Influência da temperatura e do molhamento foliar no monociclo do "mal-de-sete-voltas" da cebola e transporte de Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae pela semente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Luciana Celeste
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20190821-120847/
Resumo: Com o objetivo de obter informações sobre o desenvolvimento epidemiológico do "Mal-de-Sete-Voltas" da cebola, causado pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f.sp. cepae, foram avaliados os efeitos das variáveis ambientais temperatura e período de molhamento no crescimento do patógeno, na infecção e no desenvolvimento da doença. Também foi avaliado o transporte do patógeno por sementes contaminadas natural e artificialmente. O efeito da temperatura sobre a taxa de crescimento micelial foi avaliado "in vitro" para seis isolados do patógeno. Foram testadas as temperaturas de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40°C, em dois ensaios, havendo resposta significativa da temperatura para todos os isolados. A temperatura mínima decrescimento micelial, estimada pelo modelo Beta generalizado, variou de 3,9 a 8°C e a temperatura máxima ficou entre 35 e 36°C, de acordo com o isolado. A faixa ótima de crescimento micelial foi ampla, indo desde 20 até 30ºC. O efeito da umidade e temperatura na infecção por C. gloeosporioides f.sp cepae e no desenvolvimento da doença foi avaliado pela quantificação dos componentes monocíclicos freqüência de infecção, tamanho de lesão e severidade. Os ensaios foram conduzidos em ambiente controlado, utilizando plantas de cebola de aproximadamente quatro meses de idade, das variedades IPA-9 e Browsville, cultivadas individualmente em vasos de alumínio. Para a avaliação do efeito da temperatura, as plantas foram inoculadas com suspensão de conídios até o ponto de escorrimento superficial e mantidas em câmara úmida por 24 horas após a inoculação. Foram testadas as temperaturas de 15, 20, 25 e 30°C. Para a avaliação do efeito do período de molhamento, as plantas inoculadas foram mantidas a 25°C e os períodos de molhamento testados foram de 0, 2, 4, 8, 12 e 24 horas. O melhor critério para avaliar a doença foi a severidade, já que a avaliação da freqüencia de infecção ) e do tamanho de lesão foi comprometido pelo intenso coalescimento das lesões e pela danificação do tecido adjacente à área lesionada pelo patógeno. A severidade aumentou com o aumento da temperatura no intervalo de 15 a 30ºC. Para a variedade Brownsville, a temperatura de 30ºC mostrou efeito mais pronunciado que a 25°C, enquanto que na variedade IPA-9 as severidades foram similares sob essas duas temperaturas. A duração do molhamento foliar não mostrou correlação com a severidade, demonstrando que horas de molhamento foliar superiores ao período necessário à infecção pelo patógeno não influenciam o desenvolvimento da doença. O transporte do patógeno via semente foi avaliado para lotes provenientes de umbelas previamente inoculadas com suspensão do patógeno e para lotes provenientes de campos de produção comercial com registro da ocorrência da doença. Os testes de sanidade revelaram que o transporte via semente é baixo, sugerindo que a contribuição de sementes contaminadas ao desenvolvimento de epidemia, dentro de um ciclo de cultivo do hospedeiro, é pequena.
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spelling Influência da temperatura e do molhamento foliar no monociclo do "mal-de-sete-voltas" da cebola e transporte de Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae pela sementeInfluence of temperature and leaf wetness on the monocycle of the onion disease caused by Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae and evaluation of the pathogen transport by seedsCEBOLAEPIDEMIOLOGIAFUNGOS FITOPATOGÊNICOSMAL-DE-SETE-VOLTASMOLHAMENTO FOLIARTEMPERATURACom o objetivo de obter informações sobre o desenvolvimento epidemiológico do "Mal-de-Sete-Voltas" da cebola, causado pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f.sp. cepae, foram avaliados os efeitos das variáveis ambientais temperatura e período de molhamento no crescimento do patógeno, na infecção e no desenvolvimento da doença. Também foi avaliado o transporte do patógeno por sementes contaminadas natural e artificialmente. O efeito da temperatura sobre a taxa de crescimento micelial foi avaliado "in vitro" para seis isolados do patógeno. Foram testadas as temperaturas de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40°C, em dois ensaios, havendo resposta significativa da temperatura para todos os isolados. A temperatura mínima decrescimento micelial, estimada pelo modelo Beta generalizado, variou de 3,9 a 8°C e a temperatura máxima ficou entre 35 e 36°C, de acordo com o isolado. A faixa ótima de crescimento micelial foi ampla, indo desde 20 até 30ºC. O efeito da umidade e temperatura na infecção por C. gloeosporioides f.sp cepae e no desenvolvimento da doença foi avaliado pela quantificação dos componentes monocíclicos freqüência de infecção, tamanho de lesão e severidade. Os ensaios foram conduzidos em ambiente controlado, utilizando plantas de cebola de aproximadamente quatro meses de idade, das variedades IPA-9 e Browsville, cultivadas individualmente em vasos de alumínio. Para a avaliação do efeito da temperatura, as plantas foram inoculadas com suspensão de conídios até o ponto de escorrimento superficial e mantidas em câmara úmida por 24 horas após a inoculação. Foram testadas as temperaturas de 15, 20, 25 e 30°C. Para a avaliação do efeito do período de molhamento, as plantas inoculadas foram mantidas a 25°C e os períodos de molhamento testados foram de 0, 2, 4, 8, 12 e 24 horas. O melhor critério para avaliar a doença foi a severidade, já que a avaliação da freqüencia de infecção ) e do tamanho de lesão foi comprometido pelo intenso coalescimento das lesões e pela danificação do tecido adjacente à área lesionada pelo patógeno. A severidade aumentou com o aumento da temperatura no intervalo de 15 a 30ºC. Para a variedade Brownsville, a temperatura de 30ºC mostrou efeito mais pronunciado que a 25°C, enquanto que na variedade IPA-9 as severidades foram similares sob essas duas temperaturas. A duração do molhamento foliar não mostrou correlação com a severidade, demonstrando que horas de molhamento foliar superiores ao período necessário à infecção pelo patógeno não influenciam o desenvolvimento da doença. O transporte do patógeno via semente foi avaliado para lotes provenientes de umbelas previamente inoculadas com suspensão do patógeno e para lotes provenientes de campos de produção comercial com registro da ocorrência da doença. Os testes de sanidade revelaram que o transporte via semente é baixo, sugerindo que a contribuição de sementes contaminadas ao desenvolvimento de epidemia, dentro de um ciclo de cultivo do hospedeiro, é pequena.In order to obtain more information about the epidemiological development of the onion disease caused by the fungus Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae, it was evaluated the effect of weather variables (temperature and leaf wetness duration) on the pathogen micelial growth and on infection and disease development. The transport of the pathogen by seeds natural and artificially contaminated by the pathogen was also analysed. The effect of temperature on the micelial growth rate was analysed by two repetition trials conducted "in vitro", for six isolates, at temperatures of 10, 15, 20, 25, 30, 35 and 40°C. AlI isoIates presented significant response to temperature. The minimum temperature for micelial growth, estimated by generalised beta function, ranged from 3,9 to 8 °C and the maximum temperature ranged from 35 to 36°C, according to the isolate. The effect of temperature and leaf wetness duration on the infection of C. gloeosporioides f. sp. cepae and on the disease development was investigated by the quantification of monocyclic components, such as infection frequency, Iesion size and disease severity. Ali trials were carried on twice, at controlled environment, utilizing four month old onion plants of two varieties, IP A-9 and Brownsville, grown individually on aluminium pots. At the effect of temperature trials, plants inoculated with conidia suspension were placed on growth chambers regulated for 15, 20, 25 and 30°C. After inoculation, besides the temperatures tested, the plants were kept under leaf wetness condition for 24 hours. At the study of the effect of leaf wetness duration, inoculated plants were maintained under 25°C and the wetness periods applied were 0, 2, 4, 8, 12 and 24 hours. The best criterion for disease evaluation was severity. Frequency efficiency and lesion size were underestimated due to the intense lesion coalescence and to the occurrence of damaged tissue surrounding the pathogen lesion area. Severity values increased with the increase of temperature, from 15 to 30°C. The temperature of 30°C showed higher severity than the temperature of 25°C for Brownsville variety, while severity at those temperatures were similar for the variety IP A- 9. There was no correlation between leaf wetness duration and severity, showing that dew periods over the one necessary for infection to take place do not affect the disease development. C. gloeosporioides f sp. cepae transport by seeds was analysed from samples collected from umbels previously inoculated with conidia suspension and also from samples collected from onion seed fields affected by the disease. Seed health testing revealed that the pathogen transport is low and probably presents a small contribution to the disease epidemic development in one host cycle.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmorim, LilianCarneiro, Luciana Celeste1998-12-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20190821-120847/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-07T17:53:04Zoai:teses.usp.br:tde-20190821-120847Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-07T17:53:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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