Atenção farmacêutica na hipertensão arterial sistêmica:impacto clínico, econômico e social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Penaforte, Thaís Rodrigues
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-06072011-154229/
Resumo: Os farmacêuticos são considerados os profissionais mais capacitados para a gestão clínica e humanística dos medicamentos. A sua atuação em conformidade com a filosofia da atenção farmacêutica proporciona um exercício em que o profissional assume a responsabilidade sobre todas as necessidades do paciente e adquire um compromisso a este respeito. Este tipo de cuidado descreve um método centrado no cuidado reflexivo e na responsabilidade relacional para a geração de novos saberes e práticas. Como o manejo e a vivência da hipertensão arterial sistêmica (HAS) envolvem diversas dimensões, a assistência diferenciada da atenção farmacêutica apresenta uma alternativa à construção novas realidades em saúde. Com o objetivo de investigar seus aspectos clínicos, humanísticos e econômicos, um modelo de atenção farmacêutica foi implantando em duas unidades de saúde (UBDSCSE/ Sumarezinho e UBS Dom Mielle) do município de Ribeirão Preto, SP. O serviço acompanhou 104 pacientes que participaram de 12 consultas farmacêuticas e ações educativas multiprofissionais. A análise final dos resultados demonstrou uma discreta redução no índice de massa corporal (IMC) de 0,82 ± 1,11. Com relação aos dados hemodinâmicos observou-se uma redução estatisticamente significativa da pressão arterial, em média de 18,18 ± 12,45 mmHg na pressão arterial sistólica e 7,18 ± 4,28 mmHg na pressão arterial diastólica. A estratificação do escore de risco Framnigham demonstrou um risco de 14,65% no inicio do acompanhamento que foi reduzido a 10,90%. A avaliação da terapêutica farmacológica identificou uma média de 2 medicamentos anti-hipertensivos por paciente com predomínio das classes dos diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA e betabloqueadores. A adesão ao tratamento foi um dos aspectos de maior resposta à atenção farmacêutica. No inicio do estudo 54,81% dos participantes foram classificados como não aderentes e ao final do acompanhamento todos os pacientes mantinham o perfil de aderentes há pelo menos 3 meses. A avaliação social envolveu aspectos da qualidade de vida (SF-36) e satisfação dos usuários com os serviços farmacêuticos. Observou-se uma melhora estatisticamente significativa em todos os 8 componentes do SF-36, com destaque para os aspectos físicos que apresentou o melhor desempenho. Os serviços farmacêuticos foram bem avaliados pelos usuários com uma média de 4,61 ± 0,73 pts. O item melhor avaliado foi a questão 12 (orientação do farmacêutico) e a menor avaliação ficou com a questão 13 (serviços da farmácia). A avaliação econômica seguiu o conceito de valor esperado, definido como o custo esperado de uma internação por doença cardiovascular. A atenção farmacêutica alcançou uma redução de 3,77% no risco coronariano que equivale a um custo prevenido de R$ 67,82 por paciente. Considerando os atendimentos mensais de um farmacêutico esta economia pode chegar a R$26.042,88/mês. Com estes resultados, podemos concluir que a atenção farmacêutica melhorou o controle pressórico dos pacientes acompanhados, apresentado impacto positivo sobre os indicadores clínicos, na qualidade de vida da população assim como demonstrou ser eficiente economicamente.
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Como o manejo e a vivência da hipertensão arterial sistêmica (HAS) envolvem diversas dimensões, a assistência diferenciada da atenção farmacêutica apresenta uma alternativa à construção novas realidades em saúde. Com o objetivo de investigar seus aspectos clínicos, humanísticos e econômicos, um modelo de atenção farmacêutica foi implantando em duas unidades de saúde (UBDSCSE/ Sumarezinho e UBS Dom Mielle) do município de Ribeirão Preto, SP. O serviço acompanhou 104 pacientes que participaram de 12 consultas farmacêuticas e ações educativas multiprofissionais. A análise final dos resultados demonstrou uma discreta redução no índice de massa corporal (IMC) de 0,82 ± 1,11. Com relação aos dados hemodinâmicos observou-se uma redução estatisticamente significativa da pressão arterial, em média de 18,18 ± 12,45 mmHg na pressão arterial sistólica e 7,18 ± 4,28 mmHg na pressão arterial diastólica. A estratificação do escore de risco Framnigham demonstrou um risco de 14,65% no inicio do acompanhamento que foi reduzido a 10,90%. A avaliação da terapêutica farmacológica identificou uma média de 2 medicamentos anti-hipertensivos por paciente com predomínio das classes dos diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA e betabloqueadores. A adesão ao tratamento foi um dos aspectos de maior resposta à atenção farmacêutica. No inicio do estudo 54,81% dos participantes foram classificados como não aderentes e ao final do acompanhamento todos os pacientes mantinham o perfil de aderentes há pelo menos 3 meses. A avaliação social envolveu aspectos da qualidade de vida (SF-36) e satisfação dos usuários com os serviços farmacêuticos. Observou-se uma melhora estatisticamente significativa em todos os 8 componentes do SF-36, com destaque para os aspectos físicos que apresentou o melhor desempenho. Os serviços farmacêuticos foram bem avaliados pelos usuários com uma média de 4,61 ± 0,73 pts. O item melhor avaliado foi a questão 12 (orientação do farmacêutico) e a menor avaliação ficou com a questão 13 (serviços da farmácia). A avaliação econômica seguiu o conceito de valor esperado, definido como o custo esperado de uma internação por doença cardiovascular. A atenção farmacêutica alcançou uma redução de 3,77% no risco coronariano que equivale a um custo prevenido de R$ 67,82 por paciente. Considerando os atendimentos mensais de um farmacêutico esta economia pode chegar a R$26.042,88/mês. Com estes resultados, podemos concluir que a atenção farmacêutica melhorou o controle pressórico dos pacientes acompanhados, apresentado impacto positivo sobre os indicadores clínicos, na qualidade de vida da população assim como demonstrou ser eficiente economicamente.Pharmacists are considered the most qualified professionals for clinical and humanistic drug therapy management. The practice in agreement with the pharmaceutical care philosophy provides an exercise which the professional takes responsibility for all the patient needs and get a commitment in this regard. This type of care describes a method centered on reflective and relational responsibility for new knowledge and practices. As the management and experience of hypertension involve several dimensions, the differentiated assistance of pharmaceutical care provides an alternative to construct a new heath reality. Aiming to investigate the clinical, humanistic and economic aspects, a pharmaceutical care model was implemented in two health units (UBDS-CSE / Sumarezinho and UBS Dom Mielle) in Ribeirão Preto,SP. The service followed 104 patients who participated of 12 pharmaceutical consultations and multiprofessional educational actions. The final analysis showed a slight reduction on the body mass index (BMI) of 0.82 ± 1.11. The hemodynamic data revealed a statistically significant reduction in blood pressure, of 18.18 ± 12.45 mm Hg in systolic blood pressure and 7.18 ± 4.28 mmHg in diastolic blood pressure. The baseline Framingham coronary heart disease (CHD) score was 14.65% and was reduced to 10.90%. The drug therapy profile showed an average of 2 antihypertensive medications per patient with the predominant class of thiazide diuretics, ACE inhibitors and beta blockers. Medication adherence was one aspect of greatest response to pharmaceutical care. At the baseline 54.81% of participants were classified as non-compliant and at the final all patients maintained the adherence profile for at least 3 months. The social survey involved aspects of quality of life (SF-36) and users satisfaction with pharmaceutical services. There was a significant improvement in all eight SF-36 components, with emphasis on the physical aspects that showed the best performance. Pharmaceutical services were highly rated by the users with an average of 4.61 ± 0.73 pts. The best rated item was the question 12 (orientation of the pharmacist) and the lowest evaluation was to question 13 (pharmacy services). The economic evaluation followed the concept of expected value, defined as the expected cost of hospitalization for cardiovascular disease. Pharmaceutical care has shown a 3.77% reduction on CHD risk that matches a cost of R$ 67.82 per patient. Considering the full time pharmacist work, this economy may reach R$ 26,042.88 per month. Based on these results, we conclude that pharmaceutical care improved blood pressure control, with positively influence on clinical aspects, quality of life and prove be economically efficient.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFreitas, Osvaldo dePenaforte, Thaís Rodrigues2011-05-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-06072011-154229/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-06072011-154229Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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