Alterações na tessitura da voz cantada em mulheres no climatério

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laureano, Janaína Mendes
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-08092009-072426/
Resumo: As flutuações nos níveis dos hormônios sexuais, ao longo da vida do ser humano, trazem modificações anátomo-fisiológicas. Esses hormônios exercem papéis determinantes no desenvolvimento anatômico da laringe e na fisiologia vocal diferindo significativamente entre os sexos o que torna a voz uma característica sexual secundária. Estudos já documentaram a presença e, mais especificamente a localização dos receptores dos hormônios sexuais na laringe e pregas vocais, evidenciando que estes órgãos podem ser responsivos aos hormônios sexuais e sofrerem as conseqüências das flutuações hormonais. Existem algumas divergências quanto ao efeito hormonal sobre a qualidade vocal. Alguns estudos afirmam que ocorrem mudanças na voz relacionadas à menopausa, enquanto outros divergem desses resultados. Tal fato nos leva a questionar se as metodologias utilizadas foram realmente as mais adequadas, uma vez que existem evidências clínicas destas mudanças. São freqüentes as queixas entre as mulheres de alterações vocais após a menopausa, particularmente entre as mulheres cantoras, que enfatizam perdas dos tons agudos. O objetivo deste trabalho foi verificar se há influência dos hormônios sexuais sobre a qualidade vocal da voz cantada de mulheres menopausadas cantoras de coral, através da avaliação da tessitura e do tempo máximo de fonação (TMF). A tessitura corresponde ao número de notas da mais grave até a mais aguda que o indivíduo consegue produzir com qualidade vocal. O tempo máximo de fonação (TMF) avalia a habilidade do paciente em forças aerodinâmicas da corrente pulmonar e as forças mioelásticas da laringe. As voluntárias foram divididas em dois grupos. Grupo jovem (n=8) mulheres com idade entre 20 e 40 anos, que apresentavam ciclos menstruais regulares que não estivessem grávidas ou amamentando durante o estudo. Grupo menopausada (n=22) mulheres com idade de 45 a 60 anos, menopausadas há no mínimo 2 anos que não faziam uso de terapia hormonal (TH). Para mensuração do TMF, foi dada a instrução de inspirar e produzir isoladamente as vogais /a/, /i/ e /u/ e as consoantes fricativas /s/ e /z/ em altura e tons habituais de fala. Para avaliar a tessitura foi escolhida uma música conhecida do folclore brasileiro que exigia as variações de freqüência da mais grave a mais aguda. Os valores de cada nota musical e sua freqüência correspondente em hertz (Hz) foram escritos manualmente. Foram comparados para o grupo jovem e menopausada os valores máximos (F2) e os valores mínimos (F1) e a diferença entre o valor máximo e mínimo (F2-F1) entre os grupos medidos em freqüência (Hz) e em semitons (St), e foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Não foi encontrada diferença significativa entre o grupo jovem e menopausada quando foram comparados o tempo máximo de fonação das vogais /a/, /i/, /u/ e as consoantes /s/ e /z/. Os resultados do presente estudo demonstraram haver diferença significativa na tessitura da voz cantada entre mulheres cantoras de coral jovens e pós-menopausa. Estes resultados sugerem que as alterações na tessitura da voz cantada podem ser decorrentes de modificações fonatórias da articulação, respiração e fonação realizadas durante o canto, influenciadas pelos hormônios sexuais. E não serem atribuídas às alterações nas pregas vocais como edemas, espessamentos e a hiperemia, as quais não foram encontradas ao exame videolaringoscópico e tampouco no TMF quando comparados os grupos jovem e menopausada.
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Alguns estudos afirmam que ocorrem mudanças na voz relacionadas à menopausa, enquanto outros divergem desses resultados. Tal fato nos leva a questionar se as metodologias utilizadas foram realmente as mais adequadas, uma vez que existem evidências clínicas destas mudanças. São freqüentes as queixas entre as mulheres de alterações vocais após a menopausa, particularmente entre as mulheres cantoras, que enfatizam perdas dos tons agudos. O objetivo deste trabalho foi verificar se há influência dos hormônios sexuais sobre a qualidade vocal da voz cantada de mulheres menopausadas cantoras de coral, através da avaliação da tessitura e do tempo máximo de fonação (TMF). A tessitura corresponde ao número de notas da mais grave até a mais aguda que o indivíduo consegue produzir com qualidade vocal. O tempo máximo de fonação (TMF) avalia a habilidade do paciente em forças aerodinâmicas da corrente pulmonar e as forças mioelásticas da laringe. As voluntárias foram divididas em dois grupos. Grupo jovem (n=8) mulheres com idade entre 20 e 40 anos, que apresentavam ciclos menstruais regulares que não estivessem grávidas ou amamentando durante o estudo. Grupo menopausada (n=22) mulheres com idade de 45 a 60 anos, menopausadas há no mínimo 2 anos que não faziam uso de terapia hormonal (TH). Para mensuração do TMF, foi dada a instrução de inspirar e produzir isoladamente as vogais /a/, /i/ e /u/ e as consoantes fricativas /s/ e /z/ em altura e tons habituais de fala. Para avaliar a tessitura foi escolhida uma música conhecida do folclore brasileiro que exigia as variações de freqüência da mais grave a mais aguda. Os valores de cada nota musical e sua freqüência correspondente em hertz (Hz) foram escritos manualmente. Foram comparados para o grupo jovem e menopausada os valores máximos (F2) e os valores mínimos (F1) e a diferença entre o valor máximo e mínimo (F2-F1) entre os grupos medidos em freqüência (Hz) e em semitons (St), e foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Não foi encontrada diferença significativa entre o grupo jovem e menopausada quando foram comparados o tempo máximo de fonação das vogais /a/, /i/, /u/ e as consoantes /s/ e /z/. Os resultados do presente estudo demonstraram haver diferença significativa na tessitura da voz cantada entre mulheres cantoras de coral jovens e pós-menopausa. Estes resultados sugerem que as alterações na tessitura da voz cantada podem ser decorrentes de modificações fonatórias da articulação, respiração e fonação realizadas durante o canto, influenciadas pelos hormônios sexuais. E não serem atribuídas às alterações nas pregas vocais como edemas, espessamentos e a hiperemia, as quais não foram encontradas ao exame videolaringoscópico e tampouco no TMF quando comparados os grupos jovem e menopausada.Fluctuations in the levels of sexual hormones, throughout the life of the human being, bring anatomic physiological modifications. These hormones exert determinative papers in the anatomical development of the larynx and in the vocal physiology differing significantly between the sexes becoming the voice a secondary sexual characteristic. Studies already had registered the presence and, more specifically the vocal localization of the receivers of sexual hormones in the larynx and vocal folds, evidencing that these agencies can be responsive to sex hormones and suffer the consequences of the hormonal fluctuations. Some divergences how much the hormonal effect exist on the vocal quality. Some studies affirm that changes in the voice related to the menopause occur, but others had demonstrated different results. Such fact takes in them to question if the used methodologies really had been adjusted a time that exist practical clinical evidences of these changes. The complaints between the women of vocal alterations are after the menopause, particularly between the women singers, who emphasize losses of the acute tones. In literature, however, we do not find references to this fact that are of clinical comment and stories, and for this reason we decide to study this phenomenon. The objective of this work was to verify if it has influence of sexual hormones on the vocal quality of the sung voice of menopausadas women chorale singers, through the evaluation of the tessitura and the maximum phonation time (MPT). The vocal tessitura corresponds to the number of notes from the lowest to the highest that an individual is able to produce with vocal quality. Maximum phonation time (MPT) is used to assess clinically the respiratory and phonatory components of the mechanism of speech production and to demonstrate the efficiency of vocal fold vibration. The volunteers had been divided in two groups. Young group (n=8) women aged 20 to 40 years, with regular menstrual cycles who were not pregnant or breast-feeding during the study. Menopausal group (n=22) women aged 45 to 60 years, who had been in menopause for at least 2 years and who did not use hormonal therapy. For MPT measurement, the women were instructed to inspire and to produce separately the vowels /a/, /i/ and /u/ and the fricative consonants /s/ and /z/ at habitual speech loudness and tones. The voice tessitura profile was obtained evaluation a well known Brazilian folk song which required variations in frequency from the lowest to the highest. The values of each musical note and its corresponding frequency in Hertz (Hz) and semitones (St) were written manually. The maximum (F2) and minimum (F1) values and the difference between them (F2-F1) were compared for the two groups in frequency (Hz) and semitones (St) and significant difference was detected between them. No significant difference was observed between groups when they had been compared for the vowels /a/, /i/ and /u/ and the consonants /s/ and /z/. The results of the present study had demonstrated with there was significant difference in tessitura between young and menopausal women. These results suggest that the alterations in the tessitura of the sung voice can be decurrently of phonatory modifications of the joint, breath and phonation during the sing influenced for sexual hormones. And not attributed to the alterations in the vocal folds as edemas, thicken and the hyperemia, which had not been found to the otorhinolaryngologic evaluation and neither in the MPT when compared young and menopausal women.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSá, Marcos Felipe Silva deLaureano, Janaína Mendes2009-06-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-08092009-072426/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-08092009-072426Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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