Controlabilidade e coping em lombalgia crônica : um estudo com ressonância magnética funcionall
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-12022020-113043/ |
Resumo: | A dor é uma experiência subjetiva complexa, que depende da interação entre nocicepção, fatores cognitivos, afetivos e emocionais. Pacientes com estratégias cognitivas de enfrentamento (coping) mal adaptadas apresentam cronificação da dor e mau prognóstico. A catastrofização é uma dentre essas estratégias mal adaptadas. Objetivos: 1) descrever o padrão de atividade cerebral nos grupos lombalgia mecânica crônica (LMC) e voluntários saudáveis (VS) frente a dor aguda; 2) verificar se as escalas de catastrofização modificam o efeito BOLD em áreas relacionadas a atenção e afeto mediante imprevisibilidade à dor; 3) no grupo LMC, avaliar se há correlação entre as escalas de catastrofização e efeito BOLD em áreas-alvo durante tarefa de atenção. Métodos: Participaram 43 LMC (50±7 anos; 18 homens) e 27 VS (45±6 anos; 9 homens) destros, pareados por sexo e escolaridade. Os limiares de dor pressórica foram mensurados apriori para cada indivíduo, para elicitar dor moderada. Os estudos de ressonância magnética funcional (RMf) foram realizados em sistema de 3T, bobina de 32 canais, aquisição BOLD, voxels de 3,3mm isotrópicos. Realizados três experimentos de RMf: a) Dor Fixa: desenho relacionado a eventos; b)Teste Stroop com palavras/cor: desenho em blocos; c) Dor Variável com estímulo pressórico variável: desenho relacionado a eventos. Questionários: Escala de Depressão Beck e Inventário de Ansiedade IDATE (e Coping Strategies Scale Questionnaire/CSQr-C e Fear Avoidance Behavior Questionnaire/FABQ para grupo de LMC). As imagens de RMf foram analisadas pelo programa FSL e preprocessadas para correção de movimento, filtro temporal e espacial e transformação para o espaço MNI. Foi aplicado modelo de regressão linear para construção de mapas estatísticos limiarizados (p < 0,05) representando a resposta cerebral por grupo e comparação entre grupos com teste ANOVA, corrigidos para comparações múltiplas. Foi feita análise de região de interesse, usando máscaras extraídas de plataformas públicas, para os 3 experimentos.Foi feita análise fatorial (2 fatores, 2 níveis) para verificar interação entre dor e imprevisibilidade. Resultados: Indivíduos LMC eram mais velhos, tiveram maior pontuação na Escala de Beck e IDATE (p=0,003 e p=0,01) e apresentaram menor tolerância a estímulo pressórico (p=0,017). Não houve diferenças na resposta cerebral em Dor Fixa, Stroop e Dor Variável entre os grupos; não houve mudança dos padrões de ativação no grupo LMC à covariação com escalas FABQ e CSQ-C. Na análise de regiões de interesse no grupo LMC com mau coping, houve menor resposta cerebral em córtex frontal superior médio (tarefa Dor Variável), e no córtex parietal superior E (tarefa Stroop). Na análise fatorial, houve interação entre imprevisibilidade e dor. Discussão: O grupo LMC apresentou menor tolerância a estímulo pressórico, sugerindo sensibilização central. A dor experimental pode não ser capaz de elicitar o processamento central próprio da experiência de dor crônica, explicando a ausência de diferença de resposta entre os mapas cerebrais. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD na tarefa Stroop sugere que o sistema de processamento atencional é influenciado pela presença de maiores valores de mau coping. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD frente a dor imprevisível sugere possível influência entre perfil mal adaptado e processamento de dor. Conclusões: Não houve diferença entre os grupos na resposta cerebral das áreas relacionadas ao sistema da dor. A correlação negativa entre escalas de catastrofização e córtex frontal superior no grupo LBP, diante da dor imprevisível, sugere influência do mau coping sobre o desencadeamento de analgesia nestes pacientes, porque a área pertence à rede de modulação da dor. Perfis de mau coping influenciam o padrão de resposta cerebral em áreas associadas ao sistema atencional, estudado com Stroop |
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Controlabilidade e coping em lombalgia crônica : um estudo com ressonância magnética funcionallControllability and coping in low back pain: a functional magnetic resonance studyAfetoAffectAntecipação psicológicaAnticipation psychologicalAprendizagem da esquivaAvoidance learningCatastrofizaçãoCatastrophizationChronic painDor crônicaDor lombarFunctional neuroimagingLow back painNeuroimagem funcionalPain perceptionPercepção da DorA dor é uma experiência subjetiva complexa, que depende da interação entre nocicepção, fatores cognitivos, afetivos e emocionais. Pacientes com estratégias cognitivas de enfrentamento (coping) mal adaptadas apresentam cronificação da dor e mau prognóstico. A catastrofização é uma dentre essas estratégias mal adaptadas. Objetivos: 1) descrever o padrão de atividade cerebral nos grupos lombalgia mecânica crônica (LMC) e voluntários saudáveis (VS) frente a dor aguda; 2) verificar se as escalas de catastrofização modificam o efeito BOLD em áreas relacionadas a atenção e afeto mediante imprevisibilidade à dor; 3) no grupo LMC, avaliar se há correlação entre as escalas de catastrofização e efeito BOLD em áreas-alvo durante tarefa de atenção. Métodos: Participaram 43 LMC (50±7 anos; 18 homens) e 27 VS (45±6 anos; 9 homens) destros, pareados por sexo e escolaridade. Os limiares de dor pressórica foram mensurados apriori para cada indivíduo, para elicitar dor moderada. Os estudos de ressonância magnética funcional (RMf) foram realizados em sistema de 3T, bobina de 32 canais, aquisição BOLD, voxels de 3,3mm isotrópicos. Realizados três experimentos de RMf: a) Dor Fixa: desenho relacionado a eventos; b)Teste Stroop com palavras/cor: desenho em blocos; c) Dor Variável com estímulo pressórico variável: desenho relacionado a eventos. Questionários: Escala de Depressão Beck e Inventário de Ansiedade IDATE (e Coping Strategies Scale Questionnaire/CSQr-C e Fear Avoidance Behavior Questionnaire/FABQ para grupo de LMC). As imagens de RMf foram analisadas pelo programa FSL e preprocessadas para correção de movimento, filtro temporal e espacial e transformação para o espaço MNI. Foi aplicado modelo de regressão linear para construção de mapas estatísticos limiarizados (p < 0,05) representando a resposta cerebral por grupo e comparação entre grupos com teste ANOVA, corrigidos para comparações múltiplas. Foi feita análise de região de interesse, usando máscaras extraídas de plataformas públicas, para os 3 experimentos.Foi feita análise fatorial (2 fatores, 2 níveis) para verificar interação entre dor e imprevisibilidade. Resultados: Indivíduos LMC eram mais velhos, tiveram maior pontuação na Escala de Beck e IDATE (p=0,003 e p=0,01) e apresentaram menor tolerância a estímulo pressórico (p=0,017). Não houve diferenças na resposta cerebral em Dor Fixa, Stroop e Dor Variável entre os grupos; não houve mudança dos padrões de ativação no grupo LMC à covariação com escalas FABQ e CSQ-C. Na análise de regiões de interesse no grupo LMC com mau coping, houve menor resposta cerebral em córtex frontal superior médio (tarefa Dor Variável), e no córtex parietal superior E (tarefa Stroop). Na análise fatorial, houve interação entre imprevisibilidade e dor. Discussão: O grupo LMC apresentou menor tolerância a estímulo pressórico, sugerindo sensibilização central. A dor experimental pode não ser capaz de elicitar o processamento central próprio da experiência de dor crônica, explicando a ausência de diferença de resposta entre os mapas cerebrais. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD na tarefa Stroop sugere que o sistema de processamento atencional é influenciado pela presença de maiores valores de mau coping. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD frente a dor imprevisível sugere possível influência entre perfil mal adaptado e processamento de dor. Conclusões: Não houve diferença entre os grupos na resposta cerebral das áreas relacionadas ao sistema da dor. A correlação negativa entre escalas de catastrofização e córtex frontal superior no grupo LBP, diante da dor imprevisível, sugere influência do mau coping sobre o desencadeamento de analgesia nestes pacientes, porque a área pertence à rede de modulação da dor. Perfis de mau coping influenciam o padrão de resposta cerebral em áreas associadas ao sistema atencional, estudado com StroopPain is a complex, subjective experience, and depends on the interaction of cognitive, affective and emotional factors. Individuals with negative coping strategies are prone to develop chronic pain syndromes and poor outcomes. Catastrophizing is one of these maladapted strategies. Objective: 1)To describe the patterns of brain activity from low back pain (LBP) and healthy control (HC) individuals when submitted to acute pain. 2) to verify if catastrophizing scales change the BOLD effect in attention and emotion -related areas when submitted to unpredictable pain. 3) to evaluate whether catastrophizing scales correlate to BOLD effect in target areas during an attention task. Methods: 43 LBP (50±7 years-old; 18 men) and 27 HC (45±6 years-old; 9 men), right-handed individuals were selected, similar in sex and education. Pressure pain threshold was measured apriori for each individual, to elicit moderate pain. Functional magnetic resonance (fMRI) studies were performed in a 3T system, with 32-channel coil, BOLD acquisition, 3.3mm isotropic voxels. 3 fMRI experiments: a) Fixed Supraliminal Pain, event-related design; b) Stroop-color test (attention test), block design; c) Variable Pain, event-related design. Questionnaires: Beck Depression Inventory and Anxiety Inventory/IDATE (also Coping Strategies Questionnaire/CSQr-C and Fear Avoidance Behavior Questionnaire/FABQ for LBP). Images were analyzed with FSL program, and preprocessed for motion correction, temporal and spatial filtering, and MNI transformation. A linear regression was modeled for thresholded statistical maps (p < 0.05), corrected for multiple comparisons, representing brain responses from each group and its comparisons using ANOVA. Region of interest-based analysis was performed with clusters extracted from public databases as masks for the 3 experiments. A factorial ANOVA (2 factors, 2 levels) aimed to study the interaction between pain and impredictability. Results: LBP subjects were older, scored higher at Beck and IDATE(p=0.003 and p=0.01), and had lower tolerance for pressure stimulus (p=0.017). There were no group differences of brain responses when submitted to acute pain, Stroop test, and unpredictable pain. There was no change of activation pattern in LBP when covariated with FABQ and CSQ-C. ROI analysis of LBP with negative coping showed lower brain response in superior frontal cortex (variable pain experiment), and superior parietal cortex (Stroop experiment). A negative interaction between pain and predictability was detected by the factorial ANOVA. Discussion: LBP had lower pressure stimulus threshold, suggesting central sensitization. Experimental pain may not be able to elicit central processing expected for chronic pain, which explains the lack of map differences between groups. Negative correlation between coping scales and BOLD effect at Stroop experiment suggests that the attentional processing system is influenced by the presence of greater values of bad coping. Negative correlation between coping scales and BOLD effect at unpredictable pain suggests suggests a possible influence between negative coping skill and disturbed pain processing. Conclusions: There was no difference between the groups for pain-related brain areas. No influence of catastrophizing or bad coping when scales were covariated to LBP. Negative correlation between catastrophizing scales and superior frontal cortex in LBP at unpredictable pain suggest the influence of bad coping over the triggering of the analgesic system among these patients, once this area belong to the pain modulation system. Bad coping influence the brain response pattern in areas associated to the attentional networkBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJúnior, Edson AmaroOliveira Junior, Pedro Paulo de MagalhãesJorge, Liliana Lourenço2019-11-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-12022020-113043/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-12T16:53:02Zoai:teses.usp.br:tde-12022020-113043Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-12T16:53:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A dor é uma experiência subjetiva complexa, que depende da interação entre nocicepção, fatores cognitivos, afetivos e emocionais. Pacientes com estratégias cognitivas de enfrentamento (coping) mal adaptadas apresentam cronificação da dor e mau prognóstico. A catastrofização é uma dentre essas estratégias mal adaptadas. Objetivos: 1) descrever o padrão de atividade cerebral nos grupos lombalgia mecânica crônica (LMC) e voluntários saudáveis (VS) frente a dor aguda; 2) verificar se as escalas de catastrofização modificam o efeito BOLD em áreas relacionadas a atenção e afeto mediante imprevisibilidade à dor; 3) no grupo LMC, avaliar se há correlação entre as escalas de catastrofização e efeito BOLD em áreas-alvo durante tarefa de atenção. Métodos: Participaram 43 LMC (50±7 anos; 18 homens) e 27 VS (45±6 anos; 9 homens) destros, pareados por sexo e escolaridade. Os limiares de dor pressórica foram mensurados apriori para cada indivíduo, para elicitar dor moderada. Os estudos de ressonância magnética funcional (RMf) foram realizados em sistema de 3T, bobina de 32 canais, aquisição BOLD, voxels de 3,3mm isotrópicos. Realizados três experimentos de RMf: a) Dor Fixa: desenho relacionado a eventos; b)Teste Stroop com palavras/cor: desenho em blocos; c) Dor Variável com estímulo pressórico variável: desenho relacionado a eventos. Questionários: Escala de Depressão Beck e Inventário de Ansiedade IDATE (e Coping Strategies Scale Questionnaire/CSQr-C e Fear Avoidance Behavior Questionnaire/FABQ para grupo de LMC). As imagens de RMf foram analisadas pelo programa FSL e preprocessadas para correção de movimento, filtro temporal e espacial e transformação para o espaço MNI. Foi aplicado modelo de regressão linear para construção de mapas estatísticos limiarizados (p < 0,05) representando a resposta cerebral por grupo e comparação entre grupos com teste ANOVA, corrigidos para comparações múltiplas. Foi feita análise de região de interesse, usando máscaras extraídas de plataformas públicas, para os 3 experimentos.Foi feita análise fatorial (2 fatores, 2 níveis) para verificar interação entre dor e imprevisibilidade. Resultados: Indivíduos LMC eram mais velhos, tiveram maior pontuação na Escala de Beck e IDATE (p=0,003 e p=0,01) e apresentaram menor tolerância a estímulo pressórico (p=0,017). Não houve diferenças na resposta cerebral em Dor Fixa, Stroop e Dor Variável entre os grupos; não houve mudança dos padrões de ativação no grupo LMC à covariação com escalas FABQ e CSQ-C. Na análise de regiões de interesse no grupo LMC com mau coping, houve menor resposta cerebral em córtex frontal superior médio (tarefa Dor Variável), e no córtex parietal superior E (tarefa Stroop). Na análise fatorial, houve interação entre imprevisibilidade e dor. Discussão: O grupo LMC apresentou menor tolerância a estímulo pressórico, sugerindo sensibilização central. A dor experimental pode não ser capaz de elicitar o processamento central próprio da experiência de dor crônica, explicando a ausência de diferença de resposta entre os mapas cerebrais. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD na tarefa Stroop sugere que o sistema de processamento atencional é influenciado pela presença de maiores valores de mau coping. A correlação negativa entre escalas de coping e efeito BOLD frente a dor imprevisível sugere possível influência entre perfil mal adaptado e processamento de dor. Conclusões: Não houve diferença entre os grupos na resposta cerebral das áreas relacionadas ao sistema da dor. A correlação negativa entre escalas de catastrofização e córtex frontal superior no grupo LBP, diante da dor imprevisível, sugere influência do mau coping sobre o desencadeamento de analgesia nestes pacientes, porque a área pertence à rede de modulação da dor. Perfis de mau coping influenciam o padrão de resposta cerebral em áreas associadas ao sistema atencional, estudado com Stroop |
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