Comer e armazenar no hamster: duas estrategias comportamentais que se integram
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1984 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-08022018-182041/ |
Resumo: | A maioria das teorias sobre regulação do consumo de alimento baseia-se em dados obtidos com ratos de laboratório, que, como muitos outros mamíferos, compensam períodos de privação aumentando o consumo de alimento e, desta forma, recuperam rapidamente o peso perdido. Hamsters diferem acentuadamente de ratos, na medida em que exibem pouca ou nenhuma compensação após privação (Silverman & Zucker, 1976). Quando submetidos a esquemas de privação, intermitente, não conseguem manter os níveis de peso corporal e muitos animais morrem. Silverman e Zucker propuseram uma hipótese funcional, sugerindo que compensação, no que diz respeito a consumo de alimento, pode não ter evoluído no hamster ou pode ter sido perdida em virtude do desenvolvimento do armazenamento como uma adaptação alternativa a condições de escassez de alimento. O armazenamento pode estar livre de consequências inibitórias internas eventualmente produzidas pela ingestão de alimento. No entanto, apesar de sua possível importância como parte de um sistema regulatório ligado à alimentação, o armazenamento não atraiu muita atenção. O objetivo do presente trabalho foi estudar o consumo e o armazenamento de alimento no hamster como duas adaptações a contingências de escassez de alimento. Foram realizados seis experimentos. No Experimento 1(N=30) e no Experimento 2 (N= 30) investigamos, respectivamente, efeitos a longo prazo (em 24 horas de realimentação) e a curto prazo (em 1 hora de realimentação) de três períodos de privação, 0, 6 e 24 horas. Hamsters machos e fêmeas, de 12 semanas, foram transferidos de gaiolas coletivas do biotério para caixas individuais, compostas de um compartimento pequeno e escurecido que podia ser usado como ninho, e uma área aberta adjacente, em que havia água, pelotas de alimento e sementes de girassol. A longo prazo, a privação não aumentou nem o consumo de alimento, nem o armazenamento. Foi encontrado, no entanto, efeito de sexo: o consumo de alimento, o descascamento de sementes e o armazenamento foram maiores nos machos que nas fêmeas. A curto-prazo a privação aumentou os níveis de consumo, mas não afetou o armazenamento. Um resultado inesperado do, nos dois experimentos, foi uma consistente perda de peso associada à transferência das caixas coletivas de biotério (em que os animais viviam em grupos de cinco ou seis) para as caixas experimentais, provavelmente um tipo de efeito de neofobia. Em virtude deste efeito, os animais não haviam recuperado os níveis de peso de linha de base ao ser introduzida a privação experimentalmente programada. No Experimento 3 procurou-se verificar se a duração do período de adaptação às novas condições de manutenção influencia a reação do hamster a esquemas de privação. Os sujeitos foram hamsters adultos (28 semanas). Os animais do Grupo Adl (n= 6) foram privados de alimento por 24 horas na primeira semana do período de adaptação e aqueles do Grupo Ad4 (n= 6) foram privados na quarta semana. Nos dois grupos, não houve aumento dos níveis de consumo após uma privação de vinte e quatro horas; mas os animais no Grupo Adl recuperaram os níveis de peso pré-privação, presumivelmente através de mecanismos fisiológicos de regulação. Não houve recuperação os déficits de peso produzidos pela mudança nas condições de manutenção. No experimento 4, realizado com o objetivo de verificar a influência da variável idade, hamsters jovens (10 semanas) foram submetidos ao procedimento usado com o Grupo Ad4 no Experimento 3. Os hamsters jovens recuperaram o peso perdido pela mudança nas condições de manutenção, mas não aumentaram o consumo de alimento após privação. O Experimento 5 testou a possibilidade de que hamsters ajustassem seu armazenamento em função da quantidade de alimento acumulada. O acesso a uma quantidade pequena de alimento deveria produzir, como uma reação compensatória, aumentos subsequentes em armazenamento, restabelecidas condições de abundância. Hamsters machos de 12 semanas foram submetidos a um período de escassez (10 gramas de sementes de girassol e uma pelota de girassol diariamente na área aberta da caixa) e/ou a períodos de abundância (300 gramas de sementes de girassol e uma pelota de alimento diariamente na área aberta). Na condição Controle (n= 6), a abundância era permanente (semanas 1, 2, 3 e 4). Na condição Experimental (n= 6), programou-se abundância nas semanas 1, 2 e 4 e escassez na semana 3. Registrou-se diariamente a quantidade de sementes armazenada. Na condição experimental, quando se permitiu acesso a uma quantidade grande de sementes, após um período de escassez, o armazenamento aumentou ligeiramente, mas os resultados não apoiaram de maneira inequívoca a hipótese de um efeito de privação de armazenamento. O Experimento 6 foi urna tentativa adicional de verificar a existência de um efeito de privação de armazenamento em hamsters que diferiam quanto à experiência precoce. Os sujeitos foram hamsters machos. O Grupo A (n= 12) foi criado com alimento em abundância e o grupo E (n= 12) com escassez de alimento, embora nunca fosse submetido a restrição alimentar. Todos os animais foram transferidos para caixas individuais com 12 semanas. Após um período inicial de adaptação de nove dias, metade dos animais de cada grupo foi submetida ao procedimento de privação de armazenamento (como no Experimento 5). Encontrou-se um efeito fraco de privação de armazenamento. Os animais usados no Experimento 5,mantidos apenas com pelotas (antes dos testes experimentais) diferiam significativamente daqueles usados no Experimento 6, mantidos com pelotas e com sementes de girassol: armazenaram mais e exibiram maior descascamento durante os dias 1 a 9 do período de adaptação |
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Silverman e Zucker propuseram uma hipótese funcional, sugerindo que compensação, no que diz respeito a consumo de alimento, pode não ter evoluído no hamster ou pode ter sido perdida em virtude do desenvolvimento do armazenamento como uma adaptação alternativa a condições de escassez de alimento. O armazenamento pode estar livre de consequências inibitórias internas eventualmente produzidas pela ingestão de alimento. No entanto, apesar de sua possível importância como parte de um sistema regulatório ligado à alimentação, o armazenamento não atraiu muita atenção. O objetivo do presente trabalho foi estudar o consumo e o armazenamento de alimento no hamster como duas adaptações a contingências de escassez de alimento. Foram realizados seis experimentos. No Experimento 1(N=30) e no Experimento 2 (N= 30) investigamos, respectivamente, efeitos a longo prazo (em 24 horas de realimentação) e a curto prazo (em 1 hora de realimentação) de três períodos de privação, 0, 6 e 24 horas. Hamsters machos e fêmeas, de 12 semanas, foram transferidos de gaiolas coletivas do biotério para caixas individuais, compostas de um compartimento pequeno e escurecido que podia ser usado como ninho, e uma área aberta adjacente, em que havia água, pelotas de alimento e sementes de girassol. A longo prazo, a privação não aumentou nem o consumo de alimento, nem o armazenamento. Foi encontrado, no entanto, efeito de sexo: o consumo de alimento, o descascamento de sementes e o armazenamento foram maiores nos machos que nas fêmeas. A curto-prazo a privação aumentou os níveis de consumo, mas não afetou o armazenamento. Um resultado inesperado do, nos dois experimentos, foi uma consistente perda de peso associada à transferência das caixas coletivas de biotério (em que os animais viviam em grupos de cinco ou seis) para as caixas experimentais, provavelmente um tipo de efeito de neofobia. Em virtude deste efeito, os animais não haviam recuperado os níveis de peso de linha de base ao ser introduzida a privação experimentalmente programada. No Experimento 3 procurou-se verificar se a duração do período de adaptação às novas condições de manutenção influencia a reação do hamster a esquemas de privação. Os sujeitos foram hamsters adultos (28 semanas). Os animais do Grupo Adl (n= 6) foram privados de alimento por 24 horas na primeira semana do período de adaptação e aqueles do Grupo Ad4 (n= 6) foram privados na quarta semana. Nos dois grupos, não houve aumento dos níveis de consumo após uma privação de vinte e quatro horas; mas os animais no Grupo Adl recuperaram os níveis de peso pré-privação, presumivelmente através de mecanismos fisiológicos de regulação. Não houve recuperação os déficits de peso produzidos pela mudança nas condições de manutenção. No experimento 4, realizado com o objetivo de verificar a influência da variável idade, hamsters jovens (10 semanas) foram submetidos ao procedimento usado com o Grupo Ad4 no Experimento 3. Os hamsters jovens recuperaram o peso perdido pela mudança nas condições de manutenção, mas não aumentaram o consumo de alimento após privação. O Experimento 5 testou a possibilidade de que hamsters ajustassem seu armazenamento em função da quantidade de alimento acumulada. O acesso a uma quantidade pequena de alimento deveria produzir, como uma reação compensatória, aumentos subsequentes em armazenamento, restabelecidas condições de abundância. Hamsters machos de 12 semanas foram submetidos a um período de escassez (10 gramas de sementes de girassol e uma pelota de girassol diariamente na área aberta da caixa) e/ou a períodos de abundância (300 gramas de sementes de girassol e uma pelota de alimento diariamente na área aberta). Na condição Controle (n= 6), a abundância era permanente (semanas 1, 2, 3 e 4). Na condição Experimental (n= 6), programou-se abundância nas semanas 1, 2 e 4 e escassez na semana 3. Registrou-se diariamente a quantidade de sementes armazenada. Na condição experimental, quando se permitiu acesso a uma quantidade grande de sementes, após um período de escassez, o armazenamento aumentou ligeiramente, mas os resultados não apoiaram de maneira inequívoca a hipótese de um efeito de privação de armazenamento. O Experimento 6 foi urna tentativa adicional de verificar a existência de um efeito de privação de armazenamento em hamsters que diferiam quanto à experiência precoce. Os sujeitos foram hamsters machos. O Grupo A (n= 12) foi criado com alimento em abundância e o grupo E (n= 12) com escassez de alimento, embora nunca fosse submetido a restrição alimentar. Todos os animais foram transferidos para caixas individuais com 12 semanas. Após um período inicial de adaptação de nove dias, metade dos animais de cada grupo foi submetida ao procedimento de privação de armazenamento (como no Experimento 5). Encontrou-se um efeito fraco de privação de armazenamento. Os animais usados no Experimento 5,mantidos apenas com pelotas (antes dos testes experimentais) diferiam significativamente daqueles usados no Experimento 6, mantidos com pelotas e com sementes de girassol: armazenaram mais e exibiram maior descascamento durante os dias 1 a 9 do período de adaptaçãoMost theorizing about regu1ation of food intake has been based on data from 1aboratory rats which, as many other mammals, compensate for periods of deprivation by increasing food intake and thus rapidly regain lost body weight. Hamster differ markedly from rats as they show 1itt1e or no post-fast food compensation (Si1ver.man & Zucker, 1976). When on intermittent deprivation schedu1es, they do not maintain body weight leve1s and many even die. Silverman and Zucker\'s functional hypothesis is that food compensation may never have evolved in hamsters or may have been 1ost because of the development of hoarding as an alternative adaptation to food shortage. Hoarding behavior may be free from the inhibitory interna1 consequences eventual1y produced by food ingestion. In spite of its possib1e re1evance as part of a food regulatory system, hoarding has not attracted much attention. The purpose of the present work was to study eating and hoarding in the hamster as two, probably interacting, adaptations to contingencies of food shortage. Six experiments were performed. In Experiment 1 (N= 30) and Experiment 2 (N= 30), we investigated, respective1y, 1ong-term (24 hours of refeeding) and short-term (1 hour of refeeding) effects of O, 6 or 24 hours of food deprivation. Ma1e and fema1e hamsters, 12 wk-o1d, were taken from their co1ony cages and individually housed in cages containing a small darkened compartment which could be used as a nest, and an adjoining open area, with water, food pellets and sunflower seeds available. Deprivation failed to increase, on a long-term basis, either food intake or number of seeds hoarded. There was, however, a sex effect: food intake, unshelling of seeds and hoarding were higher in males than in females. On a short-term basis, deprivation led to higher levels of intake but did not influence hoarding. An unexpected result, in both experiment a, was the considerable weight loss contingent on transfer from colony cages (where animals lived in groups of 5 or 6) to the experimental cage, maybe a kind of neophobia effect. Due to this effect, animals had not regained their baseline weight levels when experimenter controlled deprivation began. Experiment 3 investigated wether length of\' adaptation to the new housing conditions influences the hamster\'s responsiveness to deprivation schedules. Subjects were \"aged\" (28-week old) hamsters. Animals in Group Adl (nm 6) were deprived of food for 24 hours on the first week, in Group Ad4 (n= 6) on the fourth week of the adaptation period. In both groups, hamsters failed to increase intake after a 24 hr fast; but animals in Group Adl recovered predeprivation weight levels, presumably through physiological regulation mechanisms. There was no recovery of weight deficits produced by changed housing conditions. In Experiment 4, the purpose of which was to assess the influence of the age variable, \"young\" (10-week old) hamsters were subjected to the procedure used with Group Ad4 in Experiment 3. \"Young\" hamsters recovered from weight losses induced by environmental change but didn\'t increase food intake after deprivation. Experiment 5 tested the possibility that hamsters adjust their hoarding activity in accordance with the amount of food hoarded. Lowered amounts of seeds available could. Procedure compensatory reaction, later increases in hoarding. 12-wk old males were subjected to periods of scarceness (10 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area of the cage) and/or periods of plentifulness (300 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area). In the Central condition (n= 6), plentifulness was permanent (weeks 1, 2, 3 and 4). In the Experimental condition (n= 6), plentifulness was scheduled on weeks 1, 2 and 4, and scarceness on week 3. Number of seeds hoarded was recorded daily. When, in the Experimental condition, access to a large amount of seeds was permitted after a period of scarceness, hoarding activity increased slightly, but the results did not support unequivocally the hypothesis of a deprivation of hoarding effect Experiment 6 was an attempt to further verify the existence of a deprivation of hoarding effect in hamsters differing in early experience. Subjects were male hamsters. Group P (n= 12) was reared with plenty of food, Group S (n= 12) with limited amounts of food, but were never subjected to food deprivation proper. All animals were transfered to individual cages at 12 weeks of age. After an initial, 9 day adaptation period, half of the animals in each group were submitted to the deprivation of hoarding procedure (as in Experirnent 5). A srnall deprivation of hoarding effect was found. The animals used in Experirnent 5, maintained on pellets only (prior to the experimental tests) differed significantly from those used in Experirnent 6, maintained on both pellets and sunflower seeds: they hoarded greater arnounts of seeds and unshelled more seeds over days 1 to 9 of the adaptation periodBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAdes, CesarOtta, Emma1984-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-08022018-182041/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-08022018-182041Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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No entanto, apesar de sua possível importância como parte de um sistema regulatório ligado à alimentação, o armazenamento não atraiu muita atenção. O objetivo do presente trabalho foi estudar o consumo e o armazenamento de alimento no hamster como duas adaptações a contingências de escassez de alimento. Foram realizados seis experimentos. No Experimento 1(N=30) e no Experimento 2 (N= 30) investigamos, respectivamente, efeitos a longo prazo (em 24 horas de realimentação) e a curto prazo (em 1 hora de realimentação) de três períodos de privação, 0, 6 e 24 horas. Hamsters machos e fêmeas, de 12 semanas, foram transferidos de gaiolas coletivas do biotério para caixas individuais, compostas de um compartimento pequeno e escurecido que podia ser usado como ninho, e uma área aberta adjacente, em que havia água, pelotas de alimento e sementes de girassol. A longo prazo, a privação não aumentou nem o consumo de alimento, nem o armazenamento. Foi encontrado, no entanto, efeito de sexo: o consumo de alimento, o descascamento de sementes e o armazenamento foram maiores nos machos que nas fêmeas. A curto-prazo a privação aumentou os níveis de consumo, mas não afetou o armazenamento. Um resultado inesperado do, nos dois experimentos, foi uma consistente perda de peso associada à transferência das caixas coletivas de biotério (em que os animais viviam em grupos de cinco ou seis) para as caixas experimentais, provavelmente um tipo de efeito de neofobia. Em virtude deste efeito, os animais não haviam recuperado os níveis de peso de linha de base ao ser introduzida a privação experimentalmente programada. No Experimento 3 procurou-se verificar se a duração do período de adaptação às novas condições de manutenção influencia a reação do hamster a esquemas de privação. Os sujeitos foram hamsters adultos (28 semanas). Os animais do Grupo Adl (n= 6) foram privados de alimento por 24 horas na primeira semana do período de adaptação e aqueles do Grupo Ad4 (n= 6) foram privados na quarta semana. Nos dois grupos, não houve aumento dos níveis de consumo após uma privação de vinte e quatro horas; mas os animais no Grupo Adl recuperaram os níveis de peso pré-privação, presumivelmente através de mecanismos fisiológicos de regulação. Não houve recuperação os déficits de peso produzidos pela mudança nas condições de manutenção. No experimento 4, realizado com o objetivo de verificar a influência da variável idade, hamsters jovens (10 semanas) foram submetidos ao procedimento usado com o Grupo Ad4 no Experimento 3. Os hamsters jovens recuperaram o peso perdido pela mudança nas condições de manutenção, mas não aumentaram o consumo de alimento após privação. O Experimento 5 testou a possibilidade de que hamsters ajustassem seu armazenamento em função da quantidade de alimento acumulada. O acesso a uma quantidade pequena de alimento deveria produzir, como uma reação compensatória, aumentos subsequentes em armazenamento, restabelecidas condições de abundância. Hamsters machos de 12 semanas foram submetidos a um período de escassez (10 gramas de sementes de girassol e uma pelota de girassol diariamente na área aberta da caixa) e/ou a períodos de abundância (300 gramas de sementes de girassol e uma pelota de alimento diariamente na área aberta). Na condição Controle (n= 6), a abundância era permanente (semanas 1, 2, 3 e 4). Na condição Experimental (n= 6), programou-se abundância nas semanas 1, 2 e 4 e escassez na semana 3. Registrou-se diariamente a quantidade de sementes armazenada. Na condição experimental, quando se permitiu acesso a uma quantidade grande de sementes, após um período de escassez, o armazenamento aumentou ligeiramente, mas os resultados não apoiaram de maneira inequívoca a hipótese de um efeito de privação de armazenamento. O Experimento 6 foi urna tentativa adicional de verificar a existência de um efeito de privação de armazenamento em hamsters que diferiam quanto à experiência precoce. Os sujeitos foram hamsters machos. O Grupo A (n= 12) foi criado com alimento em abundância e o grupo E (n= 12) com escassez de alimento, embora nunca fosse submetido a restrição alimentar. Todos os animais foram transferidos para caixas individuais com 12 semanas. Após um período inicial de adaptação de nove dias, metade dos animais de cada grupo foi submetida ao procedimento de privação de armazenamento (como no Experimento 5). Encontrou-se um efeito fraco de privação de armazenamento. Os animais usados no Experimento 5,mantidos apenas com pelotas (antes dos testes experimentais) diferiam significativamente daqueles usados no Experimento 6, mantidos com pelotas e com sementes de girassol: armazenaram mais e exibiram maior descascamento durante os dias 1 a 9 do período de adaptação |
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