Interações linguísticas entre bebês irmãos de crianças com transtorno do espectro do autismo e suas mães

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Tayná Scandiuzzi de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-17062019-163536/
Resumo: Este estudo tem como objetivo verificar se a condição de um bebê possuir um irmão mais velho com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) associa-se a maior ausência de sinais enunciativos de aquisição de linguagem em comparação àqueles bebês que não possuem um irmão com este diagnóstico. O instrumento SEAL (Sinais enunciativos de aquisição de linguagem) foi aplicado em 80 duplas mãebebês, com bebês de até 12 meses e 29 dias, sendo 38 do grupo caso (bebês irmãos de crianças com TEA) e 42 do grupo controle (bebês irmãos de crianças sem TEA). A base de dados é secundária, sendo retirada da pesquisa Vulnerabilidade de pais e irmãos de crianças com transtorno do espectro autista, com coordenação do Prof. Dr. Rogério Lerner do Instituto de Psicologia da USP. Como objetivos secundários, a presente pesquisa pretendeu averiguar se crianças que foram sinalizadas com dificuldade de desenvolvimento pelo instrumento IRDI (Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil) e sinalizadas com retraimento pelo instrumento ADBB (AlarmDistress Baby Scale) também foram aquelas indicadas com dificuldade de linguagem pelo SEAL. Dada uma correlação baixa encontrada, discutiu-se qualitativamente uma vinheta do material filmado de uma dupla mãe-bebê indicada somente pelo SEAL. A discussão teórica se dá a partir de autores com fundamentação da perspectiva enunciativa, da qual o SEAL se baseia, além da teoria de desenvolvimento emocional do psicanalista Donald Winnicott. Encontrou-se nos resultados que bebês da primeira subfaixa de idade (2 meses a 6 meses e 29 dias) do grupo caso possuem mais dificuldades de linguagem do que os do grupo controle e que bebês da segunda subfaixa de idade (7 meses a 12 meses e 29 dias) do grupo caso possuem menos dificuldades de linguagem, se comparados ao grupo controle, contrariando as expectativas. Além disto, bebês da segunda subfaixa de idade tiveram mais dificuldades de linguagem do que os da primeira subfaixa de idade. Houve consonância entre o IRDI, ADBB e SEAL na primeira subfaixa de idade, indicando que bebês com não dificuldades de desenvolvimento e sem retraimento não possuem também dificuldades de linguagem. Com a vinheta clínica foi possível observar mais atentamente as nuances vocais maternas, competência do bebê e sintonia da dupla. A complexidade em se avaliar uma dupla mãe-bebê em um único momento de filmagem também foi evocada, afirmando a importância de acompanhamento longitudinal das díades. Apesar dos dados inconclusivos para a detecção de dificuldades de linguagem entre os grupos caso e controle na amostra, isto não elimina a necessidade de atenção e cuidados para mãe e bebês irmãos de crianças com TEA. Estudos precisam ser desenvolvidos a fim de fundamentarem melhor a discussão dos instrumentos de linguagem e bebês de irmãos de crianças com TEA
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spelling Interações linguísticas entre bebês irmãos de crianças com transtorno do espectro do autismo e suas mãesLinguistic interactions between babies brothers of children with autism spectrum disorders and their mothersAutismAutismoBebêsDesenvolvimento de linguagemDesenvolvimento PsíquicoInfantsIrmãosLanguage developmentPsychical DevelopmentSiblingsEste estudo tem como objetivo verificar se a condição de um bebê possuir um irmão mais velho com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) associa-se a maior ausência de sinais enunciativos de aquisição de linguagem em comparação àqueles bebês que não possuem um irmão com este diagnóstico. O instrumento SEAL (Sinais enunciativos de aquisição de linguagem) foi aplicado em 80 duplas mãebebês, com bebês de até 12 meses e 29 dias, sendo 38 do grupo caso (bebês irmãos de crianças com TEA) e 42 do grupo controle (bebês irmãos de crianças sem TEA). A base de dados é secundária, sendo retirada da pesquisa Vulnerabilidade de pais e irmãos de crianças com transtorno do espectro autista, com coordenação do Prof. Dr. Rogério Lerner do Instituto de Psicologia da USP. Como objetivos secundários, a presente pesquisa pretendeu averiguar se crianças que foram sinalizadas com dificuldade de desenvolvimento pelo instrumento IRDI (Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil) e sinalizadas com retraimento pelo instrumento ADBB (AlarmDistress Baby Scale) também foram aquelas indicadas com dificuldade de linguagem pelo SEAL. Dada uma correlação baixa encontrada, discutiu-se qualitativamente uma vinheta do material filmado de uma dupla mãe-bebê indicada somente pelo SEAL. A discussão teórica se dá a partir de autores com fundamentação da perspectiva enunciativa, da qual o SEAL se baseia, além da teoria de desenvolvimento emocional do psicanalista Donald Winnicott. Encontrou-se nos resultados que bebês da primeira subfaixa de idade (2 meses a 6 meses e 29 dias) do grupo caso possuem mais dificuldades de linguagem do que os do grupo controle e que bebês da segunda subfaixa de idade (7 meses a 12 meses e 29 dias) do grupo caso possuem menos dificuldades de linguagem, se comparados ao grupo controle, contrariando as expectativas. Além disto, bebês da segunda subfaixa de idade tiveram mais dificuldades de linguagem do que os da primeira subfaixa de idade. Houve consonância entre o IRDI, ADBB e SEAL na primeira subfaixa de idade, indicando que bebês com não dificuldades de desenvolvimento e sem retraimento não possuem também dificuldades de linguagem. Com a vinheta clínica foi possível observar mais atentamente as nuances vocais maternas, competência do bebê e sintonia da dupla. A complexidade em se avaliar uma dupla mãe-bebê em um único momento de filmagem também foi evocada, afirmando a importância de acompanhamento longitudinal das díades. Apesar dos dados inconclusivos para a detecção de dificuldades de linguagem entre os grupos caso e controle na amostra, isto não elimina a necessidade de atenção e cuidados para mãe e bebês irmãos de crianças com TEA. Estudos precisam ser desenvolvidos a fim de fundamentarem melhor a discussão dos instrumentos de linguagem e bebês de irmãos de crianças com TEAThis study aims to verify if the condition of a baby with an older brother with Autism Spectrum Disorder (ASD) is associated with a greater absence of enunciative signs of language acquisition in comparison to those infants who do not have a sibling with this diagnosis. The SEAL instrument was applied in 80 double mother-babies, with infants up to 12 months and 29 days, 38 of the case group (infants of children with ASD) and 42 of the control group (infants siblings of children without ASD). The database is secondary, being taken from the research \"Vulnerability of parents and siblings of children with autism spectrum disorder\", with coordination of Prof. Dr. Rogério Lerner of the Institute of Psychology of USP. As secondary objectives, this study aimed to investigate whether children who were flagged with developmental difficulty by the IRDI instrument (Indicators of Risk for Child Development) and signaled with withdrawal by the ADBB (Alarm Distress Baby Scale) instrument were also those indicated with language difficulty by SEAL. Given a low correlation found, a vignette of the filmed material of a mother-infant indicated only by SEAL was discussed qualitatively. The theoretical discussion is based on authors based on the enunciative perspective, on which the SEAL is based, in addition to the theory of emotional development of the psychoanalyst Donald Winnicott. It was found in the results that infants of the first sub-age group (2 months to 6 months and 29 days) of the group had more language difficulties than those in the control group and that infants of the second sub-age group (7 months to 12 months and 29 days) of the group if they have less language difficulties, when compared to the control group, contrary to expectations. In addition, infants of the second sub-age group had more language difficulties than those of the first sub-age group. There was agreement between the IRDI, ADBB and SEAL in the first subage group, indicating that infants with no developmental difficulties and no withdrawal did not also have language difficulties. With the clinical vignette, it was possible to observe more carefully the maternal vocal nuances, the baby\'s competence and the tune of the pair. The complexity in evaluating a dual-motherbaby in a single moment of filming was also evoked, stating the importance of longitudinal accompaniment of the dyads. Despite the inconclusive data for the detection of language difficulties between the case and control groups in the sample, this does not eliminate the need for attention and care for sibling mothers and infants of children with ASD. Studies need to be developed in order to better inform the discussion of the language instruments and infants of siblings of children with ASDBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLerner, RogerioBrito, Tayná Scandiuzzi de2019-03-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-17062019-163536/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-07-25T23:19:54Zoai:teses.usp.br:tde-17062019-163536Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-07-25T23:19:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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