Fotojornalismo: realidades construídas e ficções documentais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-05072009-232727/ |
Resumo: | Nossa trajetória no fotojornalismo, marcada por treze anos de trabalho como repórter-fotográfico e editor de fotografia na Empresa Folha da Manhã S.A. nos permitiu conhecer minuciosamente, na prática, o processo de construção de uma imagem fotojornalística. Apesar da produção internacional relativamente abundante e de trabalhos brasileiros de renomados profissionais da área, a produção teórica sobre os aspectos da fotografia no contemporâneo é ainda incipiente no Brasil, principalmente no que diz respeito às inovações tecnológicas e seu impacto no fotojornalismo. Entre as questões mais instigantes da pesquisa e da teoria da imagem estão as tensões entre realidade e ficção e ética e ideologia. Segundo os parâmetros aceitos nas redações, uma boa fotografia é aquela que consegue aliar a precisão da informação com uma contundente beleza plástica. No fotojornalismo, mais que em qualquer outra modalidade de uso da fotografia, o registro fotográfico tem a necessidade de ser entendido, em sua gênese, como um documento, como um atestado comprobatório não apenas de que o fato aconteceu, mas que o mesmo ocorreu tal qual podemos observar na fotografia publicada no veículo. Como pensar então em informação precisa ou em verdade se sabemos de antemão que quando o fotógrafo documenta um acontecimento no espaço-tempo ele está invariavelmente, no ato fotográfico, descolando aquele recorte do real de seu contexto, interpretando o fato de acordo com sua cultura e sua ideologia? No fotojornalismo, essas tensões se revelam sobretudo na busca do equilíbrio possível entre informação e plasticidade, entre a sua natureza noticiosa que o obriga a se manter fortemente conectado a um referente e sua necessidade de conquistar a atenção do olhar do leitor contemporâneo, numa árdua batalha travada nas páginas de jornais e revistas com as imagens idealizadas e tecnicamente perfeitas da publicidade. Neste sentido, esta dissertação, que surge a partir da experiência de quem conheceu os mecanismos que regem o surgimento e a efetuação de uma pauta fotográfica na grande imprensa, pretende contribuir para ampliar o espaço desta reflexão na produção brasileira. Além disso, visamos analisar, ao cruzar a nossa experiência com a bibliografia contemporânea acerca da representação dos fatos na mídia impressa, as possíveis transformações ocorridas no conceito de documento fotográfico no período que vai da implantação da cor na impressão dos jornais diários brasileiros até o momento atual, passando pelo ingresso das câmeras digitais nas redações dos jornais. E, por fim, objetivamos também mostrar, por meio de imagens de violência recolhidas na mídia impressa, como esse processo pode corroborar para que os fotojornalistas e suas empresas façam, inconscientemente ou não, o uso da fotografia como uma ferramenta de criação, propagação e perpetuação de estigmas e preconceitos na sociedade. Sistematizar teórica e criticamente nossa experiência profissional obtida ao longo do trabalho como jornalista, repórter-fotográfico e editor de fotografia e, dessa forma, contribuir para a discussão acerca da profissão por nós escolhida, é um dos principais motivos que nos levaram a propor como objeto desta pesquisa uma análise do fotojornalismo a partir da sua produção desde diferentes perspectivas. |
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Segundo os parâmetros aceitos nas redações, uma boa fotografia é aquela que consegue aliar a precisão da informação com uma contundente beleza plástica. No fotojornalismo, mais que em qualquer outra modalidade de uso da fotografia, o registro fotográfico tem a necessidade de ser entendido, em sua gênese, como um documento, como um atestado comprobatório não apenas de que o fato aconteceu, mas que o mesmo ocorreu tal qual podemos observar na fotografia publicada no veículo. Como pensar então em informação precisa ou em verdade se sabemos de antemão que quando o fotógrafo documenta um acontecimento no espaço-tempo ele está invariavelmente, no ato fotográfico, descolando aquele recorte do real de seu contexto, interpretando o fato de acordo com sua cultura e sua ideologia? No fotojornalismo, essas tensões se revelam sobretudo na busca do equilíbrio possível entre informação e plasticidade, entre a sua natureza noticiosa que o obriga a se manter fortemente conectado a um referente e sua necessidade de conquistar a atenção do olhar do leitor contemporâneo, numa árdua batalha travada nas páginas de jornais e revistas com as imagens idealizadas e tecnicamente perfeitas da publicidade. Neste sentido, esta dissertação, que surge a partir da experiência de quem conheceu os mecanismos que regem o surgimento e a efetuação de uma pauta fotográfica na grande imprensa, pretende contribuir para ampliar o espaço desta reflexão na produção brasileira. Além disso, visamos analisar, ao cruzar a nossa experiência com a bibliografia contemporânea acerca da representação dos fatos na mídia impressa, as possíveis transformações ocorridas no conceito de documento fotográfico no período que vai da implantação da cor na impressão dos jornais diários brasileiros até o momento atual, passando pelo ingresso das câmeras digitais nas redações dos jornais. E, por fim, objetivamos também mostrar, por meio de imagens de violência recolhidas na mídia impressa, como esse processo pode corroborar para que os fotojornalistas e suas empresas façam, inconscientemente ou não, o uso da fotografia como uma ferramenta de criação, propagação e perpetuação de estigmas e preconceitos na sociedade. Sistematizar teórica e criticamente nossa experiência profissional obtida ao longo do trabalho como jornalista, repórter-fotográfico e editor de fotografia e, dessa forma, contribuir para a discussão acerca da profissão por nós escolhida, é um dos principais motivos que nos levaram a propor como objeto desta pesquisa uma análise do fotojornalismo a partir da sua produção desde diferentes perspectivas.Our trajectory in photojournalism, marked by thirteen years of work as a reporter and photographic editor of the company Empresa Folha da Manhã S.A. allowed us to know, in practice, the process of creation an photojournalistic image. Despite the international production relatively abundant and the work of renowned Brazilian professionals in the area, the production on the theoretical aspects of photography in contemporary is still incipient in Brazil, especially with regard to technological innovations and their impact on photojournalism. Among the most instigatings issues of research and theory of the image are the tensions between reality and fiction and ethics and ideology. According to the editors accepted parameters, a good photograph is one that can combine the accuracy of the information with a convincingly plastic beauty. In photojournalism, more than any other mode of use of the photograph, the photographic record needs to be understood in its genesis, as a document such as a real certificate not only that the fact happened, but that it happened just the we see in the photograph published in the vehicle. Since then, how can we think on accurate information or true if we know in advance that when the photographer documents an event in space-time it is invariably, in the photographic act, unstick that cut of reality of its context, interpreting the fact based on his culture and his ideology? In photojournalism, these tensions are revealed especially in the search of the possible balance between information and plasticity, and its nature that requires that the news remains strongly connected to a referential and their need to win the attention of the readers contemporary look, in a tough battle fought on the pages of newspapers and magazines with the idealized and technically perfect images of advertising. Therefore, this dissertation, which arises from the experience of those who knew the mechanisms that govern the appearance and the execution of a photographic pauta, seeks to expand the space for discussion in the Brazilian production. Also, aim to analyze, by crossing our experience with the contemporary literature about the representation of the facts in press, the possible changes in the concept of photographic as a document, from the period of deployment of colors in printing the brazilianss newspaper untill today, and the advent of digital cameras in editors of newspapers. Finally, we also intend to show, throughout images of violence gathered in press, how this process can corroborate to the photojournalists and their enterprises to do, unconsciously or not, the use of photography as a tool for the creation, propagation and perpetuation of stigmas and prejudices in society. To systematize theoretical and critically our experience obtained during our career as a journalist, editor-reporter of photography and thus contribute to the discussion about the profession we have chosen, is one of the main reasons that led us to propose as the subject of this research an analysis of photojournalism from its production from different perspectives.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKossoy, BorisChiodetto, Eder2008-04-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-05072009-232727/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:59Zoai:teses.usp.br:tde-05072009-232727Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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