Urbanismo esportivo na América do Sul: ordem, espetáculo e operações imobiliárias (1920-1955)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigo Luis Millan Valdes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.16.2019.tde-23092019-151414
Resumo: Esta tese de doutorado discute o processo de planejamento e construção de equipamentos esportivos e de lazer públicos em três cidades da América do Sul, entre os anos de 1920 e 1955, período marcado pela massificação do esporte como prática e como espetáculo urbano. Esse processo teve seu início nas primeiras décadas do século XX, quando passou a ser cada vez mais comum a construção de estádios, ginásios, piscinas, clubes esportivos, velódromos, praças de jogos infantis, equipamentos esportivos no interior de conjuntos escolares e universitários, impulsionados tanto pelo poder público quanto pelo setor privado. Ademais, nesse período, foram institucionalizados os eventos esportivos locais e internacionais como parte da oferta de entretenimento urbano. Centrada em diferentes episódios da história urbana e cultural de Montevidéu, Santiago e São Paulo, a tese defende a hipótese de que a urbanização esportiva foi o resultado da ação de uma série de agentes que, conduzidos por ideias e interesses diversos, promoveram a construção de equipamentos esportivos no continente. Mediante a consolidação de interações, práticas, políticas e instituições, esse conjunto de agentes criou o campo social do urbanismo esportivo. É possível afirmar que o urbanismo esportivo foi impulsionado por quatro grandes agendas: o crescimento da indústria esportiva do espetáculo; a incorporação do esporte e da educação física às políticas sanitárias e educacionais; o desenvolvimento de discursos nacionalistas que integraram esporte, fortalecimento dos corpos e patriotismo; e as visões de agentes públicos e privados que conceberam os equipamentos esportivos como parte de operações imobiliárias maiores. Ao longo da tese será demonstrado como a produção desses espaços foi resultado de uma trama tensa de forças em disputa, mobilizada por agendas, práticas e referenciais teóricas diferentes. Procedentes de campos de conhecimento e de ação tão diversos como a política, a educação, a medicina, o jornalismo, a engenharia, a arquitetura e o planejamento urbano, argumento que esses discursos foram fundamentais para definir os equipamentos esportivos como bens públicos socialmente necessários, elaborar políticas públicas de incentivo à sua construção e participar dos debates sobre a localização, a construção e a elaboração de programas de uso desses locais.
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Esse processo teve seu início nas primeiras décadas do século XX, quando passou a ser cada vez mais comum a construção de estádios, ginásios, piscinas, clubes esportivos, velódromos, praças de jogos infantis, equipamentos esportivos no interior de conjuntos escolares e universitários, impulsionados tanto pelo poder público quanto pelo setor privado. Ademais, nesse período, foram institucionalizados os eventos esportivos locais e internacionais como parte da oferta de entretenimento urbano. Centrada em diferentes episódios da história urbana e cultural de Montevidéu, Santiago e São Paulo, a tese defende a hipótese de que a urbanização esportiva foi o resultado da ação de uma série de agentes que, conduzidos por ideias e interesses diversos, promoveram a construção de equipamentos esportivos no continente. Mediante a consolidação de interações, práticas, políticas e instituições, esse conjunto de agentes criou o campo social do urbanismo esportivo. É possível afirmar que o urbanismo esportivo foi impulsionado por quatro grandes agendas: o crescimento da indústria esportiva do espetáculo; a incorporação do esporte e da educação física às políticas sanitárias e educacionais; o desenvolvimento de discursos nacionalistas que integraram esporte, fortalecimento dos corpos e patriotismo; e as visões de agentes públicos e privados que conceberam os equipamentos esportivos como parte de operações imobiliárias maiores. Ao longo da tese será demonstrado como a produção desses espaços foi resultado de uma trama tensa de forças em disputa, mobilizada por agendas, práticas e referenciais teóricas diferentes. Procedentes de campos de conhecimento e de ação tão diversos como a política, a educação, a medicina, o jornalismo, a engenharia, a arquitetura e o planejamento urbano, argumento que esses discursos foram fundamentais para definir os equipamentos esportivos como bens públicos socialmente necessários, elaborar políticas públicas de incentivo à sua construção e participar dos debates sobre a localização, a construção e a elaboração de programas de uso desses locais. This dissertation analyses the sport and leisure facilities\' production in three important South American cities, during the 1920-1955 period, when the practice of physical activities and sport was on the rise. This process started during the first decades of the 20th century, when stadia, gymnasia, swimming pools, sporting clubs, velodromes, playgrounds, and other sport facilities within schools and university campuses were often erected by public and/or private agents. That was a time when local and international sporting events were also institutionalized as a part of the urban entertainment offer. Focused on key episodes of the urban history of Montevideo, Santiago and São Paulo, this dissertation tests the following hypothesis: the development of sport and leisure facilities was the result of the combined action of different agents, through the conformation of new practices, policies and institutions. Sport urbanism was guided by four main agendas: the growth of a sport spectacle industry; the incorporation of sport and physical education to heart policies and the education curriculum; the development of nationalist narratives that related sports, fitness and patriotism; and the idea of public and private agents who understood sport facilities as part of major real estate business opportunities. This work demonstrates how the development of sport facilities was the combined result of opposing social forces, mobilized by diverse agendas, interests and theoretical references. Those narratives, originated in various professional fields, such as politics, education, medicine, journalism, engineering, architecture and urbanism; were fundamental in the definition of sport facilities as social needs, drafting public policies to encourage their planning and building, and taking part in the debates about their location, financing strategies and final uses. https://doi.org/10.11606/T.16.2019.tde-23092019-151414info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:59:37Zoai:teses.usp.br:tde-23092019-151414Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:12:25.995324Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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