Marcadores de estresse oxidativo no soro e fluido folicular de mulheres com infertilidade relacionada à endometriose como preditores de sucesso gestacional após ICSI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Felipe Oliveira de
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-08082024-164116/
Resumo: INTRODUÇÃO. Os mecanismos etiopatogênicos responsáveis pela redução da fertilidade natural em portadoras de endometriose permanecem pouco elucidados, com alguns achados sugerindo a participação do estresse oxidativo (EO). Todavia, não dispomos de estudos avaliando conjuntamente diferentes marcadores de EO no soro e fluido folicular (FF) de mulheres inférteis com endometriose, importantes para o entendimento global deste complexo processo. Por outro lado, não dispomos de estudos analisando o potencial papel preditor de marcadores de EO no soro e fluido folicular (FF) na ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após estimulação ovariana controlada (EOC) para injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) em mulheres inférteis com e sem endometriose. OBJETIVOS. Comparar oito marcadores de estresse oxidativo, no soro do dia da captação oocitária e no FF de mulheres inférteis com e sem endometriose submetidas a EOC para ICSI e avaliar sua acurácia para predizer a ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI. PACIENTES E MÉTODOS. Foi realizado um estudo transversal de outubro de 2009 a outubro de 2010. As 151 pacientes elegíveis foram entrevistadas e 132 assinaram o consentimento informado (sendo 65 do grupo controle, constituído por infertilidade por fator tubário e/ou masculino e 67 do grupo endometriose, com infertilidade relacionada exclusivamente à doença). Trinta e três das 132 pacientes não foram submetidas à captação de oócitos. Das 99 que captaram oócitos, foram obtidas amostras de sangue de 50 pacientes sem endometriose e 49 com endometriose e FF de 32 pacientes sem endometriose e 35 com endometriose. Oitenta e sete amostras de soro (43 com E e 44 sem E) e 61 amostras de FF (FF 29 com E e 32 sem E) tiveram dados analisados. No dia da captação oocitária foi coletado sangue periférico e FF para análise das concentrações de total de hidroperóxidos (FOX1), malondialdeído (MDA), produtos avançados de oxidação protéica (AOPP), 8-Hidroxi 2 deoxiguanosina (8OHdG), vitamina E (Vit E), glutationa (GSH), superóxido dismutase (SOD) e Capacidade Antioxidante Total (CAT). O nível total de proteínas foi determinado utilizando-se Kits Labtest. Os resultados obtidos foram comparados inter e intra-grupos. Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). Para a avaliação do poder discriminatório de cada marcador de EO para a ocorrência de gestação clínica (GC) e nascidos vivos (NV) após ICSI foram construídas curvas ROC. Para os marcadores considerados adequados preditores (área sob a curva &ge;: 70%) foram determinados os valores de corte com melhor sensibilidade, especificidade e acurácia para discriminar GC e NV nos dois grupos estudados. RESULTADOS. O grupo com endometriose apresentou maiores níveis séricos de GSH (p=0,03) e SOD (p=0,02), menores níveis séricos da CAT (p<0,01) e maiores níveis foliculares de 8OHdG (p<0,01) e Vit E (p=0,03) comparado ao sem endometriose. No grupo com endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), AOPP (p=0,03), Vit E (p<0,01) e SOD (p<0,01) e menores níveis de 8OHdG, GSH e CAT (p<0,01) comparado ao FF. No grupo sem endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), Vit E (p<0,01) e SOD (p=0,02) e menores níveis de GSH (p<0,01) comparado ao FF. No grupo com endometriose, nenhum marcador de EO foi identificado como bom preditor sérico de ocorrência de CG e NV. No FF deste grupo, a 8OHdG foi o único marcador que se apresentou como adequado preditor de ocorrência de GC (valor de corte (VC): 28,02 ng/ml, sensibilidade (S): 87,5%, especificidade (E): 100% e acurácia (A): 89%). No grupo sem endometriose, a 8OHdG apresentou-se como o melhor preditor sérico de GC (valor de corte: 15,59 ng/ml, sensibilidade (S): 78,57%, especificidade (E): 54,55% e acurácia (A): 72%) e de NV (valor de corte: 18,11 ng/ml, S: 81,82%, E: 67,86% e A: 72%). Neste grupo, a GSH foi o único marcador folicular considerado adequado preditor de ocorrência de GC (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 73,91%, E: 85,71% e A: 77%) e de NV (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 85,71%, E: 73,91% e A: 77%). CONCLUSÕES. Os resultados do presente estudo indicam a ocorrência de estresse oxidativo sistêmico e folicular em pacientes inférteis com endometriose submetidas à EOC para ICSI. Alguns dos marcadores estudados mostram-se bons preditores de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI, abrindo perspectivas de utilização dos mesmos na determinação do prognóstico gestacional após-lCSI.
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Por outro lado, não dispomos de estudos analisando o potencial papel preditor de marcadores de EO no soro e fluido folicular (FF) na ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após estimulação ovariana controlada (EOC) para injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) em mulheres inférteis com e sem endometriose. OBJETIVOS. Comparar oito marcadores de estresse oxidativo, no soro do dia da captação oocitária e no FF de mulheres inférteis com e sem endometriose submetidas a EOC para ICSI e avaliar sua acurácia para predizer a ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI. PACIENTES E MÉTODOS. Foi realizado um estudo transversal de outubro de 2009 a outubro de 2010. As 151 pacientes elegíveis foram entrevistadas e 132 assinaram o consentimento informado (sendo 65 do grupo controle, constituído por infertilidade por fator tubário e/ou masculino e 67 do grupo endometriose, com infertilidade relacionada exclusivamente à doença). Trinta e três das 132 pacientes não foram submetidas à captação de oócitos. Das 99 que captaram oócitos, foram obtidas amostras de sangue de 50 pacientes sem endometriose e 49 com endometriose e FF de 32 pacientes sem endometriose e 35 com endometriose. Oitenta e sete amostras de soro (43 com E e 44 sem E) e 61 amostras de FF (FF 29 com E e 32 sem E) tiveram dados analisados. No dia da captação oocitária foi coletado sangue periférico e FF para análise das concentrações de total de hidroperóxidos (FOX1), malondialdeído (MDA), produtos avançados de oxidação protéica (AOPP), 8-Hidroxi 2 deoxiguanosina (8OHdG), vitamina E (Vit E), glutationa (GSH), superóxido dismutase (SOD) e Capacidade Antioxidante Total (CAT). O nível total de proteínas foi determinado utilizando-se Kits Labtest. Os resultados obtidos foram comparados inter e intra-grupos. Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). Para a avaliação do poder discriminatório de cada marcador de EO para a ocorrência de gestação clínica (GC) e nascidos vivos (NV) após ICSI foram construídas curvas ROC. Para os marcadores considerados adequados preditores (área sob a curva &ge;: 70%) foram determinados os valores de corte com melhor sensibilidade, especificidade e acurácia para discriminar GC e NV nos dois grupos estudados. RESULTADOS. O grupo com endometriose apresentou maiores níveis séricos de GSH (p=0,03) e SOD (p=0,02), menores níveis séricos da CAT (p<0,01) e maiores níveis foliculares de 8OHdG (p<0,01) e Vit E (p=0,03) comparado ao sem endometriose. No grupo com endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), AOPP (p=0,03), Vit E (p<0,01) e SOD (p<0,01) e menores níveis de 8OHdG, GSH e CAT (p<0,01) comparado ao FF. No grupo sem endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), Vit E (p<0,01) e SOD (p=0,02) e menores níveis de GSH (p<0,01) comparado ao FF. No grupo com endometriose, nenhum marcador de EO foi identificado como bom preditor sérico de ocorrência de CG e NV. No FF deste grupo, a 8OHdG foi o único marcador que se apresentou como adequado preditor de ocorrência de GC (valor de corte (VC): 28,02 ng/ml, sensibilidade (S): 87,5%, especificidade (E): 100% e acurácia (A): 89%). No grupo sem endometriose, a 8OHdG apresentou-se como o melhor preditor sérico de GC (valor de corte: 15,59 ng/ml, sensibilidade (S): 78,57%, especificidade (E): 54,55% e acurácia (A): 72%) e de NV (valor de corte: 18,11 ng/ml, S: 81,82%, E: 67,86% e A: 72%). Neste grupo, a GSH foi o único marcador folicular considerado adequado preditor de ocorrência de GC (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 73,91%, E: 85,71% e A: 77%) e de NV (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 85,71%, E: 73,91% e A: 77%). CONCLUSÕES. Os resultados do presente estudo indicam a ocorrência de estresse oxidativo sistêmico e folicular em pacientes inférteis com endometriose submetidas à EOC para ICSI. Alguns dos marcadores estudados mostram-se bons preditores de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI, abrindo perspectivas de utilização dos mesmos na determinação do prognóstico gestacional após-lCSI.INTRODUCTION. The pathogenic mechanisms responsible for the reduction of fertility in women with endometriosis (E) remain poorly understood. Some evidence suggests the involvement of oxidative stress (OS) in the genesis of infertility-related disease. However, we have no studies evaluating different markers of oxidative stress in both serum and follicular fluid (FF) of infertile women with endometriosis, which is important to the overall understanding of this complex process. On the other hand, we have no studies examining the potential predictive role of OS markers in serum and FF in the occurrence of clinical pregnancy (CP) and live born (LB) after controlled ovarian stimulation (COS) for intracytoplasmic sperm injection (ICSI) in infertile women with and without endometriosis. OBJECTIVES. To compare eight markers of oxidative stress in serum on the day of oocyte retrieval and in FF of infertile women with and without endometriosis undergoing COS and ICSI to assess their accuracy in predicting the occurrence of CP and LB after ICSI. PATIENTS AND METHODS. We performed a Cross-Sectional study from October 2009 to October 2010. The 151 eligible patients were interviewed and 132 signed informed consent (with 65 in the control group, consisting of infertility due to tubal and / or male factor and 67 of the endometriosis group with infertility related exclusively to the disease). Thirty-three of the 132 patients did not undergo oocyte retrieval. Of the 99 patients which have had captured oocytes, we obtained blood samples from 50 women without endometriosis and 49 with endometriosis and FF samples from 32 patients without endometriosis and 35 with endometriosis. Eighty-seven serum samples (43 with and 44 without E) and 61 FF samples (29 with and 32 without E) were analyzed. On the day of oocyte retrieval, peripheral blood and FF samples were collected for analysis of total hydroperoxides (FOX1), malondialdehyde (MDA), advanced oxidation protein products (AOPP), 8 -hydroxy 2 deoxyguanosine (8OHdG), vitamin E (Vit E), glutathione (GSH), superoxide dismutase (SOD) and total antioxidant capacity (TAC) concentrations. The total protein level was determined using Labtest kits. The results obtained within and between groups were-compared. ln all analyzes we considered the level of significance of 5 % (p < 0.05). For assessing the discriminatory power of each OS marker for the occurrence of CP and LB after ICSI, ROC curves were constructed. For markers considered adequate predictors (area under the curve &ge; 70 %), we determined cutoff values with better sensitivity, specificity and accuracy for discriminating CP and LB in both groups. RESUL TS. The patients with endometriosis had higher serum levels of GSH (p = 0.03) and SOD (p = 0.02), lower serum levels of TAC (p < 0.01) and higher follicular 8OHdG levels (p < 0,01) and Vit E levels (p = 0.03) compared to those without endometriosis. ln the endometriosis group, the serum presented higher levels of FOX1 (p < 0.01 ), AOPP (p = 0.03), Vit E (p <0.01) and SOD (P <0.01) and lower levels of 8OHdG, TAC and GSH (p < 0.01) compared to FF. ln the group without endometriosis, the serum had higher levels of FOX1 (p < 0.01 ), Vit E (p <0.01) and SOD (p = 0.02) and lower levels of GSH (p < 0.01) compared to FF. ln the endometriosis group, no OS marker was identified as good serum predictor of CP and LB. ln the FF of this group, 8OHdG was the only marker that was presented as an appropriate predictor of CP (cutoff value (CV) : 28.02 ng / ml, sensitivity (S): 87.5 %, specificity (Sp): 100 % and accuracy (A): 89%). ln the group without endometriosis, 8OHdG was presented as the best serum predictor of CP (cutoff : 15.59 ng / ml, sensitivity (S): 78.57 % , specificity (Sp): 54.55 % and accuracy (A): 72 %) and LB (cutoff value: 18.11 ng / ml, S: 81.82% , Sp: 67.86 % and A: 72%). ln this group, GSH was the only marker considered adequate follicular predictor of CP (VC : 277.25 nmol / g protein , S 73.91 % , E: 85.71 % and A : 77 % ) and LB (VC : 277.25 nmol / g protein , S : 85.71 % , Sp: 73.91 % and A: 77%). CONCLUSIONS. The results indicate the occurrence of systemic and follicular oxidative stress in infertile patients with endometriosis undergoing COS for ICSI. Some of the studied markers showed to be good predictors of clinical pregnancy and live birth after ICSI, opening prospects for their use in determining gestational prognosis after ICSI.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNavarro, Paula Andrea de Albuquerque SallesAlbuquerque, Felipe Oliveira de2014-02-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-08082024-164116/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-08T20:14:02Zoai:teses.usp.br:tde-08082024-164116Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-08T20:14:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description INTRODUÇÃO. Os mecanismos etiopatogênicos responsáveis pela redução da fertilidade natural em portadoras de endometriose permanecem pouco elucidados, com alguns achados sugerindo a participação do estresse oxidativo (EO). Todavia, não dispomos de estudos avaliando conjuntamente diferentes marcadores de EO no soro e fluido folicular (FF) de mulheres inférteis com endometriose, importantes para o entendimento global deste complexo processo. Por outro lado, não dispomos de estudos analisando o potencial papel preditor de marcadores de EO no soro e fluido folicular (FF) na ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após estimulação ovariana controlada (EOC) para injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) em mulheres inférteis com e sem endometriose. OBJETIVOS. Comparar oito marcadores de estresse oxidativo, no soro do dia da captação oocitária e no FF de mulheres inférteis com e sem endometriose submetidas a EOC para ICSI e avaliar sua acurácia para predizer a ocorrência de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI. PACIENTES E MÉTODOS. Foi realizado um estudo transversal de outubro de 2009 a outubro de 2010. As 151 pacientes elegíveis foram entrevistadas e 132 assinaram o consentimento informado (sendo 65 do grupo controle, constituído por infertilidade por fator tubário e/ou masculino e 67 do grupo endometriose, com infertilidade relacionada exclusivamente à doença). Trinta e três das 132 pacientes não foram submetidas à captação de oócitos. Das 99 que captaram oócitos, foram obtidas amostras de sangue de 50 pacientes sem endometriose e 49 com endometriose e FF de 32 pacientes sem endometriose e 35 com endometriose. Oitenta e sete amostras de soro (43 com E e 44 sem E) e 61 amostras de FF (FF 29 com E e 32 sem E) tiveram dados analisados. No dia da captação oocitária foi coletado sangue periférico e FF para análise das concentrações de total de hidroperóxidos (FOX1), malondialdeído (MDA), produtos avançados de oxidação protéica (AOPP), 8-Hidroxi 2 deoxiguanosina (8OHdG), vitamina E (Vit E), glutationa (GSH), superóxido dismutase (SOD) e Capacidade Antioxidante Total (CAT). O nível total de proteínas foi determinado utilizando-se Kits Labtest. Os resultados obtidos foram comparados inter e intra-grupos. Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). Para a avaliação do poder discriminatório de cada marcador de EO para a ocorrência de gestação clínica (GC) e nascidos vivos (NV) após ICSI foram construídas curvas ROC. Para os marcadores considerados adequados preditores (área sob a curva &ge;: 70%) foram determinados os valores de corte com melhor sensibilidade, especificidade e acurácia para discriminar GC e NV nos dois grupos estudados. RESULTADOS. O grupo com endometriose apresentou maiores níveis séricos de GSH (p=0,03) e SOD (p=0,02), menores níveis séricos da CAT (p<0,01) e maiores níveis foliculares de 8OHdG (p<0,01) e Vit E (p=0,03) comparado ao sem endometriose. No grupo com endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), AOPP (p=0,03), Vit E (p<0,01) e SOD (p<0,01) e menores níveis de 8OHdG, GSH e CAT (p<0,01) comparado ao FF. No grupo sem endometriose, o soro apresentou maiores níveis de FOX1 (p<0,01), Vit E (p<0,01) e SOD (p=0,02) e menores níveis de GSH (p<0,01) comparado ao FF. No grupo com endometriose, nenhum marcador de EO foi identificado como bom preditor sérico de ocorrência de CG e NV. No FF deste grupo, a 8OHdG foi o único marcador que se apresentou como adequado preditor de ocorrência de GC (valor de corte (VC): 28,02 ng/ml, sensibilidade (S): 87,5%, especificidade (E): 100% e acurácia (A): 89%). No grupo sem endometriose, a 8OHdG apresentou-se como o melhor preditor sérico de GC (valor de corte: 15,59 ng/ml, sensibilidade (S): 78,57%, especificidade (E): 54,55% e acurácia (A): 72%) e de NV (valor de corte: 18,11 ng/ml, S: 81,82%, E: 67,86% e A: 72%). Neste grupo, a GSH foi o único marcador folicular considerado adequado preditor de ocorrência de GC (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 73,91%, E: 85,71% e A: 77%) e de NV (VC: 277,25 nmol/g proteína, S: 85,71%, E: 73,91% e A: 77%). CONCLUSÕES. Os resultados do presente estudo indicam a ocorrência de estresse oxidativo sistêmico e folicular em pacientes inférteis com endometriose submetidas à EOC para ICSI. Alguns dos marcadores estudados mostram-se bons preditores de gestação clínica e nascidos vivos após ICSI, abrindo perspectivas de utilização dos mesmos na determinação do prognóstico gestacional após-lCSI.
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