Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luana Agostini
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.42.2018.tde-06122021-110509
Resumo: O lixo marinho, composto em sua maioria por plásticos, é um problema global e crescente devido ao descarte inadequado no ambiente. Desde os primeiros estudos sobre o tema, nota-se a colonização destes resíduos por microrganismos, e pesquisas mais recentes, confirmaram que um dos destinos finais deste material é o fundo oceânico. No entanto, pouco se sabe se essa associação ocorre como simples adesão dos microrganismos ao substrato, ou se eles utilizam o plástico como fonte de carbono. O presente estudo pretende contribuir para o conhecimento das comunidades de microrganismos de mar profundo associadas a plásticos que podem futuramente auxiliar em processos de biodegradação. Para análise da diversidade e estrutura das comunidades de Bacteria e Archaea no Oceano Atlântico Sudoeste, foram selecionados três pontos de coleta nas regiões oceânicas (>3000 m) do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, e quatro tipos de substratos de polímeros plásticos (pellets de polietileno e polipropileno e sacolas não-biodegradável e biodegradável) e um substrato controle (cascalho). Os métodos utilizados foram o sequenciamento de nova geração (Illumina Miseq) do gene RNAr 16S, a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e técnicas tradicionais de cultivo. Os resultados de MEV mostraram que nos pellets de polipropileno, foram observadas células dispostas individualmente, enquanto que em sacola plástica não-biodegradável, foram observadas células em patches. Os 22 isolados foram identificados por meio de sequenciamento do gene RNAr 16S e classificados em: Sulfitobacter, Rhodococcus, Marinobacter, Zunongwangia, Halomonas, Bacillus, Salinicola, Kocuria, Halobacillus, Pseudoalteromonas. Através do sequenciamento por Illumina Miseq foram obtidas 3300 OTUs de Bacteria e Archaea, distribuídas nos 5 substratos e nas amostras de água adjacente, onde pode-se perceber que os grupos classificados estão diretamente relacionados à degradação de hidrocarbonetos sendo influenciados pelo tipo substrato plástico e não sendo influenciados pela localização geográfica. Os grupos mais abundantes pertencem às classes Gammaproteobacteria, Alphaproteobacteria, Bacteroidetes (Bacteria) e Nitrosopumilaceae (Archaea). Dessa maneira, o presente estudo é pioneiro na investigação da plastisfera de mar profundo e visa contribuir para o conhecimento deste novo microhabitat.
id USP_a4e02b329ccdc20c37da6b8dbc808406
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-06122021-110509
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo. Prokaryotic community associated with plastic polymers in the deep-sea. 2018-08-09Vivian Helena PellizariWelington Luiz de AraujoAdalberto Pessoa JuniorFlavia Talarico SaiaLuana AgostiniUniversidade de São PauloCiências Biológicas (Microbiologia)USPBR Deep sea Degradação de plástico Lixo marinho Mar profundo Marine litter Microorganisms Microrganismos Plastic degradation Plastisfera Plastisphere O lixo marinho, composto em sua maioria por plásticos, é um problema global e crescente devido ao descarte inadequado no ambiente. Desde os primeiros estudos sobre o tema, nota-se a colonização destes resíduos por microrganismos, e pesquisas mais recentes, confirmaram que um dos destinos finais deste material é o fundo oceânico. No entanto, pouco se sabe se essa associação ocorre como simples adesão dos microrganismos ao substrato, ou se eles utilizam o plástico como fonte de carbono. O presente estudo pretende contribuir para o conhecimento das comunidades de microrganismos de mar profundo associadas a plásticos que podem futuramente auxiliar em processos de biodegradação. Para análise da diversidade e estrutura das comunidades de Bacteria e Archaea no Oceano Atlântico Sudoeste, foram selecionados três pontos de coleta nas regiões oceânicas (>3000 m) do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, e quatro tipos de substratos de polímeros plásticos (pellets de polietileno e polipropileno e sacolas não-biodegradável e biodegradável) e um substrato controle (cascalho). Os métodos utilizados foram o sequenciamento de nova geração (Illumina Miseq) do gene RNAr 16S, a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e técnicas tradicionais de cultivo. Os resultados de MEV mostraram que nos pellets de polipropileno, foram observadas células dispostas individualmente, enquanto que em sacola plástica não-biodegradável, foram observadas células em patches. Os 22 isolados foram identificados por meio de sequenciamento do gene RNAr 16S e classificados em: Sulfitobacter, Rhodococcus, Marinobacter, Zunongwangia, Halomonas, Bacillus, Salinicola, Kocuria, Halobacillus, Pseudoalteromonas. Através do sequenciamento por Illumina Miseq foram obtidas 3300 OTUs de Bacteria e Archaea, distribuídas nos 5 substratos e nas amostras de água adjacente, onde pode-se perceber que os grupos classificados estão diretamente relacionados à degradação de hidrocarbonetos sendo influenciados pelo tipo substrato plástico e não sendo influenciados pela localização geográfica. Os grupos mais abundantes pertencem às classes Gammaproteobacteria, Alphaproteobacteria, Bacteroidetes (Bacteria) e Nitrosopumilaceae (Archaea). Dessa maneira, o presente estudo é pioneiro na investigação da plastisfera de mar profundo e visa contribuir para o conhecimento deste novo microhabitat. Marine litter, mostly composed of plastics, is a global and growing problem due to inadequate disposal in the environment. From the earliest studies on the subject, we note the colonization of these residues by microorganisms, and more recent research has confirmed that one of the final destinations of this material is the ocean floor. However, little is known if this association occurs as simple adhesion of the microorganisms to the substrate, or if they use the plastic as carbon source. The present study aims to contribute to the knowledge of the communities of deep-sea microorganisms associated with plastics that may in the future assist in biodegradation processes in the future. In order to analyze the diversity and structure of the bacterial and archaeal communities in the Southwestern Atlantic Ocean, three sampling points were selected in the oceanic regions (> 3000 m) off Espírito Santo, Rio de Janeiro and São Paulo, as well as four types of plastic polymer substrates (polyethylene and polypropylene pellets and non-biodegradable and biodegradable bags) and a control (gravel) substrate. The methods used were the next generation sequencing (Illumina Miseq) of the 16S rRNA gene, Scanning Electron Microscopy (SEM) and traditional culture techniques. SEM results showed that individually disposed cells were observed in polypropylene pellets, whereas cells were observed in patches in non-biodegradable plastic bags. The 22 isolates were identified by sequencing the 16S rRNA gene and classified in: Sulfitobacter, Rhodococcus, Marinobacter, Zunongwangia, Halomonas, Bacillus, Salinicola, Kocuria, Halobacillus, Pseudoalteromonas. In total 3300 OTUs of Bacteria and Archaea were obtained by Illumina sequencing, distributed into five substrates and adjacent water samples. Some groups are directly related to the hydrocarbon degradation, and the microbial community was influenced by the plastic substrate type, and not by geographical location. The most abundant groups belong to the classes Gammaproteobacteria, Alphaproteobacteria, Bacteroidetes (Bacteria) and Nitrosopumilaceae (Archaea). Thus, the present study is pioneer in investigating the deep-sea marine plastisphere, and aims to contribute to the increasing knowledge of this new microhabitat. https://doi.org/10.11606/D.42.2018.tde-06122021-110509info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:21:42Zoai:teses.usp.br:tde-06122021-110509Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:15:18.894752Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Prokaryotic community associated with plastic polymers in the deep-sea.
title Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
spellingShingle Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
Luana Agostini
title_short Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
title_full Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
title_fullStr Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
title_full_unstemmed Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
title_sort Comunidades procarióticas associadas a polímeros plásticos em mar profundo.
author Luana Agostini
author_facet Luana Agostini
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Vivian Helena Pellizari
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Welington Luiz de Araujo
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Adalberto Pessoa Junior
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Flavia Talarico Saia
dc.contributor.author.fl_str_mv Luana Agostini
contributor_str_mv Vivian Helena Pellizari
Welington Luiz de Araujo
Adalberto Pessoa Junior
Flavia Talarico Saia
description O lixo marinho, composto em sua maioria por plásticos, é um problema global e crescente devido ao descarte inadequado no ambiente. Desde os primeiros estudos sobre o tema, nota-se a colonização destes resíduos por microrganismos, e pesquisas mais recentes, confirmaram que um dos destinos finais deste material é o fundo oceânico. No entanto, pouco se sabe se essa associação ocorre como simples adesão dos microrganismos ao substrato, ou se eles utilizam o plástico como fonte de carbono. O presente estudo pretende contribuir para o conhecimento das comunidades de microrganismos de mar profundo associadas a plásticos que podem futuramente auxiliar em processos de biodegradação. Para análise da diversidade e estrutura das comunidades de Bacteria e Archaea no Oceano Atlântico Sudoeste, foram selecionados três pontos de coleta nas regiões oceânicas (>3000 m) do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, e quatro tipos de substratos de polímeros plásticos (pellets de polietileno e polipropileno e sacolas não-biodegradável e biodegradável) e um substrato controle (cascalho). Os métodos utilizados foram o sequenciamento de nova geração (Illumina Miseq) do gene RNAr 16S, a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e técnicas tradicionais de cultivo. Os resultados de MEV mostraram que nos pellets de polipropileno, foram observadas células dispostas individualmente, enquanto que em sacola plástica não-biodegradável, foram observadas células em patches. Os 22 isolados foram identificados por meio de sequenciamento do gene RNAr 16S e classificados em: Sulfitobacter, Rhodococcus, Marinobacter, Zunongwangia, Halomonas, Bacillus, Salinicola, Kocuria, Halobacillus, Pseudoalteromonas. Através do sequenciamento por Illumina Miseq foram obtidas 3300 OTUs de Bacteria e Archaea, distribuídas nos 5 substratos e nas amostras de água adjacente, onde pode-se perceber que os grupos classificados estão diretamente relacionados à degradação de hidrocarbonetos sendo influenciados pelo tipo substrato plástico e não sendo influenciados pela localização geográfica. Os grupos mais abundantes pertencem às classes Gammaproteobacteria, Alphaproteobacteria, Bacteroidetes (Bacteria) e Nitrosopumilaceae (Archaea). Dessa maneira, o presente estudo é pioneiro na investigação da plastisfera de mar profundo e visa contribuir para o conhecimento deste novo microhabitat.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-08-09
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/D.42.2018.tde-06122021-110509
url https://doi.org/10.11606/D.42.2018.tde-06122021-110509
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Ciências Biológicas (Microbiologia)
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1794502530662662144