Sistema de captação e tratamento de águas pluviais para fins de consumo humano em comunidades rurais: filtração lenta em escala domiciliar e desinfecção por radiação ultravioleta
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-22112022-122836/ |
Resumo: | Diante da escassez e da heterogênea distribuição de recursos hídricos, a busca por fontes alternativas de água torna-se uma necessidade, dentre estas fontes destaca-se a água de chuva, apesar do potencial risco de contaminação química e microbiológica por poluentes lançados na atmosfera ou contaminantes presentes em superfícies de sistemas de coleta. O objetivo do presente estudo foi operar um sistema composto por filtração lenta em escala domiciliar (FLD) em fluxo intermitente associado à desinfecção por radiação ultravioleta (UV) com a finalidade tratar água de chuva com presença de Escherichia coli em concentração próxima a 106 UFC/100 mL e explorar o seu potencial para consumo humano em comunidades rurais e isoladas a partir do tratamento descentralizado. A operação durou 100 dias para análise de desempenho do sistema e mais 15 dias para análises de recrescimento, testes de radiometria, ensaios de sólidos e microscopia. A água de chuva era transportada por gravidade até um reservatório intermediário onde ocorria a inoculação de cepa de Escherichia coli, após isso o FLD era alimentado pela água desse reservatório, de forma automatizada, a cada 8 horas, com um volume de 16 litros, totalizando a produção diária de 48 litros. Após a filtração, a água filtrada era conduzida por bombeamento até o reator UV comercial que realizava a desinfecção e por fim, a água tratada era armazenada em um reservatório superior de 150 litros. A qualidade da água foi avaliada em comparação aos padrões legais estabelecidos pela Portaria GM/MS 888 (2021) e as recomendações da OMS (WHO, 2018). A água da chuva apresentava qualidade físico-química desde a caracterização com somente a concentração de turbidez excedendo os limites legais, com 1,13 NTU. Após a filtração lenta domiciliar, todos os padrões físico-químicos estavam conforme a legislação e as recomendações da OMS, entretanto as análises de turbidez, cor e sílica permitiram evidenciar o fenômeno de lixiviação do meio filtrante e a interferência do meio externo durante o tratamento. O FLD atingiu uma remoção média de 1,15 ± 0,33 log de Escherichia coli. A desinfecção por radiação UV foi capaz inativar completamente a E. coli em 87,50% das amostras, com os 12,5% remanescentes apresentando concentração igual ou inferior a 4 UFC/100 mL. As análises de recrescimento não evidenciaram a ocorrência de fotorreativação ou recuperação no escuro, entretanto eventos climáticos atípicos expuseram mais uma vez a capacidade de interferência do meio externo quanto à contaminação por microrganismos de caráter patogênico e aos parâmetros de cor e turbidez. |
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Sistema de captação e tratamento de águas pluviais para fins de consumo humano em comunidades rurais: filtração lenta em escala domiciliar e desinfecção por radiação ultravioletaRainwater harvesting and treatment system for consumption purposes in rural communities: household slow sand filter combined with UV radiation disinfectiondesinfecção físicafiltro lento domiciliarhousehold slow sand filterphysical disinfectionprecipitaçãoprecipitationrural zonestratamento de águawater treatmentzonas ruraisDiante da escassez e da heterogênea distribuição de recursos hídricos, a busca por fontes alternativas de água torna-se uma necessidade, dentre estas fontes destaca-se a água de chuva, apesar do potencial risco de contaminação química e microbiológica por poluentes lançados na atmosfera ou contaminantes presentes em superfícies de sistemas de coleta. O objetivo do presente estudo foi operar um sistema composto por filtração lenta em escala domiciliar (FLD) em fluxo intermitente associado à desinfecção por radiação ultravioleta (UV) com a finalidade tratar água de chuva com presença de Escherichia coli em concentração próxima a 106 UFC/100 mL e explorar o seu potencial para consumo humano em comunidades rurais e isoladas a partir do tratamento descentralizado. A operação durou 100 dias para análise de desempenho do sistema e mais 15 dias para análises de recrescimento, testes de radiometria, ensaios de sólidos e microscopia. A água de chuva era transportada por gravidade até um reservatório intermediário onde ocorria a inoculação de cepa de Escherichia coli, após isso o FLD era alimentado pela água desse reservatório, de forma automatizada, a cada 8 horas, com um volume de 16 litros, totalizando a produção diária de 48 litros. Após a filtração, a água filtrada era conduzida por bombeamento até o reator UV comercial que realizava a desinfecção e por fim, a água tratada era armazenada em um reservatório superior de 150 litros. A qualidade da água foi avaliada em comparação aos padrões legais estabelecidos pela Portaria GM/MS 888 (2021) e as recomendações da OMS (WHO, 2018). A água da chuva apresentava qualidade físico-química desde a caracterização com somente a concentração de turbidez excedendo os limites legais, com 1,13 NTU. Após a filtração lenta domiciliar, todos os padrões físico-químicos estavam conforme a legislação e as recomendações da OMS, entretanto as análises de turbidez, cor e sílica permitiram evidenciar o fenômeno de lixiviação do meio filtrante e a interferência do meio externo durante o tratamento. O FLD atingiu uma remoção média de 1,15 ± 0,33 log de Escherichia coli. A desinfecção por radiação UV foi capaz inativar completamente a E. coli em 87,50% das amostras, com os 12,5% remanescentes apresentando concentração igual ou inferior a 4 UFC/100 mL. As análises de recrescimento não evidenciaram a ocorrência de fotorreativação ou recuperação no escuro, entretanto eventos climáticos atípicos expuseram mais uma vez a capacidade de interferência do meio externo quanto à contaminação por microrganismos de caráter patogênico e aos parâmetros de cor e turbidez.Facing scarcity and heterogenous distribution of water resources, the search for alternative sources of drinking water becomes needful, among these sources, rainwater stands out, despite the potential risk of chemical and microbiological contamination by pollutants released into the atmosphere or contaminants present on surfaces of harvesting systems. The main purpose of this study was to operate a system which consisted on household slow sand filtration (FLD) combined with ultraviolet (UV) radiation disinfection, in order to treat harvested rainwater with Escherichia coli concentration close to 106 UFC/100 mL and explore its potential for human consumption in rural and isolated communities from decentralized treatment. The operation lasted 100 days for system performance analysis and another 15 days for regrowth, radiometry, solid and microscopy analysis. Rainwater was transported by gravity to an intermediate reservoir where the inoculation of Escherichia coli strains took place, after which the FLD was automatically fed by water from this reservoir every 8 hours, with a volume of 16 liters for a daily production of 48 liters. After filtration stage, the water was pumped to the commercial UV reactor that carried out the disinfection process and finally the treated water was stored in a 150 liters upper reservoir. Water quality was evaluated in comparison to legal standards established by Ordinance GM/MS 888 (2021) and guidelines of World Health Organization (WHO,2018). The harvested rainwater already had good physical-chemical quality since characterization stage, with only turbidity concentration exceeding the legal limit with a value of 1,13 NTU. After FLD, all physical-chemical parameters were in accordance to the national legal standards and WHO recommendations, however the analysis of turbidity, color and silica showed the phenomenon of leaching of the filter media and the interference of the external environment during the treatment. FLD achieved an average removal of 1,15 ± 0.33 logs of Escherichia coli. Disinfection by UV radiation was able to completely inactivate E. coli in 87,50% of the samples, with the remaining 12,50% presenting a concentration equal to or less than 4 UFC/100 mL. The regrowth analysis did not show the occurrence of photoreactivation or dark recover phenomena, however atypical climatic events once again exposed the external environment\'s ability to interfere with contamination by pathogenic microorganisms and the parameters of color and turbidity.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPaz, Lyda Patricia SabogalMelo Neto, Murilo Guilherme de2022-07-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-22112022-122836/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-11-25T18:42:03Zoai:teses.usp.br:tde-22112022-122836Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-11-25T18:42:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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