Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mesquita, André
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-16022022-085049/
Resumo: As leishmanioses são doenças causadas por parasitas intracelulares do gênero Leishmania e seu processo infeccioso é potencializado na presença da enzima arginase e na ativação de macrófagos pelo sistema Th2. Atualmente, são registrados casos de resistência parasitária à terapêutica e ao óxido nítrico. O fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) é um polifenol encontrado em plantas e na própolis e possui uma diversidade de efeitos biológicos. O objetivo desta dissertação foi verificar se o CAPE possui potencial para eliminar cepas de Leishmania (Leishmania) amazonensis. A enzima arginase recombinante de L. (L.) amazonensis foi utilizada como alvo terapêutico para correlacionar com a ação sobre promastigotas e amastigotas intracelulares. Macrófagos infectados com o parasito foram ativados com LPS + IFN - Ɣ associados ou não com o CAPE para avaliação do índice de infectividade. Também foi realizado um ensaio de reversão da ação do CAPE em macrófagos infectados tratados com o composto associado ou não com L-ornitina com o objetivo de verificar se a ação do composto era revertida após suplementação. Os resultados mostraram que o CAPE apresentou uma EC50 de 1,9 µM com 95% CI de 1,4 - 2,6 µM sob a enzima arginase do parasito, inibindo a enzima de forma não competitiva. O valor de IC50 nos promastigotas foi de 8,6 µM com variação entre 7,2 µM à 10,4 µM (intervalo de confiança (CI) de 95%). A concentração que reduziu em 50% o índice de infectividade foi de 16,3 µM com variação entre 9,0 µM a 31,5 µM (CI 95%). A suplementação com L-ornitina não reverteu a ação do CAPE evidenciando que o polifenol, embora seja um potente inibidor da enzima arginase do parasito, o seu efeito leishmanicida ocorre por mecanismo desconhecido. Conclusão: o CAPE é um composto que possui ação contra L. (L.) amazonensis, mas não deve agir através da inibição da arginase. A ação leishmanicida do CAPE contra as duas formas do parasito pode servir de ponto de partida para o desenvolvimento de um novo tratamento para a leishmaniose.
id USP_a77df0551a522990b397643ae7402cdd
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-16022022-085049
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensisAction of caffeic acid phenethyl ester (CAPE) in Leishmania (Leishmania) AmazonensisLeishmaniaLeishmaniaArginaseArginaseCAPECAPEPoliaminasPoliaminesAs leishmanioses são doenças causadas por parasitas intracelulares do gênero Leishmania e seu processo infeccioso é potencializado na presença da enzima arginase e na ativação de macrófagos pelo sistema Th2. Atualmente, são registrados casos de resistência parasitária à terapêutica e ao óxido nítrico. O fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) é um polifenol encontrado em plantas e na própolis e possui uma diversidade de efeitos biológicos. O objetivo desta dissertação foi verificar se o CAPE possui potencial para eliminar cepas de Leishmania (Leishmania) amazonensis. A enzima arginase recombinante de L. (L.) amazonensis foi utilizada como alvo terapêutico para correlacionar com a ação sobre promastigotas e amastigotas intracelulares. Macrófagos infectados com o parasito foram ativados com LPS + IFN - Ɣ associados ou não com o CAPE para avaliação do índice de infectividade. Também foi realizado um ensaio de reversão da ação do CAPE em macrófagos infectados tratados com o composto associado ou não com L-ornitina com o objetivo de verificar se a ação do composto era revertida após suplementação. Os resultados mostraram que o CAPE apresentou uma EC50 de 1,9 µM com 95% CI de 1,4 - 2,6 µM sob a enzima arginase do parasito, inibindo a enzima de forma não competitiva. O valor de IC50 nos promastigotas foi de 8,6 µM com variação entre 7,2 µM à 10,4 µM (intervalo de confiança (CI) de 95%). A concentração que reduziu em 50% o índice de infectividade foi de 16,3 µM com variação entre 9,0 µM a 31,5 µM (CI 95%). A suplementação com L-ornitina não reverteu a ação do CAPE evidenciando que o polifenol, embora seja um potente inibidor da enzima arginase do parasito, o seu efeito leishmanicida ocorre por mecanismo desconhecido. Conclusão: o CAPE é um composto que possui ação contra L. (L.) amazonensis, mas não deve agir através da inibição da arginase. A ação leishmanicida do CAPE contra as duas formas do parasito pode servir de ponto de partida para o desenvolvimento de um novo tratamento para a leishmaniose.Leishmaniasis are diseases caused by intracellular parasites of the Leishmania genus and its infectious process is potentiated in the presence of the arginase enzyme and the activation of macrophages by the Th2 system. Currently, cases of parasitic resistance to therapy and nitric oxide are reported. Caffeic acid phenethyl ester (CAPE) is a polyphenol found in plants and propolis and has a variety of biological effects. The objective of this dissertation was to verify if CAPE has the potential to eliminate Leishmania (Leishmania) amazonensis strains. The recombinant arginase enzyme from L. (L.) amazonensis was used as a therapeutic target to correlate with the action on intracellular promastigotes and amastigotes. Macrophages infected with the parasite were activated with LPS + IFN - Ɣ associated or not with CAPE to assess the infectivity index. A reversion test of the action of CAPE in infected macrophages treated with the compound associated or not with L-ornithine was also carried out to verify if the action of the compound was reverted after supplementation. The results showed that CAPE had an EC50 of 1.9 µM with a 95% CI of 1.4 - 2.6 µM under the parasite arginase enzyme, inhibiting the enzyme in a non-competitive way. The IC50 value in promastigotes was 8.6 µM, ranging from 7.2 µM to 10.4 µM (95% confidence interval (CI). The concentration that reduced the infectivity index by 50% was 16.3 µM, ranging from 9.0 µM to 31.5 µM (95% CI). Supplementation with L-ornithine did not reverse the action of CAPE, showing that polyphenol, although it is a potent inhibitor of the parasite\'s arginase enzyme, its leishmanicidal effect occurs through an unknown mechanism. Conclusion: CAPE is a compound that has an action against L. (L.) amazonensis, but should not act through arginase inhibition. CAPE\'s leishmanicidal action against both forms of the parasite may serve as a starting point for the development of a new treatment for leishmaniasis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMaquiaveli, Claudia do CarmoSilva, Edson Roberto daMesquita, André2021-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-16022022-085049/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-16T11:51:02Zoai:teses.usp.br:tde-16022022-085049Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-16T11:51:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
Action of caffeic acid phenethyl ester (CAPE) in Leishmania (Leishmania) Amazonensis
title Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
spellingShingle Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
Mesquita, André
Leishmania
Leishmania
Arginase
Arginase
CAPE
CAPE
Poliaminas
Poliamines
title_short Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
title_full Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
title_fullStr Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
title_full_unstemmed Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
title_sort Ação do fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) em Leishmania (Leishmania) amazonensis
author Mesquita, André
author_facet Mesquita, André
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Maquiaveli, Claudia do Carmo
Silva, Edson Roberto da
dc.contributor.author.fl_str_mv Mesquita, André
dc.subject.por.fl_str_mv Leishmania
Leishmania
Arginase
Arginase
CAPE
CAPE
Poliaminas
Poliamines
topic Leishmania
Leishmania
Arginase
Arginase
CAPE
CAPE
Poliaminas
Poliamines
description As leishmanioses são doenças causadas por parasitas intracelulares do gênero Leishmania e seu processo infeccioso é potencializado na presença da enzima arginase e na ativação de macrófagos pelo sistema Th2. Atualmente, são registrados casos de resistência parasitária à terapêutica e ao óxido nítrico. O fenetil éster do ácido cafeico (CAPE) é um polifenol encontrado em plantas e na própolis e possui uma diversidade de efeitos biológicos. O objetivo desta dissertação foi verificar se o CAPE possui potencial para eliminar cepas de Leishmania (Leishmania) amazonensis. A enzima arginase recombinante de L. (L.) amazonensis foi utilizada como alvo terapêutico para correlacionar com a ação sobre promastigotas e amastigotas intracelulares. Macrófagos infectados com o parasito foram ativados com LPS + IFN - Ɣ associados ou não com o CAPE para avaliação do índice de infectividade. Também foi realizado um ensaio de reversão da ação do CAPE em macrófagos infectados tratados com o composto associado ou não com L-ornitina com o objetivo de verificar se a ação do composto era revertida após suplementação. Os resultados mostraram que o CAPE apresentou uma EC50 de 1,9 µM com 95% CI de 1,4 - 2,6 µM sob a enzima arginase do parasito, inibindo a enzima de forma não competitiva. O valor de IC50 nos promastigotas foi de 8,6 µM com variação entre 7,2 µM à 10,4 µM (intervalo de confiança (CI) de 95%). A concentração que reduziu em 50% o índice de infectividade foi de 16,3 µM com variação entre 9,0 µM a 31,5 µM (CI 95%). A suplementação com L-ornitina não reverteu a ação do CAPE evidenciando que o polifenol, embora seja um potente inibidor da enzima arginase do parasito, o seu efeito leishmanicida ocorre por mecanismo desconhecido. Conclusão: o CAPE é um composto que possui ação contra L. (L.) amazonensis, mas não deve agir através da inibição da arginase. A ação leishmanicida do CAPE contra as duas formas do parasito pode servir de ponto de partida para o desenvolvimento de um novo tratamento para a leishmaniose.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-11-23
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-16022022-085049/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-16022022-085049/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257013933834240