Evolução do padrão reprodutivo e sua inflluência sobre a prevalência do retardo do crescimento infantil no nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Ana Lúcia de Siqueira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-20022020-145441/
Resumo: Introdução - O número elevado de nascimentos, os intervalos interpartais curtos e a idade materna nas duas extremidades de sua vida reprodutiva são fatores que aumentam os riscos de desnutrição na infância. Nesta perspectiva a queda das taxas de fecundidade registrada nas últimas décadas atuou como importante fator subjacente para a melhoria dos indicadores de nutrição. Objetivo - Avaliar o impacto da evolução das características reprodutivas, escolaridade materna e acesso a serviços sobre o declínio da prevalência da desnutrição infantil na Região Nordeste entre 1986 el996, nos contextos urbano e rural. Métodos - Foram analisadas as amostras de crianças nordestinas menores de cinco anos estudadas pela Pesquisa Nacional Sobre Demografia e Saúde (DHS), realizada em 1986 e 1996 totalizando 1.138 e 1.327 crianças, respectivamente. O diagnóstico da desnutrição foi feito com base no índice altura/idade adotando-se como nível de corte, dois desvios padrão aquém da média esperada para idade e sexo segundo o padrão de referência NCHS, 1977. Os fatores de estudo foram ordem de nascimento, intervalo interpartal, idade materna à parturição, número de pessoas por domicílio, densidade de menores de cinco anos e ainda sexo e idade da criança, escolaridade materna, acesso a água com canalização interna, atenção pré-natal e escolaridade do chefe do domicílio. De início, descreveu-se a distribuição dos fatores de estudo em 1986 e em 1996. Após junção dos bancos de dados dos dois inquéritos realizou-se sobre essa base combinada de dados análises de regressão múltipla hierarquizada de Poisson, mantendo sempre o ano do inquérito como variável de ajuste. A partir das estimativas da razão de prevalência média referente a cada um dos fatores estudados no período e das variações na distribuição de sua freqüência no período (1986-1996) calculou-se o impacto das referidas variações sobre a prevalência da desnutrição infantil. Resultados - Intervalos interpartais mais longos e acesso à rede pública de água lideraram as maiores reduções nos níveis de desnutrição nas áreas urbanas do Nordeste. Estes dois fatores de risco explicariam aproximadamente 11,0% e 5,3%, respectivamente, da redução na prevalência de retardo do crescimento no período. No Nordeste rural, após ajuste pelos demais determinantes da desnutrição, os principais fatores responsáveis pela redução da prevalência do déficit de crescimento foram o aumento dos níveis da escolaridade materna (8,1%), a expansão do acesso à atenção pré-natal (5,0%) e, em menor medida, a diminuição da ocorrência de gestações de risco. Conclusão - Os resultados apontam para mudanças benéficas da queda da fecundidade, de níveis crescentes da escolaridade materna e do acesso à atenção pré-natal e à água potável sobre a normalidade antropométrica. O impacto das características reprodutivas foi maior no Nordeste urbano.
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spelling Evolução do padrão reprodutivo e sua inflluência sobre a prevalência do retardo do crescimento infantil no nordeste do BrasilNot availableAcesso aos Serviços de SaúdeCoeficiente de Fecundidade (Tendências)Cuidado Pré-NatalDesenvolvimento InfantilDesnutrição InfantilFatores SocioeconômicosIdade MaternaNot availableIntrodução - O número elevado de nascimentos, os intervalos interpartais curtos e a idade materna nas duas extremidades de sua vida reprodutiva são fatores que aumentam os riscos de desnutrição na infância. Nesta perspectiva a queda das taxas de fecundidade registrada nas últimas décadas atuou como importante fator subjacente para a melhoria dos indicadores de nutrição. Objetivo - Avaliar o impacto da evolução das características reprodutivas, escolaridade materna e acesso a serviços sobre o declínio da prevalência da desnutrição infantil na Região Nordeste entre 1986 el996, nos contextos urbano e rural. Métodos - Foram analisadas as amostras de crianças nordestinas menores de cinco anos estudadas pela Pesquisa Nacional Sobre Demografia e Saúde (DHS), realizada em 1986 e 1996 totalizando 1.138 e 1.327 crianças, respectivamente. O diagnóstico da desnutrição foi feito com base no índice altura/idade adotando-se como nível de corte, dois desvios padrão aquém da média esperada para idade e sexo segundo o padrão de referência NCHS, 1977. Os fatores de estudo foram ordem de nascimento, intervalo interpartal, idade materna à parturição, número de pessoas por domicílio, densidade de menores de cinco anos e ainda sexo e idade da criança, escolaridade materna, acesso a água com canalização interna, atenção pré-natal e escolaridade do chefe do domicílio. De início, descreveu-se a distribuição dos fatores de estudo em 1986 e em 1996. Após junção dos bancos de dados dos dois inquéritos realizou-se sobre essa base combinada de dados análises de regressão múltipla hierarquizada de Poisson, mantendo sempre o ano do inquérito como variável de ajuste. A partir das estimativas da razão de prevalência média referente a cada um dos fatores estudados no período e das variações na distribuição de sua freqüência no período (1986-1996) calculou-se o impacto das referidas variações sobre a prevalência da desnutrição infantil. Resultados - Intervalos interpartais mais longos e acesso à rede pública de água lideraram as maiores reduções nos níveis de desnutrição nas áreas urbanas do Nordeste. Estes dois fatores de risco explicariam aproximadamente 11,0% e 5,3%, respectivamente, da redução na prevalência de retardo do crescimento no período. No Nordeste rural, após ajuste pelos demais determinantes da desnutrição, os principais fatores responsáveis pela redução da prevalência do déficit de crescimento foram o aumento dos níveis da escolaridade materna (8,1%), a expansão do acesso à atenção pré-natal (5,0%) e, em menor medida, a diminuição da ocorrência de gestações de risco. Conclusão - Os resultados apontam para mudanças benéficas da queda da fecundidade, de níveis crescentes da escolaridade materna e do acesso à atenção pré-natal e à água potável sobre a normalidade antropométrica. O impacto das características reprodutivas foi maior no Nordeste urbano.Introduction - The high number of births, the short birth spacing and the maternal age in both extremes of the reproductive life are factors that increase the risks of malnutrition during childhood. In this way the fertility decline recorded in the last decades has played an important underlying role for the improvement of the nutritional indicators. Objectives - Measure the impact of the evolution of the reproductive characteristics, maternal education and the access of public services on the fall of stunting prevalence in the Northeast region between 1986 and 1996, in the urban and rural setting (sectors). Methods - Data samples of children under five coliected by the Demographic and Health Surveys carried out in 1986 and 1996, that computed 1,138 and 1,327 children, respectively, were analyzed. Stunting was defined as height-for-age lower than -2 z-scores of the NCHS standards, 1977. The studied factors were birth order, birth spacing, maternal age, access to water supply, antenatal assistance and household head education level. As a first step, the distribution of determinants factors was described in 1986 and 1996. From the joint data base of both surveys, Poisson regression hierarchical analyses were applied, keeping in this data set the survey year as a control variable. From the estimated average ratio prevalence for each factor studied during the period and the variations in the distribution of these factors, the effect of these variations on the prevalence of stunting was estimated. Results - Longer birth intervals and access to piped water supply lead to the greatest reductions of the prevalence of stunting in the urban areas of the Northeast. Both risk factors explain around 1.1.0% and 5.3% of the reduction of prevalence of growth retardation, respectively. In the Northeast rural area, after controlling all other determinants of malnutrition, the most important factor for the reduction of stunting prevalence were the higher levels of maternal education (8.1 %), the diffusion of antenatal assistance (5.0%) and, to a lesser degree, the reduction of the incidence of pregnancy at risk. Conclusions - These results suggest positive changes from the fertility decline, higher level of maternal schooling and the access of antenatal assistance and drinking water on child nutritional health. The impact of reproductive characteristics was greatest in the Northeast urban area.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBenicio, Maria Helena D AquinoBrito, Ana Lúcia de Siqueira2007-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-20022020-145441/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-20T21:00:02Zoai:teses.usp.br:tde-20022020-145441Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-20T21:00:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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