Análise estatística de dados pluviométricos com auxílio da programação Fortran

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aquino, Luiz Henrique de
Data de Publicação: 1969
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-150810/
Resumo: Este trabalho estuda a análise estatística das chuvas de Belo Horizonte, Minas Gerais, por meio da programação FORTRAN, no período de 1910 a 1966. Os dados para a análise foram obtidos no Serviço de Meteorologia de Belo Horizonte - Ministério da Agricultura, sendo coletados no posto meteorológico local. O método empregado foi a análise de regressão pelos polinômios ortogonais, conduzida até o 4º grau, com determinação de medidas descritivas das distribuições das chuvas, medidas de variabilidade e intervalos de confiança, ao nível de 95% de probabilidade. Para comprovar a normalidade de nossos dados usamos a prova de 𝒳2 e os coeficientes de assimetria e curtose, calculados segundo as fórmulas deduzidas por FISHER (1958). Onde a normalidade não era constatada, empregamos a transformação logarítmica, por ser a que melhor ajusta os dados pluviométricos. A transformação era considerada razoável quando a assimetria atingia valores inferiores a 0,0001 nos períodos de maiores precipitações e 0,8 nos períodos mais secos e as curtoses fossem não significativas ao serem julgadas pela prova de t̠. Para a execução das análises estatísticas elaboramos programas para computadores eletrônicos, em linguagem FORTRAN. O processamento dos dados se deu no computador eletrônico IBM - 1130 , instalado na 16ª Cadeira “Matemática e Estatística”, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” , em Piracicaba, Estado de são Paulo. Os principais resultados obtidos foram: 1- Belo Horizonte possui uma estação chuvosa e uma estação seca bem definidas, caindo na época chuvosa, de outubro a março, 89,72% da precipitação anual que é de 1.509,0 mm. 2 - Dezembro é o mês mais chuvoso com 324,6 mm e julho é o mais seco com 2,9 mm. 21,51% da precipitação anual ocorrem em dezembro e aproximadamente 70% nos meses de novembro a fevereiro. 3 - A distribuição das chuvas em cada um dos meses mostra uma assimetria positiva, notadamente nos meses mais secos do ano. As chuvas anuais e as ocorridas na época chuvosa, apresentam uma assimetria negativa. 4 - A variabilidade das chuvas durante o ano foi maior nos meses de baixa precipitação média. 5 - Os intervalos de confiança para a média foram razoavelmente precisos nos períodos mais chuvosos, onde alcançaram amplitudes menores do que 20 a 30% da média. 6 - A análise de regressão polinomial aplicada aos meses de janeiro a março, maio, julho, novembro e no total anual, apresentou resultados não significativos. Isto nos leva a concluir que a incidência de chuvas, nestes períodos, permanece inalterável, sendo um fenômeno puramente casual, sem nenhuma tendência secular nos 57 anos de observação. 7 - Em junho e setembro encontramos uma regressão de 4º grau significativa, mostrando em junho uma tendência para diminuição das chuvas a partir de 1956 e em setembro uma tendência para aumentá-las a partir de 1959. Junho e setembro são meses de baixas precipitações médias. 8 - As chuvas de outubro apresentaram os componentes de 3º e 4º graus significativos. A equação de regressão ajustada indica uma tendência para aumento das precipitações, a partir de 1954. Outubro recebe 8,28% das chuvas anuais. 9 - Na estação seca tivemos uma regressão linear e uma regressão quadrática significativa, enquanto que na estação chuvosa encontramos os componentes do 2º e 4º graus significativos. As equações de regressão ajustadas indicam, na estação seca, uma tendência para diminuição das chuvas médias, a partir de 1928 e, na estação chuvosa, uma tendência para diminuição, depois de 1951. 10 - Nos meses de abril e dezembro constatamos uma regressão quadrática significativa. Em abril verificou-se uma tendência para diminuição das chuvas a partir de 1934 e em dezembro a partir de 1939. Abril é um mês de baixa precipitação e dezembro é o mais pluvioso do ano. Se a equação de regressão continuar válida por mais uma década, esperaremos em dezembro de 1970 uma precipitação média de 237,4 mm e em dezembro de 1975 uma de 194,2 mm. 11 - Em agosto encontramos uma regressão linear significativa, mostrando uma tendência para diminuição das chuvas médias, à razão de 0,011 mm ao ano. Agosto é um mês de baixa precipitação, recebendo apenas 0,86% das chuvas anuais.
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A transformação era considerada razoável quando a assimetria atingia valores inferiores a 0,0001 nos períodos de maiores precipitações e 0,8 nos períodos mais secos e as curtoses fossem não significativas ao serem julgadas pela prova de t̠. Para a execução das análises estatísticas elaboramos programas para computadores eletrônicos, em linguagem FORTRAN. O processamento dos dados se deu no computador eletrônico IBM - 1130 , instalado na 16ª Cadeira “Matemática e Estatística”, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” , em Piracicaba, Estado de são Paulo. Os principais resultados obtidos foram: 1- Belo Horizonte possui uma estação chuvosa e uma estação seca bem definidas, caindo na época chuvosa, de outubro a março, 89,72% da precipitação anual que é de 1.509,0 mm. 2 - Dezembro é o mês mais chuvoso com 324,6 mm e julho é o mais seco com 2,9 mm. 21,51% da precipitação anual ocorrem em dezembro e aproximadamente 70% nos meses de novembro a fevereiro. 3 - A distribuição das chuvas em cada um dos meses mostra uma assimetria positiva, notadamente nos meses mais secos do ano. As chuvas anuais e as ocorridas na época chuvosa, apresentam uma assimetria negativa. 4 - A variabilidade das chuvas durante o ano foi maior nos meses de baixa precipitação média. 5 - Os intervalos de confiança para a média foram razoavelmente precisos nos períodos mais chuvosos, onde alcançaram amplitudes menores do que 20 a 30% da média. 6 - A análise de regressão polinomial aplicada aos meses de janeiro a março, maio, julho, novembro e no total anual, apresentou resultados não significativos. Isto nos leva a concluir que a incidência de chuvas, nestes períodos, permanece inalterável, sendo um fenômeno puramente casual, sem nenhuma tendência secular nos 57 anos de observação. 7 - Em junho e setembro encontramos uma regressão de 4º grau significativa, mostrando em junho uma tendência para diminuição das chuvas a partir de 1956 e em setembro uma tendência para aumentá-las a partir de 1959. Junho e setembro são meses de baixas precipitações médias. 8 - As chuvas de outubro apresentaram os componentes de 3º e 4º graus significativos. A equação de regressão ajustada indica uma tendência para aumento das precipitações, a partir de 1954. Outubro recebe 8,28% das chuvas anuais. 9 - Na estação seca tivemos uma regressão linear e uma regressão quadrática significativa, enquanto que na estação chuvosa encontramos os componentes do 2º e 4º graus significativos. As equações de regressão ajustadas indicam, na estação seca, uma tendência para diminuição das chuvas médias, a partir de 1928 e, na estação chuvosa, uma tendência para diminuição, depois de 1951. 10 - Nos meses de abril e dezembro constatamos uma regressão quadrática significativa. Em abril verificou-se uma tendência para diminuição das chuvas a partir de 1934 e em dezembro a partir de 1939. Abril é um mês de baixa precipitação e dezembro é o mais pluvioso do ano. Se a equação de regressão continuar válida por mais uma década, esperaremos em dezembro de 1970 uma precipitação média de 237,4 mm e em dezembro de 1975 uma de 194,2 mm. 11 - Em agosto encontramos uma regressão linear significativa, mostrando uma tendência para diminuição das chuvas médias, à razão de 0,011 mm ao ano. 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