Estudos de inclusões fluidas na mina de ouro Fazenda Brasileiro, \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Xavier, Roberto Perez
Data de Publicação: 1987
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-26082015-161028/
Resumo: Na porção do Cráton do São Francisco, no Estado da Bahia, foi definido um grupo de rochas supracrustais vulcano-sedimentares fortemente deformadas e intrudidas por domos granito-gnáissicos, que vieram a caracterizar o \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, de provável idade Arqueana ou Proterozóica inferior. A seqüência vulcano-sedimentar compreende extensos derrames de rochas basálticas e complexos lenticulares localizados constituídos por lavas e rochas piroclásicas intermediárias à ácidas. A sedimentação químca e detrítica imatura se faz presente ao longo de toda a seqüência associada ao vulcanismo máfico, intercalada e mesclada ao vulcanismo félsico e formando cobertura. Esta seqüência vulcano-sedimentar encontra-se metamorfizada regionalmente na fácies xisto verde e anfibolito baixo. As principais mineralizações auríferas estão restritas à parte sul deste terreno vulcano-sedimentar, encontrando-se ao longo de um \"trend\" de cisalhamento de direção geral E-W e com mais 9.5 km de extensão, denominado Faixa Weber, onde se localiza a Mina Fazenda Brasileiro. As mineralizações pertencem à Seqüência Fazenda Brasileiro e hospedam-se em um quartzo-clorita xisto portador de magnetita, denominado \"xisto-magnético\", e corpos lenticulares de uma rocha brechada, de composição essencialmente quartzo feldspática (brecha quartzo-feldspática). O ouro aparece nestas rochas no seu estado nativo associado a sulfetos, principalmente arsenopirita e pirita, e secundariamente disseminado em veios de quartzo de colocação tardia. Os estudos dee inclusões fluidas se concentraram ao longo das zonas mineralizadas da Mina Fazenda Brasileiro, especialmente na brecha quartzo-feldspática e veios de quartzo, onde tanto inclusões consideradas primárias como secundárias foram selecionadas, descritas e submetidas a estudos de microtermometria e analisadas por espectroscopia Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia ) Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia Raman em inclusões fluidas carbônicas e aquo-carbônicas permitiram definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (gt; \'400 GRAUS\'C), de densidade relativamente alta (0.85 - 0.90 g/c\'m POT. 3\'), inicialmente compostas por C\'O IND. 2\' (89.7 - 84.4 moles %) e pequenas quantidades de C\'H IND.4\' e \'N IND.2\', que evoluem com o abaixamento da temperatura (250-\'300 GRAUS\'C) e ascensão crustal para soluções que tronam-se gradativamente mais aquosas (40a 62.5 moles % de \'H IND.2\'O) e de baixa salinidade (lt;10 eq.% NaCl). Através das isócoras dos fluidos das inclusões carbônicas e aquo-carbônicas, juntamente com dados da paragênese mineral, sugere-se a existência de pelo menos dois períodos de decomposição do ouro: (1) 380-\'491 GRAUS\'C e 2.2-3.2 km na brecha quartzo-feldspática e veio de quartzo com arsenopirita e pirita e: (2) 270-\'300 GRAUS\'C e 1.2-1.4 kb no veio de quartzo maciço. Baseado em estudos experimentais da solubilidade de complexos auríferos, nas características químicas dos fluidos mineralizantes, na paragênese deminério e na razão Au/Ag, assume-se que o ouro deve ter sido transportado como tio-complexos do tipo \'(HS) POT.-IND.2\'/HAu\'(HS)IND.2\' e \'Au IND.2\'\'(HS) IND.2\'\'S POT.-2\' por soluções redutoras (razão \'sigma\'\'H IND.2\'S/\'sigma\'S\'O IND.4\' alta) e com pH em torno da neutralidadee ou levemente alcalino. Nos estágios mineralizantes iniciais, condições para a precipitação do ouro foram atingidass devido àss reações fluido/rocha que levaram ao decréscimo na atividade de \'S POT.-2\' com a precipitação dos sulfetos metálicos (arsenopirita, pirita, pirrotita, etc). Nos estágios de colocação dos veios dee quartzo tardios acredita-se que a deposição do ouro tenha ocorrido pela introdução de \'H IND.2\'O no sistema, causando a diluição de C\'O IND.2\', diminuição do pH, oxidação e conseqüente desestabilização dos complexos ) transportadores deste metal. A origem metamórfica destes fluidos mineralizantes é também indicada pelo estudo de inclusões fluidas, entendendo-se que possam ser derivados a partir de processos de devolatização das seqüências mais basais do \"Greenstone Belt\", capaz de produzir fluidos carbônicos e aquo-carbônicos de baixa salinidade, que posteriormente migram através de sítios estruturais favoráveis causam fraturamento hidráulico e depositam seu contúdo metálico. Finalmente, tornou-se aparente que os resultados e conclusões obtidas neste estudo estão de acordo com trabalhos de mesma natureza realizados em diversos depósitos de ouro em terrenos granito-\"greenstone\" arqueanos.
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spelling Estudos de inclusões fluidas na mina de ouro Fazenda Brasileiro, \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, BahiaNot available.GeoquímicaInclusão FluídaMineralogiaNot available.OuroPetrologiaNa porção do Cráton do São Francisco, no Estado da Bahia, foi definido um grupo de rochas supracrustais vulcano-sedimentares fortemente deformadas e intrudidas por domos granito-gnáissicos, que vieram a caracterizar o \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, de provável idade Arqueana ou Proterozóica inferior. A seqüência vulcano-sedimentar compreende extensos derrames de rochas basálticas e complexos lenticulares localizados constituídos por lavas e rochas piroclásicas intermediárias à ácidas. A sedimentação químca e detrítica imatura se faz presente ao longo de toda a seqüência associada ao vulcanismo máfico, intercalada e mesclada ao vulcanismo félsico e formando cobertura. Esta seqüência vulcano-sedimentar encontra-se metamorfizada regionalmente na fácies xisto verde e anfibolito baixo. As principais mineralizações auríferas estão restritas à parte sul deste terreno vulcano-sedimentar, encontrando-se ao longo de um \"trend\" de cisalhamento de direção geral E-W e com mais 9.5 km de extensão, denominado Faixa Weber, onde se localiza a Mina Fazenda Brasileiro. As mineralizações pertencem à Seqüência Fazenda Brasileiro e hospedam-se em um quartzo-clorita xisto portador de magnetita, denominado \"xisto-magnético\", e corpos lenticulares de uma rocha brechada, de composição essencialmente quartzo feldspática (brecha quartzo-feldspática). O ouro aparece nestas rochas no seu estado nativo associado a sulfetos, principalmente arsenopirita e pirita, e secundariamente disseminado em veios de quartzo de colocação tardia. Os estudos dee inclusões fluidas se concentraram ao longo das zonas mineralizadas da Mina Fazenda Brasileiro, especialmente na brecha quartzo-feldspática e veios de quartzo, onde tanto inclusões consideradas primárias como secundárias foram selecionadas, descritas e submetidas a estudos de microtermometria e analisadas por espectroscopia Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia ) Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia Raman em inclusões fluidas carbônicas e aquo-carbônicas permitiram definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (gt; \'400 GRAUS\'C), de densidade relativamente alta (0.85 - 0.90 g/c\'m POT. 3\'), inicialmente compostas por C\'O IND. 2\' (89.7 - 84.4 moles %) e pequenas quantidades de C\'H IND.4\' e \'N IND.2\', que evoluem com o abaixamento da temperatura (250-\'300 GRAUS\'C) e ascensão crustal para soluções que tronam-se gradativamente mais aquosas (40a 62.5 moles % de \'H IND.2\'O) e de baixa salinidade (lt;10 eq.% NaCl). Através das isócoras dos fluidos das inclusões carbônicas e aquo-carbônicas, juntamente com dados da paragênese mineral, sugere-se a existência de pelo menos dois períodos de decomposição do ouro: (1) 380-\'491 GRAUS\'C e 2.2-3.2 km na brecha quartzo-feldspática e veio de quartzo com arsenopirita e pirita e: (2) 270-\'300 GRAUS\'C e 1.2-1.4 kb no veio de quartzo maciço. Baseado em estudos experimentais da solubilidade de complexos auríferos, nas características químicas dos fluidos mineralizantes, na paragênese deminério e na razão Au/Ag, assume-se que o ouro deve ter sido transportado como tio-complexos do tipo \'(HS) POT.-IND.2\'/HAu\'(HS)IND.2\' e \'Au IND.2\'\'(HS) IND.2\'\'S POT.-2\' por soluções redutoras (razão \'sigma\'\'H IND.2\'S/\'sigma\'S\'O IND.4\' alta) e com pH em torno da neutralidadee ou levemente alcalino. Nos estágios mineralizantes iniciais, condições para a precipitação do ouro foram atingidass devido àss reações fluido/rocha que levaram ao decréscimo na atividade de \'S POT.-2\' com a precipitação dos sulfetos metálicos (arsenopirita, pirita, pirrotita, etc). Nos estágios de colocação dos veios dee quartzo tardios acredita-se que a deposição do ouro tenha ocorrido pela introdução de \'H IND.2\'O no sistema, causando a diluição de C\'O IND.2\', diminuição do pH, oxidação e conseqüente desestabilização dos complexos ) transportadores deste metal. A origem metamórfica destes fluidos mineralizantes é também indicada pelo estudo de inclusões fluidas, entendendo-se que possam ser derivados a partir de processos de devolatização das seqüências mais basais do \"Greenstone Belt\", capaz de produzir fluidos carbônicos e aquo-carbônicos de baixa salinidade, que posteriormente migram através de sítios estruturais favoráveis causam fraturamento hidráulico e depositam seu contúdo metálico. Finalmente, tornou-se aparente que os resultados e conclusões obtidas neste estudo estão de acordo com trabalhos de mesma natureza realizados em diversos depósitos de ouro em terrenos granito-\"greenstone\" arqueanos.In the northeast portion of the São Francisco Craton, in the State of Bahia, a group of highly folded supracrustal rocks surrounded by oval granite-gneiss domes was defined and later knows as the Rio Itapicuru Greenstone Belt, of probable Archaean or Proterozoic age. The volcano-sedimentary sequence of this belt comprises large basaltic flows together with lenses of lavas and pyroclastic rocks of intermediate to felsic composition. Clastic and minor chemical sediments occur throughout the whole sequence and in the upper part they form thick individualized horizons. This whole sequence was regionally affected by a metamorphism of greenschist to lower amphibolite facies. In this region the main gold mineralizations occur in the southern part of the Rio Itapicuru Greenstone Belt, being restricted to a shear zone, called Faixa Weber, which extends for over 9.5 km along its E-W strike, and in which the Fazenda Brasileiro Mine is situated. The mineralizations are enclosed in the Fazenda Brasileiro Sequence and are hosted by a magnetite-bearing quartz-chlorite schist (\"magnetic schist\"), as well as discontinuous and strongly deformed lencticular-shaped bodies composed solely of quartz and feldspars (quartzofeldsphatic breccia). Gold occurs in its native state associated with sulphides, notably arsenopyrite and pirite, and secondarily disseminated in late quartz veins. Fluid inclusion studies were carried out on mineralized samples (quartzofeldsphatic breccia and quartz veins) of the Fazenda Brasileiro Mine with the aim of selecting and describing primary and secondary inclusions in order to analyse them by microthermometry and Raman spectroscopy. Based on the microthermometric and Raman spectroscopic data of carbonic and H2O-CO2 inclusions, it was possible to define the mineralizing fluids as relatively dense (0.85 - 0.95 g/cm3) and hot (gt;400°C) solutions composed essentially of CO2 (89.7 - 285-4 Mol%) and minor amounts of CH4 and N2, which gradually evolved to more aqueous fluids (40 to 62.5 mol% H2O) of low salinity (lt;10 wt% NaCl) at lower temperatures (250 - 300°C) and higher crustal levels. The sochores of the carbonic and H2O-CO2 fluids, the temperature of total homogeneization and mineral equilibrium in the ore paragenesis, point to at least two periods of gold deposition: (1) 380 - 491°C and 2.2 - 3.2 kb in the quartzofeldsphatic and arsenopyrite - pyrite quartz veins and; (2) 270 - 300°C and 1.2 - 1.4 kb in the massive quartz vein. Based on experimental work in the solubility of gold complexes, chemical characteristics of mineralizing fluids, ore paragenesis and Au/Ag ratio, it was possible to speculate that gold could be transported by reducing (high \'epsilon H2S/epsilon SO4), slightly neutral to alkaline solutions, as thio-complexes such as \'Au (HS) POT. - IND. 2\', \'HAu (HS) POT.O IND.2\' and \'Au2(HS)2S POT.-2\'. In the earliest stage of mineralization, conditions of gold deposition were probably attained due to fluid/rock reactions which led to a decrease in the activity of \'S POT.-2\' by precipitating sulphides (arsenopyrite, pyrite, pyrrhotite, etc). The predominance of the H2O regime over the CO2 regime at higher crustal levels might have been the cause of CO2 dilution, decrease in pH and oxidation and, as a consequence, the precipitation of gold. The fluid inclusion data also suggest a metamorphic origin for the mineralizing fluids, most likely through the devolatilization of the basal sequences of the volcano-sedimentary pile. The devolatilization process would be able to produce low salinity, H2O-CO2 fluids which would later migrate through favourable structural sites and deposit their metal content. Comparing the results of the present study, it is apparent that the data obtained and conclusions reached agree with work of the same nature carried out on other gold deposits of similar granite-greenstone terrains.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPValarelli, Jose VicenteXavier, Roberto Perez1987-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-26082015-161028/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-26082015-161028Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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