"Alterações de humor associadas a atividade física intensa"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peluso, Marco Aurélio Monteiro
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-19012004-120601/
Resumo: A atividade física é considerada uma prática que traz benefícios para o corpo e a mente. Entretanto, se por um lado há evidências de que exercício físico moderado pode ajudar a saúde mental, também existem relatos de alterações de humor com características depressivas associadas ao treinamento de atletas de elite, podendo culminar com o aparecimento da chamada “síndrome de overtraining". Este trabalho procurou avaliar estas alterações de humor associadas a atividade física intensa, focando-se em três pontos: 1) caracterização de suas manifestações psicológicas, 2) avaliação da especificidade da associação e 3) verificação da possibilidade de alguma vulnerabilidade constitucional influenciar as alterações. Os sujeitos se dividiram em três grupos: atletas (N = 56, 30 homens – 26 mulheres; idade média = 18,16 anos), vestibulandos (222, 120 – 102; 17,48) e universitários (446, 259 – 187; 22,08). Instrumentos de avaliação de humor (POMS e PANAS-X) foram aplicados em atletas e vestibulandos em três oportunidades, ao longo da preparação para a competição mais importante da temporada ou o vestibular. Universitários, submetidos a estresse físico e intelectual estável e relativamente menor, foram avaliados apenas uma vez. Foram estudadas as variações de estados afetivos de cada grupo e suas relações com a quantidade de treinamento / estudo e a proximidade da competição / vestibular. O grupo de atletas e uma amostra de vestibulandos, definida randomicamente, foram avaliados com um instrumento de diagnóstico psiquiátrico (SCAN). Foi estudado, utilizando-se sintomatologia psiquiátrica prévia ou “afeto negativo traço" como marcadores, se fatores de vulnerabilidade exerceram algum tipo de influência sobre as alterações de humor em estudo. Os resultados foram avaliados segundo os três grupos de sintomas de um modelo tripartide de ansiedade e depressão: 1) um fator geral de afeto negativo, que inclui sintomas não específicos; 2) um grupo de sintomas relativamente específicos de depressão, o qual reflete falta de experiências emocionais positivas (chamado de afeto positivo), e 3) um grupo de sintomas relativamente específicos de ansiedade, o qual reflete manifestações de tensão somática. Foram encontradas alterações de humor entre os atletas. Suas características principais foram: aumento de fadiga, diminuição de afeto positivo e nenhuma alteração de afeto negativo (o que indica proximidade com o construto de depressão); associação com a quantidade e a intensidade de treinamento, mas não com a proximidade da competição; nenhuma influência de fatores de vulnerabilidade. Os vestibulandos também apresentaram alterações de humor, mas com características diferentes: aumento de fadiga, aumento do afeto negativo e nenhuma alteração do afeto positivo (o que indica proximidade com o construto de ansiedade); associação com a proximidade do vestibular (a associação com a quantidade de estudo não foi conclusiva); tendência de que fatores de vulnerabilidade ligados a sintomatologia psiquiátrica prévia influenciem sua intensidade. Esses resultados apontam para a especificidade da associação entre as alterações de humor encontradas entre os atletas e a atividade física intensa a qual se submetem.
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Os sujeitos se dividiram em três grupos: atletas (N = 56, 30 homens – 26 mulheres; idade média = 18,16 anos), vestibulandos (222, 120 – 102; 17,48) e universitários (446, 259 – 187; 22,08). Instrumentos de avaliação de humor (POMS e PANAS-X) foram aplicados em atletas e vestibulandos em três oportunidades, ao longo da preparação para a competição mais importante da temporada ou o vestibular. Universitários, submetidos a estresse físico e intelectual estável e relativamente menor, foram avaliados apenas uma vez. Foram estudadas as variações de estados afetivos de cada grupo e suas relações com a quantidade de treinamento / estudo e a proximidade da competição / vestibular. O grupo de atletas e uma amostra de vestibulandos, definida randomicamente, foram avaliados com um instrumento de diagnóstico psiquiátrico (SCAN). Foi estudado, utilizando-se sintomatologia psiquiátrica prévia ou “afeto negativo traço" como marcadores, se fatores de vulnerabilidade exerceram algum tipo de influência sobre as alterações de humor em estudo. Os resultados foram avaliados segundo os três grupos de sintomas de um modelo tripartide de ansiedade e depressão: 1) um fator geral de afeto negativo, que inclui sintomas não específicos; 2) um grupo de sintomas relativamente específicos de depressão, o qual reflete falta de experiências emocionais positivas (chamado de afeto positivo), e 3) um grupo de sintomas relativamente específicos de ansiedade, o qual reflete manifestações de tensão somática. Foram encontradas alterações de humor entre os atletas. Suas características principais foram: aumento de fadiga, diminuição de afeto positivo e nenhuma alteração de afeto negativo (o que indica proximidade com o construto de depressão); associação com a quantidade e a intensidade de treinamento, mas não com a proximidade da competição; nenhuma influência de fatores de vulnerabilidade. Os vestibulandos também apresentaram alterações de humor, mas com características diferentes: aumento de fadiga, aumento do afeto negativo e nenhuma alteração do afeto positivo (o que indica proximidade com o construto de ansiedade); associação com a proximidade do vestibular (a associação com a quantidade de estudo não foi conclusiva); tendência de que fatores de vulnerabilidade ligados a sintomatologia psiquiátrica prévia influenciem sua intensidade. Esses resultados apontam para a especificidade da associação entre as alterações de humor encontradas entre os atletas e a atividade física intensa a qual se submetem. Physical activity is considered to be beneficial to both body and mind and evidences that moderate intensity exercise can improve mental health are increasing. Nevertheless, there are also evidences that depressive mood alterations are associated with elite athletes training and that this training can lead to the so called “overtraining syndrome". This work aimed to evaluate these mood alterations associated with intense physical activity considering three points: 1) characterization of its psychological manifestations, 2) association specificity, and 3) influence of some kind of constitutional vulnerability. Subjects were athletes (N = 56, 30 men – 26 women; mean age = 18,16 years), last year high school students (222, 120 – 102; 17,48) and college students (446, 259 – 187; 22,08). Athletes and high school students were evaluated with psychometric instruments (POMS and PANAS-X) three times during the preparation for the most important competition of the season or for the “vestibular" (Brazilian exam to enter college). College students, submitted to stable and relatively lower levels of physical and intellectual demands, were evaluated only once. Mood states fluctuations and their relation to training volume / hours of study and proximity to competition / “vestibular" were studied. The athletes and part of the high school students, randomly selected, were also evaluated with a psychiatric diagnostic instrument (SCAN). The influence of vulnerability factors over the mood alterations were studied, using previous psychiatric symptomatology or negative affect trait as markers. Results were evaluated according to the three groups of symptoms from a tripartite model of anxiety and depression: 1) a general negative affect factor, which includes nonspecific symptoms; 2) a relatively specific depression cluster of symptoms that reflects the absence of positive emotional experiences (called positive affect); and 3) a relatively specific anxiety cluster of symptoms that reflects the manifestations of somatic tension. Mood alterations were found among the athletes. Presence of fatigue, diminished positive affect and no alteration in negative affect (which points to proximity to the depression construct); association with training volume and intensity, but not with competition proximity; and no vulnerability factors (related to psychiatric history, trait negative affect and profile of affective traits) influence were the athlete mood alterations characteristics. The high school students showed mood alterations too, but with different characteristics: fatigue, increased negative affect and no alteration in positive affect (which points to proximity to the anxiety construct); association with “vestibular" proximity (the association with study volume was non conclusive); and a tendency that vulnerability factors (related to psychiatric history) influences their intensity. Results point to the specificity of the association between the athletes’ mood alterations and the intense physical activity performed by them.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Laura Helena Silveira Guerra dePeluso, Marco Aurélio Monteiro2003-05-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-19012004-120601/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-16T20:48:23Zoai:teses.usp.br:tde-19012004-120601Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-16T20:48:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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