Análise da integração do enxerto de fíbula vascularizada ao autoenxerto desvitalizado
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-03022023-153631/ |
Resumo: | A reconstrução de grandes falhas ósseas após ressecção de tumores malignos pode ser realizada pelo autoenxerto combinado que é a associação do autoenxerto desvitalizado ao enxerto vascularizado de fíbula. Os métodos de desvitalização mais usados são a irradiação, o congelamento por nitrogênio líquido e a pasteurização. A associação do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado é uma opção em falhas ósseas maiores do que 10 a 12 centímetros. Apesar de ser um método amplamente utilizado, existem poucos estudos na literatura que descrevem o processo de consolidação das osteotomias e da integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado e que comparam os diferentes métodos de desvitalização. O objetivo deste estudo foi avaliar retrospectivamente, a partir de radiografias, consolidação das osteotomias metafisária e diafisária, a integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado e a taxa de complicações em pacientes submetidos à técnica de reconstrução por autoenxerto combinado e comparar estes parâmetros nos dois métodos de desvitalização (irradiação ou congelamento) e nos tipos de ressecção (segmentar ou osteoarticular). Dos 52 pacientes submetidos a técnicas de reconstrução por autoenxerto desvitalizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo entre 2002 e 2020, 26 se enquadravam nos critérios de elegibilidade, 12 no grupo de irradiação extracorpórea e 14 no grupo de congelamento por nitrogênio líquido. Nas radiografias realizadas 3, 6, 12 e 24 meses após a cirurgia foram identificadas características de integração entre os autoenxertos e de consolidação das osteotomias. As informações sobre complicações foram extraídas dos prontuários médicos. A taxa de integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado foi de 30,8% e 78,6% aos 12 e 24 meses, respectivamente. A taxa de integração combinada (parcial e completa) foi de 65,4% e 92,9% aos 12 e 24 meses, respectivamente. A taxa de consolidação global das osteotomias do enxerto desvitalizado foi de 100% nas diáfises e 80% nas metáfises aos 24 meses. A taxa de consolidação das osteotomias metafisárias foi de 83,5% no grupo irradiado e 75% no grupo congelado aos 24 meses, sem diferença significativa (p=0,544). A taxa de consolidação das osteotomias diafisárias foi de 100% nos grupos irradiado e congelado (p=0,880). A taxa de consolidação nas osteotomias diafisárias nas ressecções segmentares e osteoarticulares foi de 100% aos 24 meses (p=0,484). A taxa de integração foi de 88,9% no grupo irradiado e de 60% no grupo congelado, sem diferença significativa entre elas (p=0,106). A taxa de integração foi de 70% nas ressecções segmentares e de 100% nas osteoarticulares (p=0,466). Foram identificados como fatores de boa evolução a presença de esclerose da linha de osteotomia metafisária, o aparecimento de espículas de osso neoformado na extremidade da fíbula (aspecto denominado \"fíbula peluda\") e a reação em hipertrofia do córtex da fíbula, acompanhado de diminuição da densidade óssea e reação periosteal. O fator de má evolução identificado foi a redução do tamanho da epífise, indicando necrose. A taxa de conversão foi de 30,7% aos 54 meses, correspondendo a sobrevivência de 94,1% aos 12 meses e 86,5% aos 24 meses. Não houve diferença significativa entre os tipos de desvitalização (p=0,125), mas houve entre os tipos de ressecção (p=0,023). A sobrevida das ressecções segmentares foi de 88,2% em 54 meses (100% aos 12 meses e 92,3% aos 24 meses). A taxa de complicação pela classificação de Henderson et al. (2014) foi de 73%, sendo o Tipo 3 (estrutural) o mais comum, sem diferença entre os tipos de desvitalização (p=0,532) e com mais complicações nas reconstruções osteoarticulares (p=0,026). Neste estudo foi possível identificar características radiográficas que aparecem precocemente no processo de consolidação das osteotomias e de integração do autoenxerto vascularizado. Concluímos que a reconstrução com autoenxerto combinado é uma ótima alternativa de tratamento ou de reconstrução de grandes falhas ósseas e a integração da fíbula sugere que exista revitalização do autoenxerto desvitalizado em toda a sua extensão. |
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Análise da integração do enxerto de fíbula vascularizada ao autoenxerto desvitalizadoAnalysis of the integration of the vascularized fibular graft to the devitalized autograftBone transplantationMicrocirurgiaMicrosurgeryNeoplasiasNeoplasmsOperative proceduresProcedimentos operatóriosTransplante ósseoA reconstrução de grandes falhas ósseas após ressecção de tumores malignos pode ser realizada pelo autoenxerto combinado que é a associação do autoenxerto desvitalizado ao enxerto vascularizado de fíbula. Os métodos de desvitalização mais usados são a irradiação, o congelamento por nitrogênio líquido e a pasteurização. A associação do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado é uma opção em falhas ósseas maiores do que 10 a 12 centímetros. Apesar de ser um método amplamente utilizado, existem poucos estudos na literatura que descrevem o processo de consolidação das osteotomias e da integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado e que comparam os diferentes métodos de desvitalização. O objetivo deste estudo foi avaliar retrospectivamente, a partir de radiografias, consolidação das osteotomias metafisária e diafisária, a integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado e a taxa de complicações em pacientes submetidos à técnica de reconstrução por autoenxerto combinado e comparar estes parâmetros nos dois métodos de desvitalização (irradiação ou congelamento) e nos tipos de ressecção (segmentar ou osteoarticular). Dos 52 pacientes submetidos a técnicas de reconstrução por autoenxerto desvitalizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo entre 2002 e 2020, 26 se enquadravam nos critérios de elegibilidade, 12 no grupo de irradiação extracorpórea e 14 no grupo de congelamento por nitrogênio líquido. Nas radiografias realizadas 3, 6, 12 e 24 meses após a cirurgia foram identificadas características de integração entre os autoenxertos e de consolidação das osteotomias. As informações sobre complicações foram extraídas dos prontuários médicos. A taxa de integração do enxerto vascularizado de fíbula ao autoenxerto desvitalizado foi de 30,8% e 78,6% aos 12 e 24 meses, respectivamente. A taxa de integração combinada (parcial e completa) foi de 65,4% e 92,9% aos 12 e 24 meses, respectivamente. A taxa de consolidação global das osteotomias do enxerto desvitalizado foi de 100% nas diáfises e 80% nas metáfises aos 24 meses. A taxa de consolidação das osteotomias metafisárias foi de 83,5% no grupo irradiado e 75% no grupo congelado aos 24 meses, sem diferença significativa (p=0,544). A taxa de consolidação das osteotomias diafisárias foi de 100% nos grupos irradiado e congelado (p=0,880). A taxa de consolidação nas osteotomias diafisárias nas ressecções segmentares e osteoarticulares foi de 100% aos 24 meses (p=0,484). A taxa de integração foi de 88,9% no grupo irradiado e de 60% no grupo congelado, sem diferença significativa entre elas (p=0,106). A taxa de integração foi de 70% nas ressecções segmentares e de 100% nas osteoarticulares (p=0,466). Foram identificados como fatores de boa evolução a presença de esclerose da linha de osteotomia metafisária, o aparecimento de espículas de osso neoformado na extremidade da fíbula (aspecto denominado \"fíbula peluda\") e a reação em hipertrofia do córtex da fíbula, acompanhado de diminuição da densidade óssea e reação periosteal. O fator de má evolução identificado foi a redução do tamanho da epífise, indicando necrose. A taxa de conversão foi de 30,7% aos 54 meses, correspondendo a sobrevivência de 94,1% aos 12 meses e 86,5% aos 24 meses. Não houve diferença significativa entre os tipos de desvitalização (p=0,125), mas houve entre os tipos de ressecção (p=0,023). A sobrevida das ressecções segmentares foi de 88,2% em 54 meses (100% aos 12 meses e 92,3% aos 24 meses). A taxa de complicação pela classificação de Henderson et al. (2014) foi de 73%, sendo o Tipo 3 (estrutural) o mais comum, sem diferença entre os tipos de desvitalização (p=0,532) e com mais complicações nas reconstruções osteoarticulares (p=0,026). Neste estudo foi possível identificar características radiográficas que aparecem precocemente no processo de consolidação das osteotomias e de integração do autoenxerto vascularizado. Concluímos que a reconstrução com autoenxerto combinado é uma ótima alternativa de tratamento ou de reconstrução de grandes falhas ósseas e a integração da fíbula sugere que exista revitalização do autoenxerto desvitalizado em toda a sua extensão.Malignant bone tumor defects managing alternative includes the \"Devitalized autograft associated with the vascularized fibula graft\" (DAVFG). Devitalization methods are extracorporeal irradiation, liquid nitrogen frozen, or pasteurization. Several authors preferred the DAVFG for managing bone defects more extensive than 10 to 12 centimeters. Despite being a widely used method, few studies in the literature describe the process of consolidation and integration between the vascularized fibula graft and the devitalized autograft, comparing the different devitalization methods and different resection techniques. This study aimed to evaluate a) the union rates of metaphyseal and diaphyseal osteotomies, b) the incorporation (osseointegration) of the vascularized fibular graft to the devitalized autograft, and c) the complication rates in patients submitted to DAVFG. And compare the devitalization methods (irradiation or frozen) and types of resection (segmental or osteoarticular). There were 52 patients submitted to reconstruction techniques by DAVFG at the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, University of São Paulo, between 2002 and 2020. Twenty-six met the eligibility criteria, 12 in the extracorporeal irradiation group and 14 in the group freezing by liquid nitrogen. Radiographs evaluated union and integration features between the autografts at 3, 6, 12, and 24 months after surgery. As also the complications available in the medical records. The integration rate was 30.8% and 78.6% at 12 and 24 months, respectively. The combined integration rate (partial and complete) was 65.4% and 92.9% at 12 and 24 months, respectively. The overall union rate was 100% in the diaphysis and 80% in the metaphysis at 24 months. The metaphyseal union rate was 83.5% in the irradiated group and 75% in the frozen at 24 months (p=0.544). The diaphyseal union rate was 100% in the irradiated and frozen groups (p=0.880). The diaphyseal union rate in segmental and osteoarticular resections was 100% at 24 months (p=0.484). The integration rate was 88.9% in the irradiated group and 60% in the frozen group, with no significant difference (p=0.106). The integration rate was 70% in segmental resections and 100% in osteoarticular resections (p=0.466). The good outcomes factors identified were the presence of sclerosis of the metaphyseal osteotomy line, the appearance of spicules of newly formed bone at the end of the fibula (an aspect called \"hairy fibula\"), and the hypertrophic reaction of the fibular cortex, accompanied by a decrease in bone density and periosteal reaction. The factor of poor evolution identified was the reduction in the size of the epiphysis, indicating necrosis. The conversion rate was 30.7% at 54 months, corresponding to survival of 94.1% at 12 months and 86.5% at 24 months. There was no significant difference between the types of devitalization (p=0.125), but there was between the types of resection (p=0.023). Survival of intercalary resections was 88.2% at 54 months (100% at 12 months and 92.3% at 24 months). According to the Henderson et al. (2014) classification, the complication rate was 73%. Type 3 (structural) was the most common complication. There was no difference between the devitalization (p=0.532) and with more complications in osteoarticular reconstructions (p=0.026). In this study, it was possible to identify radiographic features that appear early in union and integration. We conclude that reconstruction with combined autograft is a great alternative for managing large bone defects, and the fibula integration suggests that the devitalized autograft is entirely revitalized.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPEngel, Edgard EduardRezende, Luis Guilherme Rosifini Alves2022-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-03022023-153631/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-03022023-153631Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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