As presenças de mulheres negras na Imprensa Negra Paulistana (1907-1929)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-27052022-105713/ |
Resumo: | No início do século XX, uma prolífica imprensa produzida por e para negros circulava na capital paulista, e muitos desses jornais levavam como bandeira a \"união\" e \"elevação\"da\"classe dos homens de côr\". Como instrumento para tanto, buscavam combater os discursos racistas sem termos de confronto, educando o comportamento de homens e mulheres negros e prescrevendo as condutas que consideravam adequadas, tentando negociar com a mentalidade e discursos racistas operantes no início do século que realizavam o juízo de todo um grupo pelo comportamento de um único indivíduo. Portanto, o comportamento de todos deveria ser irrepreensível especialmente os das mulheres negras que, para os autores dos periódicos, deveriam se adequar aos modelos idealizados de comportamento feminino como esposa, mãe e educadora. Nesta dissertação, analiso as contradições entre os discursos masculinos exortativos sobre mulheres; a própria figura que os jornais desenhavam sobre essas mulheres em suas colunas de crítica de comportamento; e os discursos produzidos pelas próprias mulheres na forma de textos enviados como contribuições aos jornais. Enquanto os redatores defendiam que as mulheres se educassem para cumprirem o papel de educadoras dos filhos, elas aparecem também como organizadoras de sociedades recreativas e, como já dito, autoras. Assim, \"como a Imprensa Negra atuava na construção de um papel de gênero perpassado pelas tensões de raça?\" e \"qual o peso que era atribuído aos papéis de gênero na construção da identidade racial no início do século XX?\" são algumas das questões que busco responder; também analiso se as mulheres se resignavam ao papel que a elas era imposto ou atuavam de forma diversa, qual era e como esta atuação era retratada pelos jornais, que tinham como papel primário criar uma consciência racial e educar os leitores para adotarem uma postura respeitável. |
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As presenças de mulheres negras na Imprensa Negra Paulistana (1907-1929)The presences of black women in the Black Press in São Paulo City(1907-1929)Black Press in São PauloBlack womenHistória da educaçãoHistória da educação do negroHistória da imprensaHistory of Black people's educationHistory of educationHistory of thepressImprensa negra paulistanaMulheres negrasNo início do século XX, uma prolífica imprensa produzida por e para negros circulava na capital paulista, e muitos desses jornais levavam como bandeira a \"união\" e \"elevação\"da\"classe dos homens de côr\". Como instrumento para tanto, buscavam combater os discursos racistas sem termos de confronto, educando o comportamento de homens e mulheres negros e prescrevendo as condutas que consideravam adequadas, tentando negociar com a mentalidade e discursos racistas operantes no início do século que realizavam o juízo de todo um grupo pelo comportamento de um único indivíduo. Portanto, o comportamento de todos deveria ser irrepreensível especialmente os das mulheres negras que, para os autores dos periódicos, deveriam se adequar aos modelos idealizados de comportamento feminino como esposa, mãe e educadora. Nesta dissertação, analiso as contradições entre os discursos masculinos exortativos sobre mulheres; a própria figura que os jornais desenhavam sobre essas mulheres em suas colunas de crítica de comportamento; e os discursos produzidos pelas próprias mulheres na forma de textos enviados como contribuições aos jornais. Enquanto os redatores defendiam que as mulheres se educassem para cumprirem o papel de educadoras dos filhos, elas aparecem também como organizadoras de sociedades recreativas e, como já dito, autoras. Assim, \"como a Imprensa Negra atuava na construção de um papel de gênero perpassado pelas tensões de raça?\" e \"qual o peso que era atribuído aos papéis de gênero na construção da identidade racial no início do século XX?\" são algumas das questões que busco responder; também analiso se as mulheres se resignavam ao papel que a elas era imposto ou atuavam de forma diversa, qual era e como esta atuação era retratada pelos jornais, que tinham como papel primário criar uma consciência racial e educar os leitores para adotarem uma postura respeitável.In the beginning of the 20th century, a prolific press produced by and for Blackpeoplecirculated in the capital city of São Paulo, and many of these newspapers defendedas acausethe \"union\" and \"elevation\" of the \"class of colored men\". As an instrument to doso, theysought to combat racist discourses without confrontation, educating the behavior of Blackmen and women and prescribing the behaviors they considered appropriate, as a meanstonegotiate with the racist mentality and discourses that held the judgment of everypersoninasocial group by the behavior of a single individual. Therefore, each and everyindividualbehavior should be irreproachableespecially those of Black women who, for the newspaperauthors, should conform to the idealized model of female behavior as wife, mother, andeducator. In this work, I analyze the contradictions between the exhortative masculine discoursesaboutwomen; the very figure that the newspapers drew about these women in their behavioralcriticism columns; and the speeches produced by the women themselves in the formof textssent to the newspapers. While the male writers defended that women educate themselvestofulfill the role of educators of their children, women also appear as organizers of recreationalsocieties and, as already mentioned, authors. Thus, \"how did the Black Press act in the construction of a gender role permeatedbyracialtensions?\" and \"what weight was assigned to gender roles in the construction of racial identityin the early 20th century?\" are some of the questions I seek to answer; I also analyzewhetherwomen resigned themselves to the role imposed onto them or acted differently, what it wasand how this role was portrayed by newspapers, whose primary role was to createracialawareness and educate readers to adopt a respectable stance.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCosta, Ana Luiza Jesus daAmorim, Bianca2022-03-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-27052022-105713/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-27T22:00:26Zoai:teses.usp.br:tde-27052022-105713Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-27T22:00:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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