Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Strixino, Juliana Ferreira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-15072021-092328/
Resumo: A terapia fotodinâmica (TFD) é uma técnica alternativa importante e não invasiva, utilizada no tratamento de vários tipos de neoplasias. A TFD consiste na ação combinada de um fotossensibilizador (FS), uma fonte de luz, emitindo num determinado comprimento de onda e da presença do oxigênio molecular. Um fato importante relacionado à TFD é a degradação dos FSs, pela luz, o que modifica a concentração deste na neoplasia. A degradação resulta em alterações nas características espectrais, bem como altera a eficiência fotodinâmica. Neste trabalho, estudou-se 3 diferentes derivados de hematoporfirinas (HpDs): Photogem (PG), Photofrin (PF) e Photosan (PS) e 3 diferentes clorinas: Foscan (FOS), Photodithazine (PDZ) e Radachlorin (RADA). Foi analisada a fotodegradação em solução dos FSs iluminados em diferentes comprimentos de ondas e variando a intensidade de luz. As soluções foram colocadas em cubetas plásticas ou de quartzo em volume de 1 cm3 e simetricamente iluminadas por um dispositivo à base de LEDs. A fluorescência da solução foi periodicamente capturada durante a iluminação. A fluorescência medida foi obtida com um laser de excitação em 532 nm e os espectros coletados através de 6 fibras ópticas. Através da absorbância e dos espectros de fluorescência determinou-se o parâmetro de fotoestabilidade (η). Pode-se observar que, entre os HpDs, o FS mais fotoestável é o PS, devido ao maior número de agregados; PG e PF apresentam η semelhantes entre si. Entre as clorinas, observase que o FOS é o FS mais fotoestável, seguido do PDZ e por último, da RADA. No estudo in vivo, utilizou-se fígados de ratos Wistar machos para determinar o limiar de dose (Dth) de cada FS. Os FSs foram diluídos e injetados por via endovenosa, através da veia cava, em diferentes concentrações. Após um período pré determinado, o lobo direito do fígado foi exposto para iluminação com diferentes doses de luz. As fontes utilizadas para iluminação foram laser de diodo: 630 nm para iluminação dos HpDs e 660 nm para iluminação das clorinas. Após 30 h, os animais foram mortos e os fígados removidos para análise macroscópica, microscópica e determinação do Dth. Os resultados sugerem que, com o aumento da concentração, há uma diminuição do Dth. Para os HpDs, o PG apresentou menor Dth, seguido de PS e PF. O PF apresentou Dth bastante alto, justificável pelas concentrações utilizadas no trabalho. Para as clorinas, o PDZ apresentou menor Dth, seguido de FOS e RADA. Baseado nos estudos in vitro e in vivo, estudou-se a possibilidade de correlacionar a fotoestabilidade (η) e o limiar de dose (Dth). Não foi encontrada uma relação entre estes fatores ao se analisar diferentes FS. O PG apresentou uma baixa η e baixo Dth, enquanto o PS apresentou alta η e Dth relativamente baixo, e o PF baixa η e alto Dth. O PDZ, por sua vez, apresentou baixa η e baixo Dth, o FOS alta η e baixo Dth e a RADA baixa η e alto Dth. Estes resultados não permitem afirmar que alta fotoestabilidade indique baixa eficiência fotodinâmica. Pode-se concluir, portanto, que entre os HpDs, o melhor FS foi o PG, e entre as clorinas, o PDZ. Comparar parâmetros in vitro e in vivo mostrou-se extremamente difícil, pois cada FS apresenta características físico - químicas próprias e diferentes umas das outras. Quando são estudados em solução, apresentam um comportamento que se altera quando inseridos num sistema biológico, devido a interações que ocorrem com o meio (ligação com a membrana plasmática, pH do meio, entre outros). Isto dificulta uma correlação entre a fotoestabilidade e o limiar de dose. Acreditamos que, para observar esta correlação, seja necessário estudar individualmente cada FS e analisar tanto a fotodegradação quanto o limiar de dose in vivo.
id USP_a877c42974b2c19c82742a70a2858e16
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-15072021-092328
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmicaStudy and correlation of different derivatives of hematoporphyrin and chlorines in the photodynamic therapy processChlorineClorinasHematoporfirinaHematoporphyrinPhotodynamic therapyTerapia fotodinâmicaA terapia fotodinâmica (TFD) é uma técnica alternativa importante e não invasiva, utilizada no tratamento de vários tipos de neoplasias. A TFD consiste na ação combinada de um fotossensibilizador (FS), uma fonte de luz, emitindo num determinado comprimento de onda e da presença do oxigênio molecular. Um fato importante relacionado à TFD é a degradação dos FSs, pela luz, o que modifica a concentração deste na neoplasia. A degradação resulta em alterações nas características espectrais, bem como altera a eficiência fotodinâmica. Neste trabalho, estudou-se 3 diferentes derivados de hematoporfirinas (HpDs): Photogem (PG), Photofrin (PF) e Photosan (PS) e 3 diferentes clorinas: Foscan (FOS), Photodithazine (PDZ) e Radachlorin (RADA). Foi analisada a fotodegradação em solução dos FSs iluminados em diferentes comprimentos de ondas e variando a intensidade de luz. As soluções foram colocadas em cubetas plásticas ou de quartzo em volume de 1 cm3 e simetricamente iluminadas por um dispositivo à base de LEDs. A fluorescência da solução foi periodicamente capturada durante a iluminação. A fluorescência medida foi obtida com um laser de excitação em 532 nm e os espectros coletados através de 6 fibras ópticas. Através da absorbância e dos espectros de fluorescência determinou-se o parâmetro de fotoestabilidade (η). Pode-se observar que, entre os HpDs, o FS mais fotoestável é o PS, devido ao maior número de agregados; PG e PF apresentam η semelhantes entre si. Entre as clorinas, observase que o FOS é o FS mais fotoestável, seguido do PDZ e por último, da RADA. No estudo in vivo, utilizou-se fígados de ratos Wistar machos para determinar o limiar de dose (Dth) de cada FS. Os FSs foram diluídos e injetados por via endovenosa, através da veia cava, em diferentes concentrações. Após um período pré determinado, o lobo direito do fígado foi exposto para iluminação com diferentes doses de luz. As fontes utilizadas para iluminação foram laser de diodo: 630 nm para iluminação dos HpDs e 660 nm para iluminação das clorinas. Após 30 h, os animais foram mortos e os fígados removidos para análise macroscópica, microscópica e determinação do Dth. Os resultados sugerem que, com o aumento da concentração, há uma diminuição do Dth. Para os HpDs, o PG apresentou menor Dth, seguido de PS e PF. O PF apresentou Dth bastante alto, justificável pelas concentrações utilizadas no trabalho. Para as clorinas, o PDZ apresentou menor Dth, seguido de FOS e RADA. Baseado nos estudos in vitro e in vivo, estudou-se a possibilidade de correlacionar a fotoestabilidade (η) e o limiar de dose (Dth). Não foi encontrada uma relação entre estes fatores ao se analisar diferentes FS. O PG apresentou uma baixa η e baixo Dth, enquanto o PS apresentou alta η e Dth relativamente baixo, e o PF baixa η e alto Dth. O PDZ, por sua vez, apresentou baixa η e baixo Dth, o FOS alta η e baixo Dth e a RADA baixa η e alto Dth. Estes resultados não permitem afirmar que alta fotoestabilidade indique baixa eficiência fotodinâmica. Pode-se concluir, portanto, que entre os HpDs, o melhor FS foi o PG, e entre as clorinas, o PDZ. Comparar parâmetros in vitro e in vivo mostrou-se extremamente difícil, pois cada FS apresenta características físico - químicas próprias e diferentes umas das outras. Quando são estudados em solução, apresentam um comportamento que se altera quando inseridos num sistema biológico, devido a interações que ocorrem com o meio (ligação com a membrana plasmática, pH do meio, entre outros). Isto dificulta uma correlação entre a fotoestabilidade e o limiar de dose. Acreditamos que, para observar esta correlação, seja necessário estudar individualmente cada FS e analisar tanto a fotodegradação quanto o limiar de dose in vivo.Photodynamic Therapy (PDT) is an alternative non-invasive technique which has been indicated for the treatment of several tumor lesions. PDT is based on the combined action of a photosensitizer and light emitting at a specific wavelength when in presence of molecular oxygen. An important issue related to PDT dosimetry is the illumination-induced photosensitizer degradation. This photodegradation results in a transformation of the photosensitizer spectral characteristics as well as in its photodynamic efficiency. Three different HpDs - Photogem (PG), Photofrin (PF) and Photosan (PS) - and three different chlorins - Foscan (FOS), Photodithazine (PDZ) and Radachlorin (RADA) - were studied. The photodegradation was analyzed in solution, for different wavelengths and irradiances, via laser-induced fluorescence spectroscopy (532 nm excitation). Through absorbance and fluorescence spectra, a photostability parameter (η) was established. Photosan showed higher photostability; PG and PF showed a similar photostability. Among chlorins, Foscan showed a higher photostability, followed by PDZ and RADA. In vivo studies used male rats Wistar livers to determine the threshold dose (Dth) for each photosensitizer. The photosensitizers were injected into the animals and they were illuminated with diode lasers - 630 nm for HpDs and 660 nm for chlorins. Results suggest that a higher concentration induces a lower Dth. Photogem and PDZ presented a lower Dth. Based on the studies in vitro and in vivo, a correlation between photostability and Dth cannot be established. It is difficult to compare in vitro and in vivo parameters, because photosensitizers show different physical chemical characteristics which undergo modifications when they are into a biological system. However, a correlation between photostability and threshold dose could be established individually for each photosensitizer, by performing studies concerning both fotodegradation and threshold dose in vivo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZucoloto, SérgioStrixino, Juliana Ferreira2007-07-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-15072021-092328/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-07-15T21:00:03Zoai:teses.usp.br:tde-15072021-092328Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-07-15T21:00:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
Study and correlation of different derivatives of hematoporphyrin and chlorines in the photodynamic therapy process
title Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
spellingShingle Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
Strixino, Juliana Ferreira
Chlorine
Clorinas
Hematoporfirina
Hematoporphyrin
Photodynamic therapy
Terapia fotodinâmica
title_short Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
title_full Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
title_fullStr Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
title_full_unstemmed Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
title_sort Estudo e correlação de diferentes derivados de hematoporfirina e clorinas no processo de terapia fotodinâmica
author Strixino, Juliana Ferreira
author_facet Strixino, Juliana Ferreira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Zucoloto, Sérgio
dc.contributor.author.fl_str_mv Strixino, Juliana Ferreira
dc.subject.por.fl_str_mv Chlorine
Clorinas
Hematoporfirina
Hematoporphyrin
Photodynamic therapy
Terapia fotodinâmica
topic Chlorine
Clorinas
Hematoporfirina
Hematoporphyrin
Photodynamic therapy
Terapia fotodinâmica
description A terapia fotodinâmica (TFD) é uma técnica alternativa importante e não invasiva, utilizada no tratamento de vários tipos de neoplasias. A TFD consiste na ação combinada de um fotossensibilizador (FS), uma fonte de luz, emitindo num determinado comprimento de onda e da presença do oxigênio molecular. Um fato importante relacionado à TFD é a degradação dos FSs, pela luz, o que modifica a concentração deste na neoplasia. A degradação resulta em alterações nas características espectrais, bem como altera a eficiência fotodinâmica. Neste trabalho, estudou-se 3 diferentes derivados de hematoporfirinas (HpDs): Photogem (PG), Photofrin (PF) e Photosan (PS) e 3 diferentes clorinas: Foscan (FOS), Photodithazine (PDZ) e Radachlorin (RADA). Foi analisada a fotodegradação em solução dos FSs iluminados em diferentes comprimentos de ondas e variando a intensidade de luz. As soluções foram colocadas em cubetas plásticas ou de quartzo em volume de 1 cm3 e simetricamente iluminadas por um dispositivo à base de LEDs. A fluorescência da solução foi periodicamente capturada durante a iluminação. A fluorescência medida foi obtida com um laser de excitação em 532 nm e os espectros coletados através de 6 fibras ópticas. Através da absorbância e dos espectros de fluorescência determinou-se o parâmetro de fotoestabilidade (η). Pode-se observar que, entre os HpDs, o FS mais fotoestável é o PS, devido ao maior número de agregados; PG e PF apresentam η semelhantes entre si. Entre as clorinas, observase que o FOS é o FS mais fotoestável, seguido do PDZ e por último, da RADA. No estudo in vivo, utilizou-se fígados de ratos Wistar machos para determinar o limiar de dose (Dth) de cada FS. Os FSs foram diluídos e injetados por via endovenosa, através da veia cava, em diferentes concentrações. Após um período pré determinado, o lobo direito do fígado foi exposto para iluminação com diferentes doses de luz. As fontes utilizadas para iluminação foram laser de diodo: 630 nm para iluminação dos HpDs e 660 nm para iluminação das clorinas. Após 30 h, os animais foram mortos e os fígados removidos para análise macroscópica, microscópica e determinação do Dth. Os resultados sugerem que, com o aumento da concentração, há uma diminuição do Dth. Para os HpDs, o PG apresentou menor Dth, seguido de PS e PF. O PF apresentou Dth bastante alto, justificável pelas concentrações utilizadas no trabalho. Para as clorinas, o PDZ apresentou menor Dth, seguido de FOS e RADA. Baseado nos estudos in vitro e in vivo, estudou-se a possibilidade de correlacionar a fotoestabilidade (η) e o limiar de dose (Dth). Não foi encontrada uma relação entre estes fatores ao se analisar diferentes FS. O PG apresentou uma baixa η e baixo Dth, enquanto o PS apresentou alta η e Dth relativamente baixo, e o PF baixa η e alto Dth. O PDZ, por sua vez, apresentou baixa η e baixo Dth, o FOS alta η e baixo Dth e a RADA baixa η e alto Dth. Estes resultados não permitem afirmar que alta fotoestabilidade indique baixa eficiência fotodinâmica. Pode-se concluir, portanto, que entre os HpDs, o melhor FS foi o PG, e entre as clorinas, o PDZ. Comparar parâmetros in vitro e in vivo mostrou-se extremamente difícil, pois cada FS apresenta características físico - químicas próprias e diferentes umas das outras. Quando são estudados em solução, apresentam um comportamento que se altera quando inseridos num sistema biológico, devido a interações que ocorrem com o meio (ligação com a membrana plasmática, pH do meio, entre outros). Isto dificulta uma correlação entre a fotoestabilidade e o limiar de dose. Acreditamos que, para observar esta correlação, seja necessário estudar individualmente cada FS e analisar tanto a fotodegradação quanto o limiar de dose in vivo.
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007-07-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-15072021-092328/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-15072021-092328/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090746210320384