A estratégia de vacinação de HPV para crianças e adolescentes nas escolas nos municípios do Estado de São Paulo de 2015 a 2018
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-01112023-154724/ |
Resumo: | Introdução. A infecção por HPV é a mais comum das infecções de transmissão sexual e a maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual. Os tipos de HPV de alto risco podem causar câncer cervical, do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. No Brasil, o câncer cervical é o terceiro câncer mais frequente entre mulheres. A vacinação constitui a principal estratégia de prevenção primária. Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina HPV quadrivalente (HPV4v) no calendário nacional de imunizações, tendo como público alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Foi adotada a estratégia de vacinação nas escolas e a vacina foi também disponibilizada em todas as salas de vacina. Nos anos seguintes, a população alvo foi ampliada e, atualmente, a vacina HPV4v é disponível, no Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas e meninos de 9 a 14 anos e para mulheres e homens, de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgão sólidos e células tronco-hematopoiéticas, e pacientes oncológicos. Há poucos dados sobre a implementação do programa de vacinação nas escolas no Brasil. Este estudo tem objetivo de descrever as ações de vacinação de HPV, as estratégias utilizadas, as principais barreiras encontrados para implementação da vacinação nas escolas e alternativas propostas, nos municípios do Estado de São Paulo, de 2015 a 2018. Métodos. Estudo transversal, exploratório, descritivo, que teve como fonte de dados um questionário elaborado e enviado pela Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica Alexandre Vranjac, do Centro de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (DI/CVE/CCD/SES-SP) aos Grupos Regionais de Vigilância Epidemiológica (GVEs) do estado, em novembro de 2018, solicitando que enviassem a todos os municípios de sua região para serem respondidos pelas pessoas responsáveis pelas ações de vacinação do município e retornassem as respostas à DI/CVE/CCD/SES-SP. Foram analisados: se houve alguma ação de vacinação nas escolas no período estudado, quais as ações implementadas, sua abrangência, as dificuldades encontradas e os facilitadores, como os municípios avaliavam as ações desenvolvidas e se havia planos futuros de vacinação nas escolas. Resultados. Foram obtidas respostas de 233 (36,1%) dos 645 municípios do Estado de São Paulo. A maioria referiu ter tido algum tipo de ação nas escolas, seja educação sobre o HPV e a vacina e/ou vacinação. Em geral, as ações abrangeram tanto as escolas públicas como particulares. As maiores dificuldades relatadas, tanto pelos municípios que implementaram como pelos que não implementaram o programa, foram a falta de recursos humanos da saúde para a realização das ações, a preocupação dos profissionais da educação com a vacinação nas escolas e o desconhecimento e resistência dos pais/responsáveis e alunos à vacinação de HPV. Apesar das dificuldades, a maioria dos municípios classificou as ações desenvolvidas como positivas. Conclusões. Garantir recursos suficientes, fortalecer a relação entre Saúde e Educação e aumentar o conhecimento sobre o HPV e a vacina são essenciais para obter um programa bem-sucedido de vacinação nas escolas |
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A estratégia de vacinação de HPV para crianças e adolescentes nas escolas nos municípios do Estado de São Paulo de 2015 a 2018School-based HPV vaccination for children and adolescents in the São Paulo State municipalities, from 2015 to 2018AdolescentesAdolescentsEscolasEstratégia de vacinaçãoHuman papillomavirusImmunization programsPapilomavírus humanoProgramas de imunizaçãoRecombinant quadrivalent vaccine against HPV types 6; 11; 16; 18SchoolsVaccination strategyVacina quadrivalente recombinante contra HPV tipos 6; 11; 16; 18Introdução. A infecção por HPV é a mais comum das infecções de transmissão sexual e a maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual. Os tipos de HPV de alto risco podem causar câncer cervical, do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. No Brasil, o câncer cervical é o terceiro câncer mais frequente entre mulheres. A vacinação constitui a principal estratégia de prevenção primária. Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina HPV quadrivalente (HPV4v) no calendário nacional de imunizações, tendo como público alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Foi adotada a estratégia de vacinação nas escolas e a vacina foi também disponibilizada em todas as salas de vacina. Nos anos seguintes, a população alvo foi ampliada e, atualmente, a vacina HPV4v é disponível, no Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas e meninos de 9 a 14 anos e para mulheres e homens, de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgão sólidos e células tronco-hematopoiéticas, e pacientes oncológicos. Há poucos dados sobre a implementação do programa de vacinação nas escolas no Brasil. Este estudo tem objetivo de descrever as ações de vacinação de HPV, as estratégias utilizadas, as principais barreiras encontrados para implementação da vacinação nas escolas e alternativas propostas, nos municípios do Estado de São Paulo, de 2015 a 2018. Métodos. Estudo transversal, exploratório, descritivo, que teve como fonte de dados um questionário elaborado e enviado pela Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica Alexandre Vranjac, do Centro de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (DI/CVE/CCD/SES-SP) aos Grupos Regionais de Vigilância Epidemiológica (GVEs) do estado, em novembro de 2018, solicitando que enviassem a todos os municípios de sua região para serem respondidos pelas pessoas responsáveis pelas ações de vacinação do município e retornassem as respostas à DI/CVE/CCD/SES-SP. Foram analisados: se houve alguma ação de vacinação nas escolas no período estudado, quais as ações implementadas, sua abrangência, as dificuldades encontradas e os facilitadores, como os municípios avaliavam as ações desenvolvidas e se havia planos futuros de vacinação nas escolas. Resultados. Foram obtidas respostas de 233 (36,1%) dos 645 municípios do Estado de São Paulo. A maioria referiu ter tido algum tipo de ação nas escolas, seja educação sobre o HPV e a vacina e/ou vacinação. Em geral, as ações abrangeram tanto as escolas públicas como particulares. As maiores dificuldades relatadas, tanto pelos municípios que implementaram como pelos que não implementaram o programa, foram a falta de recursos humanos da saúde para a realização das ações, a preocupação dos profissionais da educação com a vacinação nas escolas e o desconhecimento e resistência dos pais/responsáveis e alunos à vacinação de HPV. Apesar das dificuldades, a maioria dos municípios classificou as ações desenvolvidas como positivas. Conclusões. Garantir recursos suficientes, fortalecer a relação entre Saúde e Educação e aumentar o conhecimento sobre o HPV e a vacina são essenciais para obter um programa bem-sucedido de vacinação nas escolasIntroduction. HPV infection is the most common sexually transmitted infection and most persons are infected soon after starting sexual activity. High-risk types of HPV cause cancer of the cervix, anus, vulva, vagina, penis, and oropharynx. In Brazil, cervical cancer is the third most common cancer among women. Vaccination is the main primary prevention strategy. In 2014, the Brazilian National Immunization Program (PNI) introduced the quadrivalent HPV vaccine (HPV4v) into the national vaccination schedule, targeting girls aged 11 to 13 years old. School-based vaccination was adopted and the vaccine was also made available at all vaccination rooms. In the following years, the target population was expanded and, currently, the HPV4v vaccine is available, in the Unified Health System (SUS), for girls and boys aged 9 to 14 years and for women and men, aged 9 to 45 years, living with HIV/AIDS, solid organ and hematopoietic stem cell transplants, and cancer patients. There are few data on the implementation of the school-based HPV vaccination in Brazil. This study aimed to describe HPV vaccination actions, the strategies used, the main barriers faced for implementing vaccination at schools and proposed alternatives, in the São Paulo State municipalities, from 2015 to 2018. Methods. Cross-sectional, exploratory, descriptive study, whose data source was a questionnaire prepared and sent by the Immunization Division of the Alexandre Vranjac Epidemiological Surveillance Center, of the Center for Disease Control, of the São Paulo State Department of Health (DI /CVE/CCD/SES-SP) to the states Regional Epidemiological Surveillance Groups (GVEs), in November 2018, requesting them to send it to all municipalities in their region to be answered by the persons responsible for the municipalitys vaccination actions and return the responses to DI/CVE/CCD/SES-SP. We analyzed: whether there was any vaccination action in schools during the studied period, which actions were implemented, their scope, the difficulties faced, how the municipalities evaluated the actions developed and whether there were future plans for vaccination in schools. Results. Responses were obtained from 233 (36.1%) of the 645 São Paulo State municipalities. Most reported having implemented some action in schools, whether education about HPV and the vaccine or vaccination. In general, the actions covered both public and private schools. The main barriers reported by municipalities that developed or not school-based HPV vaccination were the lack of human health resources to carry out the actions, the concern of education professionals with vaccination within schools and the parents/guardians and students lack of knowledge on HPV and its vaccine and resistance to HPV vaccination. Even though, most municipalities classified the developed actions as positive. Conclusions. Ensuring sufficient resources, strengthening the Health-Education partnership, and increasing knowledge on HPV and its vaccine are essential to have a successful school vaccination programBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSartori, Ana Marli ChristovamPiorelli, Roberta de Oliveira2023-07-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-01112023-154724/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-08T18:50:02Zoai:teses.usp.br:tde-01112023-154724Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-08T18:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução. A infecção por HPV é a mais comum das infecções de transmissão sexual e a maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual. Os tipos de HPV de alto risco podem causar câncer cervical, do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. No Brasil, o câncer cervical é o terceiro câncer mais frequente entre mulheres. A vacinação constitui a principal estratégia de prevenção primária. Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina HPV quadrivalente (HPV4v) no calendário nacional de imunizações, tendo como público alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Foi adotada a estratégia de vacinação nas escolas e a vacina foi também disponibilizada em todas as salas de vacina. Nos anos seguintes, a população alvo foi ampliada e, atualmente, a vacina HPV4v é disponível, no Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas e meninos de 9 a 14 anos e para mulheres e homens, de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgão sólidos e células tronco-hematopoiéticas, e pacientes oncológicos. Há poucos dados sobre a implementação do programa de vacinação nas escolas no Brasil. Este estudo tem objetivo de descrever as ações de vacinação de HPV, as estratégias utilizadas, as principais barreiras encontrados para implementação da vacinação nas escolas e alternativas propostas, nos municípios do Estado de São Paulo, de 2015 a 2018. Métodos. Estudo transversal, exploratório, descritivo, que teve como fonte de dados um questionário elaborado e enviado pela Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica Alexandre Vranjac, do Centro de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (DI/CVE/CCD/SES-SP) aos Grupos Regionais de Vigilância Epidemiológica (GVEs) do estado, em novembro de 2018, solicitando que enviassem a todos os municípios de sua região para serem respondidos pelas pessoas responsáveis pelas ações de vacinação do município e retornassem as respostas à DI/CVE/CCD/SES-SP. Foram analisados: se houve alguma ação de vacinação nas escolas no período estudado, quais as ações implementadas, sua abrangência, as dificuldades encontradas e os facilitadores, como os municípios avaliavam as ações desenvolvidas e se havia planos futuros de vacinação nas escolas. Resultados. Foram obtidas respostas de 233 (36,1%) dos 645 municípios do Estado de São Paulo. A maioria referiu ter tido algum tipo de ação nas escolas, seja educação sobre o HPV e a vacina e/ou vacinação. Em geral, as ações abrangeram tanto as escolas públicas como particulares. As maiores dificuldades relatadas, tanto pelos municípios que implementaram como pelos que não implementaram o programa, foram a falta de recursos humanos da saúde para a realização das ações, a preocupação dos profissionais da educação com a vacinação nas escolas e o desconhecimento e resistência dos pais/responsáveis e alunos à vacinação de HPV. Apesar das dificuldades, a maioria dos municípios classificou as ações desenvolvidas como positivas. Conclusões. Garantir recursos suficientes, fortalecer a relação entre Saúde e Educação e aumentar o conhecimento sobre o HPV e a vacina são essenciais para obter um programa bem-sucedido de vacinação nas escolas |
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