Confrontos e arranjos. Transgressões e vida cotidiana em Taubaté - 1860-1890

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Domingos Sávio de Campos
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22072011-090013/
Resumo: Discutir a problemática histórica das transgressões nos oferece a possibilidade de investigar mais detidamente uma característica marcante das formações sociais brasileiras coloniais e imperiais. Nas formações sociais da história brasileira transgredia-se muito e continuadamente. Ao mesmo tempo - traço fundamental dos modos de viver dessas sociedades - exercia-se cotidianamente uma visível tolerância social para com as transgressões. O estudo das práticas transgressoras oferece, portanto, a possibilidade de compreender um pouco mais sobre a complexidade desse processo social na história brasileira, moldado sobre parece ser mesmo esta a palavra mais adequada em um equilíbrio tenso, sem dúvida, mas estável, entre o que o era interdito, proibido e o que efetivamente, se permitia na vivência social cotidiana. Este trabalho pretende estudar a problemática das transgressões em um momento fundamental da história brasileira, a segunda metade do século XIX, quando, em meio a conflitos e tensões, iniciou-se o processo através do qual as configurações coloniais que definiram a vida social, política e econômica e cultural durante mais de três séculos foram gradualmente cedendo lugar à novos arranjos políticos e sócio-econômicos que fundamentariam a construção do Brasil contemporâneo. As décadas de 1850-1900 constituem assim um período crucial, marcado por difíceis e traumáticas transições. Na cidade de Taubaté, situada no médio Vale do Paraíba Paulista, região de importante significação econômica para a província de São Paulo e para o império em boa parte desse período, as transformações marcaram inapelavelmente a vivência cotidiana. A Taubaté da segunda metade do século dezenove coloca-se como cenário privilegiado para um estudo sobre a dinâmica da transgressão-transigência. Essa dinâmica, inequivocamente uma das efetivas permanências de caráter colonial na sociedade brasileira do século dezenove, não desapareceu no decorrer das transformações que marcaram as décadas finais do século. O complexo jogo de tensões entre o transgredir e transigir persistiu. Mas as vivências transgressoras nele pautadas tornaram-se progressivamente mais dificultosas, enfrentando resistências, hostilidade e impasses crescentes.
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O estudo das práticas transgressoras oferece, portanto, a possibilidade de compreender um pouco mais sobre a complexidade desse processo social na história brasileira, moldado sobre parece ser mesmo esta a palavra mais adequada em um equilíbrio tenso, sem dúvida, mas estável, entre o que o era interdito, proibido e o que efetivamente, se permitia na vivência social cotidiana. Este trabalho pretende estudar a problemática das transgressões em um momento fundamental da história brasileira, a segunda metade do século XIX, quando, em meio a conflitos e tensões, iniciou-se o processo através do qual as configurações coloniais que definiram a vida social, política e econômica e cultural durante mais de três séculos foram gradualmente cedendo lugar à novos arranjos políticos e sócio-econômicos que fundamentariam a construção do Brasil contemporâneo. As décadas de 1850-1900 constituem assim um período crucial, marcado por difíceis e traumáticas transições. Na cidade de Taubaté, situada no médio Vale do Paraíba Paulista, região de importante significação econômica para a província de São Paulo e para o império em boa parte desse período, as transformações marcaram inapelavelmente a vivência cotidiana. A Taubaté da segunda metade do século dezenove coloca-se como cenário privilegiado para um estudo sobre a dinâmica da transgressão-transigência. Essa dinâmica, inequivocamente uma das efetivas permanências de caráter colonial na sociedade brasileira do século dezenove, não desapareceu no decorrer das transformações que marcaram as décadas finais do século. O complexo jogo de tensões entre o transgredir e transigir persistiu. Mas as vivências transgressoras nele pautadas tornaram-se progressivamente mais dificultosas, enfrentando resistências, hostilidade e impasses crescentes.Discussing the historical problem of transgressions offers us the possibility to investigate more carefully a remarkable characteristic of the Brazilian social formations during colonial and imperial times. In social formation of Brazilian history transgressions were frequent and continuous. At the same time fundamental trait of the way of living of such societies people daily performed a visible social toleration for transgressions. Therefore, the study of the transgressions performances offers the possibility to understand a bit more about the complexity of this social process in the Brazilian society in a tense but stable balance, no doubt, between what was forbidden and what was in fact permitted in the everyday social behavior. This work intends to study the problematical of the transgressions on a very fundamental moment of the Brazilian history, the second half of the XIX century, when in between conflicts and tensions, it was started the process through which the colonial configurations that defined the social, political, economical and cultural life during more than three centuries had to gradually give in to new political and social-economical arrangements that would support the construction of the contemporary Brazil. For this reason the years 1850-1900 are a crucial time, marked by difficult and traumatic transition. At Taubaté, a town located in the middle Vale do Paraíba Paulista, region of economical importance for the province of São Paulo and for the empire, the changes marked strongly the everyday living. Taubaté of the second half of the nineteenth century places itself as a privileged scenery for a study over the dynamic of transgression-permission. This dynamic, no mistake one of the effective remains of the colonial nature in the Brazilian society of the nineteenth did not disappear during the changes that marked the final decades of the century. The complex game of tensions between transgress and permit persisted. But the transgressions there lined became progressively more difficult, facing resistance, hostility and impasses.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBacellar, Carlos de Almeida PradoRosa, Domingos Sávio de Campos2010-10-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22072011-090013/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-22072011-090013Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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