litorânea da Paraíba a Alagoas (5 spp), costa da Bahia a São Paulo (7 spp) e Brasil Meridional (4 spp). Uma vez que no Brasil Central apenas 2 espécies constituem endemismos regionais, sendo as demais extensões de espécies de áreas adjacentes, sobressaem a Amazônia e a floresta atlântica como os centros de diversidade genética do gênero no Brasil. Os padrões de distribuição das espécies, analisados juntamente com suas relações de parentesco, foram confrontados com teorias propostas por outros autores sobre a biogeografia da América do Sul, especialmente a teoria dos refúgios. Após o estudo morfológico e taxonômico das espécies, foram estabelecidas com bases comparativas infra e supragenéricas, uma série de tendências evolutivas no gênero Picramnia. As principais tendências de evolução floral podem ser assim resumidas: flores 5-meras → flores 3-4-meras; petalas lanceoladas → espatuladas; longos estames exsertos → inclusos; carpelos 2 → 3. Na inflorescência foi postulado para Picramnia um padrão primitivamente flexível, ainda preservado em várias espécies atuais, o tirso ramoso terminal (diplotirso); a partir desse padrão básico estabeleceram-se tendências à redução da ramificação resultando no tirso simples (monotirso) atê racemo, ou ao aumento do grau de ramificação originando ramos de 2° ordem (pleiotirso), e paralelamente à evolução dos tirsos simples, houve a passagem da posição terminal para subterminal e lateral até exclusivamente lateral (em ramifloria ou caulifloria). Com relação ao hábito e folhas, ressalta-se o distinto caráter adaptativo de uma série de especializações relacionadas com o processo de ocupação de formações savânicas ou rupestres, efetuado por algumas espécies dentro de um gênero essencialmente florestal. São apresentados os dados que se prestam como corroboração das ideias postuladas, e discutidas as possibilidades de ocorrência de paralelismos e reversões, juntamente com as restrições de aplicabilidade das variações descritas na taxonomia infragenérica.A morphological study and taxonomic revision of the Brazilian species of Picramnia, a neotropical genus belonging in the Simaroubaceae is presented. The study has been made mainly upon herbaria collections, a well as specimens collected by the author and field observations. Some aspects of the leaf anatomy and patterns of the foliar venation have been also examined. In the taxonomic treatment, 19 species have been recognized for Brazil (exclusively Brazilian taxa marked with ∗): P. sellowii Planchon subsp. sellowii and subsp. spruceana (Engler) Pirani, P. caracasana Engler, P. latifolia Tulasne, P. ramiflora Planchon (∗), P. magnifolia Macbride, P. juniniana Macbride, P. elliptica Kuhlmann ex Pirani & Thomas (∗) , P. gardneri Planchon subsp. gardneri (∗) and subsp. septentrionalis Pirani (∗) , P. grandifolia Engler (∗), P. guianensis (Aublet) Jansen-Jacobs, P. ferrea Pirani & Thomas (∗), P. oreadica Pirani subsp. oreadica (∗) and subsp. penduliflora Pirani (∗), P. campestris Rizzini & Occhioni (∗) , P. parvifolia Engler, P. excelsa Kuhlmann ex Pirani (∗), P. andrade-limae Pirani (∗), P. bahiensis Turczaninow (∗), P. glazioviana Engler subsp. glazioviana (∗) an subsp. amplifoliola Pirani (∗), and P. ciliate Martius (∗). Two new species are presented P. oreadica, from Central Brazil, and P. andrade-limae, from the northeastern coast , and the distintion of subspecies in P. sellowii, P. gardneri, P. oreadica and P. glazioviana is proposed. The work provides identification keys to the species and subspecies treated, description and illustrations of the taxa, distribution maps, phenologic information and discussion of the morphological interspecific and infra-specific variation. The main patterns of variation and geographical and ecological distribution of the taxa studied led to the recognizition of several categories of species: monotypic taxonomically isolated species, closely related pairs or groups of species, polytypic species and complex species. On a biogeographical basis, 5 \"regions\" with different groupments of taxa have been recognized: Amazon (8 spp), Central and Northeastern Brazi1 (6 spp), coastal region of Paraiba to Alagoas (5spp), eastern region of Bahia to São Paulo (7 spp) and Southern Brazil (4 spp). The major centers of genetic diversity of the genus in Brazil are the Amazon and the Atlantic Forest. On a comparative basis, some evolutionary trends in vegetative and reproductive features of Picramnia have been stablished. The chief floral trends can be resumed as follows: 5-merous flowers → 3-4-merous flowers; lanceolate petals → spathulate; long exserted stamens → short included stamens; carpels 2 → 3. In the inflorescence, from the primitively flexible condition of the terminal diplothyrse there has been a reduction of the lateral branches (monothyrse and raceme) or some elaboration of branching (pleiothyrse). On the other hand, some species have changed the terminal position of the thyrse to the ramiflorous to cauliflorous condition. Many of these trends repeated in parallel in some groups. The use of the morphological and evolutionary patterns studied in characterizing and distinguishing groups and in understanding relationships of species and generic alliances are discussed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHarley, Ana Maria GiuliettiPirani, Jose Rubens1989-06-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-04092023-073100/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-09-05T22:49:02Zoai:teses.usp.br:tde-04092023-073100Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-09-05T22:49:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description O presente trabalho constitui o estudo morfológico e a revisão taxonômica das espécies do gênero neotropical Picramnia Sw. (Simaroubaceae) ocorrentes no Brasil. O estudo foi baseado em materiais coletados pelo autor, observações de populações na natureza e principalmente na revisão de coleções de herbários brasileiros e estrangeiros. Aos dados obtidos através do estudo de morfologia externa, somaram-se aqueles encontrados na análise de aspectos da anatomia foliar e de padrões de venação foliar. Confrontados estes estudos com a literatura, procedeu-se ao tratamento taxonômico, onde foram reconhecidas para o Brasil 19 espécies e 8 subespécies, das quais são exclusivamente brasileiras aquelas assinaladas com asterisco: P. Sellowii Planchon subsp. sellowii e subsp. spruceana (Engler) Pirani, P. caracasana Engler, P. latifolia Tulasne, P. ramiflora Planchon (∗), P. magnifolia Macbride, P. juniniana Macbride, P. elliptica Kuhlmann ex Pirani & Thomas (∗), P. gardneri Planchon subsp. gardneri (∗) e subsp. septentrionalis Pirani (*), P. grandífolia Engler (∗), P. guianensis (Aublet) Jansen-Jacobs, P. ferrea Pirani & Thomas (∗), P. oreadica Pirani subsp. oreadica (∗) e subsp. penduliflora Pirani (∗), P. campestris Rizzini & Occhioni (∗) , P. parvifolia Engler, P. excelsa Kuhlmann ex Pirani (∗), P. andrade-limae Pirani (∗) , P. bahiensis Turczaninow (∗), P. glazioviana Engler subsp. glazioviana (∗) e subsp. amplifoliola Pirani e P. ciliata Martius (∗). São apresentadas 2 espécies novas para a Ciência, P. oreadica do Brasil Central e P. andrade-limae, do Nordeste, e é proposta a distinção de subespécies em P. sellowii, P. gardneri, P. oreadica e P. glazioviana. No estabelecimento da identidade ou circunscrição das espécies, foram revistas as delimitações taxonômicas constantes da literatura, com conseqüente proposta de sinonimizações novas: 2 táxons foram sinonimizados em P. ramflora, P. latífolia, P. magnifolia, 1 em P. gardneri, p. bahiensis e P. caracasana, e 7 em P. sellowii. São fornecidas chaves analíticas para identificação das espécies e subespécies brasileiras, descrições e ilustrações das mesmas, dados e mapas de distribuição geográfica, fenologia, além de análise crítica dos aspectos morfológicos e taxonômicos importantes em cada caso ou complexo. Com relação à distribuição geográfica das espécies estudadas, em consonância com o grau de diferenciação interespecífica, variabilidade interna e ecologia, reconheceram-se as seguintes categorias de espécies: monotípicas taxonomicamente isoladas; pares ou grupos de espécies proximamente relacionadas; politípicas e complexas. Em termos biogeográficos, distinguiram-se no Brasil 5 regiões onde estão concentrados diferentes conjuntos de espécies de Picramnia: Amazônia ( 8 spp), Centro e Nordeste (6 spp) , região litorânea da Paraíba a Alagoas (5 spp), costa da Bahia a São Paulo (7 spp) e Brasil Meridional (4 spp). Uma vez que no Brasil Central apenas 2 espécies constituem endemismos regionais, sendo as demais extensões de espécies de áreas adjacentes, sobressaem a Amazônia e a floresta atlântica como os centros de diversidade genética do gênero no Brasil. Os padrões de distribuição das espécies, analisados juntamente com suas relações de parentesco, foram confrontados com teorias propostas por outros autores sobre a biogeografia da América do Sul, especialmente a teoria dos refúgios. Após o estudo morfológico e taxonômico das espécies, foram estabelecidas com bases comparativas infra e supragenéricas, uma série de tendências evolutivas no gênero Picramnia. As principais tendências de evolução floral podem ser assim resumidas: flores 5-meras → flores 3-4-meras; petalas lanceoladas → espatuladas; longos estames exsertos → inclusos; carpelos 2 → 3. Na inflorescência foi postulado para Picramnia um padrão primitivamente flexível, ainda preservado em várias espécies atuais, o tirso ramoso terminal (diplotirso); a partir desse padrão básico estabeleceram-se tendências à redução da ramificação resultando no tirso simples (monotirso) atê racemo, ou ao aumento do grau de ramificação originando ramos de 2° ordem (pleiotirso), e paralelamente à evolução dos tirsos simples, houve a passagem da posição terminal para subterminal e lateral até exclusivamente lateral (em ramifloria ou caulifloria). Com relação ao hábito e folhas, ressalta-se o distinto caráter adaptativo de uma série de especializações relacionadas com o processo de ocupação de formações savânicas ou rupestres, efetuado por algumas espécies dentro de um gênero essencialmente florestal. São apresentados os dados que se prestam como corroboração das ideias postuladas, e discutidas as possibilidades de ocorrência de paralelismos e reversões, juntamente com as restrições de aplicabilidade das variações descritas na taxonomia infragenérica.
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