Multimorbidade em idosos: prevalência, padrões de ocorrência e utilização de serviços de saúde na cidade de São Paulo, Brasil
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-19042023-181215/ |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi analisar a multimorbidade em idosos em função de sua prevalência, padrões de ocorrência e utilização de serviços de saúde. Foi realizada uma pesquisa transversal, aninhada ao ISA-Capital, na cidade de São Paulo, com 1019 idosos com 60 anos ou mais. Os dados foram analisados com auxílio do Software Stata e os resultados apresentados em três artigos científicos. A prevalência de multimorbidade foi de 40% (IC95% 36,6 - 43,8), sendo maior nas mulheres (aRP= 1,95 [comparado com homens]; IC95% 1,58 - 2,40), nos indivíduos com 75 anos ou mais (aRP=1,25 [comparado com indivíduos de 60 a 64 anos]; IC95% 1,01 - 1,60), nos pretos (aRP= 1,28 [comparado com brancos]; IC95% 1,04 -1,59), nas pessoas de alta renda (aRP=1,27 [comparado com baixa renda]; IC95% 1,09 - 1,50) e nos exfumantes (aRP=1,30 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,05 - 1,60), e menor nos que se declararam fumantes (aRP=0,72 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,09 - 1,50). Os padrões mais comuns de ocorrência da multimorbidade foram as díades hipertensão arterial sistêmica /diabetes mellitus tipo 2 (18,3%; IC95% 15,9 - 20,7; p<0,001), hipertensão arterial sistêmica/ artrite e reumatismo (15,4%; IC95% 13,1 - 17,6; p=0,008), hipertensão arterial sistêmica/ osteoporose (9,2%; IC95% 7,4 - 10,9; p=0,258); e, artrite e reumatismo/osteoporose (7,8%; IC95% 6,1 - 9,5; p<0,001). Sobre utilização de serviços, a taxa de idosos multimórbidos aumentou em todos os recortes considerados, a patamares de 35% naqueles que foram a um serviço de saúde uma ou mais vezes nos últimos 30 dias (aRP= 1,35 [comparado nenhuma vez]; IC95% 1,15 - 1,59), 28% em indivíduos com histórico de hospitalização em uma ou mais oportunidades em 12 meses (aRP=1,28 [comparado ausência de histórico de hospitalização]; IC95% 1,05 - 1,58), 20% em quem reportou cobertura por algum plano de saúde (aRP=1,20 [comparado com não coberto]; IC95% 1,02 - 1,42) e 24% em quem informou ter um equipamento de saúde como referência para atendimento (aRP=1,24 [comparado com quem não possui]; IC95% 1,01 - 1,53). Em conclusão, a prevalência de multimorbidade foi inferior a reportada na maioria dos estudos revisados, mas houve consistência sobre a sua associação com sexo, idade, cor da pele, tabagismo e nível socioeconômico. Ademais, embora com agrupamentos em torno de afecções cardiovasculares, metabólicas e músculo-esqueléticas, tal como a literatura revisada, os padrões mais comuns de ocorrência foram substancialmente diferentes dos já reportados. A maior frequência de utilização de serviços de saúde, assim como as maiores taxas de hospitalização, em indivíduos multimórbidos, foram achados consistentes com outras pesquisas, apontando para grandes desafios para os sistemas de saúde, sobretudo no que se refere a integralidade da atenção e a coordenação do cuidado com base em serviços de atenção primária. |
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Multimorbidade em idosos: prevalência, padrões de ocorrência e utilização de serviços de saúde na cidade de São Paulo, BrasilMultimorbidity in the elderly: prevalence, patterns of occurrence, and use of health services in São Paulo, BrazilAgedEnvelhecimentoFatores de RiscoHealth SurveysMultimorbidadeMultimorbidityPrevalenceRisk FactorsUtilização de Serviços de SaúdeO objetivo deste estudo foi analisar a multimorbidade em idosos em função de sua prevalência, padrões de ocorrência e utilização de serviços de saúde. Foi realizada uma pesquisa transversal, aninhada ao ISA-Capital, na cidade de São Paulo, com 1019 idosos com 60 anos ou mais. Os dados foram analisados com auxílio do Software Stata e os resultados apresentados em três artigos científicos. A prevalência de multimorbidade foi de 40% (IC95% 36,6 - 43,8), sendo maior nas mulheres (aRP= 1,95 [comparado com homens]; IC95% 1,58 - 2,40), nos indivíduos com 75 anos ou mais (aRP=1,25 [comparado com indivíduos de 60 a 64 anos]; IC95% 1,01 - 1,60), nos pretos (aRP= 1,28 [comparado com brancos]; IC95% 1,04 -1,59), nas pessoas de alta renda (aRP=1,27 [comparado com baixa renda]; IC95% 1,09 - 1,50) e nos exfumantes (aRP=1,30 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,05 - 1,60), e menor nos que se declararam fumantes (aRP=0,72 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,09 - 1,50). Os padrões mais comuns de ocorrência da multimorbidade foram as díades hipertensão arterial sistêmica /diabetes mellitus tipo 2 (18,3%; IC95% 15,9 - 20,7; p<0,001), hipertensão arterial sistêmica/ artrite e reumatismo (15,4%; IC95% 13,1 - 17,6; p=0,008), hipertensão arterial sistêmica/ osteoporose (9,2%; IC95% 7,4 - 10,9; p=0,258); e, artrite e reumatismo/osteoporose (7,8%; IC95% 6,1 - 9,5; p<0,001). Sobre utilização de serviços, a taxa de idosos multimórbidos aumentou em todos os recortes considerados, a patamares de 35% naqueles que foram a um serviço de saúde uma ou mais vezes nos últimos 30 dias (aRP= 1,35 [comparado nenhuma vez]; IC95% 1,15 - 1,59), 28% em indivíduos com histórico de hospitalização em uma ou mais oportunidades em 12 meses (aRP=1,28 [comparado ausência de histórico de hospitalização]; IC95% 1,05 - 1,58), 20% em quem reportou cobertura por algum plano de saúde (aRP=1,20 [comparado com não coberto]; IC95% 1,02 - 1,42) e 24% em quem informou ter um equipamento de saúde como referência para atendimento (aRP=1,24 [comparado com quem não possui]; IC95% 1,01 - 1,53). Em conclusão, a prevalência de multimorbidade foi inferior a reportada na maioria dos estudos revisados, mas houve consistência sobre a sua associação com sexo, idade, cor da pele, tabagismo e nível socioeconômico. Ademais, embora com agrupamentos em torno de afecções cardiovasculares, metabólicas e músculo-esqueléticas, tal como a literatura revisada, os padrões mais comuns de ocorrência foram substancialmente diferentes dos já reportados. A maior frequência de utilização de serviços de saúde, assim como as maiores taxas de hospitalização, em indivíduos multimórbidos, foram achados consistentes com outras pesquisas, apontando para grandes desafios para os sistemas de saúde, sobretudo no que se refere a integralidade da atenção e a coordenação do cuidado com base em serviços de atenção primária.This study aimed to analyze multimorbidity in the elderly according to its prevalence, patterns of occurrence, and use of health services. A cross-sectional study was conducted, nested at ISA-Capital, in the city of São Paulo, with 1019 elderly people aged 60 years or more. The data were analyzed using the Stata Software and the results were presented in three scientific articles. The prevalence of multimorbidity was 40% (95%CI 36.6 - 43.8), being higher in women (PRa= 1.95 [compared to men]; 95%CI 1.58 - 2.40), in individuals aged 75 years or more (PRa = 1.25 [compared to individuals aged 60 to 64]; 95%CI 1.01 - 1.60.60), in blacks (PRa = 1.28 [compared to whites]; 95%CI 1.04 - 1.59), in high-income people (PRa =1.27 [compared to low income]; 95%CI 1.09 - 1.50) and in former smokers (Arp=1.30 [compared to those who never smoked]; 95%CI 1.05 - 1.60), and less in those who declared themselves smokers (PRa =0.72 [compared to those who never smoked]; 95%CI 1.09 - 1.50). The most common patterns of occurrence of multimorbidity were systemic hypertension /diabetes mellitus type 2 (18.3%; 95%CI 15.9 - 20.7; p<0.001), systemic arterial hypertension/ arthritis, and rheumatism (15.4%; 95%CI 13.1 - 17.6; p=0.008), systemic arterial hypertension/ osteoporosis (9.2%; 95%CI 7.4 - 10.9; p=0.258); and, arthritis and rheumatism/osteoporosis (7.8%; 95%CI 6.1 - 9.5; p<0.001). Concerning the use of services, the rate of multimorbid elderly increased in all scenarios considered, at levels of 35% in those who went to a health service once or more in the last 30 days (PRa = 1.35 [compared not once]; 95%CI 1.15 - 1.59), 28% in individuals with a history of hospitalization at one or more opportunities in 12 months (PRa =1.28 [compared to no history of hospitalization]; 95%CI 1.05 - 1.58), 20% in those who reported coverage by a healthplan (PRa =1.20 [compared to not covered]; 95%CI 1.02 - 1.42) and 24% in those who reported having health equipment as a reference for care (PRa =1.24 [compared to those who do not have it]; 95%CI 1.01 - 1.53). In conclusion, the prevalence of multimorbidity was lower than that reported in most of the reviewed studies, but there was consistency in its association with sex, age, skin color, smoking, and socioeconomic status. In addition, although there were clusters around cardiovascular, metabolic, and musculoskeletal disorders, as in the reviewed literature, the most common patterns of occurrence were substantially different from those already reported. The higher frequency of use of health services, as well as the higher hospitalization rates in multimorphic individuals, were found to be consistent with other studies, pointing to major challenges for health systems, attention, and coordination of care based on primary care services.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBousquat, Aylene Emilia MoraesMedeiros, Kaio Keomma Aires Silva2023-01-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-19042023-181215/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-04-19T21:21:12Zoai:teses.usp.br:tde-19042023-181215Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-04-19T21:21:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O objetivo deste estudo foi analisar a multimorbidade em idosos em função de sua prevalência, padrões de ocorrência e utilização de serviços de saúde. Foi realizada uma pesquisa transversal, aninhada ao ISA-Capital, na cidade de São Paulo, com 1019 idosos com 60 anos ou mais. Os dados foram analisados com auxílio do Software Stata e os resultados apresentados em três artigos científicos. A prevalência de multimorbidade foi de 40% (IC95% 36,6 - 43,8), sendo maior nas mulheres (aRP= 1,95 [comparado com homens]; IC95% 1,58 - 2,40), nos indivíduos com 75 anos ou mais (aRP=1,25 [comparado com indivíduos de 60 a 64 anos]; IC95% 1,01 - 1,60), nos pretos (aRP= 1,28 [comparado com brancos]; IC95% 1,04 -1,59), nas pessoas de alta renda (aRP=1,27 [comparado com baixa renda]; IC95% 1,09 - 1,50) e nos exfumantes (aRP=1,30 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,05 - 1,60), e menor nos que se declararam fumantes (aRP=0,72 [comparado com quem nunca fumou]; IC95% 1,09 - 1,50). Os padrões mais comuns de ocorrência da multimorbidade foram as díades hipertensão arterial sistêmica /diabetes mellitus tipo 2 (18,3%; IC95% 15,9 - 20,7; p<0,001), hipertensão arterial sistêmica/ artrite e reumatismo (15,4%; IC95% 13,1 - 17,6; p=0,008), hipertensão arterial sistêmica/ osteoporose (9,2%; IC95% 7,4 - 10,9; p=0,258); e, artrite e reumatismo/osteoporose (7,8%; IC95% 6,1 - 9,5; p<0,001). Sobre utilização de serviços, a taxa de idosos multimórbidos aumentou em todos os recortes considerados, a patamares de 35% naqueles que foram a um serviço de saúde uma ou mais vezes nos últimos 30 dias (aRP= 1,35 [comparado nenhuma vez]; IC95% 1,15 - 1,59), 28% em indivíduos com histórico de hospitalização em uma ou mais oportunidades em 12 meses (aRP=1,28 [comparado ausência de histórico de hospitalização]; IC95% 1,05 - 1,58), 20% em quem reportou cobertura por algum plano de saúde (aRP=1,20 [comparado com não coberto]; IC95% 1,02 - 1,42) e 24% em quem informou ter um equipamento de saúde como referência para atendimento (aRP=1,24 [comparado com quem não possui]; IC95% 1,01 - 1,53). Em conclusão, a prevalência de multimorbidade foi inferior a reportada na maioria dos estudos revisados, mas houve consistência sobre a sua associação com sexo, idade, cor da pele, tabagismo e nível socioeconômico. Ademais, embora com agrupamentos em torno de afecções cardiovasculares, metabólicas e músculo-esqueléticas, tal como a literatura revisada, os padrões mais comuns de ocorrência foram substancialmente diferentes dos já reportados. A maior frequência de utilização de serviços de saúde, assim como as maiores taxas de hospitalização, em indivíduos multimórbidos, foram achados consistentes com outras pesquisas, apontando para grandes desafios para os sistemas de saúde, sobretudo no que se refere a integralidade da atenção e a coordenação do cuidado com base em serviços de atenção primária. |
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